quarta-feira, julho 03, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 03/07

Cresce o pessimismo e cai a avaliação de governos entre micro e pequeno industrial
A exemplo da pesquisa nacional do Datafolha com a população, também entre os micro e pequenos empresários industriais cresceu o pessimismo quanto aos indicadores econômicos e piorou a avaliação da presidente Dilma Rousseff e do governador paulista, Geraldo Alckmin.

O aclive, no entanto, foi mais acentuado na esfera federal, onde as críticas mais que dobraram, de acordo com a pesquisa do Simpi (sindicato do setor), em parceria com o Datafolha, realizada entre os dias 11 e 27 de junho.

Foram ouvidas 300 micro e pequenas indústrias no Estado de São Paulo.

Em maio, 19% consideravam o governo federal ruim ou péssimo.

No mês passado, a parcela era de 43%, de acordo com o levantamento.

Enquanto isso, a desaprovação de Alckmin passou de 13% para 24% entre empresários do segmento.

Com relação à avaliação da conjuntura, 44% consideraram a situação econômica como ruim ou péssima.

No mês anterior, 25% deles faziam essa avaliação.

"Há uma preocupação com relação à economia e aos governantes. Todo o quadro econômico não é bom, a começar pela inquietação com a inflação. Cerca de 40% esperam aumento de custo em julho", diz Joseph Couri, presidente do Simpi.

"Todos os sinalizadores, de inadimplência a custo de produção, não são favoráveis. O mercado interno começa a ter problemas graves", afirma.

Entre os entrevistados, 41% possuem dívidas, e a inadimplência é considerada preocupante para 57% dos micro e pequenos.

A expectativa de faturamento em julho ficou no mesmo patamar do mês anterior para 60% dos empresários.

"É difícil prever, mas é preciso ter em mente que o fim [da política monetária expansionista] é inevitável e se aproxima"
DAVID SHERMAN
da Universidade de Northeastern

"Começarão a aumentar os juros, mas isso será gradual"
EVELINE GERCK
sócia do Lagoa Capital Partners

"Desacelerar o ritmo de compra de títulos não quer dizer aumentar a taxa de juros"
JOSÉ FRANCISCO GONÇALVES
economista-chefe do Banco Fator

Mudança nos EUA vai ser gradual, dizem especialistas
A sinalização do presidente do Fed (o banco central americano), Ben Bernanke, de que estaria prestes a reduzir sua política expansionista coloca a retomada econômica dos EUA em uma nova fase, segundo especialistas.

O primeiro semestre se encerra com reviravolta nos mercados, desencadeada pela indicação de Bernanke de que o programa de compra de títulos de US$ 85 bilhões será reduzido se os sinais da economia forem positivos.

Na esteira, viria a suspensão total dos esforços, possivelmente em 2014.

"É difícil prever, mas é preciso ter em mente que esse fim se aproxima", diz o professor David Sherman, da Northeastern University, lembrando que também está próximo o fim do mandato de Bernanke, que deve acionar suas últimas iniciativas antes de deixar o cargo.

Ao citar datas em sua comunicação sobre o assunto, o Fed deixa claro que começou uma "escalada dos degraus", segundo Eveline Gerck, sócia do fundo Lagoa Capital Partners.

A turbulência nas Bolsas, decorrente da previsão de um mundo com menos dinheiro fácil, mostrou que o mercado considerou a mensagem do Fed agressiva.

José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, porém, estima que o abandono definitivo do programa ainda esteja fora do horizonte: "Desacelerar o ritmo de compra de títulos não quer dizer elevar a taxa de juros."

Para o Brasil, o longo prazo não anima. "Com os EUA crescendo, a tendência é que investidores busquem segurança [em mercados maduros]", diz Gerck.

Três anos após referendo, fuso horário do Acre ainda é o mesmo
O Congresso recebeu ontem do Planalto a proposta de plebiscito da reforma política sem ter resolvido uma consulta feita em 2010: a mudança do fuso horário do Acre.

A hora atual (uma a menos em relação a Brasília) foi definida em 2008 depois de proposta do então senador Tião Viana (PT), hoje governador.

Em referendo realizado em 2010, quase 57% dos eleitores do Estado aprovaram voltar os ponteiros da forma antiga (duas horas de Brasília).

Após a votação, a mudança virou tema de projetos de lei do Senado e da Câmara, que foram vetados pela presidente Dilma Rousseff ou ainda estão em tramitação.

O caso chegou no mês passado ao Supremo Tribunal Federal, mas não há definição.

"Se o referendo até hoje não foi respeitado, o plebiscito será?", questiona o deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC), autor do processo no STF.

Para Bittar, a mudança deveria ter sido ratificada pelo Legislativo, e não se transformado em um projeto de lei.

Segundo o advogado André Ramos Tavares, especialista em direito constitucional e eleitoral, o referendo é apenas uma consulta e a decisão popular precisa passar por aprovação do Congresso.

O presidente da associação comercial e industrial do Acre, Jurilandi Aragão, diz que empresários desses setores preferem o atual fuso.

A Abert (associação de emissoras de rádio e TV) é contrária ao retorno das horas. "Já mudamos uma vez [a programação], alterar de novo prejudicaria o telespectador", diz o diretor-geral Luis Roberto Antonik.

Férias com vários destinos
A CVC desenvolve um projeto para vender em grande escala destinos alternativos no Nordeste.

A intenção é comercializar pacotes nos quais o turista permanece por dois ou três dias em um vilarejo e, depois, segue de ônibus para um outro local.

Hoje, a companhia trabalha com viagens de cerca de uma semana e um único destino --normalmente a capital do Estado.

Pacotes com pernoites em diferentes lugares são vendidos apenas individualmente.

A Bahia será o primeiro Estado a ser negociado nesse novo formato. A operadora pretende trabalhar com ilha de Itaparica, Valença (Morro de São Paulo), península de Maraú, Itacaré e Ilhéus.

Todos os Estados do Nordeste deverão, no futuro, ser comercializados nesse padrão. O Maranhão está programado para ser o último.

Tecido As vendas do atacado no segmento de cama, mesa e banho cresceram 1,5% em junho, ante maio, segundo o sindicato do setor de SP. Foi a terceiro alta seguida.

OTIMISMO BRASILEIRO
Diminuiu em maio a parcela de brasileiros que dizem acreditar que a situação econômica da região onde vivem irá melhorar nos próximos meses: de 68% para 64%, segundo pesquisa da Ipsos.

Mesmo com a queda, o país continua o mais otimista em relação ao futuro. Em segundo lugar, com 13 pontos percentuais de diferença, aparece a Arábia Saudita (51%).

Japão e Espanha foram os países onde o otimismo registrou maior crescimento, cinco e quatro pontos percentuais, respectivamente.

Foram entrevistadas 18.513 pessoas em 25 países.

Espaço... O governo de Pernambuco lançou ontem um programa para estimular micro e pequenas empresas, além de empreendedores individuais, a participarem de licitações realizadas pela administração pública.

...para pequenos O objetivo é aumentar as compras de empresas com esse perfil, dos atuais 10% para 25%. No programa estão previstas ações como a facilitação de licitações e o tratamento diferenciado em concorrências.

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