sábado, novembro 01, 2014

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Não é esse quadro sombrio…”
Chanceler Luiz Figueiredo minimizando o calote nas representações diplomáticas


Deputados querem melhorar chance de absolvição

A iminência de serem revelados parlamentares que se beneficiaram do roubo da Petrobras, no escândalo do Petrolão, fez a Câmara dos Deputados se mexer. Seu presidente, Henrique Alves, iniciou cruzada para que deputados federais sejam julgados no plenário do Supremo Tribunal Federal e não em turmas de ministros. Acredita-se que, no plenário, deputados acusados ganham mais chances de absolvição.

Listão

Estão enrolados no Petrolão 28 deputados e 11 senadores cujos nomes ainda não foram reveladas, e todos poderão ser cassados.

Grave crise

A expectativa é que a revelação dos políticos e membros do governo enrolados no Petrolão fará o Mensalão parecer história de ninar.

Só um pretexto

A Câmara está se lixando para a condenação do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB) na 2ª Turma do STF, mas a usou como argumento.

Violação de sigilo

Protógenes foi condenado pela prática de violação do sigilo funcional qualificada na Operação Satiagraha (2008), da PF, que o celebrizou.

Wagner, o Gabrielli II, é cotado para a Petrobras

Parece até que o Planalto achou insuficiente a trágica gestão de Sérgio Gabrielli na presidência da Petrobras, período em que o esquema do Petrolão nasceu para promover um dos maiores roubos da História, pelas mãos de uma quadrilha denunciada pela Polícia Federal. Outro ex-sindicalista pode assumir a presidência da maior estatal brasileira: o ainda governador da Bahia Jaques Wagner. Ninguém merece.

Triste tradição

Na era Lula, outro ex-sindicalista, José Eduardo Dutra, algo amalucado, assumiu na Petrobras. Para não fugir à regra, foi um desastre.

Trabalhar muito, não

A cúpula do PT queria Jaques Wagner na Casa Civil, mas o folgado não é exatamente um workaholic, por isso já não é citado como antes.

Prêmio e castigo

Depois que Sergio Gabrielli foi tocado para fora da Petrobras, acabou acolhido no secretariado de Jaques Wagner na Bahia.

Dias difíceis

O PSDB jogou às cordas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli: se ele negar auditoria dos partidos na apuração dos votos, ganhará a suspeita de metade do Brasil.

Coronelismo

Agora sem mandato e se achando, os irmãos Cid e Ciro Gomes devem deixar o PROS, partido ao qual se filiaram após divergências com Eduardo Campos. O presidente, Eurípedes Junior, centraliza poderes.

Fogo amigo

Deputados do PMDB estão resistentes à indicação do presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), a ministro no governo Dilma. Alegam que ele “sempre jogou pensando em si mesmo, não na bancada”.

Queda de braço

Inconformado por ter perdido comando do PMDB-PR, o deputado reeleito Osmar Serraglio – que apoiou Aécio – briga com o atual presidente Rodrigo Rocha Loures, assessor do vice Michel Temer.

Disputa interna

Atual vice-presidente, Arlindo Chinaglia (SP) e o relator da CPMI da Petrobras, Marco Maia (RS), correm por fora para disputar no PT a indicação para concorrer à presidência da Câmara.

STF sem nordestinos

Dilma Rousseff quer indicar um nome do Nordeste para o Supremo Tribunal Federal. Em doze anos de mandato do PT, apenas um nordestino foi escolhido: Carlos Ayres Britto, de Sergipe, nomeado por Lula.

Cereja podre no bolo

Apesar de não ter formação de diplomata, o aspone para assuntos internacionais aleatórios, Marco Aurelio Top-Top Garcia, fez tanto mal ao Itamaraty e à política externa, com sua influência, que alguns verdadeiros diplomatas estranham por que ele nunca foi chanceler.

Tapetão

Petistas acusam o PSDB de tentar reverter o resultado das eleições no tapetão. Diz Rui Falcão, presidente do PT, que os tucanos parecem “time que perde e, depois, põe a culpa no juiz”.

Pensando bem...

...até a dívida do governo federal é petista: com o maior rombo registrado da História (R$ 25,5 bilhões), ela também aderiu ao vermelho.



PODER SEM PUDOR

Trocando as bolas

Herbert Levy sempre foi uma espécie de Franco Montoro que não deu certo. Como o falecido ex-governador paulista, o dono da finada Gazeta Mercantil confundia nomes e pessoas.

Certa vez tomou por garçom o deputado Henrique Córdova, que bateu à sua porta, e depois gastou boas duas horas tentando convencer dois cavalheiros nordestinos a votarem nele, na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.

Só depois de gastar muita saliva ele descobriu que os interlocutores não eram deputados, mas os jornalistas Rangel Cavalcanti e Dário Macedo.

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