"A CHEFA"
terça-feira, junho 04, 2013
Roubo de ingressos - ANCELMO GOIS
O GLOBO - 04/06
No domingo, no Maracanã, um grupo liderado por um empresário árabe apareceu no camarote com os convites roubados. Disse ter comprado de um funcionário do Hotel Fasano.
E aí...
Houve quem quisesse chamar a polícia. Mas Lazaroni optou por acomodar todo mundo.
Mulheres na Europa
A literatura brasileira continua em alta na Europa.
“A casa das sete mulheres”, de Letícia Wierzchowski, acaba de sair na França, pela editora Lattès. Antes, o livro já tinha sido lançado em outros seis países europeus.
Lula e Dilma
Em 15 dias, a versão integral e gratuita do livro “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil — Lula e Dilma”, organizado por Emir Sader e publicado pela Boitempo, teve 231 mil exemplares baixados, no flacso.org.
Prestígio
Três ministras virão à posse da nova imortal Rosiska Darcy de Oliveira, na ABL, no dia 14 agora.
São elas: Marta Suplicy, Eleonora Menicucci e Izabella Teixeira.
Parente distante
No “Dictionnaire amoureux du Brésil”, de Gilles Lapouge, Chico Buarque é chamado de neto de Aurélio Buarque de Holanda.
Diz lá na página 315: “Abri o dicionário da língua portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda, o avô do cantor.” Na verdade, Aurélio era primo distante de Sérgio, pai de Chico.
Enchendo o cofre
O brasileiro Joseph Safra, do Banco J. Safra, com sede na Suíça, está negociando a compra do Private Banking do HSBC de Mônaco.
Safra é o segundo homem mais rico do Brasil, segundo a “Forbes”. Em 2012, ele comprou o Bank Sarasin e, em janeiro, uniu seus negócios no J. Safra Sarasin.
Vale a pena rever
O canal Viva, que caiu no gosto de Dilma, como ela revelou em entrevista ao coleguinha Jorge Bastos Moreno, ficou em 6º lugar na audiência do horário nobre, da TV por assinatura, de 13 a 19 de maio.
Mão armada
Assaltantes entraram sexta passada dentro de um ônibus frescão que saiu do Aeroporto Galeão, no Rio, cheio de turistas (cinco franceses e três japoneses, além de brasileiros). Uma moça serviu de intérprete e pediu para ninguém reagir.
Um bandido pôs a arma na cabeça de uma grávida. A queixa está na 37ª DP.
A cruz do Papa
Por sugestão de Fred Gelli, que criou a logomarca dos Jogos Olímpicos do Rio, o prefeito Eduardo Paes se reúne hoje com a rede hoteleira da Praia de Copacabana.
A ideia é que durante a passagem do papamóvel pela Av. Atlântica, na noite de 25 de julho, os hotéis tenham uma iluminação em formato de cruz.
Carnaval 2014
A Viradouro, escola que tenta voltar à elite do carnaval carioca, foi autorizada a captar, pela Lei Rouanet, R$ 2.192.000.
No próximo carnaval, a agremiação vai contar a história de sua cidade, Niterói.
Humor na literatura
Flávio Moreira da Costa prepara, veja que legal, para a Companhia das Letras, uma antologia sobre o humor brasileiro, dos índios aos acadêmicos. Aliás, hoje haverá um ciclo de palestras sobre “O bom humor na ABL” com Cícero Sandroni, Murilo Melo Filho, Claudio Murilo Leal e o próprio Flávio.
Brigadeiro da Copa
A Colher de Pau, tradicional loja de doce do Rio, fundada em 1974 na Zona Sul da cidade, está lançando uma novidade.
Os brigadeiros com confeitos coloridos em homenagem à Copa das Confederações. Não são fofos?
ENCONTRO DE BAMBAS
Paulinho da Viola e Lan puseram o papo em dia, na quadra da Portela, no fim de semana. Os dois receberam títulos de beneméritos da escola. Merecem!
Quero filmar a vida de Marcos Valério - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 04/06
Responsável pelos dois filmes nacionais de maior bilheteria desde o ano passado (as comédias "Até que a Sorte nos Separe", que teve 3,3 milhões de espectadores, e "De Pernas pro Ar 2", com 4,8 milhões), o diretor carioca Roberto Santucci, 45, leva mais uma produção às telas, a partir de sexta: "Odeio o Dia dos Namorados", com Heloísa Périssé. E agora quer fazer um longa que não seja de humor. Uma ideia que o apaixona: transformar a vida do publicitário Marcos Valério, pivô do mensalão, em um filme de ação espetacular.
Folha - Seu novo filme, ao contrário dos anteriores, não tem apoio da Globo Filmes. Qual é o peso da empresa?
Roberto Santucci - Enorme, porque o canhão de mídia dela é muito forte. Mas sempre digo: ela tem o poder de salvar um grande desastre, mas não de fazer um grande sucesso. Será, portanto, um desafio, um teste de fogo. Vai ser interessante ver o que acontece. E o calendário é pesadíssimo. Em duas semanas, entra em cartaz "Minha Mãe É uma Peça" [dirigido por André Pellenz], com grandes distribuidores e coprodução da Globo. É o mesmo perfil de filme. Será concorrência direta.
Como é o filme "Odeio o Dia dos Namorados"?
Parece uma mera comédia, mas é mais do que isso. Tem um pouco de romance e de drama. Para fazer rir, tem que emocionar também.
O que o senhor quer agora?
O que quero há muito tempo é fazer um grande filme de ação. Sou apaixonado por ficção científica, drama, várias coisas. Tenho que voltar aos tipos de filmes que fazia antes [como o policial "Bellini e a Esfinge", de 2001].
Algum tema em especial?
A história da vida e ascensão do Marcos Valério [publicitário apontado como o operador do mensalão], por exemplo, me empolga. É espetacular. Quero fazer um filme com pegada, que seja tipo "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite". Para o público levantar e aplaudir. Que nem quando um cara dá porrada num político.
E qual é o maior obstáculo para realizar essa vontade?
Tenho o desafio de mostrar um outro cineasta que está dentro de mim e que adora outro tipo de filme. Não quero ficar fazendo só comédia. Quero mostrar minha cara de uma maneira mais real.
Como definiria o seu lugar no cinema nacional, que tem diretores como Fernando Meirelles ["Cidade de Deus"] e José Padilha ["Tropa de Elite" e "Tropa de Elite 2"]?
Não estou nem perto desses caras. Eu sou azarão. Quando fui fazer o primeiro "De Pernas pro Ar", ninguém me conhecia. Pensavam que o filme ficaria vagabundo e chulo. Aí fui lá e inverti todas as expectativas. Mas as comédias, geralmente, são malvistas. Tenho medo de que minha produção entre para a história como um besteirol. Não é.
PRIMEIRO LUGAR
As micro e pequenas empresas voltaram a puxar o nível de emprego no Brasil. Elas foram as responsáveis pela abertura de 140 mil novas vagas em abril, ou cerca de 71% do total gerado no país.
RANKING
No setor de serviços, o mais aquecido, foram criados 59 mil empregos, ou quatro vezes mais do que as vagas criadas nas grandes empresas; em seguida vieram o da construção civil, com 31,9 mil, e o da indústria de transformação, com 20 mil.
ESPAÇO
Em São Paulo foram criadas 42 mil vagas. Em seguida vieram Minas Gerais (15,8 mil) e Paraná (12,8 mil) e, em quarto, o Rio, com 10,4 mil.
PRANCHETA
O PT deve divulgar nos próximos dias o balanço da coleta de assinaturas para a reforma política. Pelos levantamentos preliminares, a legenda já tem 200 mil assinaturas, coletadas em 45 dias. A meta é chegar a 1,5 milhão até fevereiro de 2014.
PELÉ EM DOBRO
O Ministério da Cultura aprovou novo orçamento do projeto "Pelé Eterno - Longa Versão", série sobre a vida do Rei do futebol, dirigida por Aníbal Massaini. A produção, autorizada a captar recursos via Lei Rouanet, passou de R$ 2,7 milhões para R$ 4,2 mi.
PELÉ EM DOBRO 2
"O valor aumentou porque em vez de quatro, teremos seis episódios", diz Massaini, diretor do longa de mesmo nome, "Pelé Eterno". "Vamos aproveitar o material do filme e estamos acrescentando muitas outras coisas. É um projeto para a TV aberta, para 2014." A Globo é coprodutora do filme, mas ainda não está definido qual emissora exibirá a série.
ACRÉSCIMO
Relator do pedido de perda do mandato do vice-governador de SP, Guilherme Afif (PSD), o deputado estadual Cauê Macris (PSDB) solicitou mais 15 dias para dar seu parecer sobre o caso. O prazo para ele apresentar o relatório venceria hoje. Macris diz precisar de mais tempo porque a Assembleia não tem regras para situações do tipo, já que o episódio é inédito.
CONECTADA
Depois de abrir contas recentemente no Twitter e no Instagram, a atriz Claudia Raia passa a assinar a coluna "Closet da Raia", no site da figurinista da Globo Gogoia Sampaio, o brconfidencial.com. No espaço, vai também abrir sua bolsa e seu armário, por exemplo, e mostrar ensaios e figurinos marcantes de sua carreira.
SALGUEI A SANTA CEIA
Uma cena da novela das nove "Amor à Vida", em que o vilão gay Félix (Mateus Solano) foi pego pela mulher, Edith (Barbara Paz), almoçando com outro homem no shopping Cidade Jardim, em SP, tem levado fãs da novela ao local. A gerente do Nonno Ruggero conta que clientes chegam pedindo para se sentar na "mesa do Félix".
NO PALCO COM DA VINCI
O monólogo "Da Vinci, Maquiavel e Eu", com Tadeu Di Pyetro e direção de Elias Andreato, estreou no sábado. O texto, de autoria do protagonista e de Miguel Filiage, fala sobre o encontro de Leonardo Da Vinci e Maquiavel. A atriz Amanda Acosta e a chef Danielle Dahoui foram ao teatro MuBE Nova Cultural assistir à peça.
CINEMA ISRAELENSE
A 6ª edição da Mostra Audiovisual Israelense do Centro da Cultura Judaica foi aberta no sábado, em parceria com André Fischer, do festival Mix Brasil. O DJ israelense Erez Ben Ishay animou a festa. O embaixador da Bélgica no Brasil, Jozef Smets, foi com o marido, Cristophe Degraeuwe. A cantora Flávia Virgínia, filha de Djavan, e o estilista Lorenzo Merlino também circularam pelo evento.
CURTO-CIRCUITO
Os chefs Alex Atala e Jefferson Rueda participam do projeto Receita de Sucesso, do Sebrae-SP, hoje, em Mogi Mirim.
João Paulo Diniz recebe convidados em almoço de lançamento do projeto Pedala São Paulo, no restaurante Ecco, no Itaim Bibi.
O joalheiro Mario Pantalena lança o livro "Pantalena", na Livraria da Vila, no Jardins, a partir das 19h.
A comédia musical "Pour Elise" tem pré-estreia para convidados hoje, às 21h30, no teatro Folha, em Higienópolis. Livre.
Celso Russomanno e Geraldo Luís falam sobre programas populares hoje para alunos de jornalismo da Universidade Guarulhos.
As obras de Rubem Braga e de Vinicius de Moraes serão debatidas na 16ª Bienal do Livro do Rio.
Folha - Seu novo filme, ao contrário dos anteriores, não tem apoio da Globo Filmes. Qual é o peso da empresa?
Roberto Santucci - Enorme, porque o canhão de mídia dela é muito forte. Mas sempre digo: ela tem o poder de salvar um grande desastre, mas não de fazer um grande sucesso. Será, portanto, um desafio, um teste de fogo. Vai ser interessante ver o que acontece. E o calendário é pesadíssimo. Em duas semanas, entra em cartaz "Minha Mãe É uma Peça" [dirigido por André Pellenz], com grandes distribuidores e coprodução da Globo. É o mesmo perfil de filme. Será concorrência direta.
Como é o filme "Odeio o Dia dos Namorados"?
Parece uma mera comédia, mas é mais do que isso. Tem um pouco de romance e de drama. Para fazer rir, tem que emocionar também.
O que o senhor quer agora?
O que quero há muito tempo é fazer um grande filme de ação. Sou apaixonado por ficção científica, drama, várias coisas. Tenho que voltar aos tipos de filmes que fazia antes [como o policial "Bellini e a Esfinge", de 2001].
Algum tema em especial?
A história da vida e ascensão do Marcos Valério [publicitário apontado como o operador do mensalão], por exemplo, me empolga. É espetacular. Quero fazer um filme com pegada, que seja tipo "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite". Para o público levantar e aplaudir. Que nem quando um cara dá porrada num político.
E qual é o maior obstáculo para realizar essa vontade?
Tenho o desafio de mostrar um outro cineasta que está dentro de mim e que adora outro tipo de filme. Não quero ficar fazendo só comédia. Quero mostrar minha cara de uma maneira mais real.
Como definiria o seu lugar no cinema nacional, que tem diretores como Fernando Meirelles ["Cidade de Deus"] e José Padilha ["Tropa de Elite" e "Tropa de Elite 2"]?
Não estou nem perto desses caras. Eu sou azarão. Quando fui fazer o primeiro "De Pernas pro Ar", ninguém me conhecia. Pensavam que o filme ficaria vagabundo e chulo. Aí fui lá e inverti todas as expectativas. Mas as comédias, geralmente, são malvistas. Tenho medo de que minha produção entre para a história como um besteirol. Não é.
PRIMEIRO LUGAR
As micro e pequenas empresas voltaram a puxar o nível de emprego no Brasil. Elas foram as responsáveis pela abertura de 140 mil novas vagas em abril, ou cerca de 71% do total gerado no país.
RANKING
No setor de serviços, o mais aquecido, foram criados 59 mil empregos, ou quatro vezes mais do que as vagas criadas nas grandes empresas; em seguida vieram o da construção civil, com 31,9 mil, e o da indústria de transformação, com 20 mil.
ESPAÇO
Em São Paulo foram criadas 42 mil vagas. Em seguida vieram Minas Gerais (15,8 mil) e Paraná (12,8 mil) e, em quarto, o Rio, com 10,4 mil.
PRANCHETA
O PT deve divulgar nos próximos dias o balanço da coleta de assinaturas para a reforma política. Pelos levantamentos preliminares, a legenda já tem 200 mil assinaturas, coletadas em 45 dias. A meta é chegar a 1,5 milhão até fevereiro de 2014.
PELÉ EM DOBRO
O Ministério da Cultura aprovou novo orçamento do projeto "Pelé Eterno - Longa Versão", série sobre a vida do Rei do futebol, dirigida por Aníbal Massaini. A produção, autorizada a captar recursos via Lei Rouanet, passou de R$ 2,7 milhões para R$ 4,2 mi.
PELÉ EM DOBRO 2
"O valor aumentou porque em vez de quatro, teremos seis episódios", diz Massaini, diretor do longa de mesmo nome, "Pelé Eterno". "Vamos aproveitar o material do filme e estamos acrescentando muitas outras coisas. É um projeto para a TV aberta, para 2014." A Globo é coprodutora do filme, mas ainda não está definido qual emissora exibirá a série.
ACRÉSCIMO
Relator do pedido de perda do mandato do vice-governador de SP, Guilherme Afif (PSD), o deputado estadual Cauê Macris (PSDB) solicitou mais 15 dias para dar seu parecer sobre o caso. O prazo para ele apresentar o relatório venceria hoje. Macris diz precisar de mais tempo porque a Assembleia não tem regras para situações do tipo, já que o episódio é inédito.
CONECTADA
Depois de abrir contas recentemente no Twitter e no Instagram, a atriz Claudia Raia passa a assinar a coluna "Closet da Raia", no site da figurinista da Globo Gogoia Sampaio, o brconfidencial.com. No espaço, vai também abrir sua bolsa e seu armário, por exemplo, e mostrar ensaios e figurinos marcantes de sua carreira.
SALGUEI A SANTA CEIA
Uma cena da novela das nove "Amor à Vida", em que o vilão gay Félix (Mateus Solano) foi pego pela mulher, Edith (Barbara Paz), almoçando com outro homem no shopping Cidade Jardim, em SP, tem levado fãs da novela ao local. A gerente do Nonno Ruggero conta que clientes chegam pedindo para se sentar na "mesa do Félix".
NO PALCO COM DA VINCI
O monólogo "Da Vinci, Maquiavel e Eu", com Tadeu Di Pyetro e direção de Elias Andreato, estreou no sábado. O texto, de autoria do protagonista e de Miguel Filiage, fala sobre o encontro de Leonardo Da Vinci e Maquiavel. A atriz Amanda Acosta e a chef Danielle Dahoui foram ao teatro MuBE Nova Cultural assistir à peça.
CINEMA ISRAELENSE
A 6ª edição da Mostra Audiovisual Israelense do Centro da Cultura Judaica foi aberta no sábado, em parceria com André Fischer, do festival Mix Brasil. O DJ israelense Erez Ben Ishay animou a festa. O embaixador da Bélgica no Brasil, Jozef Smets, foi com o marido, Cristophe Degraeuwe. A cantora Flávia Virgínia, filha de Djavan, e o estilista Lorenzo Merlino também circularam pelo evento.
CURTO-CIRCUITO
Os chefs Alex Atala e Jefferson Rueda participam do projeto Receita de Sucesso, do Sebrae-SP, hoje, em Mogi Mirim.
João Paulo Diniz recebe convidados em almoço de lançamento do projeto Pedala São Paulo, no restaurante Ecco, no Itaim Bibi.
O joalheiro Mario Pantalena lança o livro "Pantalena", na Livraria da Vila, no Jardins, a partir das 19h.
A comédia musical "Pour Elise" tem pré-estreia para convidados hoje, às 21h30, no teatro Folha, em Higienópolis. Livre.
Celso Russomanno e Geraldo Luís falam sobre programas populares hoje para alunos de jornalismo da Universidade Guarulhos.
As obras de Rubem Braga e de Vinicius de Moraes serão debatidas na 16ª Bienal do Livro do Rio.
Cérebro e computador - ARNALDO NISKIER
O GLOBO - 04/06
O cérebro normal de uma criança cresce até os cinco anos de idade e alcança um total de cerca de 90 bilhões de neurônios. Essa verdade não nasceu hoje, quando há um extraordinário avanço em tudo o que se refere à neurociência.
Mas é possível encontrar os prolegômenos da ideia em trabalhos como os do cientista e professor Josué de Castro, autor do célebre "Geografia da fome".
A desnutrição nos primeiros anos de vida provoca sequelas quase sempre irreversíveis, no crescimento do cérebro. Aí pode estar também a raiz das nossas clássicas dificuldades de alfabetização (hoje, ainda temos cerca de 14 milhões de adultos analfabetos).
Crianças nutridas adequadamente e recebendo educação de alto nível poderão se transformar nos cientistas de que carecemos, como reconheceu a própria presidente Dilma Rousseff. O seu programa Ciência sem Fronteiras busca exatamente a correção desse problema crônico, na educação brasileira.
Entendemos que não basta enviar nossos jovens para os grandes centros mundiais de pesquisa. Eles voltam (quando voltam) e não encontram ambientes propícios ao desenvolvimento das suas habilidades. É mais um tempo desperdiçado e recursos jogados fora.
Com a interface cérebro-máquina agora existente temos possibilidades incríveis de expansão do conhecimento, mas isso não começa nas universidades e sim nos primeiros anos de escolaridade. Inovação é um conceito muito amplo, que não pode ser introjetado na cabeça dos estudantes de repente, numa determinada série. Isso vem desde cedo, com professores bem preparados e estimulados a valorizar as conquistas científicas e tecnológicas.
É claro que todos sabemos o vulto do desafio. Às vezes nos espantamos com certas decisões aparentemente incompreensíveis, como a importação de médicos cubanos, "para trabalhar no interior do país".
Quem garante a competência deles para enfrentar os desafios da medicina tropical? Nem a desculpa de que se trata de uma solução de emergência tem cabimento, até porque isso se vai perigosamente ampliando. Começou na engenharia e agora chega à medicina.
Temos é que formar de modo competente os nossos jovens, com uma educação de primeira classe. Imaginar que a importação de cérebros estranhos à nossa realidade seja uma boa solução é tentar resolver o problema pelo facilitário.
Devemos acelerar a formação de cientistas em nosso país (existe um pequeno aumento nesse número), para aproveitar de modo inteligente a extraordinária reserva da biodiversidade brasileira.
Educando os jovens, certamente, eles irão influenciar os pais e assim se forma a equação do nosso progresso. Cérebro e computador não podem caminhar dissociados.
E se de repente... - JAIRO MARQUES
FOLHA DE SP - 04/06
O 'serumano' dedica-se ao conforto de fartar-se de alívio por não ser consigo a fatalidade na esquina
De repente, o maior jogador de basquete do país descobriu um câncer no cérebro. E foi de repente que a força daquela moça se foi e ela caiu. Também de repente aconteceu a mudança drástica na vida do filho baladeiro. De repente, surge uma ventania do acaso e move aquilo que se achava impenetrável.
É só puxar um bocadinho pela memória que todo o mundo consegue citar um exemplo de gente que teve a vida virada de cabeça para baixo em um estalo. Em um dia o fulano era inteirão, no outro ficou todo quebrado. Pela manhã, era uma jovem cheia de boniteza, à noite virou-se do avesso.
Acontecimentos repentinos no cotidiano podem maltratar planos, traz insegurança, agonia e costumam causar grande desconforto inicial. Fazer tudo sempre igual é uma chatice, mas, quando se alteram subitamente hábitos básicos como dormir tranquilo ou levantar-se da cama, o impacto costuma ser melancólico.
Ninguém espera um buraco em uma passarela de nuvens, ninguém quer o amor perfeito sofrendo com uma dor coronária repentina. Mas as intempéries da existência têm-se multiplicado na vida moderna devido à violência, à velocidade descontrolada, às novas enfermidades e às velhas enfermidades em pessoas novas.
A questão não é viver a paranoia de que tudo poderá mudar em um segundo e, por isso, é preciso ser mais precavido, viver em uma bolha, trancar os meninos em casa ou gastar tudo no bilhar. Não é possível levantar barreiras isoladoras contra o acaso.
Muitas vezes, porém, perde-se a oportunidade de promover um exame detalhado nos próprios procedimentos, na própria maneira de olhar os rumos por onde anda diante de experiências alheias.
Rotineiramente, o "serumano" dedica-se apenas ao conforto de comentar, de lamentar, de fartar-se de alívio por não ser consigo a fatalidade ocorrida na esquina. Raramente, alguém se encoraja a tentar fazer algo diferente seja para si, seja para os outros.
O resultado de procedimentos assim é sempre o isolamento e mais sofrimento para as vítimas do "de repente" e menos chances de evolução de valores tão caretas atualmente como fraternidade, solidariedade, atenção despretensiosa.
Em oposição a toda essa ladainha que exponho, há uma frase bastante forte a considerar: "Cada um com seus problemas". O que se passa com a vida do vizinho é exclusividade dele, mesmo que o impacto seja sentido em minha janela.
O ônus dessas atitudes, a meu ver, é mais preconceito ao desconhecido, mais distanciamento de situações que poderiam agregar valores poderosamente construtivos de caráter.
Faz parte dos mistérios da existência o poder incontrolável do acaso de mudar tudo do dia para a noite. Ele mexe com as mãos firmes de um médico, dispara o gatilho mesmo diante da não reação, altera o cromossomo, provoca um curto-circuito na mente sadia, arranja príncipe para bruxas.
Quando mais se apostar que insólitos movimentos da vida são para ser acompanhados com resignação e reza para que nunca atinjam o meu quintal, e apenas isso, menos se construirão meios de pavimentar com rapidez realidades que foram alteradas e mais vulnerável se ficará ao medo de deixar de fazer tudo sempre igual.
O 'serumano' dedica-se ao conforto de fartar-se de alívio por não ser consigo a fatalidade na esquina
De repente, o maior jogador de basquete do país descobriu um câncer no cérebro. E foi de repente que a força daquela moça se foi e ela caiu. Também de repente aconteceu a mudança drástica na vida do filho baladeiro. De repente, surge uma ventania do acaso e move aquilo que se achava impenetrável.
É só puxar um bocadinho pela memória que todo o mundo consegue citar um exemplo de gente que teve a vida virada de cabeça para baixo em um estalo. Em um dia o fulano era inteirão, no outro ficou todo quebrado. Pela manhã, era uma jovem cheia de boniteza, à noite virou-se do avesso.
Acontecimentos repentinos no cotidiano podem maltratar planos, traz insegurança, agonia e costumam causar grande desconforto inicial. Fazer tudo sempre igual é uma chatice, mas, quando se alteram subitamente hábitos básicos como dormir tranquilo ou levantar-se da cama, o impacto costuma ser melancólico.
Ninguém espera um buraco em uma passarela de nuvens, ninguém quer o amor perfeito sofrendo com uma dor coronária repentina. Mas as intempéries da existência têm-se multiplicado na vida moderna devido à violência, à velocidade descontrolada, às novas enfermidades e às velhas enfermidades em pessoas novas.
A questão não é viver a paranoia de que tudo poderá mudar em um segundo e, por isso, é preciso ser mais precavido, viver em uma bolha, trancar os meninos em casa ou gastar tudo no bilhar. Não é possível levantar barreiras isoladoras contra o acaso.
Muitas vezes, porém, perde-se a oportunidade de promover um exame detalhado nos próprios procedimentos, na própria maneira de olhar os rumos por onde anda diante de experiências alheias.
Rotineiramente, o "serumano" dedica-se apenas ao conforto de comentar, de lamentar, de fartar-se de alívio por não ser consigo a fatalidade ocorrida na esquina. Raramente, alguém se encoraja a tentar fazer algo diferente seja para si, seja para os outros.
O resultado de procedimentos assim é sempre o isolamento e mais sofrimento para as vítimas do "de repente" e menos chances de evolução de valores tão caretas atualmente como fraternidade, solidariedade, atenção despretensiosa.
Em oposição a toda essa ladainha que exponho, há uma frase bastante forte a considerar: "Cada um com seus problemas". O que se passa com a vida do vizinho é exclusividade dele, mesmo que o impacto seja sentido em minha janela.
O ônus dessas atitudes, a meu ver, é mais preconceito ao desconhecido, mais distanciamento de situações que poderiam agregar valores poderosamente construtivos de caráter.
Faz parte dos mistérios da existência o poder incontrolável do acaso de mudar tudo do dia para a noite. Ele mexe com as mãos firmes de um médico, dispara o gatilho mesmo diante da não reação, altera o cromossomo, provoca um curto-circuito na mente sadia, arranja príncipe para bruxas.
Quando mais se apostar que insólitos movimentos da vida são para ser acompanhados com resignação e reza para que nunca atinjam o meu quintal, e apenas isso, menos se construirão meios de pavimentar com rapidez realidades que foram alteradas e mais vulnerável se ficará ao medo de deixar de fazer tudo sempre igual.
Razões para a revolta - GILLES LAPOUGE
O Estado de S.Paulo - 04/06
Por que em Istambul, grande cidade turca, um protesto contra um projeto urbanístico transformou-se num maremoto que avança por todo país e sacode o poderoso governo de Recep Tayyip Erdogan? A efervescência das manifestações na Turquia parece similar às revoltas da Primavera Árabe que, há dois anos, derrubaram os regimes ditatoriais no Egito, Líbia e Tunísia. Mas não há nenhuma relação, salvo a coragem dos manifestantes. Na verdade, a Primavera Árabe foi totalmente o oposto do que ocorre na Turquia.
Erdogan é um dirigente brilhante e eficaz. Em dez anos, conseguiu elevar o PIB turco e transformar seu país numa das grandes potências da região. E contrariamente aos tiranos egípcio, líbio ou tunisiano, o premiê Erdogan, chefe do partido AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento) conquistou o poder de maneira "regular", por meio de eleições democráticas repetidas.
Portanto, é preciso buscar outros motivos para a revolta em Istambul. O primeiro é a "embriaguez do sucesso". Erdogan, por força das vitórias, tornou-se um governante autoritário, brusco, arrogante e solitário. Ele edita leis sobre tudo. Cerceia as liberdades. Este homem, elevado ao pódio por eleições irrepreensíveis, comporta-se como um autocrata.
Além disso, Erdogan, com esse poder opressivo, impõe uma visão do mundo singular que, percebemos hoje, é insuportável para uma parte da população.
E qual é essa visão de mundo? Retornemos aos projetos urbanísticos que foram a centelha da agitação. De início, os cidadãos protestaram contra o corte de 600 árvores do Parque Gezi, ao lado da Praça Taksim, no centro de Istambul. Nada insólito. No mundo inteiro, os homens compreenderam que a natureza deve ser reverenciada, protegida e as árvores são um capital precioso.
A derrubada das árvores, na verdade, faz parte de um vasto projeto urbanístico iniciado há anos com o objetivo de transformar Istambul (17 milhões de habitantes), modificar seu espírito e sentido. Por trás do projeto urbano, observamos o mesmo alvo: a Turquia nascida em 1924, criação de Mustafá Kemal Ataturk, que aboliu o "Califado" (o Império Otomano), substituiu a caligrafia árabe pelo alfabeto ocidental, tirou o véu das mulheres, aboliu a poligamia e transformou a Turquia num Estado laico.
Um exemplo: o partido de Erdogan decidiu acabar com o Parque Gezi para ali erigir uma caserna "otomana", em homenagem aos oficiais islamistas radicais que, em 1909, se revoltaram em nome da sharia (lei islâmica) contra alguns projetos governamentais dos Jovens Turcos, e foram esmagados a tiros de canhão.
Um outro projeto de Erdogan: em 2012 ele anunciou a construção da Camlica nas colinas de Istambul, uma mesquita enorme, a maior do mundo, que será visível de qualquer parte da enorme cidade.
Meta histórica. Todos esses projetos, e há muitos outros, sinalizam o desejo de assegurar a conquista islâmica de Istambul. Sem dúvida, Erdogan olha ainda mais longe. Retornemos a Kemal Ataturk. No seu desejo de pôr fim ao Império Otomano, Ataturk transportou a capital que na época era Istambul (antes chamada Bizâncio e depois Constantinopla) para uma outra cidade, Ancara (que significa Agora).
Ao que parece, Erdogan tem o sonho (irrealizável, pelo menos agora) de dar a Istambul a posição que ocupava à época do Império Otomano, ou seja, de capital. Em primeiro lugar porque ele nasceu em Istambul, num bairro miserável da cidade, e depois para fechar o período aberto por Ataturk, da Turquia secular.
É um sonho coerente com um homem que multiplica as decisões favoráveis ao islamismo, como a limitação na venda de bebidas alcoólicas, mesmo o lendário raki, a reintrodução do "véu" para as mulheres, compreendendo mesmo as mulheres próximas do poder, ou a volta do delito de anátema, do qual foi acusado, por exemplo, o pianista Fazil Say.
Neste sentido, os distúrbios presentes inscrevem-se no tempo da "História". Quando chegou ao poder, em 2003, Erdogan representava uma forma sedutora de islamismo: moderado, conservador, compatível com a democracia e defensor do liberalismo econômico. Oferecia, assim, uma alternativa para o islamismo arcaico que se propagava por todo o lado. Erdogan garantia ainda que sua intenção era integrar a Turquia, mesmo "islâmica conservadora", na União Europeia.
A Europa rejeitou as demandas dos turcos. O então presidente francês, Nicolas Sarkozy, lutou duramente contra a incorporação da Turquia na União Europeia. Como devemos julgar hoje o combate de Sarkozy? Terá sido clarividente e profeta, compreendendo que o islamismo, mesmo moderado e liberal, é irreconciliável com os valores da Europa? Ou, pelo contrário, se ao fechar brutalmente a porta da Europa no nariz de Erdogan, o ex-presidente da França o rechaçou para as margens mais duras, mais cruéis e mais inquietantes do islamismo? TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO.
Por que em Istambul, grande cidade turca, um protesto contra um projeto urbanístico transformou-se num maremoto que avança por todo país e sacode o poderoso governo de Recep Tayyip Erdogan? A efervescência das manifestações na Turquia parece similar às revoltas da Primavera Árabe que, há dois anos, derrubaram os regimes ditatoriais no Egito, Líbia e Tunísia. Mas não há nenhuma relação, salvo a coragem dos manifestantes. Na verdade, a Primavera Árabe foi totalmente o oposto do que ocorre na Turquia.
Erdogan é um dirigente brilhante e eficaz. Em dez anos, conseguiu elevar o PIB turco e transformar seu país numa das grandes potências da região. E contrariamente aos tiranos egípcio, líbio ou tunisiano, o premiê Erdogan, chefe do partido AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento) conquistou o poder de maneira "regular", por meio de eleições democráticas repetidas.
Portanto, é preciso buscar outros motivos para a revolta em Istambul. O primeiro é a "embriaguez do sucesso". Erdogan, por força das vitórias, tornou-se um governante autoritário, brusco, arrogante e solitário. Ele edita leis sobre tudo. Cerceia as liberdades. Este homem, elevado ao pódio por eleições irrepreensíveis, comporta-se como um autocrata.
Além disso, Erdogan, com esse poder opressivo, impõe uma visão do mundo singular que, percebemos hoje, é insuportável para uma parte da população.
E qual é essa visão de mundo? Retornemos aos projetos urbanísticos que foram a centelha da agitação. De início, os cidadãos protestaram contra o corte de 600 árvores do Parque Gezi, ao lado da Praça Taksim, no centro de Istambul. Nada insólito. No mundo inteiro, os homens compreenderam que a natureza deve ser reverenciada, protegida e as árvores são um capital precioso.
A derrubada das árvores, na verdade, faz parte de um vasto projeto urbanístico iniciado há anos com o objetivo de transformar Istambul (17 milhões de habitantes), modificar seu espírito e sentido. Por trás do projeto urbano, observamos o mesmo alvo: a Turquia nascida em 1924, criação de Mustafá Kemal Ataturk, que aboliu o "Califado" (o Império Otomano), substituiu a caligrafia árabe pelo alfabeto ocidental, tirou o véu das mulheres, aboliu a poligamia e transformou a Turquia num Estado laico.
Um exemplo: o partido de Erdogan decidiu acabar com o Parque Gezi para ali erigir uma caserna "otomana", em homenagem aos oficiais islamistas radicais que, em 1909, se revoltaram em nome da sharia (lei islâmica) contra alguns projetos governamentais dos Jovens Turcos, e foram esmagados a tiros de canhão.
Um outro projeto de Erdogan: em 2012 ele anunciou a construção da Camlica nas colinas de Istambul, uma mesquita enorme, a maior do mundo, que será visível de qualquer parte da enorme cidade.
Meta histórica. Todos esses projetos, e há muitos outros, sinalizam o desejo de assegurar a conquista islâmica de Istambul. Sem dúvida, Erdogan olha ainda mais longe. Retornemos a Kemal Ataturk. No seu desejo de pôr fim ao Império Otomano, Ataturk transportou a capital que na época era Istambul (antes chamada Bizâncio e depois Constantinopla) para uma outra cidade, Ancara (que significa Agora).
Ao que parece, Erdogan tem o sonho (irrealizável, pelo menos agora) de dar a Istambul a posição que ocupava à época do Império Otomano, ou seja, de capital. Em primeiro lugar porque ele nasceu em Istambul, num bairro miserável da cidade, e depois para fechar o período aberto por Ataturk, da Turquia secular.
É um sonho coerente com um homem que multiplica as decisões favoráveis ao islamismo, como a limitação na venda de bebidas alcoólicas, mesmo o lendário raki, a reintrodução do "véu" para as mulheres, compreendendo mesmo as mulheres próximas do poder, ou a volta do delito de anátema, do qual foi acusado, por exemplo, o pianista Fazil Say.
Neste sentido, os distúrbios presentes inscrevem-se no tempo da "História". Quando chegou ao poder, em 2003, Erdogan representava uma forma sedutora de islamismo: moderado, conservador, compatível com a democracia e defensor do liberalismo econômico. Oferecia, assim, uma alternativa para o islamismo arcaico que se propagava por todo o lado. Erdogan garantia ainda que sua intenção era integrar a Turquia, mesmo "islâmica conservadora", na União Europeia.
A Europa rejeitou as demandas dos turcos. O então presidente francês, Nicolas Sarkozy, lutou duramente contra a incorporação da Turquia na União Europeia. Como devemos julgar hoje o combate de Sarkozy? Terá sido clarividente e profeta, compreendendo que o islamismo, mesmo moderado e liberal, é irreconciliável com os valores da Europa? Ou, pelo contrário, se ao fechar brutalmente a porta da Europa no nariz de Erdogan, o ex-presidente da França o rechaçou para as margens mais duras, mais cruéis e mais inquietantes do islamismo? TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO.
Trabalho, inflação e investimentos - JOSÉ PASTORE
O Estado de S. Paulo - 04/06
Apesar da recente desaceleraçao do processo de geração de emprego, o Brasil ainda enfrenta o problema da falta de mão de obra decorrente do atual modelo de consumo e da nova dinâmica demográfica.
O modelo de consumo se baseou até aqui no aumento do poder de compra de classes de renda mais baixas, que passaram a consumir bens duráveis, inclusive casas populares, e variados serviços, o que aumentou a necessidade de trabalhadores para construção civil, comércio em geral, educação e saúde, alimentação fora de casa, serviços pessoais, entretenimento e até turismo.
Para atender à nova demanda, foram recrutados muitos empregados, a maioria de baixa qualificação. Mas, por serem escassos, seus salários e benefícios cresceram acima da produtividade, elevando substancialmente o custo unitário do trabalho. Como comércio e serviços, na sua maior parte, estão livres da concorrência de importados - o contrário do que ocorre na indústria -, os aumentos de custo unitário do trabalho foram repassados aos preços, o que explica em grande parte a disparada da inflação dos serviços, que ficou bem acima da inflação geral.
A escassez de mão de obra decorreu também da forte queda da taxa de fecundidade das últimas décadas. Apesar das inegáveis oportunidades proporcionadas pelo bônus demográfico, o Brasil já enfrenta o problema da falta de jovens para trabalhar. Na outra ponta da pirâmide etária há também uma redução dos que têm mais de 60 anos que pararam de trabalhar mais cedo. No conjunto, diminuiu a oferta de pessoas para o trabalho.
No pressionamento da inflação há ainda o papel de outros fatores de natureza trabalhista. A nova regra que exige que os caminhoneiros dirijam quatro horas e descansem 30 minutos, por exemplo, elevou o custo do frete de produtos agrícolas, rebatendo no preço dos alimentos. Pesaram também aumentos de salários e de benefícios negociados nos supermercados bem acima da inflação e da produtividade.
A inflação dos serviços atingiu também a indústria, pois as fábricas compram inúmeros serviços que tiveram seus preços elevados, como as atividades de conservação e limpeza, manutenção, transporte, contabilidade, recursos humanos e outros. A indústria foi igualmente pressionada por salários e benefícios mais altos, resultantes da mesma falta de mão de obra e do efeito demonstração dos demais setores. Ali, também o custo do fator trabalho subiu muito mais do que a produtividade, com forte impacto no custo unitário.
Ocorre que os bens industriais enfrentam a concorrência dos estrangeiros - tanto aqui como no exterior -, o que impediu as empresas de repassarem para os preços a elevação do custo unitário do trabalho. Sua única saída foi bancar a elevação do custo do trabalho com o lucro, o que explica em grande parte a redução das margens e a dminuíção dos investimentos. De 2010 para 2011, o Brasil caiu do 38.° para o 51.° posto entre 60 países no campo da competitividade.
Vê-se que por trás da disparada da inflação e dos minguados investimentos esteve presente até aqui o fator trabalho, que se tomou escasso, caro e de baixa produtividade. Bem diferente é o quadro nos países avançados. É verdade que todos eles passam por grave crise. Mas, tanto nos Estados Unidos como na Europa e no Japão, a produtividade do trabalho tem se elevado de maneira expressiva e bem além dos aumentos de salários e benefícios. Na China, os salários aumentaram muito, mas a produtividade é crescente.
Como será difícil contar com uma redução expressiva de salários e benefícíos no curto prazo, para o Brasil resta aumentar a produtividade, o que depende da remoção dos conhecidos constrangimentos estruturais e de uma melhoria da qualidade da educação. Só assim podemos aspirar a chegar a uma economia realmente competitiva.
Apesar da recente desaceleraçao do processo de geração de emprego, o Brasil ainda enfrenta o problema da falta de mão de obra decorrente do atual modelo de consumo e da nova dinâmica demográfica.
O modelo de consumo se baseou até aqui no aumento do poder de compra de classes de renda mais baixas, que passaram a consumir bens duráveis, inclusive casas populares, e variados serviços, o que aumentou a necessidade de trabalhadores para construção civil, comércio em geral, educação e saúde, alimentação fora de casa, serviços pessoais, entretenimento e até turismo.
Para atender à nova demanda, foram recrutados muitos empregados, a maioria de baixa qualificação. Mas, por serem escassos, seus salários e benefícios cresceram acima da produtividade, elevando substancialmente o custo unitário do trabalho. Como comércio e serviços, na sua maior parte, estão livres da concorrência de importados - o contrário do que ocorre na indústria -, os aumentos de custo unitário do trabalho foram repassados aos preços, o que explica em grande parte a disparada da inflação dos serviços, que ficou bem acima da inflação geral.
A escassez de mão de obra decorreu também da forte queda da taxa de fecundidade das últimas décadas. Apesar das inegáveis oportunidades proporcionadas pelo bônus demográfico, o Brasil já enfrenta o problema da falta de jovens para trabalhar. Na outra ponta da pirâmide etária há também uma redução dos que têm mais de 60 anos que pararam de trabalhar mais cedo. No conjunto, diminuiu a oferta de pessoas para o trabalho.
No pressionamento da inflação há ainda o papel de outros fatores de natureza trabalhista. A nova regra que exige que os caminhoneiros dirijam quatro horas e descansem 30 minutos, por exemplo, elevou o custo do frete de produtos agrícolas, rebatendo no preço dos alimentos. Pesaram também aumentos de salários e de benefícios negociados nos supermercados bem acima da inflação e da produtividade.
A inflação dos serviços atingiu também a indústria, pois as fábricas compram inúmeros serviços que tiveram seus preços elevados, como as atividades de conservação e limpeza, manutenção, transporte, contabilidade, recursos humanos e outros. A indústria foi igualmente pressionada por salários e benefícios mais altos, resultantes da mesma falta de mão de obra e do efeito demonstração dos demais setores. Ali, também o custo do fator trabalho subiu muito mais do que a produtividade, com forte impacto no custo unitário.
Ocorre que os bens industriais enfrentam a concorrência dos estrangeiros - tanto aqui como no exterior -, o que impediu as empresas de repassarem para os preços a elevação do custo unitário do trabalho. Sua única saída foi bancar a elevação do custo do trabalho com o lucro, o que explica em grande parte a redução das margens e a dminuíção dos investimentos. De 2010 para 2011, o Brasil caiu do 38.° para o 51.° posto entre 60 países no campo da competitividade.
Vê-se que por trás da disparada da inflação e dos minguados investimentos esteve presente até aqui o fator trabalho, que se tomou escasso, caro e de baixa produtividade. Bem diferente é o quadro nos países avançados. É verdade que todos eles passam por grave crise. Mas, tanto nos Estados Unidos como na Europa e no Japão, a produtividade do trabalho tem se elevado de maneira expressiva e bem além dos aumentos de salários e benefícios. Na China, os salários aumentaram muito, mas a produtividade é crescente.
Como será difícil contar com uma redução expressiva de salários e benefícíos no curto prazo, para o Brasil resta aumentar a produtividade, o que depende da remoção dos conhecidos constrangimentos estruturais e de uma melhoria da qualidade da educação. Só assim podemos aspirar a chegar a uma economia realmente competitiva.
Próxima batalha - DENISE ROTHENBURG
CORREIO BRAZILIENSE - 04/06
Se além desse jeitão presidencial meio distante o governo ainda decidir enfrentar os parlamentares no quesito Orçamento impositivo, certamente, os problemas na base vão se agravar
O Orçamento promete ser a nova fonte de dores de cabeça do governo no Congresso, seja pela dificuldade de aprovar créditos suplementares para as mais diversas áreas, seja por causa do Orçamento impositivo, a proposta que pretende tornar automática a execução das obras que os deputados e os senadores indicam na previsão de gastos, as tais emendas. Estudos jurídicos do Ministério do Planejamento indicam inconstitucionalidades na proposta. Mas os deputados que elaboram as leis, inclusive a Constituição, não veem assim. Esse assunto, aliás, estava incluído na pauta de discussões ontem entre Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e os presidentes do senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves.
Na visão dos parlamentares, o Orçamento é, hoje, a única lei feita para não ser cumprida. Deputados e senadores passam madrugadas no fim do ano votando a Lei Orçamentária, fechando números. Mas a maioria que faz esse trabalho tem a certeza de que, meses depois, o grosso das sugestões feitas por eles será tratado como lixo pelo governo. E em todos os ministérios.
Para você que não se lembra do decreto de reprogramação orçamentária, anunciado no mês passado pelo Ministério do Planejamento, vale lembrar que, do bloqueio de R$ 28 bilhões feito na previsão de gastos do governo, R$ 15,6 bilhões se referem a essas emendas de deputados, senadores, bancadas estaduais e comissões técnicas da Câmara e do Senado. Só no Ministério das Cidades, a represa, chamada de contingenciamento, foi de R$ 5,02 bilhões, sendo R$ 4,2 bilhões em emendas incluídas ali por parlamentares. Ou seja, os políticos que apresentaram emendas por ali vão passar o resto do ano à espera de um milagre econômico que permita ao governo retomar essas despesas. No Orçamento da União como um todo, de R$ 22 bilhões em emendas, apenas R$ 7 bilhões prosseguem com perspectiva da liberação até o fim do ano.
O anúncio desses números foi um dos motivos da série de tropeçadas da articulação política. Além disso, o decreto saiu publicado justamente num momento em que a presidente Dilma precisava de votos para aprovar as duas medidas provisórias que estavam em tramitação naquela semana. As medidas acabaram caindo, e a opção para garantir a redução das tarifas de energia foi a lambança de colocar os artigos da medida provisória original dentro de outra, o que, segundo alguns, arrisca virar objeto de alguma reclamação no Supremo Tribunal Federal.
Com a maioria das emendas contingenciadas, a base política do governo simplesmente perde o entusiasmo em ajudar o governo e parte para o chamado Orçamento impositivo. Afinal, o chamado “baixo clero”, a maioria dos deputados, considera hoje que Dilma não lhes dá atenção, não chama para inaugurações de obras em suas bases eleitorais, não lhes deixa sequer apadrinhar projetos de lei. “Ela não me prestigia, por que raios eu devo votar com o governo?”, é frase repetida no plenário como um refrão dessas músicas que grudam e o sujeito sai cantando dia e noite.
Se, além desse jeitão presidencial meio distante, o governo ainda decidir enfrentar os parlamentares no quesito Orçamento impositivo, certamente, os problemas na base vão se agravar. Uma reclamação ao STF, por exemplo, só tende a acirrar o clima ruim. Portanto, reza a prudência, é melhor negociar desde já uma saída para que a parte do Orçamento sujeita à liberação automática seja a menor possível. Afinal, seguro morreu de velho.
Enquanto isso, na Vice-Presidência da República…
Em nada vai adiantar a presidente Dilma pedir ao vice-presidente Michel Temer que negocie desde já essa proposta de emenda constitucional a respeito do Orçamento impositivo em estudo na Câmara. Neste mês, Temer viajará à Turquia, a Israel e, ainda, fará uma visita à Autoridade Palestina. Menos um anteparo para ajudar Dilma a cuidar da “Faixa de Gaza” congressual por aqui.
E no segundo andar do Planalto…
Reaberta a temporada de solenidades. Vem aí o Plano de Saneamento, o Plano Safra, o PAC do Turismo e o pacote de incentivo à indústria de eletrodomésticos. Desta vez, entretanto, a ideia é baixar a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Essa é exclusiva da União. Tudo o que o governo não quer é dar mais motivos para os estados baterem à sua porta pedindo renegociação de dívidas por redução de receita.
O Orçamento promete ser a nova fonte de dores de cabeça do governo no Congresso, seja pela dificuldade de aprovar créditos suplementares para as mais diversas áreas, seja por causa do Orçamento impositivo, a proposta que pretende tornar automática a execução das obras que os deputados e os senadores indicam na previsão de gastos, as tais emendas. Estudos jurídicos do Ministério do Planejamento indicam inconstitucionalidades na proposta. Mas os deputados que elaboram as leis, inclusive a Constituição, não veem assim. Esse assunto, aliás, estava incluído na pauta de discussões ontem entre Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e os presidentes do senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves.
Na visão dos parlamentares, o Orçamento é, hoje, a única lei feita para não ser cumprida. Deputados e senadores passam madrugadas no fim do ano votando a Lei Orçamentária, fechando números. Mas a maioria que faz esse trabalho tem a certeza de que, meses depois, o grosso das sugestões feitas por eles será tratado como lixo pelo governo. E em todos os ministérios.
Para você que não se lembra do decreto de reprogramação orçamentária, anunciado no mês passado pelo Ministério do Planejamento, vale lembrar que, do bloqueio de R$ 28 bilhões feito na previsão de gastos do governo, R$ 15,6 bilhões se referem a essas emendas de deputados, senadores, bancadas estaduais e comissões técnicas da Câmara e do Senado. Só no Ministério das Cidades, a represa, chamada de contingenciamento, foi de R$ 5,02 bilhões, sendo R$ 4,2 bilhões em emendas incluídas ali por parlamentares. Ou seja, os políticos que apresentaram emendas por ali vão passar o resto do ano à espera de um milagre econômico que permita ao governo retomar essas despesas. No Orçamento da União como um todo, de R$ 22 bilhões em emendas, apenas R$ 7 bilhões prosseguem com perspectiva da liberação até o fim do ano.
O anúncio desses números foi um dos motivos da série de tropeçadas da articulação política. Além disso, o decreto saiu publicado justamente num momento em que a presidente Dilma precisava de votos para aprovar as duas medidas provisórias que estavam em tramitação naquela semana. As medidas acabaram caindo, e a opção para garantir a redução das tarifas de energia foi a lambança de colocar os artigos da medida provisória original dentro de outra, o que, segundo alguns, arrisca virar objeto de alguma reclamação no Supremo Tribunal Federal.
Com a maioria das emendas contingenciadas, a base política do governo simplesmente perde o entusiasmo em ajudar o governo e parte para o chamado Orçamento impositivo. Afinal, o chamado “baixo clero”, a maioria dos deputados, considera hoje que Dilma não lhes dá atenção, não chama para inaugurações de obras em suas bases eleitorais, não lhes deixa sequer apadrinhar projetos de lei. “Ela não me prestigia, por que raios eu devo votar com o governo?”, é frase repetida no plenário como um refrão dessas músicas que grudam e o sujeito sai cantando dia e noite.
Se, além desse jeitão presidencial meio distante, o governo ainda decidir enfrentar os parlamentares no quesito Orçamento impositivo, certamente, os problemas na base vão se agravar. Uma reclamação ao STF, por exemplo, só tende a acirrar o clima ruim. Portanto, reza a prudência, é melhor negociar desde já uma saída para que a parte do Orçamento sujeita à liberação automática seja a menor possível. Afinal, seguro morreu de velho.
Enquanto isso, na Vice-Presidência da República…
Em nada vai adiantar a presidente Dilma pedir ao vice-presidente Michel Temer que negocie desde já essa proposta de emenda constitucional a respeito do Orçamento impositivo em estudo na Câmara. Neste mês, Temer viajará à Turquia, a Israel e, ainda, fará uma visita à Autoridade Palestina. Menos um anteparo para ajudar Dilma a cuidar da “Faixa de Gaza” congressual por aqui.
E no segundo andar do Planalto…
Reaberta a temporada de solenidades. Vem aí o Plano de Saneamento, o Plano Safra, o PAC do Turismo e o pacote de incentivo à indústria de eletrodomésticos. Desta vez, entretanto, a ideia é baixar a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Essa é exclusiva da União. Tudo o que o governo não quer é dar mais motivos para os estados baterem à sua porta pedindo renegociação de dívidas por redução de receita.
Onde está o dinheiro? - VLADIMIR SAFATLE
FOLHA DE SP - 04/06
Franklin Roosevelt, até segunda ordem, não era comunista. Na verdade, ao que tudo indica, o sr. Roosevelt foi presidente dos EUA de 1933 a 1945 sem que ninguém tenha encontrado indícios de que ele estaria envolvido em alguma forma de complô contra o capitalismo e seus grandes empreendedores. Esses mesmos empreendedores que fazem fortunas, como todos nós sabemos, graças exclusivamente ao trabalho árduo e dedicado.
Lembrar do sr. Roosevelt hoje é algo que faz bem. Pois eis aí um dos poucos homens que poderiam ter escrito um livro com o título: "Como salvei o capitalismo de sua pior crise". Tal livro, se existisse, seria uma leitura recomendável para diretores do FMI envolvidos em escândalos de todo tipo, altos executivos de bancos salvos pelo Estado (mas que gostam de ensinar receitas perfeitas de como vencer crises) e, por fim, presidentes de países que um dia foram vistos como promessas de desenvolvimento.
Nele, o velho Franklin poderia contar como, em 1935, passou uma lei de imposto progressivo que taxava os ricos de seu país em até 75% (o estrategicamente esquecido "Revenue Act").
Ele poderia ainda selecionar alguns de seus discursos, como um que foi pronunciado no Congresso americano em 1942, no qual afirmava que "nenhum cidadão deve ter um rendimento líquido, depois de pagar seus impostos, de mais de US$ 25 mil dólares anuais", o que daria atualmente algo em torno de US$ 350 mil.
Com essa política que hoje os grandes sábios da economia chamariam de demente, louca ou simplesmente "comunista", Franklin tirou seu povo da miséria, permitindo ao Estado oferecer serviços públicos básicos para seus cidadãos, fazendo com que eles tivessem mais tranquilidade para planejar seu futuro, assim como dinheiro para consumir e desenvolver seu empreendedorismo.
Mas, se fosse remetido ao Brasil atual, Franklin estaria coçando a cabeça para entender um dos maiores enigmas da humanidade. Petrificado, ele se perguntaria como é possível que, depois de 25 anos, uma lei constitucional que institui o imposto sobre grandes fortunas (artigo 153, inciso VII) simplesmente não foi regulamentada e, por isso, não foi implementada. Uma lei que não legisla: um verdadeiro paradoxo digno da mais astuta dialética.
Juntem, entretanto, dois lados de uma mesma equação: no momento em que a economia brasileira patina e os investimentos do empresariado nacional somem, o Brasil produz 23 novos milionários por dia, atingindo a marca de 155,5 mil milionários.
Agora, façam esta pergunta rooseveltiana: onde está o dinheiro?
Franklin Roosevelt, até segunda ordem, não era comunista. Na verdade, ao que tudo indica, o sr. Roosevelt foi presidente dos EUA de 1933 a 1945 sem que ninguém tenha encontrado indícios de que ele estaria envolvido em alguma forma de complô contra o capitalismo e seus grandes empreendedores. Esses mesmos empreendedores que fazem fortunas, como todos nós sabemos, graças exclusivamente ao trabalho árduo e dedicado.
Lembrar do sr. Roosevelt hoje é algo que faz bem. Pois eis aí um dos poucos homens que poderiam ter escrito um livro com o título: "Como salvei o capitalismo de sua pior crise". Tal livro, se existisse, seria uma leitura recomendável para diretores do FMI envolvidos em escândalos de todo tipo, altos executivos de bancos salvos pelo Estado (mas que gostam de ensinar receitas perfeitas de como vencer crises) e, por fim, presidentes de países que um dia foram vistos como promessas de desenvolvimento.
Nele, o velho Franklin poderia contar como, em 1935, passou uma lei de imposto progressivo que taxava os ricos de seu país em até 75% (o estrategicamente esquecido "Revenue Act").
Ele poderia ainda selecionar alguns de seus discursos, como um que foi pronunciado no Congresso americano em 1942, no qual afirmava que "nenhum cidadão deve ter um rendimento líquido, depois de pagar seus impostos, de mais de US$ 25 mil dólares anuais", o que daria atualmente algo em torno de US$ 350 mil.
Com essa política que hoje os grandes sábios da economia chamariam de demente, louca ou simplesmente "comunista", Franklin tirou seu povo da miséria, permitindo ao Estado oferecer serviços públicos básicos para seus cidadãos, fazendo com que eles tivessem mais tranquilidade para planejar seu futuro, assim como dinheiro para consumir e desenvolver seu empreendedorismo.
Mas, se fosse remetido ao Brasil atual, Franklin estaria coçando a cabeça para entender um dos maiores enigmas da humanidade. Petrificado, ele se perguntaria como é possível que, depois de 25 anos, uma lei constitucional que institui o imposto sobre grandes fortunas (artigo 153, inciso VII) simplesmente não foi regulamentada e, por isso, não foi implementada. Uma lei que não legisla: um verdadeiro paradoxo digno da mais astuta dialética.
Juntem, entretanto, dois lados de uma mesma equação: no momento em que a economia brasileira patina e os investimentos do empresariado nacional somem, o Brasil produz 23 novos milionários por dia, atingindo a marca de 155,5 mil milionários.
Agora, façam esta pergunta rooseveltiana: onde está o dinheiro?
Velhos dilemas - JOSÉ PAULO KUPFER
O Estado de S. Paulo - 04/06
Sao tantas as variáveis envolvidas e tantos os desdobramentos possíveis que não há como concluir de antemão que o Banco Central acertou ou errou ao mudar sua estratégia de controle da inflação. As reações ao aumento mais agressivo da taxa básica de juros, decidido na reunião de fim de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), apesar da surpresa da decisão, foram as de sempre - representantes do setor produtivo criticaram, analistas e consultores de mercado elogiaram. Não trouxeram, assim, contribuições relevantes ao debate das escolhas de política econômica, numa quadra em que a economia brasileira adiciona riscos cambiais ao binômio inflação alta-crescimento baixo.
É uma conjuntura especialmente complicada, na qual as margens de manobra da ação governamental se estreitam e se avolumam os "trade offs" - as escolhas conflitantes em que a solução de uma distorção causa outras. Em razão dessa realidade, tanto ou mais crucial do que estabelecer a linha de ataque aos problemas é dimensionar seus efeitos colaterais.
Difícil encontrar quem ainda hesite em definir prioridade mais alta para o controle da inflação, com o devido uso de políticas que possam fazê-la convergir, mais nítida e rapidamente, para o centro da meta. A persistência dos índices de preços nas fronteiras do teto da meta, que já é apontada por número suficiente de analistas como fator preponderante da contração do consumo e, em consequência, da própria economia, opera com clareza nessa direção. A questão toda reside na escolha das políticas que mais bem farão o serviço de conter a alta de preços, produzindo os menores estragos possíveis em outros campos.
Tanto quanto uma ação mais contracionista da política monetária, uma política fiscal menos expansionista, por exemplo, também pode tirar pressão do consumo e, em consequência, das altas de preços. Nos dois canais, o inconveniente da adoção de medidas contracionistas é a redução de estímulos ao crescimento da economia. Por que então escolher apenas a política monetária, quando se sabe que a elevação dos juros opera na direção de valorizar o câmbio e, com isso, alargar o caminho para acelerar a deterioração das contas externas - e ainda mais numa fase de recrudescimento das tendências deflacionárias na economia global, agora reforçada pela franca desaceleração chinesa?
A resposta convencional é a de que, além de ser o modo tipicamente eficaz de conter pressões inflacionárias, desta vez, a elevação dos juros atuaria para neutralizar uma nova tendência de desvalorização do real frente ao dólar, ela mesma um elemento inflacionário. Essa tendência, já revelada nas cotações da moeda americana, nestas últimas semanas, faria frente não só a uma combinação de percepção de perda de substância dos fundamentos da economia brasileira, sobretudo nas contas externas, marcada pela tendência à ampliação dos déficits em conta corrente. Expressaria também movimentação preventiva dos investidores globais às perspectivas de suspensão - ou até de reversão - dos afrouxamentos monetários promovidos pelo Federal Reserve, nos Estados Unidos, com tendência ao refluxo de capitais para o mercado americano.
Manter juros altos e câmbio valorizado é a receita histórica nas economias emergentes com baixa propensão a poupar, como é o caso da brasileira, para tentar impedir surtos inflacionários. O lado B dessa moeda é a tendência estrutural ao baixo crescimento e às crises cambiais. Bem-sucedido na proeza de promover a estabilidade monetária, o Plano Real, em sua execução, não evitou o destino adverso. Com Lula, o padrão estrutural de baixo crescimento e deterioração cambial foi camuflado pelo tempo em que vigorou, na economia global, um ciclo excepcional de valorização de commodities primárias. Dilma, agora, se vê diante dos mesmos dilemas.
Sao tantas as variáveis envolvidas e tantos os desdobramentos possíveis que não há como concluir de antemão que o Banco Central acertou ou errou ao mudar sua estratégia de controle da inflação. As reações ao aumento mais agressivo da taxa básica de juros, decidido na reunião de fim de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), apesar da surpresa da decisão, foram as de sempre - representantes do setor produtivo criticaram, analistas e consultores de mercado elogiaram. Não trouxeram, assim, contribuições relevantes ao debate das escolhas de política econômica, numa quadra em que a economia brasileira adiciona riscos cambiais ao binômio inflação alta-crescimento baixo.
É uma conjuntura especialmente complicada, na qual as margens de manobra da ação governamental se estreitam e se avolumam os "trade offs" - as escolhas conflitantes em que a solução de uma distorção causa outras. Em razão dessa realidade, tanto ou mais crucial do que estabelecer a linha de ataque aos problemas é dimensionar seus efeitos colaterais.
Difícil encontrar quem ainda hesite em definir prioridade mais alta para o controle da inflação, com o devido uso de políticas que possam fazê-la convergir, mais nítida e rapidamente, para o centro da meta. A persistência dos índices de preços nas fronteiras do teto da meta, que já é apontada por número suficiente de analistas como fator preponderante da contração do consumo e, em consequência, da própria economia, opera com clareza nessa direção. A questão toda reside na escolha das políticas que mais bem farão o serviço de conter a alta de preços, produzindo os menores estragos possíveis em outros campos.
Tanto quanto uma ação mais contracionista da política monetária, uma política fiscal menos expansionista, por exemplo, também pode tirar pressão do consumo e, em consequência, das altas de preços. Nos dois canais, o inconveniente da adoção de medidas contracionistas é a redução de estímulos ao crescimento da economia. Por que então escolher apenas a política monetária, quando se sabe que a elevação dos juros opera na direção de valorizar o câmbio e, com isso, alargar o caminho para acelerar a deterioração das contas externas - e ainda mais numa fase de recrudescimento das tendências deflacionárias na economia global, agora reforçada pela franca desaceleração chinesa?
A resposta convencional é a de que, além de ser o modo tipicamente eficaz de conter pressões inflacionárias, desta vez, a elevação dos juros atuaria para neutralizar uma nova tendência de desvalorização do real frente ao dólar, ela mesma um elemento inflacionário. Essa tendência, já revelada nas cotações da moeda americana, nestas últimas semanas, faria frente não só a uma combinação de percepção de perda de substância dos fundamentos da economia brasileira, sobretudo nas contas externas, marcada pela tendência à ampliação dos déficits em conta corrente. Expressaria também movimentação preventiva dos investidores globais às perspectivas de suspensão - ou até de reversão - dos afrouxamentos monetários promovidos pelo Federal Reserve, nos Estados Unidos, com tendência ao refluxo de capitais para o mercado americano.
Manter juros altos e câmbio valorizado é a receita histórica nas economias emergentes com baixa propensão a poupar, como é o caso da brasileira, para tentar impedir surtos inflacionários. O lado B dessa moeda é a tendência estrutural ao baixo crescimento e às crises cambiais. Bem-sucedido na proeza de promover a estabilidade monetária, o Plano Real, em sua execução, não evitou o destino adverso. Com Lula, o padrão estrutural de baixo crescimento e deterioração cambial foi camuflado pelo tempo em que vigorou, na economia global, um ciclo excepcional de valorização de commodities primárias. Dilma, agora, se vê diante dos mesmos dilemas.
A farra do TCU - LUIZ GARCIA
O GLOBO - 04/06
O auxílio-alimentação é uma benesse - ou melhor, obrigação - do Estado, destinada àqueles servidores que, reconhecidamente, não ganham o suficiente para manter um teto sobre a cabeça e ainda ter o suficiente para alimentar e vestir a família, ir e voltar do trabalho e ainda ter o suficiente para modestamente se divertir. De vez em quando, é claro.
Fez sentido, portanto, uma decisão da Corte de Contas, órgão do Estado que eu nem sabia que existia, mas que, pelo agora visto, toma decisões sobre assunto importante: quanto ganham alguns servidores do Estado. É o caso do Tribunal de Contas da União.
Partiu dela a proibição do auxílio-alimentação que era pago a um grupo numeroso e, que se saiba, bem remunerado, de juízes da Justiça Federal e do Trabalho. A decisão começou a perder valor no ano passado: em agosto, os ministros do TCU aprovaram a volta do auxílio, com pagamentos retroativos do auxílio para membros de tribunais superiores da Justiça e do Trabalho.
Talvez tenha sido beneficiado o Superior Tribunal Militar, que não deu informação pública sobre a novidade. Pode ser um direito seu, mas também significa uma falta de respeito com a opinião pública - o que não é raro em servidores públicos que não dependem do voto popular.
Essa falta de informação pode ter sido um estímulo para os membros do TCU. Uma pena. A opinião pública tem direito de saber, em detalhes precisos, para onde vai o dinheiro dos impostos que paga. Esse é, na verdade, um dos direitos básicos do sistema democrático. Também pode ter contribuído para o apetite do TCU uma atitude ambígua do Supremo Tribunal Federal: por um lado, recusaram-se a aderir à farra dos aumentos; por outro, engavetaram uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil: ela sustenta que é inconstitucional o auxílio-alimentação.
Juízes não são submetidos a voto popular. Podemos ficar ficar indignados - e tristes, também - com a farra do auxílio-alimentação (que, ninguém esqueça, foi criado para beneficiar trabalhadores de baixíssima renda). Mas sempre podemos votar em senadores e deputados dispostos a criar leis que limitem ou, sei lá, acabem com essa festa que nós todos pagamos.
Fez sentido, portanto, uma decisão da Corte de Contas, órgão do Estado que eu nem sabia que existia, mas que, pelo agora visto, toma decisões sobre assunto importante: quanto ganham alguns servidores do Estado. É o caso do Tribunal de Contas da União.
Partiu dela a proibição do auxílio-alimentação que era pago a um grupo numeroso e, que se saiba, bem remunerado, de juízes da Justiça Federal e do Trabalho. A decisão começou a perder valor no ano passado: em agosto, os ministros do TCU aprovaram a volta do auxílio, com pagamentos retroativos do auxílio para membros de tribunais superiores da Justiça e do Trabalho.
Talvez tenha sido beneficiado o Superior Tribunal Militar, que não deu informação pública sobre a novidade. Pode ser um direito seu, mas também significa uma falta de respeito com a opinião pública - o que não é raro em servidores públicos que não dependem do voto popular.
Essa falta de informação pode ter sido um estímulo para os membros do TCU. Uma pena. A opinião pública tem direito de saber, em detalhes precisos, para onde vai o dinheiro dos impostos que paga. Esse é, na verdade, um dos direitos básicos do sistema democrático. Também pode ter contribuído para o apetite do TCU uma atitude ambígua do Supremo Tribunal Federal: por um lado, recusaram-se a aderir à farra dos aumentos; por outro, engavetaram uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil: ela sustenta que é inconstitucional o auxílio-alimentação.
Juízes não são submetidos a voto popular. Podemos ficar ficar indignados - e tristes, também - com a farra do auxílio-alimentação (que, ninguém esqueça, foi criado para beneficiar trabalhadores de baixíssima renda). Mas sempre podemos votar em senadores e deputados dispostos a criar leis que limitem ou, sei lá, acabem com essa festa que nós todos pagamos.
O aborto ortográfico - JOÃO PEREIRA COUTINHO
FOLHA DE SP - 04/06
Existem portugueses que escrevem de acordo com um acordo imaginário, que só existe na cabeça deles
O acordo ortográfico é conhecido em Portugal como o aborto ortográfico. Difícil discordar dos meus compatriotas. Basta olhar em volta. Imprensa. Televisões. Documentos oficiais. Correspondência privada.
Antes do acordo, havia um razoável consenso sobre a forma de escrever português. Depois do acordo, surgiram três "escolas" de pensamento.
Existem aqueles que respeitam o novo acordo. Existem aqueles que não respeitam o novo acordo e permanecem fiéis à antiga ortografia.
E depois existem aqueles que estão de acordo com o acordo e em desacordo com o acordo, escrevendo a mesma palavra de duas formas distintas, consoante o estado de espírito --e às vezes na mesma página.
Disse três "escolas"? Peço desculpa. Pensando melhor, existem quatro. Nos últimos tempos, tenho notado que também existem portugueses que escrevem de acordo com um acordo imaginário, que obviamente só existe na cabeça deles.
Felizmente, não estou sozinho nestas observações: Pedro Correia acaba de publicar em Portugal "Vogais e Consoantes Politicamente Incorrectas do Acordo Ortográfico" (Guerra & Paz, 159 págs). Atenção, editores brasileiros: o livro é imperdível.
E é imperdível porque Pedro Correia narra, com estilo intocável e humor que baste, como foi possível parir semelhante aberração.
Sem surpresas, a aberração surgiu na cabeça de duas dezenas de iluminados que, em 1990, se reuniram na Academia de Ciências de Lisboa para "determinar" (atenção ao autoritarismo do verbo) como os 250 milhões de falantes da língua deveriam escrever. Qual foi a necessidade teórica ou prática do conluio?
Mistério. Em todos os países de língua portuguesa, com a exceção do Brasil, respeitava-se o acordo de 1945. E nem mesmo as diferenças na ortografia brasileira incomodavam os portugueses (ou vice-versa).
Nunca ninguém deixou de ler Saramago no Brasil por causa do "desacordo" ortográfico. Nunca ninguém deixou de ler Nelson Rodrigues em Portugal pelo mesmo motivo.
Acontece que as cabeças autoritárias sempre desprezaram a riqueza da diversidade. Em 1986, no Rio de Janeiro, conta Pedro Correia que já tinha havido uma tentativa ainda mais lunática para "unificar" a língua, ou seja, para unificar 99,5% das palavras (juro). Como?
Por uma transcrição fonética radical que gerou termos como "panelenico" (para "pan-helênico") ou "bemumurado" (para "bem-humorado"). Será preciso comentar?
O novo acordo é menos radical desde logo porque admite "facultatividades" que respeitem a "pronúncia culta" de cada país. Deixemos de lado a questão de saber se a escrita pode ser mera transcrição fonética (não pode) ou se a etimologia deve ser ignorada nas "simplificações" acordistas (não deve).
Uma deficiente interpretação do que significam essas "facultatividades", conta o autor, levou o governo português, no seu Orçamento do Estado para 2012 (o documento central da política lusa), a escrever a mesma palavra de formas diferentes: "ópticas" e "óticas"; "efectiva" e "efetiva"; "protecção" e "proteção"; e etc. etc.
Mas mais hilariantes são os casos em que a aproximação portuguesa ao Brasil gerou palavras que nem no Brasil se usam. No novo acordo, "recepção" perdeu o "p"; no Brasil, o "p" continua. O mesmo para "acepção", "perspectiva" e por aí fora.
Perante este aborto ortográfico, que fazer?
Curiosamente, Angola e o Brasil já fizeram muito: a primeira, recusando-se a ratificá-lo; o segundo, adiando a sua aplicação.
Só os portugueses continuam a marrar contra a parede "" e, pior, a marrar contra uma ilegalidade: o tratado original do Acordo Ortográfico de 1990 garantia que o mesmo só entraria em vigor quando todos os intervenientes o ratificassem na sua ordem jurídica. Essa intenção foi reafirmada em protocolo modificativo de 1998.
Mas eis que, em 2004, há um segundo protocolo modificativo segundo o qual bastaria a ratificação de três países para que o acordo entrasse em vigor.
Não é preciso ser um gênio da jurisprudência para detectar aqui um abuso grosseiro: como permitir que o segundo protocolo tenha força de lei se ele nem sequer foi ratificado por todos os países?
O resultado é o caos. Como escreve Pedro Correia, um caos "tecnicamente insustentável, juridicamente inválido, politicamente inepto e materialmente impraticável".
Para usar uma palavra bem portuguesa, "touché"!
Existem portugueses que escrevem de acordo com um acordo imaginário, que só existe na cabeça deles
O acordo ortográfico é conhecido em Portugal como o aborto ortográfico. Difícil discordar dos meus compatriotas. Basta olhar em volta. Imprensa. Televisões. Documentos oficiais. Correspondência privada.
Antes do acordo, havia um razoável consenso sobre a forma de escrever português. Depois do acordo, surgiram três "escolas" de pensamento.
Existem aqueles que respeitam o novo acordo. Existem aqueles que não respeitam o novo acordo e permanecem fiéis à antiga ortografia.
E depois existem aqueles que estão de acordo com o acordo e em desacordo com o acordo, escrevendo a mesma palavra de duas formas distintas, consoante o estado de espírito --e às vezes na mesma página.
Disse três "escolas"? Peço desculpa. Pensando melhor, existem quatro. Nos últimos tempos, tenho notado que também existem portugueses que escrevem de acordo com um acordo imaginário, que obviamente só existe na cabeça deles.
Felizmente, não estou sozinho nestas observações: Pedro Correia acaba de publicar em Portugal "Vogais e Consoantes Politicamente Incorrectas do Acordo Ortográfico" (Guerra & Paz, 159 págs). Atenção, editores brasileiros: o livro é imperdível.
E é imperdível porque Pedro Correia narra, com estilo intocável e humor que baste, como foi possível parir semelhante aberração.
Sem surpresas, a aberração surgiu na cabeça de duas dezenas de iluminados que, em 1990, se reuniram na Academia de Ciências de Lisboa para "determinar" (atenção ao autoritarismo do verbo) como os 250 milhões de falantes da língua deveriam escrever. Qual foi a necessidade teórica ou prática do conluio?
Mistério. Em todos os países de língua portuguesa, com a exceção do Brasil, respeitava-se o acordo de 1945. E nem mesmo as diferenças na ortografia brasileira incomodavam os portugueses (ou vice-versa).
Nunca ninguém deixou de ler Saramago no Brasil por causa do "desacordo" ortográfico. Nunca ninguém deixou de ler Nelson Rodrigues em Portugal pelo mesmo motivo.
Acontece que as cabeças autoritárias sempre desprezaram a riqueza da diversidade. Em 1986, no Rio de Janeiro, conta Pedro Correia que já tinha havido uma tentativa ainda mais lunática para "unificar" a língua, ou seja, para unificar 99,5% das palavras (juro). Como?
Por uma transcrição fonética radical que gerou termos como "panelenico" (para "pan-helênico") ou "bemumurado" (para "bem-humorado"). Será preciso comentar?
O novo acordo é menos radical desde logo porque admite "facultatividades" que respeitem a "pronúncia culta" de cada país. Deixemos de lado a questão de saber se a escrita pode ser mera transcrição fonética (não pode) ou se a etimologia deve ser ignorada nas "simplificações" acordistas (não deve).
Uma deficiente interpretação do que significam essas "facultatividades", conta o autor, levou o governo português, no seu Orçamento do Estado para 2012 (o documento central da política lusa), a escrever a mesma palavra de formas diferentes: "ópticas" e "óticas"; "efectiva" e "efetiva"; "protecção" e "proteção"; e etc. etc.
Mas mais hilariantes são os casos em que a aproximação portuguesa ao Brasil gerou palavras que nem no Brasil se usam. No novo acordo, "recepção" perdeu o "p"; no Brasil, o "p" continua. O mesmo para "acepção", "perspectiva" e por aí fora.
Perante este aborto ortográfico, que fazer?
Curiosamente, Angola e o Brasil já fizeram muito: a primeira, recusando-se a ratificá-lo; o segundo, adiando a sua aplicação.
Só os portugueses continuam a marrar contra a parede "" e, pior, a marrar contra uma ilegalidade: o tratado original do Acordo Ortográfico de 1990 garantia que o mesmo só entraria em vigor quando todos os intervenientes o ratificassem na sua ordem jurídica. Essa intenção foi reafirmada em protocolo modificativo de 1998.
Mas eis que, em 2004, há um segundo protocolo modificativo segundo o qual bastaria a ratificação de três países para que o acordo entrasse em vigor.
Não é preciso ser um gênio da jurisprudência para detectar aqui um abuso grosseiro: como permitir que o segundo protocolo tenha força de lei se ele nem sequer foi ratificado por todos os países?
O resultado é o caos. Como escreve Pedro Correia, um caos "tecnicamente insustentável, juridicamente inválido, politicamente inepto e materialmente impraticável".
Para usar uma palavra bem portuguesa, "touché"!
O militante imaginário - ARNALDO JABOR
O Estado de S.Paulo - 04/06
O Brasil está infestado de 'militantes imaginários'. Mas, o que é um "militante imaginário"? (Ouvi essa expressão do José Arthur Gianotti - na mosca. Já escrevi sobre isso e volto). O militante imaginário (MI) é encontrado em universidades, igrejas, conventos, jornais, bares. O militante imaginário é um revolucionário que não faz nada pelo bem do povo; ele se julga em ação, só que não se mexe. A revolução imaginária não tem armas, nem sangue, nem dificuldades estratégicas, nem soldados. Trata-se apenas de um desejo ou de ignorantes ou de pequenos burgueses que sonham com uma vitória sem lutas. É uma florescência romântica, poética que nos espera numa 'parusia' (Google, gente boa) ao fim da história.
O militante imaginário precisa de algo que ilumine sua vida, uma fé, como os evangélicos - o 'bem' de um futuro, o bem de uma sigla, de um slogan. Pensando assim, tudo lhe é permitido e perdoado. "Sou de esquerda" - berra o publicitário, o agiota, o lobista. É tão prático... O grande poeta Ferreira Gullar, ex-exilado, perseguido na ditadura, foi dar uma palestra na USP e ficou perplexo com a obviedade ideológica dos jovens, como se estivéssemos ainda na chegada de Fidel a Havana. Tudo comuna. Ser 'de esquerda' dá um charme extra a ignorantes de politica. Não há mais esquerda e direita; certo seria falar em 'progressistas e reacionários'. Com essa dualidade antiga, o PT é 'de direita'. Mas o MI não quer saber disso - continua sonhando com o surgimento mágico de Lula, com seu dedinho cortado.
A revolução do imaginário militante é uma herança modernista que ficou, desde a coragem de barbudos de Cuba, dos Panteras Negras, dos vietcongues. Nós, no Brasil, amantes do gesto abstrato, inventamos a "revolução cordial". Preferimos o mundo da teoria. A realidade atrapalha, com suas vielas, esgotos e becos sem saída. Bem ou mal, um militante do PT trabalha, luta por seus ideais delirantes. Mas o militante imaginário é o revolucionário que não gosta de acordar cedo. É muito chato ir para a porta da fabrica panfletar. Militantes imaginários espalham-se pelo país torcendo por uma 'esquerda' como por um time. Isso garante-lhes um charme de revolta, de serem 'contra o Sistema'. Os jovens por exemplo preferem o maniqueísmo de uma 'esquerda' que desconhecem às complicadas equações para entender o mundo atual. (A propósito, não percam na internet o manifesto a favor da Coreia do Norte no site do PC do B. É caso de hospício).
O militante imaginário é uma variante do "patrulheiro ideológico". Só que o patrulheiro vigia a liberdade dos outros. O militante imaginário só pensa em si - para ele, todos somos burgueses, malvados, contra o bem. Ele nem nos dá a esmola de uma crítica. Ele sorri de nossos argumentos, olhando-nos, superior, complacente com nossa 'alienação'.
O militante imaginário (MI) tem uma espécie de saudade. Saudade de um mundo que já foi bom. Só que ninguém sabe dizer quando o mundo foi bom. Quando o mundo foi bom? Durante a guerra de 14, no stalinismo, nos anos 40, quando? O MI tem saudade de um tempo quando se achava que o mundo "poderia" ser bom; é a saudade de uma saudade.
Muitos pensam que são 'marxistas'. Não são. São restos de um mal entendimento da herança de Hegel, que nos brindou com as "contradições negativas", ou seja, o erro é apenas o inevitável caminho para uma vitória futura do Espírito. Quanto mais erro houver, mais comprovação de sucesso; quanto mais derrota, mais brilha a solidão da esperança.
Não me esqueço de um debate do grande intelectual liberal José Guilherme Merquior com dois marxistas sérios e sinceros. Eles faziam "autocrítica" de todos os erros sucessivos do socialismo real: 1956 na Hungria foi um erro, 1968 em Praga foi um erro, terrível a matança de Pol Pot no Camboja, na revolução cultural da China, 64 e 68 foram duas subestimações do inimigo. E concluíram: continuaremos tentando, chegaremos lá. Merquior atalhou na hora: "Mas, por que vocês não desistem?". É isso. Mesmo com todas as evidências de ilusões perdidas, os militantes produzem mais fé - como evangélicos. Não são de partido algum, mas com sua torcida ridícula, desinformada, ajudam a eleição dos velhos bolcheviques tropicais.
O MI não quer a vitória, pois seria o fim do sonho e o inicio de um inferno administrativo. Já pensou? Ter de trabalhar na revolução? O militante imaginário detesta contas, balanços, safras de grãos, estatísticas, tudo que interessa à chamada 'direita' concreta. Por isso, ela ganha sempre. A esquerda tem "princípios" e "fins". Mas a direita tem "meios"; a direita é um fim em si mesma. A esquerda é idealista, franco-alemã. A direita é "materialista histórica".
A esquerda sonha com o "futuro". A direita sonha com o "mercado futuro".
A esquerda é contra a social democracia - deu em Hitler. A direita é contra a social democracia - deu em Hitler.
Esquerda e direita se unem numa coisa: nunca são culpados e nunca pagam a conta, como os usineiros.
Estamos vivendo um momento histórico gravíssimo. Estão ameaçadas todas as realizações do governo de FHC, que modernizou institucionalmente o país, enquanto pôde, sob a mais brutal oposição do PT. Seus líderes diziam: "Se o Fernando Henrique for pela ajuda a criancinhas com câncer, temos de ser contra". As obras do medíocre PAC estão todas atrasadas, as concessões à iniciativa privada são lentas e aleijadas, a inflação está voltando, os gastos públicos subiram 20% e os investimentos caem, o estimulo ao consumo em vez do estimulo à produção vai produzir a catástrofe, e tem muita gente da própria "esquerda" querendo que a Dilma se ferre para a volta do mais nefasto homem do país: o Lula.
Não É possível que homens inteligentes não vejam este óbvio uivante, ululante.
Mas qual intelectual ou artista famoso teria coragem, peito, cu, para denunciar isso publicamente? Quem?
É melhor ficarem quietos e não se comprometerem. O mito da esquerda impede que se pense o país, trava a análise crítica.
Deus vai castigá-los.
O Brasil está infestado de 'militantes imaginários'. Mas, o que é um "militante imaginário"? (Ouvi essa expressão do José Arthur Gianotti - na mosca. Já escrevi sobre isso e volto). O militante imaginário (MI) é encontrado em universidades, igrejas, conventos, jornais, bares. O militante imaginário é um revolucionário que não faz nada pelo bem do povo; ele se julga em ação, só que não se mexe. A revolução imaginária não tem armas, nem sangue, nem dificuldades estratégicas, nem soldados. Trata-se apenas de um desejo ou de ignorantes ou de pequenos burgueses que sonham com uma vitória sem lutas. É uma florescência romântica, poética que nos espera numa 'parusia' (Google, gente boa) ao fim da história.
O militante imaginário precisa de algo que ilumine sua vida, uma fé, como os evangélicos - o 'bem' de um futuro, o bem de uma sigla, de um slogan. Pensando assim, tudo lhe é permitido e perdoado. "Sou de esquerda" - berra o publicitário, o agiota, o lobista. É tão prático... O grande poeta Ferreira Gullar, ex-exilado, perseguido na ditadura, foi dar uma palestra na USP e ficou perplexo com a obviedade ideológica dos jovens, como se estivéssemos ainda na chegada de Fidel a Havana. Tudo comuna. Ser 'de esquerda' dá um charme extra a ignorantes de politica. Não há mais esquerda e direita; certo seria falar em 'progressistas e reacionários'. Com essa dualidade antiga, o PT é 'de direita'. Mas o MI não quer saber disso - continua sonhando com o surgimento mágico de Lula, com seu dedinho cortado.
A revolução do imaginário militante é uma herança modernista que ficou, desde a coragem de barbudos de Cuba, dos Panteras Negras, dos vietcongues. Nós, no Brasil, amantes do gesto abstrato, inventamos a "revolução cordial". Preferimos o mundo da teoria. A realidade atrapalha, com suas vielas, esgotos e becos sem saída. Bem ou mal, um militante do PT trabalha, luta por seus ideais delirantes. Mas o militante imaginário é o revolucionário que não gosta de acordar cedo. É muito chato ir para a porta da fabrica panfletar. Militantes imaginários espalham-se pelo país torcendo por uma 'esquerda' como por um time. Isso garante-lhes um charme de revolta, de serem 'contra o Sistema'. Os jovens por exemplo preferem o maniqueísmo de uma 'esquerda' que desconhecem às complicadas equações para entender o mundo atual. (A propósito, não percam na internet o manifesto a favor da Coreia do Norte no site do PC do B. É caso de hospício).
O militante imaginário é uma variante do "patrulheiro ideológico". Só que o patrulheiro vigia a liberdade dos outros. O militante imaginário só pensa em si - para ele, todos somos burgueses, malvados, contra o bem. Ele nem nos dá a esmola de uma crítica. Ele sorri de nossos argumentos, olhando-nos, superior, complacente com nossa 'alienação'.
O militante imaginário (MI) tem uma espécie de saudade. Saudade de um mundo que já foi bom. Só que ninguém sabe dizer quando o mundo foi bom. Quando o mundo foi bom? Durante a guerra de 14, no stalinismo, nos anos 40, quando? O MI tem saudade de um tempo quando se achava que o mundo "poderia" ser bom; é a saudade de uma saudade.
Muitos pensam que são 'marxistas'. Não são. São restos de um mal entendimento da herança de Hegel, que nos brindou com as "contradições negativas", ou seja, o erro é apenas o inevitável caminho para uma vitória futura do Espírito. Quanto mais erro houver, mais comprovação de sucesso; quanto mais derrota, mais brilha a solidão da esperança.
Não me esqueço de um debate do grande intelectual liberal José Guilherme Merquior com dois marxistas sérios e sinceros. Eles faziam "autocrítica" de todos os erros sucessivos do socialismo real: 1956 na Hungria foi um erro, 1968 em Praga foi um erro, terrível a matança de Pol Pot no Camboja, na revolução cultural da China, 64 e 68 foram duas subestimações do inimigo. E concluíram: continuaremos tentando, chegaremos lá. Merquior atalhou na hora: "Mas, por que vocês não desistem?". É isso. Mesmo com todas as evidências de ilusões perdidas, os militantes produzem mais fé - como evangélicos. Não são de partido algum, mas com sua torcida ridícula, desinformada, ajudam a eleição dos velhos bolcheviques tropicais.
O MI não quer a vitória, pois seria o fim do sonho e o inicio de um inferno administrativo. Já pensou? Ter de trabalhar na revolução? O militante imaginário detesta contas, balanços, safras de grãos, estatísticas, tudo que interessa à chamada 'direita' concreta. Por isso, ela ganha sempre. A esquerda tem "princípios" e "fins". Mas a direita tem "meios"; a direita é um fim em si mesma. A esquerda é idealista, franco-alemã. A direita é "materialista histórica".
A esquerda sonha com o "futuro". A direita sonha com o "mercado futuro".
A esquerda é contra a social democracia - deu em Hitler. A direita é contra a social democracia - deu em Hitler.
Esquerda e direita se unem numa coisa: nunca são culpados e nunca pagam a conta, como os usineiros.
Estamos vivendo um momento histórico gravíssimo. Estão ameaçadas todas as realizações do governo de FHC, que modernizou institucionalmente o país, enquanto pôde, sob a mais brutal oposição do PT. Seus líderes diziam: "Se o Fernando Henrique for pela ajuda a criancinhas com câncer, temos de ser contra". As obras do medíocre PAC estão todas atrasadas, as concessões à iniciativa privada são lentas e aleijadas, a inflação está voltando, os gastos públicos subiram 20% e os investimentos caem, o estimulo ao consumo em vez do estimulo à produção vai produzir a catástrofe, e tem muita gente da própria "esquerda" querendo que a Dilma se ferre para a volta do mais nefasto homem do país: o Lula.
Não É possível que homens inteligentes não vejam este óbvio uivante, ululante.
Mas qual intelectual ou artista famoso teria coragem, peito, cu, para denunciar isso publicamente? Quem?
É melhor ficarem quietos e não se comprometerem. O mito da esquerda impede que se pense o país, trava a análise crítica.
Deus vai castigá-los.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 04/06
Consumidor poderá pesquisar empresa no SPC
Mais de 50 anos depois de ter sido criado para auxiliar empresas a fiscalizar consumidores, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) permitirá o caminho inverso.
Um site de comercialização de dados que será lançado na quinta-feira terá ferramentas para uma pessoa física acessar informações cadastrais e o comportamento de mercado de companhias antes de efetuar negócios.
Será possível verificar, por exemplo, se a empresa tem CNPJ ativo, quem são os sócios, casos de inadimplência e ações judiciais ligadas à falta de pagamentos.
"É uma solução na hora de fechar negócios com buffets' de casamento, estúdios de fotografia e agências de viagens", diz o gerente de produtos do SPC Brasil, Bruno Lozi.
"Só empresários tinham a possibilidade de consultar informações para evitar riscos", afirma o superintendente do SPC, Nival Martins.
"O consumidor precisava assinar um contrato de pelo menos um ano, com um valor significativo, o que era inviável para quem não faz transações com frequência."
O acesso será pré-pago. A compra de créditos varia de R$ 9,90 a R$ 199,90.
Além da consulta de empresas "fichas-sujas", haverá um canal para negociar dívidas.
O consumidor endividado poderá centralizar no site a conversa com variadas companhias. Aprovadas as condições, os boletos serão gerados ali mesmo para pagamento.
O usuário também poderá receber alertas se for incluído no cadastro de inadimplentes ou caso haja tentativas de fraudes com seu CPF.
Para Lozi, empresas que já usam o sistema também serão beneficiadas com a compra on-line, porque não precisarão mais passar por burocracias para ter acesso a dados.
PELE TROPICAL
A Fendi é a mais recente grife de luxo a operar sua marca diretamente no país, que conhece desde a década de 80 apenas com representantes, como a antiga Daslu.
Parte do grupo LVMH desde 2001, a Fendi é também a última grife importante do conglomerado a abrir uma loja em São Paulo (no shopping Cidade Jardim).
Por ora, não há planos para outras unidades.
"Vamos ver primeiro como se desenvolve essa loja", diz o CEO global Pietro Beccari. As taxas de importação no Brasil não são obstáculos pequenos, afirma. "Mas é possível que o Rio seja a próxima cidade [onde abrirá], embora Brasília também seja interessante para o luxo."
Todos os produtos da grife serão vendidos no país, inclusive aqueles que os brasileiros mais buscam no exterior: as bolsas e as peles.
"A pele é a essência do nosso luxo. Somos a única marca com ateliê próprio de alta peleteria, que produz 70% das peças. O restante é feito em outros locais, mas sempre na Itália", afirma.
"Por isso, Karl Lagerfeld [estilista da Chanel] nos escolheu e continua a desenhar para nós."
ECONOMIA AVALIADA
A parcela de brasileiros que consideram boa a situação econômica do país diminuiu de 48% em abril para 42% em maio --o menor índice desde o final de 2010, segundo pesquisa da Ipsos.
Desde dezembro, a avaliação registrou queda de 15 pontos percentuais. Argentina e México seguem um caminho semelhante, com retração de seis pontos cada um desde o último mês de 2012.
Também houve uma diminuição de dois pontos percentuais, de abril para maio, no número de brasileiros que dizem que a economia se fortalecerá nos próximos meses.
Apesar da queda, os consumidores do país foram os mais otimistas, com 68% confiantes no futuro. A média global foi de 23%. Na Argentina, no México e na China, 38% disseram que a economia deve melhorar.
Foram entrevistadas 18.331 pessoas em 24 países. No Brasil, 1.000 consumidores foram ouvidos. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Observatório... O turismo de observação de baleias em Santa Catarina, realizado principalmente no litoral norte e proibido há pouco mais de 15 dias pela Justiça Federal, fez o governo do Estado convocar uma reunião na semana passada para discutir o assunto.
...de baleias A administração decidiu recorrer da decisão judicial, que considerou inseguras as condições para os turistas e os animais marinhos. Para o governo estadual, o serviço possui controle rigoroso e fiscalização frequente.
Brinquedo na linha A Ri Happy, rede de varejo de brinquedos, investirá cerca de R$ 15 milhões neste ano em seu e-commerce. Com o aporte, a empresa espera vender pela internet, em 2013, quatro vezes mais do que em 2012. Atualmente, as vendas on-line representam 5% do total.
Sociedade O BM&A - Barbosa, Müssnich & Aragão tem um novo sócio. Maurício Pessoa, que atuou no contencioso judicial, fará parte da equipe da área trabalhista do escritório de advocacia na cidade São Paulo.
Lençóis... As vendas do setor de cama, mesa e banho do comércio atacadista de São Paulo cresceram 1,1% em maio, ante abril, segundo o sindicato do setor. É a segunda alta consecutiva do segmento, após três meses de queda.
... em alta Em janeiro deste ano, o setor havia registrado uma retração de 8%. No mês seguinte, contabilizou resultado negativo de 3,8% e, em março, a retração foi de 2,7%, sempre na comparação com o mês anterior.
Apoio... O InCor (Instituto do Coração) e o HCor (Hospital do Coração) vão apoiar o Movimento Ame o Coração. Ações conjuntas irão estimular práticas saudáveis de vida dos consumidores para prevenir as doenças cardiovasculares.
...saudável Entre as iniciativas previstas, está a realização de um mutirão de avaliação de risco cardíaco da população na estação Sé do metrô de São Paulo, além de cursos gratuitos abertos ao público sobre a saúde do coração.
Recepção... Depois de lançar latas coloridas em alusão à Copa das Confederações, a Coca-Cola Brasil inaugurará nesta semana espaços personalizados tendo o torneio como tema nos aeroportos do Galeão, no Rio, e de Brasília.
...colorida A novidade estará na área das esteiras e dos corredores que dão acesso ao embarque e ao desembarque. A ação planeja aproveitar o grande fluxo de pessoas que circularão nos aeroportos durante a competição.
Consumidor poderá pesquisar empresa no SPC
Mais de 50 anos depois de ter sido criado para auxiliar empresas a fiscalizar consumidores, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) permitirá o caminho inverso.
Um site de comercialização de dados que será lançado na quinta-feira terá ferramentas para uma pessoa física acessar informações cadastrais e o comportamento de mercado de companhias antes de efetuar negócios.
Será possível verificar, por exemplo, se a empresa tem CNPJ ativo, quem são os sócios, casos de inadimplência e ações judiciais ligadas à falta de pagamentos.
"É uma solução na hora de fechar negócios com buffets' de casamento, estúdios de fotografia e agências de viagens", diz o gerente de produtos do SPC Brasil, Bruno Lozi.
"Só empresários tinham a possibilidade de consultar informações para evitar riscos", afirma o superintendente do SPC, Nival Martins.
"O consumidor precisava assinar um contrato de pelo menos um ano, com um valor significativo, o que era inviável para quem não faz transações com frequência."
O acesso será pré-pago. A compra de créditos varia de R$ 9,90 a R$ 199,90.
Além da consulta de empresas "fichas-sujas", haverá um canal para negociar dívidas.
O consumidor endividado poderá centralizar no site a conversa com variadas companhias. Aprovadas as condições, os boletos serão gerados ali mesmo para pagamento.
O usuário também poderá receber alertas se for incluído no cadastro de inadimplentes ou caso haja tentativas de fraudes com seu CPF.
Para Lozi, empresas que já usam o sistema também serão beneficiadas com a compra on-line, porque não precisarão mais passar por burocracias para ter acesso a dados.
PELE TROPICAL
A Fendi é a mais recente grife de luxo a operar sua marca diretamente no país, que conhece desde a década de 80 apenas com representantes, como a antiga Daslu.
Parte do grupo LVMH desde 2001, a Fendi é também a última grife importante do conglomerado a abrir uma loja em São Paulo (no shopping Cidade Jardim).
Por ora, não há planos para outras unidades.
"Vamos ver primeiro como se desenvolve essa loja", diz o CEO global Pietro Beccari. As taxas de importação no Brasil não são obstáculos pequenos, afirma. "Mas é possível que o Rio seja a próxima cidade [onde abrirá], embora Brasília também seja interessante para o luxo."
Todos os produtos da grife serão vendidos no país, inclusive aqueles que os brasileiros mais buscam no exterior: as bolsas e as peles.
"A pele é a essência do nosso luxo. Somos a única marca com ateliê próprio de alta peleteria, que produz 70% das peças. O restante é feito em outros locais, mas sempre na Itália", afirma.
"Por isso, Karl Lagerfeld [estilista da Chanel] nos escolheu e continua a desenhar para nós."
ECONOMIA AVALIADA
A parcela de brasileiros que consideram boa a situação econômica do país diminuiu de 48% em abril para 42% em maio --o menor índice desde o final de 2010, segundo pesquisa da Ipsos.
Desde dezembro, a avaliação registrou queda de 15 pontos percentuais. Argentina e México seguem um caminho semelhante, com retração de seis pontos cada um desde o último mês de 2012.
Também houve uma diminuição de dois pontos percentuais, de abril para maio, no número de brasileiros que dizem que a economia se fortalecerá nos próximos meses.
Apesar da queda, os consumidores do país foram os mais otimistas, com 68% confiantes no futuro. A média global foi de 23%. Na Argentina, no México e na China, 38% disseram que a economia deve melhorar.
Foram entrevistadas 18.331 pessoas em 24 países. No Brasil, 1.000 consumidores foram ouvidos. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Observatório... O turismo de observação de baleias em Santa Catarina, realizado principalmente no litoral norte e proibido há pouco mais de 15 dias pela Justiça Federal, fez o governo do Estado convocar uma reunião na semana passada para discutir o assunto.
...de baleias A administração decidiu recorrer da decisão judicial, que considerou inseguras as condições para os turistas e os animais marinhos. Para o governo estadual, o serviço possui controle rigoroso e fiscalização frequente.
Brinquedo na linha A Ri Happy, rede de varejo de brinquedos, investirá cerca de R$ 15 milhões neste ano em seu e-commerce. Com o aporte, a empresa espera vender pela internet, em 2013, quatro vezes mais do que em 2012. Atualmente, as vendas on-line representam 5% do total.
Sociedade O BM&A - Barbosa, Müssnich & Aragão tem um novo sócio. Maurício Pessoa, que atuou no contencioso judicial, fará parte da equipe da área trabalhista do escritório de advocacia na cidade São Paulo.
Lençóis... As vendas do setor de cama, mesa e banho do comércio atacadista de São Paulo cresceram 1,1% em maio, ante abril, segundo o sindicato do setor. É a segunda alta consecutiva do segmento, após três meses de queda.
... em alta Em janeiro deste ano, o setor havia registrado uma retração de 8%. No mês seguinte, contabilizou resultado negativo de 3,8% e, em março, a retração foi de 2,7%, sempre na comparação com o mês anterior.
Apoio... O InCor (Instituto do Coração) e o HCor (Hospital do Coração) vão apoiar o Movimento Ame o Coração. Ações conjuntas irão estimular práticas saudáveis de vida dos consumidores para prevenir as doenças cardiovasculares.
...saudável Entre as iniciativas previstas, está a realização de um mutirão de avaliação de risco cardíaco da população na estação Sé do metrô de São Paulo, além de cursos gratuitos abertos ao público sobre a saúde do coração.
Recepção... Depois de lançar latas coloridas em alusão à Copa das Confederações, a Coca-Cola Brasil inaugurará nesta semana espaços personalizados tendo o torneio como tema nos aeroportos do Galeão, no Rio, e de Brasília.
...colorida A novidade estará na área das esteiras e dos corredores que dão acesso ao embarque e ao desembarque. A ação planeja aproveitar o grande fluxo de pessoas que circularão nos aeroportos durante a competição.
FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA
O GLOBO - 04/06
MARICÁ VAI CONSTRUIR CONDOMÍNIO INDUSTRIAL
Município da Região dos Lagos quer atrair investidores do país e do exterior para a cadeia produtiva do pré-sal
Maricá estuda ainstalação de um condomínio industrial próximo ao futuro Terminal Ponta Negra, na Praia de Jaconé. Está de olho na cadeia de fornecedores do setor de óleo e gás. Mapeamento feito pela prefeitura local indica área de 2,44 milhões de metros quadrados para receber indústrias, explica Lourival Casula, secretário de Desenvolvimento: “Fizemos audiência pública para tratar do projeto. Agora, discutimos o tipo de negociação com o dono da área, além do licenciamento ambiental”. A ideia é oferecer benefícios fiscais para atrair empresas. “Vamos negociar com o governo do estado outros incentivos”, completa. Conceição Ribeiro, da Codin, diz que se o porto for viabilizado, faz sentido instalar um distrito industrial na retroárea. “Ainda não formos procurados, mas estamos à disposição. É nosso papel analisar projetos das cidades fluminenses", diz. De hoje a 5ª, comitiva liderada pelo prefeito Washington Quaquá participa da Expo Italia Real Estate, em Milão. Aposta na localização de Maricá, perto do Comperj e das bases logísticas do pré-sal, para atrair investidores. Uma carta de intenção com fabricante de barcos esportivos já teria sido assinada.
ATÉ 350 PROCESSOS POR SEMANA
É o número de pedidos de licenciamento ambiental recebidos pela Prefeitura de Maricá. Em 2010, eram de 20 a 30. A demanda fez o município criar plano diretor focado no setor de óleo e gás.
FOGUEIRA E PAIMO
A Leaderestreia campanha de Dia dos Namorados (foto) na TV, amanhã. Todas as lojas terão decoração, coleção e catálogos especiais para a data. A estimativa é aumentaras vendas em 20%. Nas 13 lojas davarejista no Nordeste, haverá também acampanha específica para as festas de São João. A rede espera vender 30% mais na região durante os festejos juninos. A Artplan assina.
FILÉ
O Frigorífico Frisa estreia amanhã, na TV, a campanha do hambúrguer Grã-Filé. Uma dona de casa dá o recado sobre o produto. A 11:21 assina.
No vermelho
O Brasil caminha para ter o primeiro déficit comercial com a Argentina, desde 2003. Quem diz é a AEB, entidade do comércio exterior. O superávit de US$ 6 bilhões, em 2011, caiu para US$ 1,5 bi, em 2012. As encomendas de autopeças, máquinas agrícolas, tratores e calçados despencaram.
Sem escala
As Aerolíneas Argentinas estrearam no domingo a rota Belo Horizonte-Buenos Aires. Com ela, passam a 78 os voos diretos de Rio, São Paulo, BH e Porto Alegre para a capital argentina. Em 1º de agosto, deve começar a ligação com Brasília.
Aluguel
A Azul fechou parceria com a Hertz. Clientes da aérea terão condições especiais em 130 lojas da locadora de veículos no país. A tarifa cai para quem alugar carro em Viracopos e Guarulhos e devolvê-lo em São Paulo capital em três horas.
Atraso
O deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) analisou os números do Ministério do Planejamento sobre obras no Aeroporto Internacional do Rio, desde 2011. Os gastos não passaram de 21% da dotação no Orçamento. Foram R$ 126,7 milhões de R$ 600,1 milhões previstos.
Em tempo
Este ano, foram executados apenas R$ 19 milhões. A cifra está em 10% do orçado.
Armadas
A segurança do Maracanã, no domingo, não poupou nem maquiagem. Uma torcedora teve que deixar a máscara para cílios. Outra perdeu duas canetas. Nenhum objeto com ponta pode entrar no estádio.
Ingressos
A Jet Set & Tamoyo iniciou a venda de pacotes e ingressos para os Jogos de Inverno, em 2014, em Sochi (Rússia). Para Vancouver 2010 vendeu 1.500 tíquetes. Prevê o dobro agora.
Parou
O Itaú Unibanco parou de aceitar pagamento de contas de Light e Ampla no caixa das agências. Mexeu no contrato.
MAESTRO
A Orquestra Petrobras Sinfônica vai levar trechos dos pequenos documentários da TV Opes aos cinemas da UCI, a partirde julho. Isaac Karabtchevsky está neles.
SINERGIA
Um mês de parceria coma Maria Filó já rendeu às Filhas de Gaia mais 12 pontos de venda para a coleção do verão 2014. Hoje, a grife carioca só é vendida em multimarcas. A 1ª loja própria deve abrir no 2º semestre. Analu Araújo posou para Rodrigo Bueno. As fotos caem na web, a partir de agosto.
Tintim
A Vinícola Salton espera faturar 25% mais com o Dia dos Namorados. É que a data ganha importância no setor. Vendeu 290 mil caixas de espumantes e vinhos em 2012. Prevê 364 mil este ano.
Sampa
A Tidsy, de moda feminina, abre espaço no Showroom Contemporâneo (SP), nesta quinta. Quer chegar ao interior do estado e elevar o faturamento em 30%.
Qualificação
O Senac RJ renova parceria com o governo do Rio, na 5ª. Vai qualificar, em um ano, três mil moradores de áreas com LIPPs. É investimento de R$ 2 milhões. Em 2010-2012, formou 3.300 moradores de 15 comunidades.
Mutirão
O Procon Carioca espera duas mil pessoas no mutirão de conciliação, nesta 6ª, em Vila Isabel. Participam 24 empresas e concessionárias.
MARICÁ VAI CONSTRUIR CONDOMÍNIO INDUSTRIAL
Município da Região dos Lagos quer atrair investidores do país e do exterior para a cadeia produtiva do pré-sal
Maricá estuda ainstalação de um condomínio industrial próximo ao futuro Terminal Ponta Negra, na Praia de Jaconé. Está de olho na cadeia de fornecedores do setor de óleo e gás. Mapeamento feito pela prefeitura local indica área de 2,44 milhões de metros quadrados para receber indústrias, explica Lourival Casula, secretário de Desenvolvimento: “Fizemos audiência pública para tratar do projeto. Agora, discutimos o tipo de negociação com o dono da área, além do licenciamento ambiental”. A ideia é oferecer benefícios fiscais para atrair empresas. “Vamos negociar com o governo do estado outros incentivos”, completa. Conceição Ribeiro, da Codin, diz que se o porto for viabilizado, faz sentido instalar um distrito industrial na retroárea. “Ainda não formos procurados, mas estamos à disposição. É nosso papel analisar projetos das cidades fluminenses", diz. De hoje a 5ª, comitiva liderada pelo prefeito Washington Quaquá participa da Expo Italia Real Estate, em Milão. Aposta na localização de Maricá, perto do Comperj e das bases logísticas do pré-sal, para atrair investidores. Uma carta de intenção com fabricante de barcos esportivos já teria sido assinada.
ATÉ 350 PROCESSOS POR SEMANA
É o número de pedidos de licenciamento ambiental recebidos pela Prefeitura de Maricá. Em 2010, eram de 20 a 30. A demanda fez o município criar plano diretor focado no setor de óleo e gás.
FOGUEIRA E PAIMO
A Leaderestreia campanha de Dia dos Namorados (foto) na TV, amanhã. Todas as lojas terão decoração, coleção e catálogos especiais para a data. A estimativa é aumentaras vendas em 20%. Nas 13 lojas davarejista no Nordeste, haverá também acampanha específica para as festas de São João. A rede espera vender 30% mais na região durante os festejos juninos. A Artplan assina.
FILÉ
O Frigorífico Frisa estreia amanhã, na TV, a campanha do hambúrguer Grã-Filé. Uma dona de casa dá o recado sobre o produto. A 11:21 assina.
No vermelho
O Brasil caminha para ter o primeiro déficit comercial com a Argentina, desde 2003. Quem diz é a AEB, entidade do comércio exterior. O superávit de US$ 6 bilhões, em 2011, caiu para US$ 1,5 bi, em 2012. As encomendas de autopeças, máquinas agrícolas, tratores e calçados despencaram.
Sem escala
As Aerolíneas Argentinas estrearam no domingo a rota Belo Horizonte-Buenos Aires. Com ela, passam a 78 os voos diretos de Rio, São Paulo, BH e Porto Alegre para a capital argentina. Em 1º de agosto, deve começar a ligação com Brasília.
Aluguel
A Azul fechou parceria com a Hertz. Clientes da aérea terão condições especiais em 130 lojas da locadora de veículos no país. A tarifa cai para quem alugar carro em Viracopos e Guarulhos e devolvê-lo em São Paulo capital em três horas.
Atraso
O deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) analisou os números do Ministério do Planejamento sobre obras no Aeroporto Internacional do Rio, desde 2011. Os gastos não passaram de 21% da dotação no Orçamento. Foram R$ 126,7 milhões de R$ 600,1 milhões previstos.
Em tempo
Este ano, foram executados apenas R$ 19 milhões. A cifra está em 10% do orçado.
Armadas
A segurança do Maracanã, no domingo, não poupou nem maquiagem. Uma torcedora teve que deixar a máscara para cílios. Outra perdeu duas canetas. Nenhum objeto com ponta pode entrar no estádio.
Ingressos
A Jet Set & Tamoyo iniciou a venda de pacotes e ingressos para os Jogos de Inverno, em 2014, em Sochi (Rússia). Para Vancouver 2010 vendeu 1.500 tíquetes. Prevê o dobro agora.
Parou
O Itaú Unibanco parou de aceitar pagamento de contas de Light e Ampla no caixa das agências. Mexeu no contrato.
MAESTRO
A Orquestra Petrobras Sinfônica vai levar trechos dos pequenos documentários da TV Opes aos cinemas da UCI, a partirde julho. Isaac Karabtchevsky está neles.
SINERGIA
Um mês de parceria coma Maria Filó já rendeu às Filhas de Gaia mais 12 pontos de venda para a coleção do verão 2014. Hoje, a grife carioca só é vendida em multimarcas. A 1ª loja própria deve abrir no 2º semestre. Analu Araújo posou para Rodrigo Bueno. As fotos caem na web, a partir de agosto.
Tintim
A Vinícola Salton espera faturar 25% mais com o Dia dos Namorados. É que a data ganha importância no setor. Vendeu 290 mil caixas de espumantes e vinhos em 2012. Prevê 364 mil este ano.
Sampa
A Tidsy, de moda feminina, abre espaço no Showroom Contemporâneo (SP), nesta quinta. Quer chegar ao interior do estado e elevar o faturamento em 30%.
Qualificação
O Senac RJ renova parceria com o governo do Rio, na 5ª. Vai qualificar, em um ano, três mil moradores de áreas com LIPPs. É investimento de R$ 2 milhões. Em 2010-2012, formou 3.300 moradores de 15 comunidades.
Mutirão
O Procon Carioca espera duas mil pessoas no mutirão de conciliação, nesta 6ª, em Vila Isabel. Participam 24 empresas e concessionárias.
DataDilma - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 04/06
Um ano antes das eleições presidenciais, o Ibope e o instituto Análise dividirão a nova conta de cerca de R$ 7 milhões para fazer pesquisas de opinião sobre o governo. O Ibope será responsável pelas pesquisas quantitativas e telefônicas (tracking), e o Análise cuidará de levantamentos qualitativos. O resultado da licitação será divulgado hoje. Pelo edital, as sondagens têm de ser focadas em políticas e serviços públicos, e não podem auferir a popularidade de Dilma Rousseff.
Mercado O Análise tem como sócio o cientista político Alberto Carlos Almeida, autor do livro "A Cabeça do Eleitor''. O Vox Populi, um dos maiores institutos do país, não entrou da licitação.
Bodas... O PSDB vai aproveitar a efeméride conjunta de 25 anos do partido, 82 de Fernando Henrique Cardoso e 19 do lançamento do Plano Real para promover uma exposição em Brasília e lançar um portal de programas sociais na internet.
... de prata O site, que vai mostrar projetos implementados nos dois mandatos de FHC e nos governos estaduais e municipais tucanos, faz parte da estratégia de aproximar o partido do eleitorado mais pobre e mitigar a imagem de elitista da sigla.
Na ativa O governador Eduardo Campos (PSB) se reuniu ontem com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para discutir a liberação de recursos já contratados de investimentos do PAC 2 para Pernambuco.
Barriga cheia Pelo menos a recepção afastou sinais de que o banco fecharia as torneiras para Estados governados pelo PSB: Coutinho mandou servir sanduíche e refrigerante a Campos, que não tinha almoçado.
Taba Brasil Entre as terras que podem ser demarcadas como indígenas estão obras do Minha Casa, Minha Vida, um colégio e assentamentos rurais. Estudo da Embrapa mostra que em metade das áreas o litígio dos índios se dá com os sem-terra.
Com lupa Por isso, Dilma determinou a força-tarefa de pareceres de outros ministérios, como Cidades e Desenvolvimento Agrário, para auxiliar a Funai a definir se os pedidos têm procedência.
Canetada Está marcada para hoje uma reunião no Planalto para discutir vetos à medida provisória aprovada pelo Congresso que altera regras para o setor portuário. Além de Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Leônidas Cristino (Portos), deve participar Arno Augustin (Tesouro).
Verão.... Em guerra com Lindbergh Farias (PT-RJ), peemedebistas do Rio têm divulgado um vídeo, publicado no YouTube, que mostra o senador na campanha de 2010 declarando apoio a Luiz Fernando Pezão para o governo do Estado em 2014.
...passado Na gravação, o petista diz, diante de Sérgio Cabral e outras autoridades, que "política tem fila'' e que Pezão "é uma grande liderança, que vai ser governador do Estado do Rio de Janeiro". E finaliza afirmando que o governador do Rio é um aliado para muitas batalhas.
Libera aí 1 A defesa de Duda Mendonça entrou com uma nova petição no STF pedindo o desbloqueio dos bens do publicitário, absolvido no mensalão. Joaquim Barbosa pediu parecer da PGR (Procuradoria-Geral da República), mas Roberto Gurgel ainda não se manifestou.
Libera aí 2 O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, cogitou levar a questão ao plenário por falta de decisão do presidente da corte. "Duda está absolvido há seis meses e sem acesso aos bens. O bloqueio não tem mais causa", afirma.
tiroteio
"Só na ditadura desavenças políticas eram punidas com cassações. O PSDB não pode renegar seu compromisso com a democracia."
DO LÍDER DO PSDB NO SENADO, ALOYSIO NUNES (SP), sobre seu partido apoiar a cassação do vice-governador Guilherme Afif por ocupar ministério de Dilma.
contraponto
Avô do Netinho
Depois de fazer um discurso formal durante cerimônia em comemoração ao Dia da África, o secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo disse que ia adotar a linguagem "do gueto" e contou que "os manos" ligaram pra ele para celebrar a criação da pasta.
-- Eles disseram que se o Lula criou a secretaria nacional quando foi presidente e a minha secretaria é filha desta, então o Lula é avô da secretaria!
O prefeito Fernando Haddad saudou o parentesco'':
-- Quero cumprimentar o Netinho pela secretaria neta do Lula!
Um ano antes das eleições presidenciais, o Ibope e o instituto Análise dividirão a nova conta de cerca de R$ 7 milhões para fazer pesquisas de opinião sobre o governo. O Ibope será responsável pelas pesquisas quantitativas e telefônicas (tracking), e o Análise cuidará de levantamentos qualitativos. O resultado da licitação será divulgado hoje. Pelo edital, as sondagens têm de ser focadas em políticas e serviços públicos, e não podem auferir a popularidade de Dilma Rousseff.
Mercado O Análise tem como sócio o cientista político Alberto Carlos Almeida, autor do livro "A Cabeça do Eleitor''. O Vox Populi, um dos maiores institutos do país, não entrou da licitação.
Bodas... O PSDB vai aproveitar a efeméride conjunta de 25 anos do partido, 82 de Fernando Henrique Cardoso e 19 do lançamento do Plano Real para promover uma exposição em Brasília e lançar um portal de programas sociais na internet.
... de prata O site, que vai mostrar projetos implementados nos dois mandatos de FHC e nos governos estaduais e municipais tucanos, faz parte da estratégia de aproximar o partido do eleitorado mais pobre e mitigar a imagem de elitista da sigla.
Na ativa O governador Eduardo Campos (PSB) se reuniu ontem com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para discutir a liberação de recursos já contratados de investimentos do PAC 2 para Pernambuco.
Barriga cheia Pelo menos a recepção afastou sinais de que o banco fecharia as torneiras para Estados governados pelo PSB: Coutinho mandou servir sanduíche e refrigerante a Campos, que não tinha almoçado.
Taba Brasil Entre as terras que podem ser demarcadas como indígenas estão obras do Minha Casa, Minha Vida, um colégio e assentamentos rurais. Estudo da Embrapa mostra que em metade das áreas o litígio dos índios se dá com os sem-terra.
Com lupa Por isso, Dilma determinou a força-tarefa de pareceres de outros ministérios, como Cidades e Desenvolvimento Agrário, para auxiliar a Funai a definir se os pedidos têm procedência.
Canetada Está marcada para hoje uma reunião no Planalto para discutir vetos à medida provisória aprovada pelo Congresso que altera regras para o setor portuário. Além de Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Leônidas Cristino (Portos), deve participar Arno Augustin (Tesouro).
Verão.... Em guerra com Lindbergh Farias (PT-RJ), peemedebistas do Rio têm divulgado um vídeo, publicado no YouTube, que mostra o senador na campanha de 2010 declarando apoio a Luiz Fernando Pezão para o governo do Estado em 2014.
...passado Na gravação, o petista diz, diante de Sérgio Cabral e outras autoridades, que "política tem fila'' e que Pezão "é uma grande liderança, que vai ser governador do Estado do Rio de Janeiro". E finaliza afirmando que o governador do Rio é um aliado para muitas batalhas.
Libera aí 1 A defesa de Duda Mendonça entrou com uma nova petição no STF pedindo o desbloqueio dos bens do publicitário, absolvido no mensalão. Joaquim Barbosa pediu parecer da PGR (Procuradoria-Geral da República), mas Roberto Gurgel ainda não se manifestou.
Libera aí 2 O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, cogitou levar a questão ao plenário por falta de decisão do presidente da corte. "Duda está absolvido há seis meses e sem acesso aos bens. O bloqueio não tem mais causa", afirma.
tiroteio
"Só na ditadura desavenças políticas eram punidas com cassações. O PSDB não pode renegar seu compromisso com a democracia."
DO LÍDER DO PSDB NO SENADO, ALOYSIO NUNES (SP), sobre seu partido apoiar a cassação do vice-governador Guilherme Afif por ocupar ministério de Dilma.
contraponto
Avô do Netinho
Depois de fazer um discurso formal durante cerimônia em comemoração ao Dia da África, o secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo disse que ia adotar a linguagem "do gueto" e contou que "os manos" ligaram pra ele para celebrar a criação da pasta.
-- Eles disseram que se o Lula criou a secretaria nacional quando foi presidente e a minha secretaria é filha desta, então o Lula é avô da secretaria!
O prefeito Fernando Haddad saudou o parentesco'':
-- Quero cumprimentar o Netinho pela secretaria neta do Lula!