sexta-feira, novembro 22, 2013

Agora vai - RENATO FERRAZ

CORREIO BRAZILIENSE - 22/11
É com o coração vertendo felicidade e satisfação que comento: finalmente o Senado concluiu a minirreforma eleitoral. A partir de agora, fica proibido o uso de bonecos gigantes em campanhas; não se pode mais confeccionar cartazes e placas para propaganda eleitoral; e não será permitido pintar muros. No entanto, ficam autorizados - nos carros - adesivos com tamanho máximo de 40 por 50 centímetros. Depois de várias manifestações ao longo do ano, condenações por desvios de verbas ou uso de caixa dois, finalmente uma reação. A sociedade brasileira, cansada de tantos desmandos, da força do dinheiro e do lobby na definição de políticas públicas, da compra de votos no Congresso, em assembleias legislativas ou câmaras de vereadores, respira, com júbilo. Ninguém aguentava mais ver os políticos darem às costas aos nossos desejos e anseios.
Felizmente, a voz das ruas se fez valer. E de uma forma pragmática: sem corporativismo, sem interesses pessoais ou setoriais mesquinhos. Podemos entender que, agora sim, a cidadania será fortalecida. Nunca na história deste país se viu ruptura tão significativa no processo eleitoral. Ah, para não prejudicar um pouquinho os políticos, há outra novidade no processo eleitoral: as multas por infrações podem ser parceladas em 60 meses, limitada a prestação a 10% da renda da pessoa. Estilo Ricardo Eletro e Casas Bahia, entendem?

E por falar em regozijo, lembro a vocês, amigos leitores, outro fator extraordinário na gestão do Estado: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, finalmente "admitiu" que a facção criminosa que domina os presídios é uma "realidade" e prometeu, de novo, a instalação de bloqueadores de celulares nas principais penitenciárias - talvez ainda para este ano. Alvíssaras! Afinal, foi somente em meados da década de 1990 que surgiu em São Paulo o PCC - embora os governos tucanos não aceitassem admitir.

Em 2001, essa quadrilha que se dizia "partido" virou manchete ao enfrentar descaradamente o Estado, numa megarrebelião para dominar 28 presídios. Em 14 de agosto de 2003, o juiz-corregedor da Vara de Execuções Penais de Presidente Prudente foi assassinado. A quantidade de crimes foi aumentando. Comprovou-se que os bandidos usavam celulares de dentro dos presídios para comandar o crime. "Especialistas" sugeriram e burocratas aceitaram colocar bloqueadores perto ou dentro das penitenciárias. Uns 15 anos depois do primeiro escândalo nessa área, agimos. Ufa!

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