segunda-feira, fevereiro 10, 2014

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 10/02

Acordos atraem investimento na Colômbia, diz agência
Atraídos pelos benefícios decorrentes de acordos bilaterais da Colômbia com vários países, empresas brasileiras devem aumentar os investimentos em solo colombiano em ao menos 45% neste ano, segundo projeção da agência Proexport.

Em 2013, o país recebeu recursos de quatro empresas do Brasil, que somaram US$ 55 milhões (aproximadamente R$ 130 milhões), conforme a agência colombiana que promove turismo e negócios.

Para este ano, a expectativa é de aporte de US$ 80 milhões (cerca de R$ 190 milhões), e de US$ 15 bilhões em recursos globais.

"Quase todos os investimentos do Brasil são feitos por causa de acordos bilaterais da Colômbia. Produtos da União Europeia entram com zero de imposto", diz Alejandro Peláez, cônsul econômico da Colômbia e diretor da Proexport.

"Com a Aliança do Pacífico [bloco comercial com Chile, Colômbia, México e Peru], os brasileiros podem, da Colômbia, fornecer aos mercados membros, com custo de produção e de recursos humanos mais competitivo que no Brasil", afirma Peláez.

O país também possui acordos de livre comércio com União Europeia, Canadá, México e países do triângulo do norte (El Salvador, Guatemala e Honduras).

A Duratex foi uma das companhias brasileiras que aportaram recursos na Colômbia recentemente.

Flavio Donatelli, CFO da Duratex, disse que, apesar de a Tablemac, cujo controle foi adquirido por cerca de US$ 64 milhões em janeiro, priorizar o mercado local, a Colômbia tem grande potencial de exportação.

"Precisamos expandir a produção e depois exportaremos." Além dos acordos e da proximidade com Caribe, México e até EUA, o país atrai por ter estabilidade jurídica, crescimento econômico, baixa inflação e políticas econômicas "bem claras", disse.

Cor branca sai de moda entre eletrodoméstico de alto padrão
Chamada de linha branca, a categoria de eletrodomésticos que reúne geladeiras, fogões e lavadoras tem cada vez menos produtos naquela cor.

Entre os artigos mais sofisticados, pela primeira vez neste ano as peças em inox deverão responder pela metade das unidades fabricadas pela Electrolux, dividindo o espaço com o branco.

"Outros revestimentos, como o vidro, já começaram a ser empregados", lembra Fábio Machado, executivo da companhia.

Na Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, o segmento "top" também registra metade da produção em cores diversas.

"Não só inox, mas vermelho, azul, amarelo e até uma linha toda preta", afirma o executivo Gustavo Melo.

A diversificação segue tendências de arquitetura e decoração de interiores.

As duas empresas dizem, no entanto, que no segmento considerado de entrada, com produtos mais básicos, o branco ainda predomina.

Entre os itens da linha branca, a LG fabrica só lavadoras e secadoras no Brasil. "O inox responde por 50% do total e, com os novos produtos que serão lançados neste ano, o percentual vai subir", diz a executiva Kati Dias.

Os refrigeradores da marca são importados da Coreia do Sul, de onde não vêm mais peças brancas.

O QUE ESTOU LENDO
Bernardo Gradin, presidente da GranBio

Nada de livros de literatura à vista por ora.

À cabeceira do empresário Bernardo Gradin está uma obra sobre genética, "Metabolic Engineering: Principles and Methodologies", escrito por Gregory Stephanopoulous, professor do MIT.

"Voltei a estudar genética para decidir melhor sobre os investimentos da GranBio", diz Gradin. A empresa produz etanol e bioquímicos, além de enzimas e microrganismos para uso industrial.

Onze centros de tecnologia serão instalados em Santa Catarina
Com aporte de cerca de R$ 100 milhões, centros de inovação serão instalados em onze cidades de Santa Catarina até o fim do próximo ano.

Serão construídas unidades em Florianópolis, Blumenau, Joinville, Chapecó, Tubarão, Criciúma, Itajaí, São Bento do Sul, Jaraguá do Sul, Joaçaba e Lages.

Juntas, elas terão capacidade para receber os escritórios de 300 empresas.

O projeto é desenvolvido pelo governo do Estados em parceria com universidades particulares, incubadoras tecnológicas e com as prefeituras dos municípios que terão os centros.

"Seguimos um modelo semelhante ao de um projeto existente na região da Catalunha, na Espanha", afirma o secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen,

Os empreendimentos deverão concentrar start-ups (empresas iniciantes de base tecnológica) e salas de aula para treinamento.

Do valor que será investido, 50% será aportado pelo Estado e 20% pelas prefeituras. O restante será proveniente de emenda parlamentar.

NÚMEROS DO PROJETO
R$ 100 milhões
será o valor aproximado investido no projeto

50%
dos recursos serão aplicados pelo governo de SC

11
cidades do Estado receberão os centros tecnológicos

300
empresas poderão se instalar nesses centros

SEM ESCOLHA
O Brasil caiu uma posição no ranking que analisa os 20 países com maior liberdade para escolha de fornecedores de energia elétrica. A lista é elaborada pela Abraceel (associação brasileira de comercializadores de energia).

O país desceu para o 13º lugar em 2013, posição antes ocupada pelo Japão.

"Enquanto alguns locais incentivam a liberalização do setor varejista de energia, o Brasil caminha no sentido oposto, com intervenções estatais e baixa competitividade no mercado livre energético", diz Reginaldo Medeiros, presidente da associação.

"Neste ano, haverá uma portaria que vai mudar os modelos de contratos do mercado livre e elevar o preço da energia em torno de 5%."

O ranking é baseado em uma média ponderada entre o percentual do mercado livre praticado nos 20 países e o número de consumidores.

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