sexta-feira, agosto 30, 2013

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Uma pessoa sem direitos políticos não pode exercer mandato”
Roberto Freire (PPS-SP) sobre o livramento do deputado ladrão, Natan Donadon


ALVES DESTRUIU ÚLTIMA CHANCE DE CASSAR DONADON

Presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB) acabou com a última chance de cassar o mandato do deputado ladrão Natan Donadon (RO) ao afastá-lo para empossar o suplente Amir Lando (PMDB-RO). Com a licença garantida por prazo indeterminado, o ladrão se safou de ser enquadrado pelo artigo 55 da Constituição, que determina perda de mandato em caso de faltar a um terço das sessões ordinárias da Casa.

ELE JÁ SABIA

Há dez dias, Henrique foi alertado pela Mesa Diretora que, em caso de absolvição, Donadon ainda poderia perder o mandado devido às faltas.

MANOBRA...

A Mesa também sugeriu esperar 60 ou 120 dias para dar posse a Amir Lando, permitindo que estourassem as ausências de Donadon.

... ARQUITETADA

Desde sua prisão, em 28 de junho, o deputado ladrão faltou 19 das 68 sessões deliberativas. Mais quatro faltas e poderia ser cassado.

BOICOTE ESTRATÉGICO

Oposicionistas desconfiam que Alves suspendeu sessão de quinta para aumentar a debandada na Câmara, favorecendo a absolvição.

EX-CRAQUES TENTAM CONTRABANDO NO CONGRESSO

Craques do passado pisam na bola, tentando embutir contrabandos em medida provisória, a pretexto de “moralizar o esporte”. Pernas de pau na política, querem aprovar na marra novas regras para remunerar dirigentes esportivos e garantir reserva de cargos para eles, ex-atletas. Parlamentares topam discutir o tema, desde que sejam apresentadas em projeto de lei e que as entidades recebam recursos públicos.

INSISTÊNCIA

Ex-craques já fizeram duas tentativas de contrabandos em MPs. Para o ministro Aldo Rebelo (Esporte), o tema é polêmico, exige amplo debate.

MUSA DA PRESSÃO

A ex-estrela do vôlei Ana Moser, que fez campanha contra a realização das Olimpíadas no Brasil, integra o lobby de ex-atletas.

LOBBY FORTE

Outro craque do passado, Raí, também está no lobby por cargos em entidades. Até já se reuniu com a ministra Ideli Salvatti (Articulação).

BEM NA FOTO

O policial federal que escoltou Donadon após a “absolvição”, perguntou ao deputado se preferia ser algemado com as mãos para trás ou para a frente. Sem resposta, o policial algemou para trás, sob o paletó.

TÁ FEIA A COISA

Com Donadon na cadeia, entra o suplente Amir Lando, processado com Lula na Justiça Federal por suposto favorecimento ao banco BMG em créditos consignados, e sujeito a devolver R$ 9,5 milhões a Viúva.

TÔ FORA

O deputado César Halum (PSD-TO) anuncia hoje filiação ao PRB do ministro Marcelo Crivella (Pesca). Ele se nega a pisar no palanque do governador Siqueira Campos, com quem o PSD está fechado em 2014.

THE TOP-TOP BOSS

A revista britânica The Economist comenta em sua edição impressa a fuga do senador Róger Pinto, insinuando o culpado pela homérica trapalhada: o assessor top-top Marco Aurélio Garcia, que dividiu o Itamaraty em “bolivarianos” e não alinhados, como o diplomata Saboia.

LÍNGUA DE TRAPO

O deputado-preso Donadon bem que merecia mais uns dois anos de cadeia pelo assassinato a sangue-frio da língua portuguesa, cometido no pungente discurso de inocência e perdão aos colegas na Câmara.

ESPÍRITO DE PORCO

A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) se absteve na votação para cassar o mandato do colega. Assinou presença e só reapareceu na TV, defendendo o voto aberto. Outros juraram voto contra Donadon.

SALÁRIO DE PRESIDIÁRIO

Terminou ontem o prazo de 72 horas estabelecido pelo ministro Dias Toffolli (STF) para a Câmara se manifestar sobre a suspensão do salário e da verba de gabinete do deputado presidiário Natan Donadon.

PELAS BARBAS DE FIDEL

Destaque em Cuba no Granma, jornal oficial do governo: “Médicos cubanos oferecem serviços (ao Brasil) por solidariedade e amor à vida”. Especialmente a dos parentes deles na ilha, faltou dizer, claro.

PERGUNTA NA PAPUDA

Natan Donadon é preso de excelência ou excelência presa?


PODER SEM PUDOR

A VINGANÇA DE GOLBERY

No governo transitório de Ranieri Mazilli, após o golpe de 1964, José de Segadas Vianna assumiu o Ministério do Trabalho, e logo foi procurado por um ambicioso coronel do Exército, que lhe pediu para intervir no Sindicato dos Ferroviários, foco de muitas inquietações. Segadas negou, o coronel insistiu, foi até ríspido, mas ministro manteve a decisão. Isto lhe custou o indeferimento de todas as indicações que recebeu para ocupar cargos federais no regime militar. Pudera: o coronel que deixou seu gabinete muito irritado, naquele dia, era ninguém menos que Golbery do Couto e Silva.

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