sexta-feira, novembro 22, 2013

Ação imediata para prevenir piora da dengue - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE

CORREIO BRAZILIENSE - 22/11
Aguardada com ansiedade pelos brasilienses depois de longo período de seca, a chuva não traz só alegria. Traz apreensão. É a época mais propícia para a propagação da dengue. As estatísticas da capital, por si sós, acendem a luz vermelha. Doze mil pessoas tiveram a doença em 2013. Entre janeiro e a segunda quinzena de novembro, cresceu oito vezes o número de casos registrados no mesmo período do ano passado.
O Distrito Federal convive com risco adicional. Trata-se do entorno pobre e esquecido das autoridades locais. Goiás é a quarta unidade da Federação com a maior quantidade de notificações e a terceira em total de pacientes graves. A dengue é democrática. Não poupa ricos nem pobres. Adultos ou crianças. Homens ou mulheres. Não poupa também limites geográficos.

Ocorrências nesta ou naquela cidade, nesta ou naquela unidade da Federação representam risco para todos. O direito constitucional de ir e vir é assegurado não só às pessoas. O Aedes aegypti tampouco tem impedimentos. Vale lembrar que o Entorno faz divisa com cidades vulneráveis do Distrito Federal. Entre elas, Ceilândia e Samambaia.

Eis por que se impõem iniciativas solidárias para fazer frente ao risco. O primeiro passo vai em direção às medidas preventivas. É indispensável, para atingir resultado exitoso, a adesão maciça da população. O alvo inicial é a água parada. Aparentemente inocentes pratinhos sob vasos de plantas constituem convite para a proliferação do mosquito transmissor.

Não só. O lixo moderno joga contra o combate. Pneus, casca de ovos, garrafas PET, cacos de vidro, copos e pratos descartáveis constituem excelente depósito de líquido. Urgem, no caso, duas providências. Uma: evitar que sejam jogados ou se acumulem na rua, em jardins ou quintais. A outra: proceder à coleta cuidadosa, sobretudo nas áreas tradicionalmente marginalizadas pelo serviço de limpeza pública.

O Estado precisa se antecipar a crises. Impõe-se, de um lado, intensificar as campanhas educativas. Adultos e crianças devem ser conquistados para abraçar a causa e tornar-se fiscais da saúde. Como alertou leitora do Correio na edição de quarta-feira, "não adianta só um fazer. Se o vizinho não faz, todo mundo é afetado".

Fiscalizar também é preciso. Agentes de saúde têm de eliminar focos e prevenir o surgimento de novos. A rede pública necessita ficar atenta para a eventualidade de aumento da procura por socorro - dos moradores do Distrito Federal e dos vizinhos que acorrem à capital por não disporem de serviço à disposição. A hora de combater o mosquito é agora. Procrastinações preparam epidemia para 2014.

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