sábado, novembro 02, 2013

Cadê a gerente do Brasil? - PLÁCIDO FERNANDES VIEIRA

CORREIO BRAZILIENSE - 02/11
Já escrevi aqui que Marina acertou em cheio quando disse que a marca do governo Dilma é o retrocesso na economia. Há quem atribua à presidente outro símbolo: o do Mais Médicos, cópia eleitoreira e descarada de um programa que Chávez instituiu na Venezuela e que já foi clonado também por Equador e Bolívia, dois satélites bolivarianos.
No caso do Mais Médicos, o mérito da iniciativa nem se discute: é louvável levar assistência aos grotões abandonados. A forma de colocar o projeto em prática são outros quinhentos: a importação de cubanos, cujas famílias ficam reféns na Ilha dos Castros para que não desertem quando chegam ao Brasil. É triste que um troço desses seja elevado à condição de símbolo de um governo.

Ora, o PT já teve quase 11 anos para transformar a saúde pública numa coisa decente no país. Mas nesse quesito tudo continua tão ruim como sempre foi. Por que só agora, às vésperas de novas eleições, Dilma saca da cartola o modelo chavista e o vende como feito extraordinário? Por que os bilhões enterrados em estádios padrão Fifa não serviram para uma revolução na saúde, na educação e no transporte, como cobraram os brasileiros nas manifestações de junho?

Voltando à economia, constata-se que, pelo menos até agora, não existe diagnóstico mais preciso e verdadeiro que o de Marina. Estão aí as contas públicas de setembro a comprovarem. Nunca, desde que essa série histórica começou a ser pesquisada pelo Banco Central, o rombo nessa rubrica para esse mês foi tão elástico: R$ 9 bilhões. É o pior desde o Plano Real.

Não à toa, um mês depois da acertada crítica de Marina, Lula tenta desqualificar a ex-ministra dizendo que ela precisa parar de aceitar "lições erradas" de economia. Pelo visto, quem está precisando de lições certas de economia é outra personagem. Afinal, cadê a gerente mais eficiente da história?

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