domingo, agosto 18, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 18/08

Grupos buscam tecnologias para captar e manter alunos

Grupos privados de educação investem em tecnologias para processar grandes volumes de dados, com o objetivo de aumentar a taxa de captação de estudantes e reduzir os índices de evasão.

Na Anhanguera Educacional, entrou em operação uma plataforma para, de início, ampliar a conversão de interessados em matriculados.

Com base em dados dos inscritos, o sistema detecta padrões de desistência e age --automaticamente, por exemplo, envia SMS ou telefona para o possível aluno.

"A gente já notou melhora de dois pontos percentuais na conversão", diz Roberto Valério Neto, CEO do grupo.

Em implantação neste semestre está a etapa que, nos mesmos moldes, vai atuar para tentar reduzir a evasão. O desempenho acadêmico também será alvo do trabalho.

Na Estácio, o programa será introduzido para aprofundar o conhecimento sobre a base de alunos. "Estamos fazendo um piloto e o objetivo maior é evitar a evasão", diz o presidente Rogério Melzi.

Uma segunda ferramenta vai focar no aprendizado.

"O sistema vai procurar entender onde o estudante tem dificuldades para oferecer soluções customizadas."

Também a Kroton prepara uma plataforma tecnológica para ampliar o acompanhamento da vida acadêmica.

"O modelo vai, por exemplo, avaliar as provas do aluno e enviar com agilidade mais conteúdo e testes nas matérias em que ele apresentou fragilidades", diz Carlos Lazar, da Kroton.

O projeto deve entrar em operação no ano que vem.

MENSALIDADES NO CONTROLE

O segmento de ensino enfrenta neste ano uma situação melhor no que se refere à inadimplência, na comparação com 2012, de acordo com executivos do setor.

A avaliação é que o Fies, programa de financiamento do Ministério da Educação, e ajustes nos sistemas internos de cobrança colaboraram para o quadro atual.

Tradicionalmente, há um pico de inadimplência entre o quarto e o quinto mês do semestre, quando de 40% a 45% dos alunos devem ao menos uma mensalidade, diz Rogério Melzi, da Estácio.

"Neste ano, isso está normal. Em 2012, foi quase dez pontos [percentuais] maior."

Desde então, dívidas com mais de 90 dias passaram a ser comunicadas a entidades de proteção ao crédito.

"Hoje temos uma série de políticas de parcelamento, um call center que faz só contato com alunos que estão em atraso. E o Fies também ajudou", afirma o CEO da Anhanguera, Roberto Valério Neto.

A Kroton, por sua vez, vê o cenário atual de inadimplência como estável.

"Já vínhamos de uma situação saudável em 2012 e isso se mantém", afirma o diretor Carlos Lazar.

Crescimento de beneficiários da saúde privada desacelera

A evolução no número de brasileiros com planos de saúde registrou desaceleração em junho deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2012, segundo a FenaSaúde (federação do setor).

Os dados nacionais da saúde suplementar mostram uma alta de 2,71% no total de beneficiários no mês passado, um crescimento menor do que vinha sendo registrado em anos anteriores.

Entre as associadas da entidade, que representa as maiores companhias do segmento, houve decréscimo de 1,7% no número de pessoas com planos de saúde.

O quadro é reflexo da situação econômica do país, com desaceleração do PIB e evolução lenta do emprego, segundo Marcio Coriolano, presidente da federação. "Há uma certa cautela por parte dos empresários", afirma.

As operadoras de planos odontológicos também viram sua base de clientes crescer de forma menor no período.

O segmento, que vinha se expandido a uma média anual de 18,2%, registrou evolução de 5,5% em junho passado, ainda de acordo com os dados da entidade.

Olhar lucrativo

De olho nas sobrancelhas, Jane Muniz conseguiu em apenas dois anos passar de uma loja para 171 unidades franqueadas.

A rede Spa das Sobrancelhas teve um aumento em seu faturamento de R$ 867 mil no primeiro semestre de 2012 para R$ 7,6 milhões no mesmo período deste ano.

A alta foi motivada pela expansão do número de unidades, segundo Muniz, presidente da empresa.

"Estamos com 171 lojas, mas já chegamos a 300 contratos fechados. Devemos inaugurar cerca de 85 unidades até dezembro", diz. A empresária abriu o Spa das Sobrancelhas em 2007 após vender um salão de beleza. "Diminuímos o custo operacional quando nos especializamos no embelezamento do olhar."

As lojas estão em 115 cidades de 26 Estados.

"Calculamos um potencial de fechar mais 30 contratos até dezembro", diz Renata Galante, vice-presidente da empresa.

330
é o número de franquias que a rede espera ter até o final deste ano

79 mil
foram os procedimentos de beleza em julho

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