sexta-feira, julho 26, 2013

Oposição festeja - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 26/07

Os tucanos ainda não sabem se serão o instrumento que a população vai escolher para confrontar o governo petista. Além de Aécio Neves, há Marina Silva e Eduardo Campos no páreo. O que importa para o PSDB é que há uma virada de expectativa importante na opinião pública e a indicação de que não chegaremos a 2014 com uma eleição monótona e resolvida previamente.

Cautela no governo
O fato que mais preocupa o governo Dilma, na pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem, segundo ministros, é a grande vinculação entre as avaliações negativas da presidente e dos governadores. Acreditam que essa cola negativa atingiu índices inéditos, decorrentes de uma catarse nacional coletiva. Mas consideram que essa pesquisa, que repete resultados de outras sondagens, mostra que ela, ao menos, parou de cair . Sobre uma eventual recuperação da imagem da presidente Dilma, seus auxiliares preveem que nada se dará a curto prazo, em razão da magnitude do fenômeno sociopolítico das manifestações de junho.


“Entre mortos e feridos, salvou-se o governador de Pernambuco , Eduardo Campos (PSB)
Lúcio Vieira Lima
Deputado (PMDB-BA), sobre ter sido o socialista o governador mais bem avaliado

Palanques abertos
A intervenção do governador Eduardo Campos (PE) no PSB mineiro animou a oposição. O novo presidente, deputado Julio Delgado, é parceiro dos tucanos. A escolha sinaliza que podem não se repetir antigos esquemas rígidos de alianças.

À flor da pele
Ministros amenizam o resultado da pesquisa CNI/Ibope. Alegam que a maioria esmagadora dos governadores acompanhou a queda, na mesma proporção. E que a avaliação tem caráter emocional, pois a perda de confiança é menor onde as pessoas têm relação mais afetiva com a presidente, como Nordeste e Rio Grande do Sul.

Procura-se um culpado
Os publicitários, que servem a diversos governos, estão se irritando com os políticos que, ao primeiro sinal de crise, colocam a culpa na “comunicação do governo”. Dizem que os políticos precisam trabalhar e fazer política.

Boicote seletivo
As entidades médicas se retiraram de todos os grupos de trabalho do governo, em retaliação ao programa Mais Médicos. Mas ontem, por interesse próprio, retomaram assento na reunião do Conselho Nacional de Residência Médica para aprovar o aumento de dois para três anos da residência de pediatria. Aprovado o item, levantaram e foram embora.

Virou mantra
Os ministros do PMDB já não se queixam mais apenas com o vice-presidente Michel Temer. Eles agora abrem o coração para políticos de suas relações, no governo e na oposição, e dizem: “a presidente não ouve ninguém”.

Sem trégua
A presidente Dilma não terá trégua no Congresso na volta do recesso. A quantidade de vetos explosivos na pauta dará o tom do descontentamento dos aliados. São seis na fila, o mais novo deles, o fim da multa de 10% do FGTS.

O GOVERNISTA GIM ARGELLO (PTB-DF) atua para derrubar veto da presidente Dilma que impedia a transferência por herança de licenças de táxi.

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