sexta-feira, julho 19, 2013

Dilma e a reforma - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 19/07

Mudanças pontuais sempre podem ocorrer. Mas a presidente Dilma não pretende promover uma reforma ministerial agora. Sua intenção é mudar a equipe no ano que vem, quando uma dezena de ministros deixará o governo, para concorrer em outubro. Essa reforma pode ocorrer no prazo legal, em abril, ou ser antecipada para janeiro. Os petistas que contam já foram avisados.

O "timing" das mudanças
Qualquer reforma ministerial paralisa governos. Isso ocorre porque há um prazo para negociar as substituições e outro para organizar a equipe pelo novo ministro. A expectativa do governo é de uma retomada da economia no segundo semestre, quando, também acredita, estará desfilando parte de suas realizações beneficiando os eleitores. Nesse caso, uma reforma passaria uma imagem negativa num momento que se crê que será positivo. Politicamente, a avaliação é que não faz sentido mudar agora, deixando ao relento os ministros candidatos. Além disso, existe a crença de que uma reforma agora não evitará outra em abril, prazo de desincompatibilização para as eleições.

“A presidente Dilma tem tanta ou mais vontade do que eu, mas há muitas dificuldades” 

Luiz Inácio Lula da Silva Ex-presidente da República, ontem, em palestra na Universidade do ABC, em São Bernardo do Campo (SP) 

Segurando a tropa
O presidente do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), garantiu ontem aos deputados e senadores do partido que é candidatíssimo a presidente. E que as conversas com o ex-presidente Lula não tratam de sua desistência.

Lá pelas tantas
No jantar do PMDB, na noite de terça-feira, o deputado Carlos Bezerra (MT) levantou e lançou a candidatura de Roberto Requião à Presidência da República. Um peemedebista gaiato provocou risos ao retrucar: "Com uma eleição com Dilma, Marina (Silva), Joaquim (Barbosa) e (Roberto) Requião, o melhor é mudar de país".

Guerra com data marcada
Será dia 20 de agosto a sessão do Congresso para apreciar os vetos presidenciais. No recesso, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), vai articular em busca de apoios para derrubar os vetos ao ato médico e à nova partilha dos FPE e FPM.

A resistência da bancada médica
A oposição não está só no combate ao programa Mais Médicos. Os governistas também são contrários. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) fez emendas para derrubar o estágio obrigatório no SUS; para criar uma espécie de Revalida para os médicos estrangeiros que se habilitarem ao programa; e para que os brasileiros contratados tenham carteira assinada.

Um dia depois do outro
O governador Geraldo Alckmin (SP) vai implantar o Regime Diferenciado de Contratação. O fará depois de José Serra ter dito: "Contratar obras dessa maneira é uma coisa típica das antigas repúblicas bananeiras da América Central".

Fico
A despeito da corte, o vice-presidente do BB, Osmar Dias, não quer deixar o PDT. Ele informa que pretende disputar o Senado pelo trabalhismo em 2014. Sobre sua eventual transferência, diz: "No PMDB do Paraná tem muita confusão".

Esnobando.
Há petistas defendendo o rompimento com a Força Sindical e seu maior líder, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

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