FOLHA DE SP - 29/11
RIO DE JANEIRO - Há apenas 70 dias, o treinador Mano Menezes pediu demissão do Flamengo. Ao sair, com um B.O. de nove vitórias --jamais duas seguidas--, seis empates e sete derrotas, deixou o clube às portas do rebaixamento no Brasileiro e sem moral para seguir na luta pela Copa do Brasil. Devido ao adiantado da hora, o Flamengo substituiu-o pelo auxiliar técnico Jayme de Almeida, funcionário fixo de seus quadros.
Para justificar a saída, Mano Menezes alegou que não conseguira transmitir aos jogadores "aquilo que pensava de futebol". Para todos os efeitos, entre dar zero a si próprio por não saber ensinar ou a cada um de seus pupilos por eles não conseguirem aprender, optou pela segunda hipótese. Reprovou a classe inteira, pegou sua beca e seu capelo, e se mandou. Na sequência, seu substituto deu um novo caráter ao Flamengo, livrou-o do fantasma do rebaixamento e levou-o à conquista da Copa do Brasil --e, em consequência, à disputa da Libertadores em 2014.
O Flamengo não foi o primeiro fiasco de Mano Menezes que outro treinador precisou retificar. Há um ano, depois de um currículo pífio à frente da seleção brasileira, Mano Menezes já tinha sido substituído por Luiz Felipe Scolari --que não apenas tem levado a seleção a vencer como devolveu-lhe uma alegria de jogar que contamina até seus torcedores mais recalcitrantes, entre os quais eu.
Cada vez mais me convenço de que a humanidade se divide em duas categorias: as pessoas que fingem que se levam a sério e as que fingem que não se levam a sério. Mano Menezes está, decididamente, no primeiro grupo. Prova disso é a notícia recente, de que, ao pedir demissão em setembro, já tinha um novo emprego garantido.
Foi melhor para todo mundo. Boa sorte para Mano Menezes, e que lhe sobre tempo em 2014 para assistir à Libertadores pela televisão.
sexta-feira, novembro 29, 2013
Jogue Bucicleide do helicóptero - BARBARA GANCIA
FOLHA DE SP - 29/11
Buci, digo, Cleide chegou para me bombardear com um arsenal de perguntas sobre uma tal família Perrella
Desta vez o choque foi quase insuperável. Eu ainda estava acabrunhada e perguntando a mim mesma o que poderia ter dado errado, quando minha tresloucada amiga Bucicleide surgiu do nada, aparentemente para injetar ânimo em minhas veias.
"Não é possível, Buci, digo, Cleide, não entendo", desabafei. "O que é que Dubai tem que São Paulo não tem?" Não me conformo. Como pode a locomotiva do Brasil, exemplo de cidade de gente que faz e, quando não quer fazer, tem quem faça por ela, ter perdido para uma aldeia de adestradores de camelos, comedores de tâmaras, trepadores em miragens de palmeiras na competição para sediar a Expo 2020?
Dubai não fica lá na região da novela "O Clone"? Pois então. Vá ver se naquele fim de mundo tem piscinão, vá examinar se chove e escoa como aqui, se eles possuem 300 km de corredores de ônibus para ornar as avenidas, se tem prefeito boneco Ken ou ruas com lindas guaritas, se produzem o tanto de lixo por recolher que a gente vê em nossas calçadas, vá! Só quem gera riqueza produz lixo, sabia não, seu bando de desinteligentes que votou com a bunda em vez do cérebro?
Eliminar nossa potência logo na primeira rodada com apenas 13 votos de 163 possíveis para dar a vitória a uma tribo de nômades fazedores de xixi na areia é treta. Está na cara que tem harabishueba nesse negócio.
Bucicleide, que estava esperando meu desabafo chegar ao término com paciência de cuidador de pessoas idosas, soltou um suspiro tão dolorido que forçou um ponto final em minha fala. "Olha só, dona Barbarica, não é sobre isso que vim ter", anunciou. "Ah, não? Então do que estamos tratando?"
Buci mandou na bucha: "Quero arrumar um jeito de filar a bóia lá na fazenda dos Perrella, você que é jornalista e conhece todo mundo, não teria um contato bom para me apresentar, não?"
E quem seriam "os Perrella"? Deveria ter desconfiado da compaixão daquele ouvido amigo. Eterna interesseira, Bu (sim, Bu) foi tratando de explicar. "Fiz uns cálculos e cheguei à conclusão de que os 445 kg de cocaína apreendidos no helicóptero da empresa do deputado Gustavo Perrella (SDD-MG), devem valer 50 milhões no mercado".
Sei. E daí? "Daí que o piloto do helicóptero dos Perrella recebe R$ 1.700,00 ao mês. E o advogado do parlamentar disse que o funcionário estaria fazendo bico' naquele dia, sabia?" Não. "Pois é, mas piloto de helicóptero não ganha perto de R$ 15 mil?" E eu lá sei? Não sou piloto, ora bolas!
Senti uma mudança no tom de voz. "Ah, é? Então me diga: por que a PF não informou a quem pertence a fazenda em que o helicóptero pousou para descarregar a mercadoria? Qual o padrão de vida de um piloto de helicóptero que transporta carga ilícita avaliada em R$ 50 milhões? Por que não foi divulgado o resultado da quebra do sigilo telefônico do deputado Gustavo Perrella, 28, ou de seu pai, o senador Zezé Perrella (PDT-MG), que já foi acusado de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e evasão de divisas? Sabemos se há registro de conversas com o piloto?"
Nossa Bucicleide, você não tem mais o que fazer? Mas, em vez dizer isso em alto e bom tom, acabei perguntando: "Por que você quer ir filar a bóia na casa dessa gente, me explica?" Buci fez cara de pau de espanta cupim e revelou enfim: "Ué, porque a comida na casa dos Perrella deve ser ótima. Só pode ser por causa dela que um sujeito qualificado como piloto aceita receber um salário 10 vezes inferior ao do mercado para depois correr um baita risco traficando droga em aeronave roubada, né?"
Buci, digo, Cleide chegou para me bombardear com um arsenal de perguntas sobre uma tal família Perrella
Desta vez o choque foi quase insuperável. Eu ainda estava acabrunhada e perguntando a mim mesma o que poderia ter dado errado, quando minha tresloucada amiga Bucicleide surgiu do nada, aparentemente para injetar ânimo em minhas veias.
"Não é possível, Buci, digo, Cleide, não entendo", desabafei. "O que é que Dubai tem que São Paulo não tem?" Não me conformo. Como pode a locomotiva do Brasil, exemplo de cidade de gente que faz e, quando não quer fazer, tem quem faça por ela, ter perdido para uma aldeia de adestradores de camelos, comedores de tâmaras, trepadores em miragens de palmeiras na competição para sediar a Expo 2020?
Dubai não fica lá na região da novela "O Clone"? Pois então. Vá ver se naquele fim de mundo tem piscinão, vá examinar se chove e escoa como aqui, se eles possuem 300 km de corredores de ônibus para ornar as avenidas, se tem prefeito boneco Ken ou ruas com lindas guaritas, se produzem o tanto de lixo por recolher que a gente vê em nossas calçadas, vá! Só quem gera riqueza produz lixo, sabia não, seu bando de desinteligentes que votou com a bunda em vez do cérebro?
Eliminar nossa potência logo na primeira rodada com apenas 13 votos de 163 possíveis para dar a vitória a uma tribo de nômades fazedores de xixi na areia é treta. Está na cara que tem harabishueba nesse negócio.
Bucicleide, que estava esperando meu desabafo chegar ao término com paciência de cuidador de pessoas idosas, soltou um suspiro tão dolorido que forçou um ponto final em minha fala. "Olha só, dona Barbarica, não é sobre isso que vim ter", anunciou. "Ah, não? Então do que estamos tratando?"
Buci mandou na bucha: "Quero arrumar um jeito de filar a bóia lá na fazenda dos Perrella, você que é jornalista e conhece todo mundo, não teria um contato bom para me apresentar, não?"
E quem seriam "os Perrella"? Deveria ter desconfiado da compaixão daquele ouvido amigo. Eterna interesseira, Bu (sim, Bu) foi tratando de explicar. "Fiz uns cálculos e cheguei à conclusão de que os 445 kg de cocaína apreendidos no helicóptero da empresa do deputado Gustavo Perrella (SDD-MG), devem valer 50 milhões no mercado".
Sei. E daí? "Daí que o piloto do helicóptero dos Perrella recebe R$ 1.700,00 ao mês. E o advogado do parlamentar disse que o funcionário estaria fazendo bico' naquele dia, sabia?" Não. "Pois é, mas piloto de helicóptero não ganha perto de R$ 15 mil?" E eu lá sei? Não sou piloto, ora bolas!
Senti uma mudança no tom de voz. "Ah, é? Então me diga: por que a PF não informou a quem pertence a fazenda em que o helicóptero pousou para descarregar a mercadoria? Qual o padrão de vida de um piloto de helicóptero que transporta carga ilícita avaliada em R$ 50 milhões? Por que não foi divulgado o resultado da quebra do sigilo telefônico do deputado Gustavo Perrella, 28, ou de seu pai, o senador Zezé Perrella (PDT-MG), que já foi acusado de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e evasão de divisas? Sabemos se há registro de conversas com o piloto?"
Nossa Bucicleide, você não tem mais o que fazer? Mas, em vez dizer isso em alto e bom tom, acabei perguntando: "Por que você quer ir filar a bóia na casa dessa gente, me explica?" Buci fez cara de pau de espanta cupim e revelou enfim: "Ué, porque a comida na casa dos Perrella deve ser ótima. Só pode ser por causa dela que um sujeito qualificado como piloto aceita receber um salário 10 vezes inferior ao do mercado para depois correr um baita risco traficando droga em aeronave roubada, né?"
O lado escuro da força - NELSON MOTTA
O GLOBO - 29/11
Qualquer assunto ou pessoa que vá ao ar tem logo dois lados trocando insultos e acusações, dividindo o que poderia ser multiplicado
O avô do Jabor era uma figuraça. Quando o neto lhe contava entusiasmado uma boa novidade, o velho logo o advertia: “Cuidado, Arnaldinho, nada é só bom.” Sim, tudo também tem um lado ruim, o das coisas boas que vão ter fim. A máxima do velho antecipava o irônico paradoxo da era digital: nunca na história deste planeta houve algo tão bom para aproximar as pessoas — e nada que as dividisse tanto — como a internet, onde todos se encontram e cada um pode mostrar, escondido pelo anonimato, o seu pior.
Chico Buarque, que um dia já foi chamado de maior unanimidade do Brasil, disse que sempre acreditou que era amado, até descobrir, na internet, que era odiado. Qualquer assunto ou pessoa que vá ao ar tem logo dois lados trocando insultos e acusações, dividindo o que poderia ser multiplicado. No pesadelo futurista, a diversidade e a diferença são soterradas pela ignorância e o ódio irracional, que impedem qualquer debate produtivo, assim como os black blocks impedem qualquer manifestação pacifica.
Na última semana li vários editoriais de jornais e artigos de diversas tendências sobre o mesmo tema: a internet como geradora e ampliadora de um virulento e empobrecedor Fla x Flu, ou pior, de um PT x PSDB em que todos saem perdedores. E como disse o Pedro Dória: só vai piorar. Todas as paixões e excessos que são permitidos, e até divertidos e catárticos, nas discussões de futebol só produzem discórdia, mentiras e mais intolerância no debate politico e cultural. Simpatizantes de qualquer causa ou ideologia só leem os que dizem o que eles querem ouvir, nada aprendem de novo, chovem no molhado.
Mas até esse lado ruim também tem um lado bom, de revelar as verdades secretas, expondo os piores sentimentos de homens e mulheres, suas invejas e ressentimentos, sua malignidade, que nenhum regime político pode resolver. Sem o crescimento da consciência individual, como melhorar coletivamente?
Como Freud explicaria no seu Facebook, os comentários odiosos revelam mais sobre quem comenta do que sobre o odiado. Ou, como já dizia a minha avó, a boca fala (e agora digita) as abundâncias do coração.
Qualquer assunto ou pessoa que vá ao ar tem logo dois lados trocando insultos e acusações, dividindo o que poderia ser multiplicado
O avô do Jabor era uma figuraça. Quando o neto lhe contava entusiasmado uma boa novidade, o velho logo o advertia: “Cuidado, Arnaldinho, nada é só bom.” Sim, tudo também tem um lado ruim, o das coisas boas que vão ter fim. A máxima do velho antecipava o irônico paradoxo da era digital: nunca na história deste planeta houve algo tão bom para aproximar as pessoas — e nada que as dividisse tanto — como a internet, onde todos se encontram e cada um pode mostrar, escondido pelo anonimato, o seu pior.
Chico Buarque, que um dia já foi chamado de maior unanimidade do Brasil, disse que sempre acreditou que era amado, até descobrir, na internet, que era odiado. Qualquer assunto ou pessoa que vá ao ar tem logo dois lados trocando insultos e acusações, dividindo o que poderia ser multiplicado. No pesadelo futurista, a diversidade e a diferença são soterradas pela ignorância e o ódio irracional, que impedem qualquer debate produtivo, assim como os black blocks impedem qualquer manifestação pacifica.
Na última semana li vários editoriais de jornais e artigos de diversas tendências sobre o mesmo tema: a internet como geradora e ampliadora de um virulento e empobrecedor Fla x Flu, ou pior, de um PT x PSDB em que todos saem perdedores. E como disse o Pedro Dória: só vai piorar. Todas as paixões e excessos que são permitidos, e até divertidos e catárticos, nas discussões de futebol só produzem discórdia, mentiras e mais intolerância no debate politico e cultural. Simpatizantes de qualquer causa ou ideologia só leem os que dizem o que eles querem ouvir, nada aprendem de novo, chovem no molhado.
Mas até esse lado ruim também tem um lado bom, de revelar as verdades secretas, expondo os piores sentimentos de homens e mulheres, suas invejas e ressentimentos, sua malignidade, que nenhum regime político pode resolver. Sem o crescimento da consciência individual, como melhorar coletivamente?
Como Freud explicaria no seu Facebook, os comentários odiosos revelam mais sobre quem comenta do que sobre o odiado. Ou, como já dizia a minha avó, a boca fala (e agora digita) as abundâncias do coração.
Menino, vamos a pé, te conto histórias - IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
O Estado de S.Paulo - 29/11
Quando Juca de Oliveira, o ator, tomou posse, ontem, na Academia Paulista de Letras, eu estava em Guapiaçu, interior do estado, falando na biblioteca municipal. Penúltima etapa da Viagem Literária da Secretaria de Cultura. Amanhã encerro o ano falando no Sesc de Piracicaba ao lado de Danilo Santos de Miranda. Depois, só ano que vem. Conheço Juca de Oliveira desde os tempos do TBC, quando o vi em A Semente, de Gianfrancesco Guarnieri, um dos grandes dramaturgos brasileiros que precisa ser revitalizado, e O Pagador de Promessas, de Dias Gomes. Depois, ele foi para o Teatro de Arena, trabalhou com Guarnieri e com Boal e eu o invejava por que ele namorava Joana Fomm, musa de minha geração. Juca está na Academia por ser autor, ator, militante político, a APL vem se renovando, se abrindo, mudando o sentido fechado da palavra que, antigamente sugeria um reduto fechado, inacessível. Agora é diálogo.
Os últimos meses passei no ar e diante de auditórios. Quem leu meu novo livro O Mel de Ocara entende bem o que digo. É a nova face do escritor brasileiro, escrever e falar, atravessando o Brasil, o oceano.
Extremos. Quarenta dias atrás saí de Paragominas, cidade com 60 anos de existência e desembarquei em Frankfurt para a Feira de Livros que o Paulo Coelho odiou, a 20 mil quilômetros de distância. Do nordeste do Pará a Belém foram 400 quilômetros, quatro horas de carro. Depois, Belém a São Paulo, três horas e meia de avião. Sete horas e meia e cortei apenas um pedaço do Brasil. Depois, atravessei o Atlântico e em 11 horas desci na Alemanha. Voltando, parti para Santarém. Jamais esquecerei a tarde em que, nesta cidade, ao crepúsculo, contemplei o encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós, um tentando engolir o outro, cada um resistindo, e aquelas duas manchas caminhando paralelas por quilômetros. Ou a manhã passada na praia de Alter do Chão, paradisíaca (perdoem o clichê) em uma ilha que, na cheia, desaparece, depois retorna. Conheçam antes que o turismo predador destrua tudo. Caipira que sou, admiro o tamanho deste nosso País e como o tempo e as distâncias acabaram relativizadas.
Muitas vezes penso: por que estou fazendo isso? Não deveria estar sossegado, lendo um livro na varanda? Indo ao cinema? Beirando os 80 tem sentido este ir e vir, vir e ir? No fundo, sou mais um repórter-cronista e quando me vejo num retão infinito como aquele que leva de Belém a Paragominas, atravessando cidades com nomes como Castanhal, Aurora do Pará, Irixuma, Irituia, Garrafão do Norte, Cachoeira do Piriá ou Mãe do Rio, me acalmo, desfruto e gosto. Mãe do Rio é o nome do rio, mas é também a cobra que pode tomar a forma de uma embarcação, devorando quem navega. Ou então seduzindo ao se tornar mulher encantadora, a mãe da água.
Foram etapas de minha participação num projeto só, a Feira Pan Amazônica. Fiz em sequência Belém, Marabá, Paragominas e fechei com Santarém. Este é um "país chamado Pará", escreveu o poeta Ruy Barata. De Belém a Paragominas, atravessei terras planas, sulcadas por leves montanhas. De tempos em tempo, árvores colossais, frondosas, indicavam: estou na Amazônia.
A rodovia, pista única, irregular, sem sinalização e sem uma só placa de quilometragem, é cortada por gigantescos caminhões (ou treminhões, como dizem no interior açucareiro de São Paulo). Se em Minas fazemos o cálculo por curvas, aqui podemos fazer por lombadas. São milhares. Leio as placas da estrada: café com água filtrada. Num posto, o banheiro indica: Femenino. Assim mesmo, com o E onde deveria ser I, talvez para lembrar de fêmea. Enfileirados, depósitos, barracões, galpões lotados de carrocerias enferrujadas.
O município de Paragominas tem a extensão do território do estado de Sergipe. Conhecido como cinturão verde, tem bosques, lagos, reservas florestais. "Quem chegasse aqui há vinte anos se assustava. O céu era encoberto por uma poeira vermelha, que aliada ao pó de serra e somada ao pó negro produzido pelos fornos de carvão tóxico, produzia a sensação de fog londrino", conta Paulo Chaves, arquiteto e secretário de Cultura do estado e um dos criadores da Pan Amazônica e seus salões.
"Havia em Paragominas 250 serrarias que tinham devastado tudo, e centenas de produtores de carvão vegetal. Metade da cobertura vegetal estava destruída. A cidade encabeçava a lista das 36 cidades brasileiras que mais desmataram. A partir de 2008, prefeitos montaram pactos com sindicatos de produtores rurais, associações de moradores, organizações ambientalistas, líderes comunitários e começaram a reverter a situação. Serrarias clandestinas foram fechadas, a produção de carvão desativada. Iniciou-se o reflorestamento e até agora 60 milhões de mudas foram replantadas. O desmatamento caiu, a cidade é modelo para programas de Municípios Verdes, inclusive com a adoção da Pecuária Verde, a que não desmata, nem devasta. O analfabetismo é mínimo na região. Os fazendeiros gostaram? Nem um pouco."
Momentos como este me fazem acreditar que o processo pode inverter. Sinto - e leitores me alertam - que muitas vezes me repito ao narrar estes encontros pelo Brasil. Mas repetirei sim, lembrando a noite em que falei em Paragominas, mediado pelo escritor Daniel Leite, autor de comovente livro A História das Crianças que Plantaram Um Rio.
Terminada uma breve fala, vieram as perguntas. E elas não paravam, o tempo foi mais do que estourado. Nesse momento, vimos na primeira fila uma mãe insistindo com o filho de oito, nove anos: "Vamos embora, se não perdemos o ônibus". E o menino: "Não vou, vamos ficar mais um pouco, estão contando histórias". E a mãe, preocupada: "E se a gente perde o ônibus ?". O menino, olho no palco, respondeu: "A gente vai a pé". Sabe-se lá quanto andariam na noite escura. Quase disse ao menino: fique, te acompanharei a pé, contando outras histórias.
Quando Juca de Oliveira, o ator, tomou posse, ontem, na Academia Paulista de Letras, eu estava em Guapiaçu, interior do estado, falando na biblioteca municipal. Penúltima etapa da Viagem Literária da Secretaria de Cultura. Amanhã encerro o ano falando no Sesc de Piracicaba ao lado de Danilo Santos de Miranda. Depois, só ano que vem. Conheço Juca de Oliveira desde os tempos do TBC, quando o vi em A Semente, de Gianfrancesco Guarnieri, um dos grandes dramaturgos brasileiros que precisa ser revitalizado, e O Pagador de Promessas, de Dias Gomes. Depois, ele foi para o Teatro de Arena, trabalhou com Guarnieri e com Boal e eu o invejava por que ele namorava Joana Fomm, musa de minha geração. Juca está na Academia por ser autor, ator, militante político, a APL vem se renovando, se abrindo, mudando o sentido fechado da palavra que, antigamente sugeria um reduto fechado, inacessível. Agora é diálogo.
Os últimos meses passei no ar e diante de auditórios. Quem leu meu novo livro O Mel de Ocara entende bem o que digo. É a nova face do escritor brasileiro, escrever e falar, atravessando o Brasil, o oceano.
Extremos. Quarenta dias atrás saí de Paragominas, cidade com 60 anos de existência e desembarquei em Frankfurt para a Feira de Livros que o Paulo Coelho odiou, a 20 mil quilômetros de distância. Do nordeste do Pará a Belém foram 400 quilômetros, quatro horas de carro. Depois, Belém a São Paulo, três horas e meia de avião. Sete horas e meia e cortei apenas um pedaço do Brasil. Depois, atravessei o Atlântico e em 11 horas desci na Alemanha. Voltando, parti para Santarém. Jamais esquecerei a tarde em que, nesta cidade, ao crepúsculo, contemplei o encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós, um tentando engolir o outro, cada um resistindo, e aquelas duas manchas caminhando paralelas por quilômetros. Ou a manhã passada na praia de Alter do Chão, paradisíaca (perdoem o clichê) em uma ilha que, na cheia, desaparece, depois retorna. Conheçam antes que o turismo predador destrua tudo. Caipira que sou, admiro o tamanho deste nosso País e como o tempo e as distâncias acabaram relativizadas.
Muitas vezes penso: por que estou fazendo isso? Não deveria estar sossegado, lendo um livro na varanda? Indo ao cinema? Beirando os 80 tem sentido este ir e vir, vir e ir? No fundo, sou mais um repórter-cronista e quando me vejo num retão infinito como aquele que leva de Belém a Paragominas, atravessando cidades com nomes como Castanhal, Aurora do Pará, Irixuma, Irituia, Garrafão do Norte, Cachoeira do Piriá ou Mãe do Rio, me acalmo, desfruto e gosto. Mãe do Rio é o nome do rio, mas é também a cobra que pode tomar a forma de uma embarcação, devorando quem navega. Ou então seduzindo ao se tornar mulher encantadora, a mãe da água.
Foram etapas de minha participação num projeto só, a Feira Pan Amazônica. Fiz em sequência Belém, Marabá, Paragominas e fechei com Santarém. Este é um "país chamado Pará", escreveu o poeta Ruy Barata. De Belém a Paragominas, atravessei terras planas, sulcadas por leves montanhas. De tempos em tempo, árvores colossais, frondosas, indicavam: estou na Amazônia.
A rodovia, pista única, irregular, sem sinalização e sem uma só placa de quilometragem, é cortada por gigantescos caminhões (ou treminhões, como dizem no interior açucareiro de São Paulo). Se em Minas fazemos o cálculo por curvas, aqui podemos fazer por lombadas. São milhares. Leio as placas da estrada: café com água filtrada. Num posto, o banheiro indica: Femenino. Assim mesmo, com o E onde deveria ser I, talvez para lembrar de fêmea. Enfileirados, depósitos, barracões, galpões lotados de carrocerias enferrujadas.
O município de Paragominas tem a extensão do território do estado de Sergipe. Conhecido como cinturão verde, tem bosques, lagos, reservas florestais. "Quem chegasse aqui há vinte anos se assustava. O céu era encoberto por uma poeira vermelha, que aliada ao pó de serra e somada ao pó negro produzido pelos fornos de carvão tóxico, produzia a sensação de fog londrino", conta Paulo Chaves, arquiteto e secretário de Cultura do estado e um dos criadores da Pan Amazônica e seus salões.
"Havia em Paragominas 250 serrarias que tinham devastado tudo, e centenas de produtores de carvão vegetal. Metade da cobertura vegetal estava destruída. A cidade encabeçava a lista das 36 cidades brasileiras que mais desmataram. A partir de 2008, prefeitos montaram pactos com sindicatos de produtores rurais, associações de moradores, organizações ambientalistas, líderes comunitários e começaram a reverter a situação. Serrarias clandestinas foram fechadas, a produção de carvão desativada. Iniciou-se o reflorestamento e até agora 60 milhões de mudas foram replantadas. O desmatamento caiu, a cidade é modelo para programas de Municípios Verdes, inclusive com a adoção da Pecuária Verde, a que não desmata, nem devasta. O analfabetismo é mínimo na região. Os fazendeiros gostaram? Nem um pouco."
Momentos como este me fazem acreditar que o processo pode inverter. Sinto - e leitores me alertam - que muitas vezes me repito ao narrar estes encontros pelo Brasil. Mas repetirei sim, lembrando a noite em que falei em Paragominas, mediado pelo escritor Daniel Leite, autor de comovente livro A História das Crianças que Plantaram Um Rio.
Terminada uma breve fala, vieram as perguntas. E elas não paravam, o tempo foi mais do que estourado. Nesse momento, vimos na primeira fila uma mãe insistindo com o filho de oito, nove anos: "Vamos embora, se não perdemos o ônibus". E o menino: "Não vou, vamos ficar mais um pouco, estão contando histórias". E a mãe, preocupada: "E se a gente perde o ônibus ?". O menino, olho no palco, respondeu: "A gente vai a pé". Sabe-se lá quanto andariam na noite escura. Quase disse ao menino: fique, te acompanharei a pé, contando outras histórias.
Buquê - FERNANDA TORRES
FOLHA DE SP - 29/11
Que mistura acentuaria o buquê de aromas terrosos, o retrogosto de calcário harmonizado?
T. é amigo de meus enteados, tem 23 anos e faz o estilo Jesus Cristo Superstar. É bonito, selvagem, boa-praça e popular entre as mulheres. O mais experiente entre os seus, já levou à lona uma coroa de 32.
T. arrumou uma namorada fixa, também bela, interessante, inteligente. M. é uma garota sagaz que acaba de terminar uma relação de um ano com um homem mais velho. M. trata T. como um ogro adorável, quer criá-lo para si, talvez como o outro fez com ela.
Era um fim de festa em minha casa, sobraram os adolescentes já não tão adolescentes e eu, para lá de balzaca. T., como quem revela uma angústia a um amigo, me confessou num aparte:
-- Minha namorada me proíbe de tomar Coca-Cola e comer chocolate.
Por solidariedade ao gênero, e fiel às tendências orgânicas, dei razão à moça, argumentando em prol de uma dieta saudável; T. me interrompeu brusco.
-- Você não entendeu, ela grita comigo --disse.
A mesa ouviu e refletiu calada.
-- Vocês acham certo isso? Ela gritar por causa de uma Coca-Cola? --perguntou, impotente.
Jesus Cristo não sabia, mas começava para ele um noviciado. T. estava sendo introduzido no ardiloso mundo da histeria feminina. Parecia assustado e tinha motivos para tanto.
As mulheres têm o dom de surtar. A fragilidade atávica lhes permite perder a cabeça, chorar além do suportável, entrar no túnel, sofrer até sair da pele. Aos homens, resta o recuo, a obrigação do amparo. A posição de vítima é, por conquista, da mulher.
Apesar do aspecto irracional, todo descabelamento feminino é fundamentado em uma razão concreta, um direito não atendido. É o que as salva da loucura.
-- Ela grita? --perguntei.
-- Grita --ele disse.
-- Por uma Coca-Cola?
T. confirmou dúbio, baixou os olhos e, depois de uma demorada pausa, fez a revelação.
-- Ela se irrita porque... porque ela diz que muda o gosto...
Ia falar da porra, mas teve pudor por minha causa.
-- Do gozo --concluiu formal.
A mesa reagiu estupefata. Ninguém havia relacionado o cardápio ao sexo, tratava-se de uma surpreendente guinada.
-- Isso existe? --perguntou ele, surpreso.
M. tinha razões para vociferar. Anos de feminismo desaguaram nela, no direito de temperar os fluidos do companheiro.
Discretamente, a plateia passou em revista os alimentos que poderiam justificar a indignação de M.: fast food, acarajé, cebola, mostarda, agrião, cítricos. Que influência teriam no sêmen? Que mistura acentuaria o buquê de aromas terrosos, o retrogosto de calcário harmonizado, a estrutura firme, a adstringência clássica e os taninos de consistência ácida?
Perdida no devaneio e querendo honrar o posto de anciã, lembrei-me de um amigo de Nova York, gay militante, que repetia categórico: "Forget aspargus!". Richard conhecia os dois lados da balança e não tenderia nem para M. e nem para T..
-- Meus queridos, --eu disse-- esqueçam o aspargo!
Os moleques respiraram aliviados, não gostavam de aspargo. Não seria nenhum sacrifício abrir mão dele, não se tratava de um polenguinho, um cheese tudo, ou um balde de refrigerante. R., o menor, que só recentemente concluíra a puberdade tardia, sorriu satisfeito.
-- Ainda bem que eu me alimento direito --disse, com uma placidez invejável.
Tive uma pena colossal, um carinho imenso pela inocência dele.
Já T. não parecia tão seguro. Percebia a gravidade da situação.
M., afinal, tinha direitos sobre as secreções dele. Bastava olhar o súbito interesse culinário dos presentes. Tal prerrogativa dava à garota a liberdade de soltar os cachorros sobre ele quando bem entendesse, de ser dona de tudo, de se apossar geral, de moldá-lo ao seu bel-prazer.
Entre o chocolate e a carícia íntima, quem há de negar que a segunda supera a primeira no que concerne o interesse do casal. M. zelava pelos dois, era a boa, a pura, a santa. O egoísta era ele.
T. acabou a noite com um sorriso inconformado no rosto. Pelo bem da união, via-se, agora, como parte de uma engrenagem sexo-digestiva. A fábrica de excrementos do Mimi, o Metalúrgico. O rapaz refletia se sobreviveria em tais condições.
O mais provável é que T. desenvolva a surdez seletiva às lamúrias dela, na esperança de que M. canse ou se conforme com o seu sabor adocicado.
Que mistura acentuaria o buquê de aromas terrosos, o retrogosto de calcário harmonizado?
T. é amigo de meus enteados, tem 23 anos e faz o estilo Jesus Cristo Superstar. É bonito, selvagem, boa-praça e popular entre as mulheres. O mais experiente entre os seus, já levou à lona uma coroa de 32.
T. arrumou uma namorada fixa, também bela, interessante, inteligente. M. é uma garota sagaz que acaba de terminar uma relação de um ano com um homem mais velho. M. trata T. como um ogro adorável, quer criá-lo para si, talvez como o outro fez com ela.
Era um fim de festa em minha casa, sobraram os adolescentes já não tão adolescentes e eu, para lá de balzaca. T., como quem revela uma angústia a um amigo, me confessou num aparte:
-- Minha namorada me proíbe de tomar Coca-Cola e comer chocolate.
Por solidariedade ao gênero, e fiel às tendências orgânicas, dei razão à moça, argumentando em prol de uma dieta saudável; T. me interrompeu brusco.
-- Você não entendeu, ela grita comigo --disse.
A mesa ouviu e refletiu calada.
-- Vocês acham certo isso? Ela gritar por causa de uma Coca-Cola? --perguntou, impotente.
Jesus Cristo não sabia, mas começava para ele um noviciado. T. estava sendo introduzido no ardiloso mundo da histeria feminina. Parecia assustado e tinha motivos para tanto.
As mulheres têm o dom de surtar. A fragilidade atávica lhes permite perder a cabeça, chorar além do suportável, entrar no túnel, sofrer até sair da pele. Aos homens, resta o recuo, a obrigação do amparo. A posição de vítima é, por conquista, da mulher.
Apesar do aspecto irracional, todo descabelamento feminino é fundamentado em uma razão concreta, um direito não atendido. É o que as salva da loucura.
-- Ela grita? --perguntei.
-- Grita --ele disse.
-- Por uma Coca-Cola?
T. confirmou dúbio, baixou os olhos e, depois de uma demorada pausa, fez a revelação.
-- Ela se irrita porque... porque ela diz que muda o gosto...
Ia falar da porra, mas teve pudor por minha causa.
-- Do gozo --concluiu formal.
A mesa reagiu estupefata. Ninguém havia relacionado o cardápio ao sexo, tratava-se de uma surpreendente guinada.
-- Isso existe? --perguntou ele, surpreso.
M. tinha razões para vociferar. Anos de feminismo desaguaram nela, no direito de temperar os fluidos do companheiro.
Discretamente, a plateia passou em revista os alimentos que poderiam justificar a indignação de M.: fast food, acarajé, cebola, mostarda, agrião, cítricos. Que influência teriam no sêmen? Que mistura acentuaria o buquê de aromas terrosos, o retrogosto de calcário harmonizado, a estrutura firme, a adstringência clássica e os taninos de consistência ácida?
Perdida no devaneio e querendo honrar o posto de anciã, lembrei-me de um amigo de Nova York, gay militante, que repetia categórico: "Forget aspargus!". Richard conhecia os dois lados da balança e não tenderia nem para M. e nem para T..
-- Meus queridos, --eu disse-- esqueçam o aspargo!
Os moleques respiraram aliviados, não gostavam de aspargo. Não seria nenhum sacrifício abrir mão dele, não se tratava de um polenguinho, um cheese tudo, ou um balde de refrigerante. R., o menor, que só recentemente concluíra a puberdade tardia, sorriu satisfeito.
-- Ainda bem que eu me alimento direito --disse, com uma placidez invejável.
Tive uma pena colossal, um carinho imenso pela inocência dele.
Já T. não parecia tão seguro. Percebia a gravidade da situação.
M., afinal, tinha direitos sobre as secreções dele. Bastava olhar o súbito interesse culinário dos presentes. Tal prerrogativa dava à garota a liberdade de soltar os cachorros sobre ele quando bem entendesse, de ser dona de tudo, de se apossar geral, de moldá-lo ao seu bel-prazer.
Entre o chocolate e a carícia íntima, quem há de negar que a segunda supera a primeira no que concerne o interesse do casal. M. zelava pelos dois, era a boa, a pura, a santa. O egoísta era ele.
T. acabou a noite com um sorriso inconformado no rosto. Pelo bem da união, via-se, agora, como parte de uma engrenagem sexo-digestiva. A fábrica de excrementos do Mimi, o Metalúrgico. O rapaz refletia se sobreviveria em tais condições.
O mais provável é que T. desenvolva a surdez seletiva às lamúrias dela, na esperança de que M. canse ou se conforme com o seu sabor adocicado.
Ueba! Hoje é a Black Fraude! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 29/11
E o Black Friday no Congresso: 'Deputados vendem apoio por 50% das verbas! Só hoje!'
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o predestinado do dia! Torcedor do Flamengo: Vasco Ladeira! Agente inimigo infiltrado. E atenção! Oba! Hoje é Black Friday! Ops, Black Fraude! Tudo pela metade do dobro! Black Friday! É friday, mas é tudo de segunda! Rarará!
E o bom da Black Friday é que não dá pra comprar por impulso, o site das lojas travam e você não consegue comprar nada! Rarará!
E existe coisa mais colonizada que Black Friday no Brasil se chamar Black Friday? Por isso que um cara escreveu no Twitter: "Black Friday o c*, meu nome é Zé Pequeno". E na 25 de Março é "Bleque Fliday". Tudo made in China. Tudo de segunda na bleque fliday.
E o Black Friday no Congresso: "Deputados vendem apoio por 50% das verbas! Só hoje! Fale com o líder da bancada". Aproveita, Dilma! Rarará! Black Friday na Argentina: "Vendo todo! Me voy a la mierda". Rarará!
E o Black Friday no Vasco: "Vasco vende até a alma! Produto com defeito! Leve já! Frete grátis". O Dinamite faz a entrega! Rarará.
E o Black Friday no Palmeiras? Não teve porque eles perderam todos os pontos de revenda! Rarará!
E o Flamengo é tri! Viva o Mengão! Como gritou aquele flamenguista: "Agora é quatro letra: CABÔ!". E o Flamengo é tri, o Vasco é a prova de que o futebol não é uma caixinha de surpresas. E o Botafogo? Ah, o Botafogo é um bairro lindo! Rarará!
E o meu São Paulo? Eliminado pela Ponte Preta! A macaca comeu os bambis! Como diz o FuteboldaDepressao: "Time grande não cai! Despenca da Ponte!". E eu já disse que o São Paulo tem que trocar o Boi Bandido por um Bambi Malvado! Aí, sim! Rarará!
E gosto muito como o Ceni bate falta. Ele vai até a barreira, olha para um lado da barreira, olha pro outro, se afasta e bate no meio da barreira. Rarará.
É mole? É mole, mas sobe!
Promoções da Black Fraude! Placa no supermercado em Natal: "Promoção de Chokito! De R$ 2,78 por R$ 2,78". Oba! Vou correndo! Não é todo dia que você consegue economizar zero centavos! E essa aqui num supermercado em Curitiba: "Lava roupa antiodor limão. De R$ 3,97 por R$ 3,98". E mais essa bombástica: "Oferta Óleo de Soja Liza. De R$ 2,29 por R$ 2,28". Eita liquidação da porra!. Rarará. Viva a Black Friday. Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E o Black Friday no Congresso: 'Deputados vendem apoio por 50% das verbas! Só hoje!'
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o predestinado do dia! Torcedor do Flamengo: Vasco Ladeira! Agente inimigo infiltrado. E atenção! Oba! Hoje é Black Friday! Ops, Black Fraude! Tudo pela metade do dobro! Black Friday! É friday, mas é tudo de segunda! Rarará!
E o bom da Black Friday é que não dá pra comprar por impulso, o site das lojas travam e você não consegue comprar nada! Rarará!
E existe coisa mais colonizada que Black Friday no Brasil se chamar Black Friday? Por isso que um cara escreveu no Twitter: "Black Friday o c*, meu nome é Zé Pequeno". E na 25 de Março é "Bleque Fliday". Tudo made in China. Tudo de segunda na bleque fliday.
E o Black Friday no Congresso: "Deputados vendem apoio por 50% das verbas! Só hoje! Fale com o líder da bancada". Aproveita, Dilma! Rarará! Black Friday na Argentina: "Vendo todo! Me voy a la mierda". Rarará!
E o Black Friday no Vasco: "Vasco vende até a alma! Produto com defeito! Leve já! Frete grátis". O Dinamite faz a entrega! Rarará.
E o Black Friday no Palmeiras? Não teve porque eles perderam todos os pontos de revenda! Rarará!
E o Flamengo é tri! Viva o Mengão! Como gritou aquele flamenguista: "Agora é quatro letra: CABÔ!". E o Flamengo é tri, o Vasco é a prova de que o futebol não é uma caixinha de surpresas. E o Botafogo? Ah, o Botafogo é um bairro lindo! Rarará!
E o meu São Paulo? Eliminado pela Ponte Preta! A macaca comeu os bambis! Como diz o FuteboldaDepressao: "Time grande não cai! Despenca da Ponte!". E eu já disse que o São Paulo tem que trocar o Boi Bandido por um Bambi Malvado! Aí, sim! Rarará!
E gosto muito como o Ceni bate falta. Ele vai até a barreira, olha para um lado da barreira, olha pro outro, se afasta e bate no meio da barreira. Rarará.
É mole? É mole, mas sobe!
Promoções da Black Fraude! Placa no supermercado em Natal: "Promoção de Chokito! De R$ 2,78 por R$ 2,78". Oba! Vou correndo! Não é todo dia que você consegue economizar zero centavos! E essa aqui num supermercado em Curitiba: "Lava roupa antiodor limão. De R$ 3,97 por R$ 3,98". E mais essa bombástica: "Oferta Óleo de Soja Liza. De R$ 2,29 por R$ 2,28". Eita liquidação da porra!. Rarará. Viva a Black Friday. Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Irã, Síria, Obama e a base da nova diplomacia - GILLES LAPOUGE
O Estado de S.Paulo - 29/11
O sistema geopolítico que governa o mundo entrou há alguns meses em uma nova era. Uma formidável comoção embaralhou as cartas de uma ponta a outra do planeta. Ela abalou posições que se julgavam consolidadas e inamovíveis na Europa (Ucrânia, Rússia), na China, mas, sobretudo, no Oriente Médio.
Não é correto pensar que esse imenso alvoroço deveu-se exclusivamente à vontade de um homem ou de uma potência. Muitos indícios sugerem, contudo, que o presidente americano, Barack Obama, foi um dos atores dessa metamorfose.
Duas ações decisivas tiveram lugar nos últimos meses. A primeira é a fadiga da insurreição dos "rebeldes" na Síria, cada vez mais isolados pelas tropas de Bashar Assad que a cada dia marcam novos pontos. A segunda, a assinatura do acordo em Genebra entre o grupo P5+1 (os cinco membros permanentes do conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) e o Irã.
Nos dois casos, Obama esteve nas manobras. Relembrando: há poucos meses, os EUA estavam resolvidos a punir o tirano Assad, fornecendo mísseis Tomahawk aos insurgentes com esse fim. Obama chegou a arrastar a França para a ideia dessa cruzada anti-Assad e o secretário de Estado John Kerry fez o papel de incendiário.
De repente, quando explodiu a crise sobre as armas químicas usadas na Síria, tudo mudou: a questão não era mais a deposição de Assad. Washington acertou a questão dos arsenais químicos sírios em estreita cooperação com o presidente russo, Vladimir Putin, sem falar com os europeus ocidentais, que ficaram decepcionados (François Hollande em especial).
A grande revolta democrática da rua síria, tão enaltecida nos dois últimos anos por todos os poetas líricos da Europa e da América, saiu das primeiras páginas. A mudança americana sobre a síria é explicável. A rebelião síria está cada vez mais contaminada por jihadistas cujo fanatismo e obscurantismo são de assustar. Mas parece haver uma outra razão. E ela deve ser buscada na outra grande virada diplomática: o acordo assinado em Genebra com o Irã. Este acerto era uma das obsessões de Obama desde sua primeira eleição.
Não foi um acaso que as duas surpresas diplomáticas deste ano se produziram quase ao mesmo momento. De fato, o acordo com o Irã não poderia ter sido assinado se, ao mesmo tempo, os EUA tivessem lançado ataques aéreos contra as posições de Assad na Síria. Nesse caso, Teerã, que apoia o regime sírio, teria imediatamente rompido a discussão com Obama.
Nesses dois âmbitos, observa-se um outro ponto em comum: o estilo solitário e quase arrogante com que Obama conduziu o caso. Na Síria, ele mudou subitamente de curso abandonando a ideia de ataques contra Assad e resolvendo o problema das armas químicas apenas com Putin. No caso do Irã, ele fez os aliados europeus acreditarem que eles estavam juntos na empreitada, mas, uma vez assinado o acordo de Genebra, Washington deixou filtrar a verdade: as discussões entre Teerã e Washington sobre o arsenal iraniano vinham ocorrendo havia meses sem que Obama julgasse útil informar outros países a esse respeito. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
O sistema geopolítico que governa o mundo entrou há alguns meses em uma nova era. Uma formidável comoção embaralhou as cartas de uma ponta a outra do planeta. Ela abalou posições que se julgavam consolidadas e inamovíveis na Europa (Ucrânia, Rússia), na China, mas, sobretudo, no Oriente Médio.
Não é correto pensar que esse imenso alvoroço deveu-se exclusivamente à vontade de um homem ou de uma potência. Muitos indícios sugerem, contudo, que o presidente americano, Barack Obama, foi um dos atores dessa metamorfose.
Duas ações decisivas tiveram lugar nos últimos meses. A primeira é a fadiga da insurreição dos "rebeldes" na Síria, cada vez mais isolados pelas tropas de Bashar Assad que a cada dia marcam novos pontos. A segunda, a assinatura do acordo em Genebra entre o grupo P5+1 (os cinco membros permanentes do conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) e o Irã.
Nos dois casos, Obama esteve nas manobras. Relembrando: há poucos meses, os EUA estavam resolvidos a punir o tirano Assad, fornecendo mísseis Tomahawk aos insurgentes com esse fim. Obama chegou a arrastar a França para a ideia dessa cruzada anti-Assad e o secretário de Estado John Kerry fez o papel de incendiário.
De repente, quando explodiu a crise sobre as armas químicas usadas na Síria, tudo mudou: a questão não era mais a deposição de Assad. Washington acertou a questão dos arsenais químicos sírios em estreita cooperação com o presidente russo, Vladimir Putin, sem falar com os europeus ocidentais, que ficaram decepcionados (François Hollande em especial).
A grande revolta democrática da rua síria, tão enaltecida nos dois últimos anos por todos os poetas líricos da Europa e da América, saiu das primeiras páginas. A mudança americana sobre a síria é explicável. A rebelião síria está cada vez mais contaminada por jihadistas cujo fanatismo e obscurantismo são de assustar. Mas parece haver uma outra razão. E ela deve ser buscada na outra grande virada diplomática: o acordo assinado em Genebra com o Irã. Este acerto era uma das obsessões de Obama desde sua primeira eleição.
Não foi um acaso que as duas surpresas diplomáticas deste ano se produziram quase ao mesmo momento. De fato, o acordo com o Irã não poderia ter sido assinado se, ao mesmo tempo, os EUA tivessem lançado ataques aéreos contra as posições de Assad na Síria. Nesse caso, Teerã, que apoia o regime sírio, teria imediatamente rompido a discussão com Obama.
Nesses dois âmbitos, observa-se um outro ponto em comum: o estilo solitário e quase arrogante com que Obama conduziu o caso. Na Síria, ele mudou subitamente de curso abandonando a ideia de ataques contra Assad e resolvendo o problema das armas químicas apenas com Putin. No caso do Irã, ele fez os aliados europeus acreditarem que eles estavam juntos na empreitada, mas, uma vez assinado o acordo de Genebra, Washington deixou filtrar a verdade: as discussões entre Teerã e Washington sobre o arsenal iraniano vinham ocorrendo havia meses sem que Obama julgasse útil informar outros países a esse respeito. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
Cuidado com nossa euforia iraniana - RASHEED ABOU-ALSAMH
O GLOBO - 29/11
Os sauditas e israelenses se sentem desprezados pelo presidente Barack Obama, que, na visão deles, muda de ideia a toda hora
A cena comovente do secretário de Estado americano, John Kerry, beijando a representante da União Europeia Catherine Ashton, em Genebra, na madrugada do domingo passado, depois que os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha anunciaram um acordo inicial com o Irã sobre seu programa nuclear, deixou os céticos nervosos. No fim das contas, anunciar um acordo, mesmo provisório, é muito mais fácil do que implementá-lo. Essa foi a parte fácil.
Os negociadores deram um prazo de seis meses para a implementação das acordadas restrições ao enriquecimento de urânio pelos iranianos para no máximo 5% e a neutralização do seu estoque existente de urânio enriquecido a 20% pela oxidação ou diluição. É bom lembrar que usinas nucleares que produzem energia elétrica só precisam de urânio enriquecido a 3,5%. De acordo com a Al Jazeera America, os iranianos já possuem 196 quilos de urânio enriquecido a 20%. Eles somente precisam de 250 quilos, enriquecido a mais de 90%, para fazer sua primeira bomba atômica. Só lhes faltam 54 quilos e umas rodadas a mais nas centrífugas para chegar lá.
O acordo também estipula o congelamento no número de centrífugas usadas pelos iranianos para enriquecer o urânio. O Irã já tem dez mil máquinas operando de umas 19 mil já instaladas. Eles se comprometeram a congelar a instalação e operação de novas centrífugas nas instalações nucleares em Natanz e Fordow. (É irônico que em 2005 os iranianos estavam despostos a ter somente cinco mil centrífugas, mas os americanos insistiram em zero centrífuga.) Os iranianos também concordaram em congelar o trabalho no reator de água pesada de Arak, ainda inacabado, especificamente na instalação de qualquer componente do reator. O medo aqui é que os iranianos poderiam retirar o plutônio do combustível irradiado para fabricar uma bomba. Os iranianos concordaram em não construir uma instalação capaz de separar o plutônio. Eles ainda estavam a um ano de completar esse reator.
Os iranianos também concordaram em deixar os inspetores da Agência Internacional de Energia Nuclear fazerem inspeções diárias, em vez de semanais, em Natanz e Fordow. Acesso para as instalações onde centrífugas são produzidas e montadas também foi dado. O Irã atualmente produz 1.000 MW de energia elétrica do único reator nuclear de Bushehr. Em troca dessas concessões, o Irã terá acesso a US$ 4,2 bilhões de US$ 50 bilhões em ativos congelados pelas sanções dos EUA e UE contra o país. O Irã também vai poder importar insumos para sua indústria automobilística e para suas linhas aéreas. Estima-se que isso vá gerar renda de US$ 1,5 bilhão. A exportação de petróleo vai ficar severamente restrita ao seu nível atual de um milhão de barris por dia, muito abaixo de suas exportações de três milhões de barris diários antes das sanções.
Os dois países mais aborrecidos com o acordo de Genebra foram Israel e a Arábia Saudita, que vinham há meses levantando o alarme sobre as ambições expansionistas do Irã, mas com pouco sucesso. Ficamos sabendo que Kerry iniciou contatos secretos com os iranianos através do seu vice-secretário William Burns desde março deste ano, em Omã, antes mesmo da eleição do presidente iraniano Hassan Rouhani. Isso deixou os sauditas e israelenses furiosos e se sentindo traídos. Os israelenses ficaram sabendo dos contatos pelos sauditas, isso depois de muita especulação que Israel e Arábia Saudita estavam mantendo contatos a fim de deixar Israel usar o espaço aéreo saudita se precisasse bombardear as instalações nucleares iranianas. É claro que o governo saudita negou isso publicamente, mas é interessante ver como o inimigo (Israel) do inimigo dos sauditas (Irã) virou um aliado.
Para o governo de Israel, especialmente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a possibilidade de um ataque iraniano nuclear contra Tel Aviv virou uma ameaça existencial desde as promessas estúpidas do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad de exterminar o estado de Israel. Para os sauditas, os massacres incessantes de civis inocentes pelo regime de Bashar al-Assad, apoiado militarmente e financeiramente pelo Irã e pelo Hezbollah do Líbano, são insuportáveis. Por isso, os sauditas rejeitaram seu assento no Conselho de Segurança da ONU e avisaram aos americanos que, depois de 70 anos de uma relação especial com eles, as coisas iam mudar.
Os sauditas e israelenses se sentem desprezados pelo presidente Barack Obama, que, na visão deles, muda de ideia a toda hora e não cumpre sua palavra. Obama prometeu intervir militarmente se houver o uso de armas químicas na Síria — a sua famosa linha vermelha —, mas nunca cumpriu sua palavra porque mudou de ideia ante a oposição do Congresso americano e pela fadiga do povo americano do envolvimento militar no Oriente Médio. Eu sou grato que Obama tenha mudado de ideia e não atacado a Síria e nem o Irã.
Mas precisamos ficar atentos e não nos rendermos prisioneiros da nossa euforia com a détente com o Irã. Obama deveria insistir que, junto com os compromissos iranianos de parar de enriquecer uranio a 20%, eles se comprometessem também a não interferir tanto na Síria, Iraque e o Bahrein. Obama não deveria ignorar as ansiedades dos sauditas e israelitas com a crescente influência iraniana no mundo árabe. Espero que ele não tenha decidido fechar seus olhos a isso somente para tentar conseguir uma vitória no seu último mandato no poder. Isso seria um grave erro estratégico. O problema é que nunca sabemos exatamente o que o enigmático Obama está pensando.
Os sauditas e israelenses se sentem desprezados pelo presidente Barack Obama, que, na visão deles, muda de ideia a toda hora
A cena comovente do secretário de Estado americano, John Kerry, beijando a representante da União Europeia Catherine Ashton, em Genebra, na madrugada do domingo passado, depois que os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha anunciaram um acordo inicial com o Irã sobre seu programa nuclear, deixou os céticos nervosos. No fim das contas, anunciar um acordo, mesmo provisório, é muito mais fácil do que implementá-lo. Essa foi a parte fácil.
Os negociadores deram um prazo de seis meses para a implementação das acordadas restrições ao enriquecimento de urânio pelos iranianos para no máximo 5% e a neutralização do seu estoque existente de urânio enriquecido a 20% pela oxidação ou diluição. É bom lembrar que usinas nucleares que produzem energia elétrica só precisam de urânio enriquecido a 3,5%. De acordo com a Al Jazeera America, os iranianos já possuem 196 quilos de urânio enriquecido a 20%. Eles somente precisam de 250 quilos, enriquecido a mais de 90%, para fazer sua primeira bomba atômica. Só lhes faltam 54 quilos e umas rodadas a mais nas centrífugas para chegar lá.
O acordo também estipula o congelamento no número de centrífugas usadas pelos iranianos para enriquecer o urânio. O Irã já tem dez mil máquinas operando de umas 19 mil já instaladas. Eles se comprometeram a congelar a instalação e operação de novas centrífugas nas instalações nucleares em Natanz e Fordow. (É irônico que em 2005 os iranianos estavam despostos a ter somente cinco mil centrífugas, mas os americanos insistiram em zero centrífuga.) Os iranianos também concordaram em congelar o trabalho no reator de água pesada de Arak, ainda inacabado, especificamente na instalação de qualquer componente do reator. O medo aqui é que os iranianos poderiam retirar o plutônio do combustível irradiado para fabricar uma bomba. Os iranianos concordaram em não construir uma instalação capaz de separar o plutônio. Eles ainda estavam a um ano de completar esse reator.
Os iranianos também concordaram em deixar os inspetores da Agência Internacional de Energia Nuclear fazerem inspeções diárias, em vez de semanais, em Natanz e Fordow. Acesso para as instalações onde centrífugas são produzidas e montadas também foi dado. O Irã atualmente produz 1.000 MW de energia elétrica do único reator nuclear de Bushehr. Em troca dessas concessões, o Irã terá acesso a US$ 4,2 bilhões de US$ 50 bilhões em ativos congelados pelas sanções dos EUA e UE contra o país. O Irã também vai poder importar insumos para sua indústria automobilística e para suas linhas aéreas. Estima-se que isso vá gerar renda de US$ 1,5 bilhão. A exportação de petróleo vai ficar severamente restrita ao seu nível atual de um milhão de barris por dia, muito abaixo de suas exportações de três milhões de barris diários antes das sanções.
Os dois países mais aborrecidos com o acordo de Genebra foram Israel e a Arábia Saudita, que vinham há meses levantando o alarme sobre as ambições expansionistas do Irã, mas com pouco sucesso. Ficamos sabendo que Kerry iniciou contatos secretos com os iranianos através do seu vice-secretário William Burns desde março deste ano, em Omã, antes mesmo da eleição do presidente iraniano Hassan Rouhani. Isso deixou os sauditas e israelenses furiosos e se sentindo traídos. Os israelenses ficaram sabendo dos contatos pelos sauditas, isso depois de muita especulação que Israel e Arábia Saudita estavam mantendo contatos a fim de deixar Israel usar o espaço aéreo saudita se precisasse bombardear as instalações nucleares iranianas. É claro que o governo saudita negou isso publicamente, mas é interessante ver como o inimigo (Israel) do inimigo dos sauditas (Irã) virou um aliado.
Para o governo de Israel, especialmente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a possibilidade de um ataque iraniano nuclear contra Tel Aviv virou uma ameaça existencial desde as promessas estúpidas do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad de exterminar o estado de Israel. Para os sauditas, os massacres incessantes de civis inocentes pelo regime de Bashar al-Assad, apoiado militarmente e financeiramente pelo Irã e pelo Hezbollah do Líbano, são insuportáveis. Por isso, os sauditas rejeitaram seu assento no Conselho de Segurança da ONU e avisaram aos americanos que, depois de 70 anos de uma relação especial com eles, as coisas iam mudar.
Os sauditas e israelenses se sentem desprezados pelo presidente Barack Obama, que, na visão deles, muda de ideia a toda hora e não cumpre sua palavra. Obama prometeu intervir militarmente se houver o uso de armas químicas na Síria — a sua famosa linha vermelha —, mas nunca cumpriu sua palavra porque mudou de ideia ante a oposição do Congresso americano e pela fadiga do povo americano do envolvimento militar no Oriente Médio. Eu sou grato que Obama tenha mudado de ideia e não atacado a Síria e nem o Irã.
Mas precisamos ficar atentos e não nos rendermos prisioneiros da nossa euforia com a détente com o Irã. Obama deveria insistir que, junto com os compromissos iranianos de parar de enriquecer uranio a 20%, eles se comprometessem também a não interferir tanto na Síria, Iraque e o Bahrein. Obama não deveria ignorar as ansiedades dos sauditas e israelitas com a crescente influência iraniana no mundo árabe. Espero que ele não tenha decidido fechar seus olhos a isso somente para tentar conseguir uma vitória no seu último mandato no poder. Isso seria um grave erro estratégico. O problema é que nunca sabemos exatamente o que o enigmático Obama está pensando.
'SÓ PORQUE EU SOU BRANQUINHA?' - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP- 29/11
Fernanda Lima virou alvo nesta semana, depois que a Fifa a confirmou para ser mestre de cerimônias do sorteio dos grupos da Copa de 2014. Ela e o marido, Rodrigo Hilbert, teriam entrado no lugar dos atores negros Camila Pitanga e Lázaro Ramos. A troca gerou debates na internet sobre um suposto racismo da entidade do futebol. A apresentadora falou à coluna, anteontem, na inauguração da loja da Riachuelo na rua Oscar Freire, em SP.
Folha - Como tem lidado com a polêmica?
Fernanda Lima - Não estou lidando. Na verdade, eu venho trabalhando com a Fifa já há alguns anos. E fui chamada para esse trabalho há mais de seis meses. Mas a gente não fala essas coisas, né? Acompanhei esse bochicho todo que saiu na imprensa. Mas eu sou funcionária, uma comunicadora. Fui convocada e como tal aceitei e vou fazer o meu trabalho. O que eu tenho a ver com isso? Só porque eu sou branquinha?
Os comentários te magoaram?
Talvez eles me magoassem há dez anos. Hoje eu tô descolada. Eu durmo tranquila. Minhas contas estão pagas em dia, pago meus impostos. Sou uma cidadã, crio meus filhos da maneira que acho correta, prezo a educação, o respeito ao próximo, não discrimino ninguém. Também não levanto bandeiras. Simplesmente acho que a gente tem que ser respeitado, sem violência. Eu não alimento esse tipo de coisa.
Você gosta de futebol?
Gosto, mas não sou entendedora. Nesse caso estou como apresentadora. Não acredito que eu vá lidar com as minúcias do futebol ali. Vou ser apenas uma mestre de cerimônias. E pretendo ir aos jogos. Meus filhos e o Rodrigo são loucos por futebol.
Acha que há uma tendência de tudo virar polêmica?
Por conta dos anônimos, né? Os anônimos agora ganharam voz, qualquer coisa que eles falam, botam no vento e os outros vão inventando. O jornalismo perde credibilidade, né? Os jornalistas não estão indo mais na fonte. Eu fiz jornalismo e me lembro dessa aula: vá à fonte, não pegue de uma outra fonte. Isso se perdeu. Todo mundo acredita no tal jornalista, só que ele inventa. E aí?
REGISTRO GERAL
O italiano Cesare Battisti está pedindo ao Ministério da Justiça a emissão de seu registro nacional de estrangeiro. O documento de identidade oficializará a permanência dele no Brasil como asilado político.
REGISTRO 2
Battisti não obteve até hoje o documento porque o Ministério Público Federal move ação em que contesta a concessão de visto para ele. O escritório Bottini & Tamasauskas, que passou a representar o italiano há alguns dias, alega que a ação não pode impedir a emissão do registro de estrangeiro.
REGISTRO 3
Com a fuga de Henrique Pizolatto para a Itália para escapar da prisão no caso do mensalão, surgiram rumores, não confirmados, de que o país europeu poderia tentar negociar com o Brasil uma "troca" de condenados. Cesare Battisti é acusado de terrorismo na Itália.
ROTINA
José Dirceu deve receber hoje a visita do irmão, Luís Eduardo, do filho Zeca Dirceu, da namorada, Simone Tristão, e de uma das filhas. Na fila está também o jornalista Breno Altman, entre outros amigos. A expectativa é a de que, passada a movimentação dos primeiros dias na prisão, o ânimo do petista já não seja o mesmo.
TROPA DE CHOQUE
O plano de combate à violência nas manifestações de rua preparado pelo governo federal será discutido hoje no Ministério da Justiça com as secretarias de Segurança de SP e Rio, OAB, Ministério Público e Conselho Nacional de Justiça. A intenção é anunciar as primeiras medidas nas próximas semanas.
TROPA DE CHOQUE 2
As propostas incluem criação de plantões para resolver detenções e fixação de regras para a atuação das polícias nas duas capitais. "A ideia é garantir a liberdade de manifestação. A violência, da parte de quem protesta ou do Estado, inibe quem quer ir para as ruas pacificamente", diz Marivaldo Pereira, secretário de assuntos legislativos do ministério.
SOZINHA...
Reclusa desde 2010, a atriz Ana Paula Arósio não participará do lançamento do longa "Anita e Garibaldi", protagonizado por ela e pelo ator Gabriel Braga Nunes. Segundo Rubens Gennaro, produtor do filme, ela nem chegou a ver a versão final da obra. "As questões patológicas, digo, psicológicas dela apareceram já no fim das filmagens, mas sua participação foi maravilhosa", disse.
...MAS NEM TANTO
A ausência da estrela traz prejuízos à divulgação. "Me fez perder dinheiro, mas eu respeito", diz Gennaro. "Espero que essa paixão valha a pena!", afirma, referindo-se ao casamento da atriz com o arquiteto Henrique Pinheiro. Ana Paula Arósio vive em seu sítio no interior de São Paulo. A assessoria da atriz informa que ela quer permanecer longe dos holofotes.
DECORANDO
Angelo Derenze fez o lançamento da edição 2014 da Casa Cor, anteontem, no Jockey Club de São Paulo. Os arquitetos Sig Bergamin, Murilo Lomas e Camila Klein estavam entre os convidados que passaram por lá para saber as novidades da mostra.
CURTO-CIRCUITO
O balé "O Quebra-Nozes", estrelado por bailarinos cegos, será apresentado hoje, às 20h30, no Auditório Ibirapuera. Livre.
O MDA (Movimento de Defesa da Advocacia) faz almoço de fim de ano hoje na Sociedade Harmonia de Tênis, nos Jardins.
Gustavo Rosa será homenageado hoje no espetáculo "Mover-se", no teatro WTC, às 21h. 12 anos.
A loja Topshop será inaugurada hoje, às 18h, no shopping Market Place.
E a marca Tufi Duek agora está também no shopping Pátio Higienópolis.
A artista plástica Izabel Litieri participa da Bienal de Florença, que começa amanhã, na Itália.
Folha - Como tem lidado com a polêmica?
Fernanda Lima - Não estou lidando. Na verdade, eu venho trabalhando com a Fifa já há alguns anos. E fui chamada para esse trabalho há mais de seis meses. Mas a gente não fala essas coisas, né? Acompanhei esse bochicho todo que saiu na imprensa. Mas eu sou funcionária, uma comunicadora. Fui convocada e como tal aceitei e vou fazer o meu trabalho. O que eu tenho a ver com isso? Só porque eu sou branquinha?
Os comentários te magoaram?
Talvez eles me magoassem há dez anos. Hoje eu tô descolada. Eu durmo tranquila. Minhas contas estão pagas em dia, pago meus impostos. Sou uma cidadã, crio meus filhos da maneira que acho correta, prezo a educação, o respeito ao próximo, não discrimino ninguém. Também não levanto bandeiras. Simplesmente acho que a gente tem que ser respeitado, sem violência. Eu não alimento esse tipo de coisa.
Você gosta de futebol?
Gosto, mas não sou entendedora. Nesse caso estou como apresentadora. Não acredito que eu vá lidar com as minúcias do futebol ali. Vou ser apenas uma mestre de cerimônias. E pretendo ir aos jogos. Meus filhos e o Rodrigo são loucos por futebol.
Acha que há uma tendência de tudo virar polêmica?
Por conta dos anônimos, né? Os anônimos agora ganharam voz, qualquer coisa que eles falam, botam no vento e os outros vão inventando. O jornalismo perde credibilidade, né? Os jornalistas não estão indo mais na fonte. Eu fiz jornalismo e me lembro dessa aula: vá à fonte, não pegue de uma outra fonte. Isso se perdeu. Todo mundo acredita no tal jornalista, só que ele inventa. E aí?
REGISTRO GERAL
O italiano Cesare Battisti está pedindo ao Ministério da Justiça a emissão de seu registro nacional de estrangeiro. O documento de identidade oficializará a permanência dele no Brasil como asilado político.
REGISTRO 2
Battisti não obteve até hoje o documento porque o Ministério Público Federal move ação em que contesta a concessão de visto para ele. O escritório Bottini & Tamasauskas, que passou a representar o italiano há alguns dias, alega que a ação não pode impedir a emissão do registro de estrangeiro.
REGISTRO 3
Com a fuga de Henrique Pizolatto para a Itália para escapar da prisão no caso do mensalão, surgiram rumores, não confirmados, de que o país europeu poderia tentar negociar com o Brasil uma "troca" de condenados. Cesare Battisti é acusado de terrorismo na Itália.
ROTINA
José Dirceu deve receber hoje a visita do irmão, Luís Eduardo, do filho Zeca Dirceu, da namorada, Simone Tristão, e de uma das filhas. Na fila está também o jornalista Breno Altman, entre outros amigos. A expectativa é a de que, passada a movimentação dos primeiros dias na prisão, o ânimo do petista já não seja o mesmo.
TROPA DE CHOQUE
O plano de combate à violência nas manifestações de rua preparado pelo governo federal será discutido hoje no Ministério da Justiça com as secretarias de Segurança de SP e Rio, OAB, Ministério Público e Conselho Nacional de Justiça. A intenção é anunciar as primeiras medidas nas próximas semanas.
TROPA DE CHOQUE 2
As propostas incluem criação de plantões para resolver detenções e fixação de regras para a atuação das polícias nas duas capitais. "A ideia é garantir a liberdade de manifestação. A violência, da parte de quem protesta ou do Estado, inibe quem quer ir para as ruas pacificamente", diz Marivaldo Pereira, secretário de assuntos legislativos do ministério.
SOZINHA...
Reclusa desde 2010, a atriz Ana Paula Arósio não participará do lançamento do longa "Anita e Garibaldi", protagonizado por ela e pelo ator Gabriel Braga Nunes. Segundo Rubens Gennaro, produtor do filme, ela nem chegou a ver a versão final da obra. "As questões patológicas, digo, psicológicas dela apareceram já no fim das filmagens, mas sua participação foi maravilhosa", disse.
...MAS NEM TANTO
A ausência da estrela traz prejuízos à divulgação. "Me fez perder dinheiro, mas eu respeito", diz Gennaro. "Espero que essa paixão valha a pena!", afirma, referindo-se ao casamento da atriz com o arquiteto Henrique Pinheiro. Ana Paula Arósio vive em seu sítio no interior de São Paulo. A assessoria da atriz informa que ela quer permanecer longe dos holofotes.
DECORANDO
Angelo Derenze fez o lançamento da edição 2014 da Casa Cor, anteontem, no Jockey Club de São Paulo. Os arquitetos Sig Bergamin, Murilo Lomas e Camila Klein estavam entre os convidados que passaram por lá para saber as novidades da mostra.
CURTO-CIRCUITO
O balé "O Quebra-Nozes", estrelado por bailarinos cegos, será apresentado hoje, às 20h30, no Auditório Ibirapuera. Livre.
O MDA (Movimento de Defesa da Advocacia) faz almoço de fim de ano hoje na Sociedade Harmonia de Tênis, nos Jardins.
Gustavo Rosa será homenageado hoje no espetáculo "Mover-se", no teatro WTC, às 21h. 12 anos.
A loja Topshop será inaugurada hoje, às 18h, no shopping Market Place.
E a marca Tufi Duek agora está também no shopping Pátio Higienópolis.
A artista plástica Izabel Litieri participa da Bienal de Florença, que começa amanhã, na Itália.
A arte dos milhões - ANCELMO GOIS
O GLOBO - 29/11
O Instituto Tomie Ohtake, que cuida da obra da grande artista plástica japonesa naturalizada brasileira, de cem anos, poderá arrecadar até R$ 19.061.853,89 pela Lei Rouanet.
A grana, dinheiro meu, seu, nosso, é para custear atividades em 2014.
Já...
A Academia Brasileira de Letras, mais modesta, foi autorizada pelo MinC a captar R$ 1.435.714,90 para seus projetos culturais em 2014.
Alô, Marta Suplicy...
Aliás, é esquisita essa história, revelada aqui, que o MinC autorizou a tal produtora Rannavi a captar R$ 19.957.292,98 para uma turnê de João Carlos Martins sem pedir autorização prévia ao maestro, que nada sabia.
Por que o Ministério da Cultura não investiga esse tipo de coisa antes de liberar a captação da nossa grana?
Rio ecumênico
Certos encontros só acontecem no Rio. Na madrugada de quarta, conversavam, na Pizzaria Guanabara, o ator Aloísio de Abreu, o coordenador do programa de Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson, a transexual Bruna Lorrane e... padre Omar.
O pároco, guardião do Cristo Redentor, ainda benzeu a imagem de uma santa que Aloísio carregava.
Flamengo nos trilhos
De um condutor do metrô, após o jogo Flamengo x Atlético Paranaense, no início da madrugada de ontem, depois de passar pela estação Largo do Machado: “Próxima estação: Flamengo... Tricampeão!”
Os flamenguistas que lotavam os vagões, claro, fizeram a maior festa.
Mengooo...
Uma vez Flamengo. Sempre Flamengo...
Táxi! táxi! táxi!
Veja só como estes aplicativos de celular para pedir táxi estão em alta.
Um deles, o Taxibeat, teve um aporte de R$10 milhões do grupo europeu Hummingbird Ventures para incrementar o negócio, que em apenas um ano e meio de funcionamento já tem 250 mil clientes cadastrados no país.
Mengooo...
Flamengo sempre, eu hei de ser!
É meu maior prazer vê-lo brilhar...
Quem vem
Harvey Keitel, o ator americano de filmes como “Pulp fiction” e “O piano”, vai desembarcar no Rio, na primeira semana de dezembro.
Vem filmar um episódio, dirigido pela libanesa Nadine Labaki, do filme “Rio, eu te amo”.
A vez de Baby
Baby Consuelo vai gravar seu primeiro DVD. Será em janeiro, no Imperator, no Rio, com direção de Paula Lavigne e Fernando Young.
Caetano Veloso vai fazer uma participação especial cantando “Menino do Rio”.
Protesto de Natal
A Companhia de Emergência Teatral do Sindicato dos Bancários do Rio levou, ontem, à porta da agência do Banco do
Brasil na Praça
Saens Peña, na Tijuca, o Coral dos Bancários... Demitidos. Os, digamos, tenores e barítonos cantaram, entre outras, uma paródia de “Boas festas”, de Assis Valente.
Um trecho: “Anoiteceu/E aqui estou eu/tentando outra vez/as metas bater.”
Doutor professor
A Segunda Turma do STJ determinou que o título de notório saber de um professor de violoncelo da Unirio seja equiparada ao de mestrado e doutorado, exigido dos docentes universitários.
É que, segundo a ação, por falta do título, a universidade pretendia demiti-lo.
Mengooo...
Seja na terra, seja no mar. Vencer, vencer, vencer!
Cena carioca
Por volta das 12h30m de ontem, no supermercado Zona Sul da Praça General Osório, em Ipanema, uma empregada doméstica, na hora de pagar as compras, anunciou que precisava esperar a patroa acabar de almoçar ali ao lado.
Foi aquele bafafá na fila, e teve gente reclamando. Após 15 minutos, a madame, uma quarentona alta e elegante, chegou para pagar a conta.
Segue...
Foi recebida com uma salva de palmas de quem mofava na fila.
Afinal, como diz o samba de Haroldo Barbosa e Janet de Almeida, interpretado magnificamente por João Gilberto: “Pra que discutir com madame?”.
O Instituto Tomie Ohtake, que cuida da obra da grande artista plástica japonesa naturalizada brasileira, de cem anos, poderá arrecadar até R$ 19.061.853,89 pela Lei Rouanet.
A grana, dinheiro meu, seu, nosso, é para custear atividades em 2014.
Já...
A Academia Brasileira de Letras, mais modesta, foi autorizada pelo MinC a captar R$ 1.435.714,90 para seus projetos culturais em 2014.
Alô, Marta Suplicy...
Aliás, é esquisita essa história, revelada aqui, que o MinC autorizou a tal produtora Rannavi a captar R$ 19.957.292,98 para uma turnê de João Carlos Martins sem pedir autorização prévia ao maestro, que nada sabia.
Por que o Ministério da Cultura não investiga esse tipo de coisa antes de liberar a captação da nossa grana?
Rio ecumênico
Certos encontros só acontecem no Rio. Na madrugada de quarta, conversavam, na Pizzaria Guanabara, o ator Aloísio de Abreu, o coordenador do programa de Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson, a transexual Bruna Lorrane e... padre Omar.
O pároco, guardião do Cristo Redentor, ainda benzeu a imagem de uma santa que Aloísio carregava.
Flamengo nos trilhos
De um condutor do metrô, após o jogo Flamengo x Atlético Paranaense, no início da madrugada de ontem, depois de passar pela estação Largo do Machado: “Próxima estação: Flamengo... Tricampeão!”
Os flamenguistas que lotavam os vagões, claro, fizeram a maior festa.
Mengooo...
Uma vez Flamengo. Sempre Flamengo...
Táxi! táxi! táxi!
Veja só como estes aplicativos de celular para pedir táxi estão em alta.
Um deles, o Taxibeat, teve um aporte de R$10 milhões do grupo europeu Hummingbird Ventures para incrementar o negócio, que em apenas um ano e meio de funcionamento já tem 250 mil clientes cadastrados no país.
Mengooo...
Flamengo sempre, eu hei de ser!
É meu maior prazer vê-lo brilhar...
Quem vem
Harvey Keitel, o ator americano de filmes como “Pulp fiction” e “O piano”, vai desembarcar no Rio, na primeira semana de dezembro.
Vem filmar um episódio, dirigido pela libanesa Nadine Labaki, do filme “Rio, eu te amo”.
A vez de Baby
Baby Consuelo vai gravar seu primeiro DVD. Será em janeiro, no Imperator, no Rio, com direção de Paula Lavigne e Fernando Young.
Caetano Veloso vai fazer uma participação especial cantando “Menino do Rio”.
Protesto de Natal
A Companhia de Emergência Teatral do Sindicato dos Bancários do Rio levou, ontem, à porta da agência do Banco do
Brasil na Praça
Saens Peña, na Tijuca, o Coral dos Bancários... Demitidos. Os, digamos, tenores e barítonos cantaram, entre outras, uma paródia de “Boas festas”, de Assis Valente.
Um trecho: “Anoiteceu/E aqui estou eu/tentando outra vez/as metas bater.”
Doutor professor
A Segunda Turma do STJ determinou que o título de notório saber de um professor de violoncelo da Unirio seja equiparada ao de mestrado e doutorado, exigido dos docentes universitários.
É que, segundo a ação, por falta do título, a universidade pretendia demiti-lo.
Mengooo...
Seja na terra, seja no mar. Vencer, vencer, vencer!
Cena carioca
Por volta das 12h30m de ontem, no supermercado Zona Sul da Praça General Osório, em Ipanema, uma empregada doméstica, na hora de pagar as compras, anunciou que precisava esperar a patroa acabar de almoçar ali ao lado.
Foi aquele bafafá na fila, e teve gente reclamando. Após 15 minutos, a madame, uma quarentona alta e elegante, chegou para pagar a conta.
Segue...
Foi recebida com uma salva de palmas de quem mofava na fila.
Afinal, como diz o samba de Haroldo Barbosa e Janet de Almeida, interpretado magnificamente por João Gilberto: “Pra que discutir com madame?”.
O Senado paga a conta - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 29/11
O helicóptero da empresa de Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), apreendido com quase meia tonelada de cocaína, foi abastecido com verba da cota de atividade parlamentar do pai no Senado. O ressarcimento de despesas de empresas de senadores ou de parentes até terceiro grau é proibida pelas normas da Casa. O Senado avalia pedir o reembolso desses gastos.
A atitude do PSDB
Os tucanos vão continuar batendo no que chamam de insinuações dos petistas no escândalo Alstom/Siemens. Mas dois dirigentes históricos do PSDB não descartam o eventual envolvimento de algum tucano. Nesse caso, para evitar um desgaste maior, eles sustentam que o partido tem que ser firme e expulsar, de cara, quem for culpado. “Se tiver, temos que ser rigorosos. Não devemos passar a mão na cabeça”, comentou um integrante do governo José Serra. Esses tucanos avaliam que seria um equívoco repetir a postura do PT, que sintetizam assim: negar os fatos e se solidarizar com aqueles que cometeram irregularidades julgadas pelo STF.
“A Câmara não pode se transformar num puxadinho do Senado”
Ronaldo Caiado
Líder do DEM na Câmara dos Deputados (GO), ao aprovar na CCJ o desmembramento da proposta do Orçamento Impositivo para que seja votado em separado o percentual da receita líquida da União destinada aos gastos com a Saúde
Batido o martelo
Escolhido pelo governador Jaques Wagner, com a chancela do ex-presidente Lula, o chefe da Casa Civil do governo estadual, Rui Costa (PT), será lançado hoje candidato na Bahia e chancelado amanhã pelo diretório regional petista.
Polivalente
Na primeira vez que o ex-presidente Lula cogitou lançar mão do empresário Josué Gomes da Silva, filho de seu vice José Alencar, foi para ser vice de Alexandre Padilha (PT) em São Paulo. Recuou: seria artificial.
Hoje, no PMDB, Josué pode formar um duplo palanque para a presidente Dilma em Minas Gerais. Além de ser o vice de Fernando Pimentel (PT).
Fugindo da raia
Os partidos que fazem oposição ao governo do PSDB em Minas Gerais enfrentam um problema grave. Nenhum político de peso quer ser candidato ao Senado contra o governador Antonio Anastasia. Vem aí um candidato picolé.
Rifando o PMDB do Rio
Integrantes da direção nacional do PMDB estão cogitando abandonar a candidatura do vice Luiz Fernando Pezão. Avaliam que, se ele não decolar até março, o partido deve apoiar o senador Lindbergh Farias (PT). Eles comungam com os petistas que querem definir o candidato em março, com base no nome mais bem posicionado nas pesquisas e que tenha menor rejeição.
Porta arrombada
Em reunião com a presidente Dilma e os líderes governistas, na Câmara e no Senado, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que os 27 estados e as prefeituras não vão cumprir a meta de fazer um superávit primário de R$ 47 bilhões.
‘Comportamento estudantil’
Sobre a votação do fim do voto secreto, quando criticou os “demagogos”, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) explica que fazia referência àqueles deputados e senadores que abriram uma faixa que dizia: “Pelo fim do voto secreto”.
A SECRETÁRIA-GERAL DA MESA DO SENADO, a servidora Cláudia Lyra, vai concorrer. Ela é candidata a deputada federal pelo PMDB, em Brasília.
A atitude do PSDB
Os tucanos vão continuar batendo no que chamam de insinuações dos petistas no escândalo Alstom/Siemens. Mas dois dirigentes históricos do PSDB não descartam o eventual envolvimento de algum tucano. Nesse caso, para evitar um desgaste maior, eles sustentam que o partido tem que ser firme e expulsar, de cara, quem for culpado. “Se tiver, temos que ser rigorosos. Não devemos passar a mão na cabeça”, comentou um integrante do governo José Serra. Esses tucanos avaliam que seria um equívoco repetir a postura do PT, que sintetizam assim: negar os fatos e se solidarizar com aqueles que cometeram irregularidades julgadas pelo STF.
“A Câmara não pode se transformar num puxadinho do Senado”
Ronaldo Caiado
Líder do DEM na Câmara dos Deputados (GO), ao aprovar na CCJ o desmembramento da proposta do Orçamento Impositivo para que seja votado em separado o percentual da receita líquida da União destinada aos gastos com a Saúde
Batido o martelo
Escolhido pelo governador Jaques Wagner, com a chancela do ex-presidente Lula, o chefe da Casa Civil do governo estadual, Rui Costa (PT), será lançado hoje candidato na Bahia e chancelado amanhã pelo diretório regional petista.
Polivalente
Na primeira vez que o ex-presidente Lula cogitou lançar mão do empresário Josué Gomes da Silva, filho de seu vice José Alencar, foi para ser vice de Alexandre Padilha (PT) em São Paulo. Recuou: seria artificial.
Hoje, no PMDB, Josué pode formar um duplo palanque para a presidente Dilma em Minas Gerais. Além de ser o vice de Fernando Pimentel (PT).
Fugindo da raia
Os partidos que fazem oposição ao governo do PSDB em Minas Gerais enfrentam um problema grave. Nenhum político de peso quer ser candidato ao Senado contra o governador Antonio Anastasia. Vem aí um candidato picolé.
Rifando o PMDB do Rio
Integrantes da direção nacional do PMDB estão cogitando abandonar a candidatura do vice Luiz Fernando Pezão. Avaliam que, se ele não decolar até março, o partido deve apoiar o senador Lindbergh Farias (PT). Eles comungam com os petistas que querem definir o candidato em março, com base no nome mais bem posicionado nas pesquisas e que tenha menor rejeição.
Porta arrombada
Em reunião com a presidente Dilma e os líderes governistas, na Câmara e no Senado, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que os 27 estados e as prefeituras não vão cumprir a meta de fazer um superávit primário de R$ 47 bilhões.
‘Comportamento estudantil’
Sobre a votação do fim do voto secreto, quando criticou os “demagogos”, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) explica que fazia referência àqueles deputados e senadores que abriram uma faixa que dizia: “Pelo fim do voto secreto”.
A SECRETÁRIA-GERAL DA MESA DO SENADO, a servidora Cláudia Lyra, vai concorrer. Ela é candidata a deputada federal pelo PMDB, em Brasília.
Azedou o pacto - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 29/11
A relação entre o Executivo e o Congresso voltou a enfrentar turbulências na reta final do ano. Dilma Rousseff ficou contrariada com a decisão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de "fatiar" o projeto que cria o Orçamento impositivo. O governo vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal se a Casa aprovar apenas a parte do texto que torna obrigatória a liberação de emendas parlamentares. Para o Planalto, o impasse pode comprometer a votação do Orçamento de 2014.
Mordaça Dilma pediu a seus ministros e auxiliares discrição máxima após o anúncio oficial sobre o reajuste da gasolina e do diesel. Irritada com as divergências públicas entre Fazenda e Petrobras, quer evitar que qualquer dos lados cante vitória.
Pra valer Apesar dos protestos públicos de Guido Mantega (Fazenda), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende incluir na pauta da Casa em dezembro o projeto que altera o indexador das dívidas dos Estados e municípios.
Causa própria A insistência de Renan em votar a matéria até o fim do ano se deve a interesses regionais: Alagoas e o Rio Grande do Sul são os Estados mais beneficiados pelo projeto.
Adiante 1 Entendimento de parte do corpo técnico da Câmara aponta que o processo de cassação de José Genoino (PT-SP) poderia ser mantido mesmo que o deputado, hoje licenciado, consiga se aposentar por invalidez.
Adiante 2 Para esse grupo de servidores, a Casa deve ter o direito de se manifestar sobre o comportamento de um parlamentar condenado.
Super Sincero Do novo secretário nacional de Defesa Civil, general Adriano Pereira Junior, ao ser convidado pelo governador Sérgio Cabral (RJ) a falar numa cerimônia: "Eu assumi há 30 dias, ainda não tenho tanto conhecimento sobre defesa civil para fazer um discurso longo".
Quase lá Enquanto o PSB acerta o apoio à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB), o diretório paulista da Rede, contra a aliança, publicou nota em que defende "CPI para o Propinoduto em São Paulo", em relação às denúncias de cartel no Metrô e na CPTM.
Direto ao ponto Um dos responsáveis pela redação final do documento apresentado ontem por Rede e PSB, Carlos Siqueira diz esperar que as críticas ao governo Dilma fiquem mais incisivas em textos futuros. "Na campanha isso se faz necessário."
Contágio Pesquisa contratada pelo PR no Rio mostra piora no desempenho de Dilma entre os eleitores que consideram o governo Sérgio Cabral (PMDB) ruim ou péssimo. Em um dos cenários, a presidente empata com Marina Silva: a petista tem 32%, ante 33% da ex-senadora.
Pechincha A segunda tentativa de venda do helicóptero do governo de São Paulo, uma das principais promessas de Alckmin após os protestos de junho, também fracassou. Não apareceram interessados em comprar a aeronave, que tinha preço inicial de US$ 900 mil.
Pode parar A Justiça do Maranhão concedeu liminar em ação popular impetrada pelo deputado Domingos Dutra (SDD) e suspendeu a indicação do vice-governador Washington Oliveira para vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Sob medida O juiz considerou que o prazo de apenas um dia dado para a inscrição de candidatos à vaga fere o devido processo legal. A governadora Roseana Sarney (PMDB) decidiu indicar seu vice, que é do PT, ao TCE para evitar que ele assuma o governo caso ela renuncie para disputar o Senado.
tiroteio
"Genoino está sendo punido duas vezes. Além do mensalão, querem condená-lo a uma morte lenta. A Justiça não pode ser tão cruel."
DE CAMPOS MACHADO, deputado estadual e presidente do PTB paulista, sobre os laudos contrários à prisão domiciliar e à aposentadoria do deputado petista.
contraponto
Porta-bandeira
Durante evento em que foi apresentado o texto-base do programa de governo do PSB, a ex-senadora Marina Silva foi questionada sobre o que achava dos "movimentos" do correligionário Eduardo Campos para angariar apoio a sua candidatura presidencial.
-- Eu vou ver se o governador tem movimento mesmo é no Carnaval. Que é a época em que os movimentos aumentam --respondeu.
Diante de risos, admitiu que não é tão boa de dança quando o aliado:
--Já eu sou ruim de movimento...
A relação entre o Executivo e o Congresso voltou a enfrentar turbulências na reta final do ano. Dilma Rousseff ficou contrariada com a decisão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de "fatiar" o projeto que cria o Orçamento impositivo. O governo vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal se a Casa aprovar apenas a parte do texto que torna obrigatória a liberação de emendas parlamentares. Para o Planalto, o impasse pode comprometer a votação do Orçamento de 2014.
Mordaça Dilma pediu a seus ministros e auxiliares discrição máxima após o anúncio oficial sobre o reajuste da gasolina e do diesel. Irritada com as divergências públicas entre Fazenda e Petrobras, quer evitar que qualquer dos lados cante vitória.
Pra valer Apesar dos protestos públicos de Guido Mantega (Fazenda), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende incluir na pauta da Casa em dezembro o projeto que altera o indexador das dívidas dos Estados e municípios.
Causa própria A insistência de Renan em votar a matéria até o fim do ano se deve a interesses regionais: Alagoas e o Rio Grande do Sul são os Estados mais beneficiados pelo projeto.
Adiante 1 Entendimento de parte do corpo técnico da Câmara aponta que o processo de cassação de José Genoino (PT-SP) poderia ser mantido mesmo que o deputado, hoje licenciado, consiga se aposentar por invalidez.
Adiante 2 Para esse grupo de servidores, a Casa deve ter o direito de se manifestar sobre o comportamento de um parlamentar condenado.
Super Sincero Do novo secretário nacional de Defesa Civil, general Adriano Pereira Junior, ao ser convidado pelo governador Sérgio Cabral (RJ) a falar numa cerimônia: "Eu assumi há 30 dias, ainda não tenho tanto conhecimento sobre defesa civil para fazer um discurso longo".
Quase lá Enquanto o PSB acerta o apoio à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB), o diretório paulista da Rede, contra a aliança, publicou nota em que defende "CPI para o Propinoduto em São Paulo", em relação às denúncias de cartel no Metrô e na CPTM.
Direto ao ponto Um dos responsáveis pela redação final do documento apresentado ontem por Rede e PSB, Carlos Siqueira diz esperar que as críticas ao governo Dilma fiquem mais incisivas em textos futuros. "Na campanha isso se faz necessário."
Contágio Pesquisa contratada pelo PR no Rio mostra piora no desempenho de Dilma entre os eleitores que consideram o governo Sérgio Cabral (PMDB) ruim ou péssimo. Em um dos cenários, a presidente empata com Marina Silva: a petista tem 32%, ante 33% da ex-senadora.
Pechincha A segunda tentativa de venda do helicóptero do governo de São Paulo, uma das principais promessas de Alckmin após os protestos de junho, também fracassou. Não apareceram interessados em comprar a aeronave, que tinha preço inicial de US$ 900 mil.
Pode parar A Justiça do Maranhão concedeu liminar em ação popular impetrada pelo deputado Domingos Dutra (SDD) e suspendeu a indicação do vice-governador Washington Oliveira para vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Sob medida O juiz considerou que o prazo de apenas um dia dado para a inscrição de candidatos à vaga fere o devido processo legal. A governadora Roseana Sarney (PMDB) decidiu indicar seu vice, que é do PT, ao TCE para evitar que ele assuma o governo caso ela renuncie para disputar o Senado.
tiroteio
"Genoino está sendo punido duas vezes. Além do mensalão, querem condená-lo a uma morte lenta. A Justiça não pode ser tão cruel."
DE CAMPOS MACHADO, deputado estadual e presidente do PTB paulista, sobre os laudos contrários à prisão domiciliar e à aposentadoria do deputado petista.
contraponto
Porta-bandeira
Durante evento em que foi apresentado o texto-base do programa de governo do PSB, a ex-senadora Marina Silva foi questionada sobre o que achava dos "movimentos" do correligionário Eduardo Campos para angariar apoio a sua candidatura presidencial.
-- Eu vou ver se o governador tem movimento mesmo é no Carnaval. Que é a época em que os movimentos aumentam --respondeu.
Diante de risos, admitiu que não é tão boa de dança quando o aliado:
--Já eu sou ruim de movimento...
Não me crie problemas! - DENISE ROTHENBURG
CORREIO BRAZILIENSE - 29/11
O clima esquentou entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB. O estopim da crise foi o anúncio feito por Henrique de que o prazo de apresentação de emendas ao Orçamento de 2014 estava adiado até a próxima quarta-feira, por causa do impasse criado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em torno do Orçamento Impositivo. “O Senado não tem nada com isso”, respondeu Renan. “Não me crie problemas. Não vamos atrasar o Orçamento por causa de um problema da Câmara.”
Diante das ponderações do deputado sobre um acordo fechado com o presidente da Comissão, senador Lobão Filho, Renan insistiu, diante de um grupo de parlamentares perplexos com a discussão: “Não tem acordo. A Câmara criou uma série de problemas para o Senado, ao ponto de dizer que, por causa do Senado, não cassou (Natan) Donadon”. Henrique ficou possesso, mas se conteve. Salomônico, o senador Lobão Filho conseguiu, de próprio punho, estender o prazo até as 18h de segunda-feira, uma vez que, pelo Regimento Interno, é possível apresentar as emendas em até dez dias, prazo que terminaria no sábado, 30.
Bate aqui…
Os deputados debitam à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o movimento para manutenção dos prazos na Comissão Mista de Orçamento. “A articulação política do governo é tão ruim que um partido do tamanho do DEM dá um nó no Orçamento”, soltou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).
…e preservam ali
Atentos políticos que veem os deputados jogando Ideli na fogueira registram que ela tem chefe: a presidente Dilma Rousseff. Helicóptero à parte, a ministra segue à risca as orientações recebidas no gabinete mais importante do Planalto.
Mui amigo
O senador Roberto Requião, do Paraná, promete levar seu nome à convenção do PMDB para concorrer à Presidência da República: “Gosto da Dilma, mas não sou cúmplice de erros. O Galeão foi dado de presente, basta ver que o financiamento é do BNDES e 49% dos recursos quem vai pagar é a Infraero. Dilma parou o Estado. Ela, não… As circunstâncias. Agora cede tudo para ganhar a eleição”.
Sensação da rodada
Até os petistas ficaram frustrados com o saldo da 12ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, ontem, quando foram arrematados 72 dos 240 blocos oferecidos — 43 tendo a Petrobras como operadora. Há um consenso no meio político de que, ou o Brasil passa mais firmeza em relação às regras do jogo ou esse sentimento de frustração permanecerá.
Padrinho/ Nas rodas de Brasília é dito com toda a certeza que quem conseguiu o emprego de gerente para José Dirceu no Hotel Saint Peter foi o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, amigo do ex-ministro de longa data.
Escola do voto/ A embaixadora do México no Brasil, Beatriz Paredes, lidera uma comitiva em visita ao Tribunal Superior Eleitoral. O grupo quer informações sobre o processo eleitoral brasileiro e as eleições de 2014. Tanto interesse tem explicação. A embaixadora foi senadora, deputada federal e presidente da Câmara de Deputados, e é uma das lideranças femininas de maior expressão da política mexicana.
Antídoto/ Antes que alguém infira que ele perdeu poder, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, faz chegar aos políticos que partiu dele a ideia de transferir o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, para a Casa Civil. Assim, Neri, que é técnico, fica mais livre para coordenar pesquisas e estudos a fim de formular políticas públicas de médio e longo prazos, o que ele realmente gosta de fazer.
Depois da medalha…/ De saída da cerimônia em que foi homenageado como constituinte, o ex-deputado Pimenta da Veiga encontrou três jovens de Minas Gerais. “Estaremos firmes na sua campanha ao governo em 2014”, disseram as duas moças e o rapaz. “Que bom, vamos em frente! Estarei lá”, respondeu o político. Na solenidade, Pimenta conversou longamente com representantes do PSD de Minas. Mais um sinal de que Dilma não terá, no estado, o partido de Kassab ao lado do PT.
Diante das ponderações do deputado sobre um acordo fechado com o presidente da Comissão, senador Lobão Filho, Renan insistiu, diante de um grupo de parlamentares perplexos com a discussão: “Não tem acordo. A Câmara criou uma série de problemas para o Senado, ao ponto de dizer que, por causa do Senado, não cassou (Natan) Donadon”. Henrique ficou possesso, mas se conteve. Salomônico, o senador Lobão Filho conseguiu, de próprio punho, estender o prazo até as 18h de segunda-feira, uma vez que, pelo Regimento Interno, é possível apresentar as emendas em até dez dias, prazo que terminaria no sábado, 30.
Bate aqui…
Os deputados debitam à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o movimento para manutenção dos prazos na Comissão Mista de Orçamento. “A articulação política do governo é tão ruim que um partido do tamanho do DEM dá um nó no Orçamento”, soltou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).
…e preservam ali
Atentos políticos que veem os deputados jogando Ideli na fogueira registram que ela tem chefe: a presidente Dilma Rousseff. Helicóptero à parte, a ministra segue à risca as orientações recebidas no gabinete mais importante do Planalto.
Mui amigo
O senador Roberto Requião, do Paraná, promete levar seu nome à convenção do PMDB para concorrer à Presidência da República: “Gosto da Dilma, mas não sou cúmplice de erros. O Galeão foi dado de presente, basta ver que o financiamento é do BNDES e 49% dos recursos quem vai pagar é a Infraero. Dilma parou o Estado. Ela, não… As circunstâncias. Agora cede tudo para ganhar a eleição”.
Sensação da rodada
Até os petistas ficaram frustrados com o saldo da 12ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, ontem, quando foram arrematados 72 dos 240 blocos oferecidos — 43 tendo a Petrobras como operadora. Há um consenso no meio político de que, ou o Brasil passa mais firmeza em relação às regras do jogo ou esse sentimento de frustração permanecerá.
Padrinho/ Nas rodas de Brasília é dito com toda a certeza que quem conseguiu o emprego de gerente para José Dirceu no Hotel Saint Peter foi o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, amigo do ex-ministro de longa data.
Escola do voto/ A embaixadora do México no Brasil, Beatriz Paredes, lidera uma comitiva em visita ao Tribunal Superior Eleitoral. O grupo quer informações sobre o processo eleitoral brasileiro e as eleições de 2014. Tanto interesse tem explicação. A embaixadora foi senadora, deputada federal e presidente da Câmara de Deputados, e é uma das lideranças femininas de maior expressão da política mexicana.
Antídoto/ Antes que alguém infira que ele perdeu poder, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, faz chegar aos políticos que partiu dele a ideia de transferir o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, para a Casa Civil. Assim, Neri, que é técnico, fica mais livre para coordenar pesquisas e estudos a fim de formular políticas públicas de médio e longo prazos, o que ele realmente gosta de fazer.
Depois da medalha…/ De saída da cerimônia em que foi homenageado como constituinte, o ex-deputado Pimenta da Veiga encontrou três jovens de Minas Gerais. “Estaremos firmes na sua campanha ao governo em 2014”, disseram as duas moças e o rapaz. “Que bom, vamos em frente! Estarei lá”, respondeu o político. Na solenidade, Pimenta conversou longamente com representantes do PSD de Minas. Mais um sinal de que Dilma não terá, no estado, o partido de Kassab ao lado do PT.
Voto aberto desce goela abaixo - LUIZ CARLOS AZEDO
CORREIO BRAZILIENSE - 29/11
Para não correr o risco de descumprir a decisão do STF, Henrique Alves ainda tem a opção de votar a chamada PEC dos mensaleiros
A emenda constitucional que institui o voto aberto nas votações de processos de cassação de mandatos de deputados e senadores e de vetos presidenciais foi promulgada ontem em sessão do Congresso Nacional. O texto apenas suprime a expressão “votação secreta”, ou seja, não explicita que as apreciações terão de ser abertas. Como os regimentos da Câmara e do Senado preveem a votação secreta nos dois casos, essa ambiguidade ainda gera desconfianças sobre a eficácia legal da mudança. Renan Calheiros (PMDB-AL), que preside o Senado, porém, garante que “não há motivos para preocupação”.
A emenda constitucional foi aprovada sob pressão da opinião pública, depois do caso do deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos de prisão, que escapou de cassação na Câmara graças ao voto secreto. Com quórum de menos de 410 deputados, 233 votaram a favor de sua cassação, 131 contra e 41 se abstiveram. Para cassá-lo, eram necessários 257 votos, mais da metade. Mesmo cumprindo pena na Papuda, Donadon mantém o mandato até hoje.
A posterior decretação da prisão dos réus do mensalão apressou a decisão. Henrique Alves havia aprovado a toque de caixa uma proposta prevendo o voto aberto em todos os casos e engavetou outra proposta, aprovada pelo Senado, que só abria o voto no caso de cassações. Ou seja, jogou para a arquibancada e deixou a bomba no colo de Renan. No Senado, o voto aberto para tudo enfrentou resistências porque a emenda acabava também com o sigilo na aprovação das indicações de autoridades pela Presidência da República, como ministros dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU); presidente e diretores do Banco Central; e diretores das agências reguladoras e embaixadores. Também passaria a ser aberta a votação para escolha e exoneração do procurador-geral da República.
Nada disso passou. No primeiro turno de votação, a emenda do voto aberto obteve 54 votos a favor contra 10 e uma abstenção, mas depois empacou. Na segunda, em sessão polêmica, votou-se apenas a supressão do voto secreto para cassação de mandatos e derrubada de vetos, o resto foi para as calendas. Houve controvérsias em plenário quanto a necessidade de a emenda voltar à Câmara. Renan decidiu promulgar o fim do voto secreto para as cassações de mandatos e os vetos presidenciais assim mesmo, após acordo com Henrique Alves. Na cerimônia de ontem, porém, o estranhamento entre o presidente do Senado e seu colega da Câmara era evidente.
O estresse tem muito a ver com os condenados da Ação Penal 470, que perderam os mandatos por decisão do STF. O presidente da Câmara disse que cumprirá o “texto constitucional” no caso da cassação dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP), José Genoino (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) e levará a plenário a decisão. Havia anunciado que só faria isso após o fim do voto secreto. Agora, Henrique terá de submeter os deputados ao plenário e corre risco de o caso Donadon se repetir. Esse procedimento é muito diferente do que definiu o STF, de que só cabe à Câmara formalizar por decreto a perda de mandato. O deputado José Genoino, por exemplo, muito querido na Casa, pode escapar da cassação mesmo numa votação aberta.
Para não correr o risco de descumprir a decisão do STF, Henrique Alves ainda tem a opção de votar a chamada PEC dos mensaleiros, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), já aprovada pelo Senado, que prevê a perda automática de mandato de parlamentares condenados por crimes de improbidade administrativa (enriquecimento ilícito, causar lesão ao erário e atentar contra a administração pública) e crimes contra a administração pública punidos com prisão por mais de um ano (corrupção, peculato, tráfico de influência). Nesse caso, a perda de mandato dos quatro parlamentares seria imediata, poupando os colegas de ter que votar pela cassação de cada um deles. Essa decisão, porém, provocaria um rompimento com a bancada do PT, com a qual o PMDB fez um pacto de revezamento no comando da Câmara.
Reino de Meirelles
Tudo como dantes. Os juros voltaram ao patamar de dois dígitos, com o aumento desta semana da taxa Selic para 10%. A decisão sepulta as veleidades do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, no sentido de desfazer o nó dos juros altos. Acaba também com as dúvidas da presidente Dilma Rousseff quanto ao ex-presidente do BC Henrique Meirelles, cuja política de juros era atribuída aos interesses do mercado financeiro e não à exigência de combate à inflação.
A emenda constitucional que institui o voto aberto nas votações de processos de cassação de mandatos de deputados e senadores e de vetos presidenciais foi promulgada ontem em sessão do Congresso Nacional. O texto apenas suprime a expressão “votação secreta”, ou seja, não explicita que as apreciações terão de ser abertas. Como os regimentos da Câmara e do Senado preveem a votação secreta nos dois casos, essa ambiguidade ainda gera desconfianças sobre a eficácia legal da mudança. Renan Calheiros (PMDB-AL), que preside o Senado, porém, garante que “não há motivos para preocupação”.
A emenda constitucional foi aprovada sob pressão da opinião pública, depois do caso do deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos de prisão, que escapou de cassação na Câmara graças ao voto secreto. Com quórum de menos de 410 deputados, 233 votaram a favor de sua cassação, 131 contra e 41 se abstiveram. Para cassá-lo, eram necessários 257 votos, mais da metade. Mesmo cumprindo pena na Papuda, Donadon mantém o mandato até hoje.
A posterior decretação da prisão dos réus do mensalão apressou a decisão. Henrique Alves havia aprovado a toque de caixa uma proposta prevendo o voto aberto em todos os casos e engavetou outra proposta, aprovada pelo Senado, que só abria o voto no caso de cassações. Ou seja, jogou para a arquibancada e deixou a bomba no colo de Renan. No Senado, o voto aberto para tudo enfrentou resistências porque a emenda acabava também com o sigilo na aprovação das indicações de autoridades pela Presidência da República, como ministros dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU); presidente e diretores do Banco Central; e diretores das agências reguladoras e embaixadores. Também passaria a ser aberta a votação para escolha e exoneração do procurador-geral da República.
Nada disso passou. No primeiro turno de votação, a emenda do voto aberto obteve 54 votos a favor contra 10 e uma abstenção, mas depois empacou. Na segunda, em sessão polêmica, votou-se apenas a supressão do voto secreto para cassação de mandatos e derrubada de vetos, o resto foi para as calendas. Houve controvérsias em plenário quanto a necessidade de a emenda voltar à Câmara. Renan decidiu promulgar o fim do voto secreto para as cassações de mandatos e os vetos presidenciais assim mesmo, após acordo com Henrique Alves. Na cerimônia de ontem, porém, o estranhamento entre o presidente do Senado e seu colega da Câmara era evidente.
O estresse tem muito a ver com os condenados da Ação Penal 470, que perderam os mandatos por decisão do STF. O presidente da Câmara disse que cumprirá o “texto constitucional” no caso da cassação dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP), José Genoino (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) e levará a plenário a decisão. Havia anunciado que só faria isso após o fim do voto secreto. Agora, Henrique terá de submeter os deputados ao plenário e corre risco de o caso Donadon se repetir. Esse procedimento é muito diferente do que definiu o STF, de que só cabe à Câmara formalizar por decreto a perda de mandato. O deputado José Genoino, por exemplo, muito querido na Casa, pode escapar da cassação mesmo numa votação aberta.
Para não correr o risco de descumprir a decisão do STF, Henrique Alves ainda tem a opção de votar a chamada PEC dos mensaleiros, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), já aprovada pelo Senado, que prevê a perda automática de mandato de parlamentares condenados por crimes de improbidade administrativa (enriquecimento ilícito, causar lesão ao erário e atentar contra a administração pública) e crimes contra a administração pública punidos com prisão por mais de um ano (corrupção, peculato, tráfico de influência). Nesse caso, a perda de mandato dos quatro parlamentares seria imediata, poupando os colegas de ter que votar pela cassação de cada um deles. Essa decisão, porém, provocaria um rompimento com a bancada do PT, com a qual o PMDB fez um pacto de revezamento no comando da Câmara.
Reino de Meirelles
Tudo como dantes. Os juros voltaram ao patamar de dois dígitos, com o aumento desta semana da taxa Selic para 10%. A decisão sepulta as veleidades do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, no sentido de desfazer o nó dos juros altos. Acaba também com as dúvidas da presidente Dilma Rousseff quanto ao ex-presidente do BC Henrique Meirelles, cuja política de juros era atribuída aos interesses do mercado financeiro e não à exigência de combate à inflação.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 29/11
Fabricante de parafusos constrói unidade em SC
A Ciser, que faz parafusos e fixadores, vai construir uma nova fábrica em Araquari (SC), para onde serão levadas as linhas de produção que hoje estão no município vizinho de Joinville.
O investimento é estimado em R$ 160 milhões.
A mudança vai permitir dobrar a capacidade de fabricação das atuais 250 toneladas por dia para cerca de 500 toneladas, segundo o presidente, Carlos Rodolfo Schneider.
"Estamos hoje com várias unidades espalhadas na cidade [em Joinville]. Vamos, então, reunir tudo em uma planta só", afirma.
Os materiais feitos pela companhia são usados por indústrias variadas, como de eletrodomésticos, veículos, agronegócios, energia e construção civil.
Também são vendidos para o comércio especializado.
A produção está voltada majoritariamente para o mercado interno, que absorve cerca de 95% das peças.
"A gente já chegou a exportar 20% do total [há cerca de dez anos], mas, com a perda de competitividade do Brasil, nós diminuímos bastante", afirma Schneider.
"Houve uma queda gradativa conforme o câmbio foi piorando e os custos do país aumentando", diz.
Para atender parte dos clientes do exterior, a empresa mantém acordos de fabricação na China, onde parafusos e fixadores da marca são feitos por parceiros.
Apesar do fechamento em Joinville, a maioria dos funcionários será transferida para a nova planta de Araquari, por causa da proximidade entre os municípios (menos de 20 quilômetros), de acordo com o executivo.
SALÁRIO MAIS ALTO
O Brasil é o país da América Latina que melhor remunera profissionais de média e alta gerência, de acordo com pesquisa da empresa de recrutamento Michael Page.
Quase metade dos 31 cargos analisados apresenta salários mais altos no Brasil. Em seguida, ficaram Chile e Peru, com 29% e 10%, respectivamente. A Colômbia é o país com as piores remunerações.
No Brasil, entre as diversas áreas analisadas, as de engenharia, finanças e seguros foram as que apresentaram maior crescimento salarial na comparação com 2012.
Para as posições de controller e gerente comercial (seguros), por exemplo, o avanço no período foi de 14%.
Na outra ponta, as remunerações para os cargos de gerente de planejamento (suprimentos) e de diretor tributário recuaram 10% e 13%, respectivamente.
O levantamento teve como base entrevistas feitas com cerca de 75 mil profissionais.
RUMO AO VALE
A Superfrio, empresa do ramo de armazenamento, logística e embalagens, abrirá mais dois centros de distribuição no interior do Estado de São Paulo.
A expansão receberá um investimento total de cerca de R$ 60 milhões.
Em Jacareí, serão aportados R$ 30 milhões em uma unidade com 25 mil metros quadrados de área total.
"Queremos nos expandir para o Vale do Paraíba, que é uma região com muitas oportunidades e bem localizada", afirma Fernando Milan Sartori, proprietário da empresa.
O centro de distribuição ficará a cem metros da rodovia Presidente Dutra.
As obras devem começar neste ano e ser entregues em setembro de 2014.
A empresa projeta um aumento de 25% na capacidade de estocagem somente com a primeira inauguração.
Campinas receberá um centro de distribuição com 27 mil metros quadrados de área total, e recursos da ordem de R$ 30 milhões.
"Decidimos priorizar a unidade em Jacareí, mas Campinas vem em seguida", acrescenta.
25%
será o incremento na capacidade de estocagem com a primeira inauguração
550
é o número total de funcionários na empresa
3
são as unidades hoje, em Vargem Grande do Sul, Mogi Guaçu e Ribeirão Preto (SP)
África... A Vale formalizará no dia 2, em Washington, sua adesão a um fundo contra aids, tuberculose e malária, apoiado pela ONU. Em três anos, repassará US$ 3 milhões para Moçambique e Malauí.
...sem fronteira A Vale opera uma mina de carvão em Moçambique e desenvolve um projeto de infraestrutura logística na região, passando por Malauí. O fundo financia projetos em 151 países.
AVANÇO DA IDADE
A participação de pessoas com mais de 70 anos no segmento de planos de saúde de autogestão aumentou: passou de 9,9% em 2006 para 11,4% no ano passado.
A categoria compreende organizações sem fins lucrativos que administram a saúde de beneficiários.
Os números são de um levantamento feito pela Unidas (União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde) em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que será divulgado no domingo.
Ainda de acordo com o estudo, hoje 22,8% dos beneficiários desses planos de saúde têm mais de 60 anos.
Enquanto no setor de saúde suplementar, apenas 1,9% dos beneficiários têm 80 anos ou mais, 4,5% dos beneficiários de planos de autogestão estão nessa faixa etária.
"O custo médio de um beneficiário com mais de 60 anos é 6,6 vezes maior que de uma pessoa mais jovem", afirma Denise Eloi, presidente da Unidas.
Entre os mais velhos, o custo médio é de R$ 6.250,27, enquanto para pessoas de 0 a 18 anos, esse montante se reduz para R$ 952,78.
A pesquisa ouviu 79 empresas que administram 450 planos de saúde.
Luz O português Miguel Setas, vice-presidente de distribuição da EDP e CEO da EDP Bandeirante e da EDP Escelsa, lança "Duas Lentes" (ed. Bei), no dia 2. O livro tem 52 crônicas do executivo e fotos de Cristiano Mascaro.
Salgado... A rede especializada em croissants Croasonho abrirá sua quarta unidade em São Paulo em dezembro. Com sede no Rio Grande do Sul, a empresa pretende abrir 15 franquias no país no ano que vem. Hoje, são 56 lojas.
...e doce A Brou'ne, rede de lojas de brownies, pretende abrir 30 unidades no próximo ano. Hoje são 15 em operação nos Estados de Goiás e São Paulo, além de Brasília. Em 2014, Santa Catarina e Paraná deverão receber pontos.
Fabricante de parafusos constrói unidade em SC
A Ciser, que faz parafusos e fixadores, vai construir uma nova fábrica em Araquari (SC), para onde serão levadas as linhas de produção que hoje estão no município vizinho de Joinville.
O investimento é estimado em R$ 160 milhões.
A mudança vai permitir dobrar a capacidade de fabricação das atuais 250 toneladas por dia para cerca de 500 toneladas, segundo o presidente, Carlos Rodolfo Schneider.
"Estamos hoje com várias unidades espalhadas na cidade [em Joinville]. Vamos, então, reunir tudo em uma planta só", afirma.
Os materiais feitos pela companhia são usados por indústrias variadas, como de eletrodomésticos, veículos, agronegócios, energia e construção civil.
Também são vendidos para o comércio especializado.
A produção está voltada majoritariamente para o mercado interno, que absorve cerca de 95% das peças.
"A gente já chegou a exportar 20% do total [há cerca de dez anos], mas, com a perda de competitividade do Brasil, nós diminuímos bastante", afirma Schneider.
"Houve uma queda gradativa conforme o câmbio foi piorando e os custos do país aumentando", diz.
Para atender parte dos clientes do exterior, a empresa mantém acordos de fabricação na China, onde parafusos e fixadores da marca são feitos por parceiros.
Apesar do fechamento em Joinville, a maioria dos funcionários será transferida para a nova planta de Araquari, por causa da proximidade entre os municípios (menos de 20 quilômetros), de acordo com o executivo.
SALÁRIO MAIS ALTO
O Brasil é o país da América Latina que melhor remunera profissionais de média e alta gerência, de acordo com pesquisa da empresa de recrutamento Michael Page.
Quase metade dos 31 cargos analisados apresenta salários mais altos no Brasil. Em seguida, ficaram Chile e Peru, com 29% e 10%, respectivamente. A Colômbia é o país com as piores remunerações.
No Brasil, entre as diversas áreas analisadas, as de engenharia, finanças e seguros foram as que apresentaram maior crescimento salarial na comparação com 2012.
Para as posições de controller e gerente comercial (seguros), por exemplo, o avanço no período foi de 14%.
Na outra ponta, as remunerações para os cargos de gerente de planejamento (suprimentos) e de diretor tributário recuaram 10% e 13%, respectivamente.
O levantamento teve como base entrevistas feitas com cerca de 75 mil profissionais.
RUMO AO VALE
A Superfrio, empresa do ramo de armazenamento, logística e embalagens, abrirá mais dois centros de distribuição no interior do Estado de São Paulo.
A expansão receberá um investimento total de cerca de R$ 60 milhões.
Em Jacareí, serão aportados R$ 30 milhões em uma unidade com 25 mil metros quadrados de área total.
"Queremos nos expandir para o Vale do Paraíba, que é uma região com muitas oportunidades e bem localizada", afirma Fernando Milan Sartori, proprietário da empresa.
O centro de distribuição ficará a cem metros da rodovia Presidente Dutra.
As obras devem começar neste ano e ser entregues em setembro de 2014.
A empresa projeta um aumento de 25% na capacidade de estocagem somente com a primeira inauguração.
Campinas receberá um centro de distribuição com 27 mil metros quadrados de área total, e recursos da ordem de R$ 30 milhões.
"Decidimos priorizar a unidade em Jacareí, mas Campinas vem em seguida", acrescenta.
25%
será o incremento na capacidade de estocagem com a primeira inauguração
550
é o número total de funcionários na empresa
3
são as unidades hoje, em Vargem Grande do Sul, Mogi Guaçu e Ribeirão Preto (SP)
África... A Vale formalizará no dia 2, em Washington, sua adesão a um fundo contra aids, tuberculose e malária, apoiado pela ONU. Em três anos, repassará US$ 3 milhões para Moçambique e Malauí.
...sem fronteira A Vale opera uma mina de carvão em Moçambique e desenvolve um projeto de infraestrutura logística na região, passando por Malauí. O fundo financia projetos em 151 países.
AVANÇO DA IDADE
A participação de pessoas com mais de 70 anos no segmento de planos de saúde de autogestão aumentou: passou de 9,9% em 2006 para 11,4% no ano passado.
A categoria compreende organizações sem fins lucrativos que administram a saúde de beneficiários.
Os números são de um levantamento feito pela Unidas (União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde) em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que será divulgado no domingo.
Ainda de acordo com o estudo, hoje 22,8% dos beneficiários desses planos de saúde têm mais de 60 anos.
Enquanto no setor de saúde suplementar, apenas 1,9% dos beneficiários têm 80 anos ou mais, 4,5% dos beneficiários de planos de autogestão estão nessa faixa etária.
"O custo médio de um beneficiário com mais de 60 anos é 6,6 vezes maior que de uma pessoa mais jovem", afirma Denise Eloi, presidente da Unidas.
Entre os mais velhos, o custo médio é de R$ 6.250,27, enquanto para pessoas de 0 a 18 anos, esse montante se reduz para R$ 952,78.
A pesquisa ouviu 79 empresas que administram 450 planos de saúde.
Luz O português Miguel Setas, vice-presidente de distribuição da EDP e CEO da EDP Bandeirante e da EDP Escelsa, lança "Duas Lentes" (ed. Bei), no dia 2. O livro tem 52 crônicas do executivo e fotos de Cristiano Mascaro.
Salgado... A rede especializada em croissants Croasonho abrirá sua quarta unidade em São Paulo em dezembro. Com sede no Rio Grande do Sul, a empresa pretende abrir 15 franquias no país no ano que vem. Hoje, são 56 lojas.
...e doce A Brou'ne, rede de lojas de brownies, pretende abrir 30 unidades no próximo ano. Hoje são 15 em operação nos Estados de Goiás e São Paulo, além de Brasília. Em 2014, Santa Catarina e Paraná deverão receber pontos.
A sabedoria da tia Inácia e as concessões - LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
FOLHA DE SP - 29/11
Replicamos nos leilões de privatizações a técnica de tia Inácia para atrair as galinhas mais gordas
Tia Inácia era a cozinheira da minha família na longínqua Pouso Alegre de minha infância. Meus tios moravam em um desses casarões antigos com uma ampla cozinha que se abria para um terreiro imenso também. Nela reinava uma senhora, de doces hábitos e pratos deliciosos, cozinhados lentamente em um fogão de lenha.
A cozinha era meu espaço favorito por razões óbvias. Mas também prendiam minha atenção de criança da capital as histórias e hábitos da tia Inácia.
Aprendi com sua sabedoria uma lição que me foi muito útil décadas depois, quando, como presidente do BNDES, tive a responsabilidade de comandar uma série de privatizações importantes.
Para cumprir parte das minhas missões constitucionais --a de procurar vender os ativos públicos pelo melhor preço possível, dadas as regras do leilão de venda--, lembrei-me da querida tia Inácia e de sua técnica para escolher uma galinha para suas inesquecíveis canjas. Ela chegava ao portão da cozinha e pronunciava certas palavras mágicas enquanto jogava grãos de milho no chão: "Quit..quit...quit", e as galinhas, já acostumadas a esse pequeno ritual quase diário, aproximavam-se do portão.
Então, com os olhares profissionais, escolhia a mais gorda segurando a infeliz galinha pelas asas.
Pois nos leilões de privatização --ou concessão de serviços públicos, como são chamados hoje-- a técnica para seu sucesso replicava o modelo da tia Inácia. Só que o chamariz era outro, diferentemente dos grãos de milho da velha cozinheira.
O que oferecíamos para atrair os concorrentes ao leilão era uma taxa de rentabilidade do projeto um pouco mais gorda do que a que a calculada apenas por modelos matemáticos. Se o crescimento do PIB aceitável pelo mercado no cálculo do retorno da concessão era de 3,5% ao ano, colocávamos no modelo algo como 2,8%.
Se a variável principal da concessão fosse o tráfego futuro de uma estrada de rodagem, reduzíamos o número ideal em cerca de 20% e esse passava a ser o parâmetro oficial. E assim por diante.
E por que esse pequeno artifício funcionava tão bem? Porque as empresas interessadas precisavam mobilizar uma equipe grande de consultores externos e funcionários próprios para atender as demandas legais e avaliar os ganhos com o investimento. E só fariam isso se visualizassem ganhos futuros no investimento. E aprendemos no nosso dia a dia que, depois de realizar todo esse investimento, os interessados acabavam por pagar, em seus lances no leilão aberto, ágios até maiores do que os que estavam preparados para oferecer.
No governo Dilma, essa sabedoria foi deixada de lado e substituída por um dirigismo científico, e os preços mínimos estabelecidos para o leilão não mais continham a "gordura" tucana. Com isso, os termos do edital jogavam uma ducha de água gelada no espírito animal das empresas privadas, afastando-as do leilão. E sem o clima competitivo dos leilões os ágios não apareciam e o governo é quem acabava perdendo.
Esse modelo foi testado várias vezes no mandato presidencial atual e sempre com o mesmo resultado: fracassos ou leilão com apenas um consórcio e, portanto, sem ágio. Isso aconteceu inclusive na licitação do gigante campo de Libra, quando a gula pela parte do governo no petróleo a ser extraído inviabilizou a disputa e, certamente, trouxe prejuízos econômicos e de imagem ao governo e ao país.
Mas o importante para um analista econômico não são os fracassos do passado, mas sim se lições foram entendidas e se um novo caminho está aberto no futuro. E isso parece ter ocorrido com novas regras nos leilões dos aeroportos do Galeão e Confins e agora com a concessão da rodovia BR-163.
Os ajustes foram feitos de forma correta, respeitando as incertezas que um investimento de 30 anos sempre traz e criando as condições para que os participantes com qualificação superior aparecessem.
Os resultados são promissores, e as condições para que os investimentos em infraestrutura em 2014 tenham uma nova dinâmica parecem estar postas. É só continuar a trilhar o caminho aberto pela tia Inácia, 60 anos atrás.
Replicamos nos leilões de privatizações a técnica de tia Inácia para atrair as galinhas mais gordas
Tia Inácia era a cozinheira da minha família na longínqua Pouso Alegre de minha infância. Meus tios moravam em um desses casarões antigos com uma ampla cozinha que se abria para um terreiro imenso também. Nela reinava uma senhora, de doces hábitos e pratos deliciosos, cozinhados lentamente em um fogão de lenha.
A cozinha era meu espaço favorito por razões óbvias. Mas também prendiam minha atenção de criança da capital as histórias e hábitos da tia Inácia.
Aprendi com sua sabedoria uma lição que me foi muito útil décadas depois, quando, como presidente do BNDES, tive a responsabilidade de comandar uma série de privatizações importantes.
Para cumprir parte das minhas missões constitucionais --a de procurar vender os ativos públicos pelo melhor preço possível, dadas as regras do leilão de venda--, lembrei-me da querida tia Inácia e de sua técnica para escolher uma galinha para suas inesquecíveis canjas. Ela chegava ao portão da cozinha e pronunciava certas palavras mágicas enquanto jogava grãos de milho no chão: "Quit..quit...quit", e as galinhas, já acostumadas a esse pequeno ritual quase diário, aproximavam-se do portão.
Então, com os olhares profissionais, escolhia a mais gorda segurando a infeliz galinha pelas asas.
Pois nos leilões de privatização --ou concessão de serviços públicos, como são chamados hoje-- a técnica para seu sucesso replicava o modelo da tia Inácia. Só que o chamariz era outro, diferentemente dos grãos de milho da velha cozinheira.
O que oferecíamos para atrair os concorrentes ao leilão era uma taxa de rentabilidade do projeto um pouco mais gorda do que a que a calculada apenas por modelos matemáticos. Se o crescimento do PIB aceitável pelo mercado no cálculo do retorno da concessão era de 3,5% ao ano, colocávamos no modelo algo como 2,8%.
Se a variável principal da concessão fosse o tráfego futuro de uma estrada de rodagem, reduzíamos o número ideal em cerca de 20% e esse passava a ser o parâmetro oficial. E assim por diante.
E por que esse pequeno artifício funcionava tão bem? Porque as empresas interessadas precisavam mobilizar uma equipe grande de consultores externos e funcionários próprios para atender as demandas legais e avaliar os ganhos com o investimento. E só fariam isso se visualizassem ganhos futuros no investimento. E aprendemos no nosso dia a dia que, depois de realizar todo esse investimento, os interessados acabavam por pagar, em seus lances no leilão aberto, ágios até maiores do que os que estavam preparados para oferecer.
No governo Dilma, essa sabedoria foi deixada de lado e substituída por um dirigismo científico, e os preços mínimos estabelecidos para o leilão não mais continham a "gordura" tucana. Com isso, os termos do edital jogavam uma ducha de água gelada no espírito animal das empresas privadas, afastando-as do leilão. E sem o clima competitivo dos leilões os ágios não apareciam e o governo é quem acabava perdendo.
Esse modelo foi testado várias vezes no mandato presidencial atual e sempre com o mesmo resultado: fracassos ou leilão com apenas um consórcio e, portanto, sem ágio. Isso aconteceu inclusive na licitação do gigante campo de Libra, quando a gula pela parte do governo no petróleo a ser extraído inviabilizou a disputa e, certamente, trouxe prejuízos econômicos e de imagem ao governo e ao país.
Mas o importante para um analista econômico não são os fracassos do passado, mas sim se lições foram entendidas e se um novo caminho está aberto no futuro. E isso parece ter ocorrido com novas regras nos leilões dos aeroportos do Galeão e Confins e agora com a concessão da rodovia BR-163.
Os ajustes foram feitos de forma correta, respeitando as incertezas que um investimento de 30 anos sempre traz e criando as condições para que os participantes com qualificação superior aparecessem.
Os resultados são promissores, e as condições para que os investimentos em infraestrutura em 2014 tenham uma nova dinâmica parecem estar postas. É só continuar a trilhar o caminho aberto pela tia Inácia, 60 anos atrás.