sábado, março 22, 2014

O alvo é Lula - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 22/03

Os maiores defensores da presidente Dilma Rousseff no Congresso começam a comentar em conversas reservadas que, em 2004, quando Paulo Roberto Costa virou diretor da Petrobras, a então ministra de Minas e Energia não passava de coadjuvante no governo. Ainda que estivesse no primeiro escalão, as nomeações para as estatais eram decididas diretamente no Planalto, leia-se o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu então ministro da Casa Civil, José Dirceu.

O mesmo vale para a refinaria de Pasadena. Embora Dilma fosse ministra e presidisse o conselho, o então presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, despachava diretamente no Planalto, com Lula. Há quem tenha a tese de que ela apenas cumpriu ordens. O problema é que, se esse discurso servir para proteger a atual presidente, vai atingir o padrinho.

Memória
Em conversas reservadas, políticos têm dito que a prisão de Paulo Roberto Costa é mais explosiva do que a resposta de Dilma Rousseff sobre o parecer “técnico e juridicamente” falho que a fez apostar na compra da refinaria de Pasadena. Ele era o homem que sabia das coisas.

Siga o mestre
O PTB vai reforçar a onda anti-CPI. Seus representantes, quando procurados pelos tucanos para assinar o pedido, são diretos ao dizer que preferem seguir os conselhos de Fernando Henrique Cardoso de que não é hora de tocar fogo no país.

Sem saída
Aliados do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab vislumbram uma chance remota de ele ter algum espaço maior na eleição para governador do estado. Se Dilma Rousseff derreter e levar de roldão Alexandre Padilha.

Barbosa e o Rio
Apesar das declarações de Joaquim Barbosa (foto), sobre o fato de não pensar em campanha em 2014, seus colegas de toga consideram que não está descartada a hipótese de o ministro concorrer a um mandato de senador pelo Rio de Janeiro. Nem que seja apenas para infernizar a vida do governador Sérgio Cabral. Barbosa tem mais 10 dias para bater o martelo, uma vez que pode buscar um partido até seis meses antes da eleição.

Sobrevida…/ O governador da Bahia, Jacques Wagner, planeja esperar as investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) para decidir o futuro do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli em seu governo. Wagner não é de demitir ninguém no meio de um furacão.

… Sem trégua/ O problema é que Gabrielli não terá sossego. “Estou rezando para Nosso Senhor do Bonfim para que ele, enquanto secretário de Planejamento, não resolva fazer na Bahia os bons negócios que fez na Petrobras”, diz o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Carona amiga/ O secretário de Educação do Distrito Federal, Marcelo Aguiar, foi convidado para acompanhar o ministro da área, Paulo Paim, em viagem essa semana ao Amapá, onde ocorreu a reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Educação. Os dois são próximos desde os tempos em que eram secretários executivos dos ministérios de Dilma: Paim, Educação, e Aguiar, do Trabalho.

Caiu/ Com o vulcão Petrobras em erupção, o tema Marco Civil da Internet foi rebaixado. Os políticos só se referem a ele como um assunto da “série B”.

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