domingo, agosto 25, 2013

Nada resolvido - LUIZ CARLOS AZEDO

CORREIO BRAZILIENSE - 25/08

A manutenção dos vetos da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, por uma margem de apenas três votos, fez recrudescer no Palácio do Planalto a disposição de impedir a aprovação do chamado orçamento impositivo. A estratégia do governo será igual à da manutenção dos vetos: articular o apoio dos líderes governistas no Senado, a começar pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Não é assim tão fácil. Existe um sentimento no Congresso de que a presidente Dilma precisa se relacionar de maneira mais cordata com a própria base. E que a aprovação do orçamento impositivo, em acordo com o Palácio do Planalto, seria uma boa oportunidade de melhorar a qualidade das negociações entre o governo e o parlamento.

Dilma tentará viabilizar alterações no texto aprovado na Câmara dos Deputados e vincular metade do valor das emendas à saúde quando a proposta for votada no Senado. O governo fala até em ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o projeto, embora poucos acreditem que chegue a esse ponto. Há um acordo entre o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e Renan para aprovar o projeto. Os dois caciques peemedebistas têm estratégias diferentes para lidar com o governo: um cria dificuldades, o outro oferece facilidades. Nesse assunto, porém, até agora estão juntos.

Portunhol
Os 400 cubanos contratados via acordo para atuar no Programa Mais Médico começam amanhã a participar do curso de preparação, com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa, na Fiocruz, no câmpus da Universidade de Brasília (UnB).

O curso terá 120 horas, com aulas expositivas, oficinas, simulações de consultas e de casos complexos. O número de profissionais do país caribenho pode chegar a 4 mil até o fim do ano.

Indébita
O deputado federal Augusto Carvalho, do PPS-DF, protestou contra o que chama de apropriação, por parte do governo de Cuba, do salário de R$ 10 mil que os médicos cubanos que vão trabalhar no Brasil receberão do Programa Mais Médicos. “Lamentável a degeneração a que chegou o regime de Cuba pelo qual nós, na juventude, sempre nos batemos. Apostávamos num modelo de sociedade mais igualitária e mais fraterna”, disse.

Salários
Os médicos cubanos que atuarão no Programa Mais Médicos pelo acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) deverão ganhar entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil por mês

Matemática
O ex-prefeito carioca Cesar Maia (DEM) fez as contas de quanto custa cada médico cubano: o governo gastará R$ 511milhões para 4 mil médicos cubanos por seis meses, de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, segundo o Ministério da Saúde. Então, serão R$ 21.291,66 mensais, e não R$ 10 mil, como foi anunciado.

Resgate na Bolívia
O senador de oposição Roger Pinto Molina, que estava asilado na embaixada do Brasil em La Paz havia mais de um ano, saiu clandestinamente da Bolívia e já está em território brasileiro, refugiado em Mato Grosso. Foram 22 horas e 1,8 mil quilômetros de viagem de automóvel, monitoradas pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que comandou o resgate e hoje pretende trazer o colega boliviano para Brasília.

Cassação
A cassação do deputado Natan Donadon (sem partido-RO) deverá ocorrer na quarta-feira, durante sessão extraordinária da Câmara, em razão da condenação criminal transitada em julgado. Donadon está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Se a Justiça autorizar, ele poderá comparecer à sessão e discursar por 25 minutos.

Mulheres
O Ministério Público Federal no DF (MPF-DF) acionou a Justiça para impedir que candidatas do sexo feminino sejam eliminadas dos concursos da Polícia Federal (PF) por não conseguirem realizar, no exame de aptidão física, o teste em barra fixa na modalidade dinâmica (flexões sucessivas). A prova desconsidera a disparidade de potência muscular entre homens e mulheres.

Campanha
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será recebido como virtual candidato do PT ao governo de São Paulo no encontro metropolitano da legenda marcado para 13 e 14 de setembro. Estava contido pela presidente Dilma Rousseff, mas foi liberado para voltar às andanças por São Paulo, onde os petistas estão na ofensiva. Acreditam que o reinado tucano no estado está com os dias contados.

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