CORREIO BRAZILIENSE - 22/03
Criado em 1992, o Dia Mundial da Água parecia capricho de ecologistas contagiados pelo clima da Rio 92. Sobretudo no Brasil, que sediou a reunião da ONU, a data se afigurava extravagância de quem queria encontrar cabelo em casca de ovo. O juízo da maior parte da população se explica. O país tem a maior reserva de água doce do planeta - nada menos de 12% do total encontrado nos cinco continentes. Sem conhecer o outro lado da moeda, a opinião se sustentava.
Os fatos provaram o erro da avaliação. Menos de uma década depois, o primeiro grande apagão, que deixou às escuras boa parte do território nacional, acendeu a luz vermelha. De lá pra cá, os blecautes se sucedem e cobram preço alto de autoridades e moradores das cinco regiões. A privação de bem essencial, porém, até agora não foi suficiente para promover revolução nos costumes. Mantemos a caminhada do desperdício.
Com medo de pôr em risco a popularidade, o governo resiste a promover campanhas educativas. O vocábulo racionamento soa palavrão impronunciável. Mas não é. Ele deriva de razão. Há que alertar o povo para o uso racional da água. Sem consciência da escassez do insumo, adultos e crianças continuarão a marcha da insensatez - banhos demorados, torneiras generosas, mangueiras irresponsáveis.
Impõe-se chamar a atenção para a íntima relação entre água e energia. Sem uma não existe a outra. A água precisa de energia para ser purificada, transportada, pressurizada e depurada. A energia precisa da água para ser produzida. Vale lembrar que as hidrelétricas geram 77,1% da eletricidade brasileira. O esbanjamento de um insumo se reflete diretamente sobre o outro.
Ambos impactam a produção de alimentos. A agricultura responde por 70% do consumo mundial de água doce; as residências, por 17%; a indústria, 13%. Cuidar da água, pois, como frisa a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), é fundamental para a segurança energética e alimentar.
O Brasil, embora seja abençoado com 12% da água doce, sofre com a escassez. Uma das razões: a distribuição. Os mananciais se concentram em regiões com população rarefeita. A Amazônia, por exemplo, abriga a maior bacia fluvial do mundo, mas é pouco povoada. Por seu lado, as cidades com maior concentração demográfica estão distantes dos grandes rios nacionais - Amazonas, São Francisco e Paraná.
Outra razão: a irresponsabilidade. Rios e lagos perdem a qualidade da água - ora contaminada pelo mercúrio do garimpo ou pelos agrotóxicos da lavoura, ora pelos despejos de esgotos domésticos e industriais ou pela transformação dos leitos em lixeiras. É vexatório. Passou da hora de cuidar da maior riqueza do país.
Os fatos provaram o erro da avaliação. Menos de uma década depois, o primeiro grande apagão, que deixou às escuras boa parte do território nacional, acendeu a luz vermelha. De lá pra cá, os blecautes se sucedem e cobram preço alto de autoridades e moradores das cinco regiões. A privação de bem essencial, porém, até agora não foi suficiente para promover revolução nos costumes. Mantemos a caminhada do desperdício.
Com medo de pôr em risco a popularidade, o governo resiste a promover campanhas educativas. O vocábulo racionamento soa palavrão impronunciável. Mas não é. Ele deriva de razão. Há que alertar o povo para o uso racional da água. Sem consciência da escassez do insumo, adultos e crianças continuarão a marcha da insensatez - banhos demorados, torneiras generosas, mangueiras irresponsáveis.
Impõe-se chamar a atenção para a íntima relação entre água e energia. Sem uma não existe a outra. A água precisa de energia para ser purificada, transportada, pressurizada e depurada. A energia precisa da água para ser produzida. Vale lembrar que as hidrelétricas geram 77,1% da eletricidade brasileira. O esbanjamento de um insumo se reflete diretamente sobre o outro.
Ambos impactam a produção de alimentos. A agricultura responde por 70% do consumo mundial de água doce; as residências, por 17%; a indústria, 13%. Cuidar da água, pois, como frisa a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), é fundamental para a segurança energética e alimentar.
O Brasil, embora seja abençoado com 12% da água doce, sofre com a escassez. Uma das razões: a distribuição. Os mananciais se concentram em regiões com população rarefeita. A Amazônia, por exemplo, abriga a maior bacia fluvial do mundo, mas é pouco povoada. Por seu lado, as cidades com maior concentração demográfica estão distantes dos grandes rios nacionais - Amazonas, São Francisco e Paraná.
Outra razão: a irresponsabilidade. Rios e lagos perdem a qualidade da água - ora contaminada pelo mercúrio do garimpo ou pelos agrotóxicos da lavoura, ora pelos despejos de esgotos domésticos e industriais ou pela transformação dos leitos em lixeiras. É vexatório. Passou da hora de cuidar da maior riqueza do país.
PARABÉNS!
ResponderExcluirA unicidade do artigo na mídia, demonstra como a sociedade tem apreço por este bem finito: "ÁGUA"
O seu DIA MUNDIAL passa à brancas nuvens.
BRAZIL, PAÍS RICO...DE "BRANCAS NUVENS"!!!