quinta-feira, maio 08, 2014

O efeito Kassab - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 08/05

Quando era candidato à reeleição para prefeito de São Paulo em 2008, Gilberto Kassab recebeu a seguinte orientação do antecessor, José Serra: se você obtiver tempo de tevê, terá o que mostrar e vai poder vencer a eleição. Kassab seguiu à risca o conselho. Deu a vice ao PMDB e, no fim de outubro, estava eleito. É nesse exemplo, guardadas as devidas proporções, que se miram os principais aliados da presidente Dilma Rousseff.

Todas as imagens de entrega de obras e serviços, creches, Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família estão catalogadas para que ela apresente tudo na campanha e tente, assim, recuperar os pontos perdidos. Se com Kassab deu certo em São Paulo contra Geraldo Alckmin e Marta Suplicy, pode dar certo no Brasil para a presidente da República.

Se tivesse feito antes...
No governo, há quem aposte que, se a CPI da Petrobras fosse feita antes, agora já estaria tudo quase no fim. Já foram dois meses de enrolação com a presidente caindo nas pesquisas. A oposição tripudia: “O governo agora tem duas saídas: a trágica, que é descobrirmos algo mais no meio desses negócios, ou a péssima, que é não apurar nada”, comenta o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato a presidente da República.

A última a oficializar
A chanceler alemã, Angela Merkel, vem ao Brasil para assistir ao jogo da seleção de seu país em Salvador. Chega em 16 de junho. O líder chinês Xi Jinping também vem antes. Com tantos compromissos para recepcionar autoridades, a convenção que homologará o nome de Dilma como candidata à reeleição ficou mesmo para 20 de junho, no meio da Copa. Conforme já anunciado aqui há tempos, Eduardo Campos marcou a do PSB para 10 de junho, e Aécio Neves fará a do PSDB em 14 de junho.

Dilma na ONU em plena campanha
Apesar da campanha, a presidente Dilma Rousseff não planeja deixar de lado alguns eventos importantes no cenário internacional. Na terça-feira, no jantar com jornalistas, ela confirmou que irá à abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A cerimônia, que tem como primeiro discurso o do Brasil, será em 23 de setembro, ou seja, faltando poucos dias para o primeiro turno da eleição presidencial.

Enquanto isso, no PT...
Cândido Vaccarezza, do PT-SP, comentava com repórteres do Correio Braziliense ontem a hipótese de Arlindo Chinaglia concorrer à presidência da Câmara no ano que vem e quem quiser disputar com ele virar ministro. “Epa, pera aí, mas, para isso, é preciso contar com a reeleição de Dilma”, comenta um interlocutor. O deputado não se faz de rogado: “Eu tenho certeza de que o Lula será eleito”. Então, tá, excelência!

CURTIDAS 
Gastronomia presidencial I/ No jantar de terça-feira, no Alvorada, lá pelas tantas, a presidente Dilma anuncia: “Arranjei um fogão!”. A presidente tanto fez que agora tem um fogão na área reservada do Palácio do Planalto. Mas ainda não dá para cozinhar, apenas para aquecer, porque o exaustor não é lá essas maravilhas.

Gastronomia presidencial II/ A presidente, entretanto, se diz especialista em algumas iguarias. “Gosto de fazer bacalhau, uma sopa mais sofisticada, de beterraba (a borsch, típica da Polônia, da Ucrânia e da Rússia), alcatra recheada e pescada amarela”. O bacalhau é motivo de orgulho: “Ninguém até hoje largou o prato sem repetir”.

Carência presidencial/ O que faz falta na vida da presidente? “Andar pela rua como uma pessoa qualquer.”

E o pedido de Dia das Mães?/ “Gostaria que aquele menino pequeno viesse aqui”, disse, referindo-se ao neto Gabriel. Dilma, aliás, tem uma definição de neto: “É filho com assistência técnica. Deu problema, você chama a assistência técnica”.

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