sexta-feira, junho 14, 2013

Vai rolar a festa - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 14/06

Órgãos públicos gastaram ao menos R$ 4 milhões na compra de ingressos da Copa das Confederações, que começa amanhã. A Terracap, estatal do Distrito Federal, gastou R$ 2,8 milhões em 1.000 ingressos e um camarote com 18 lugares para receber, segundo o governo do DF, "personalidades da cidade e potenciais investidores''. O Banco do Brasil gastou R$ 1,3 milhão para convidar clientes de alta renda. A Caixa Econômica Federal adquiriu 146 ingressos por R$ 265 mil.

Só VIPs O Banco do Brasil diz que a prática é comum no mercado bancário e não informa a quantidade de camarotes ou ingressos, alegando estratégia comercial.

Loteria A CEF diz que adquiriu os ingressos para promover campanha interna de vendas junto à rede lotérica do banco'', e não forneceu mais esclarecimentos.

Exportação A Apex, agência federal de exportações, gastou R$ 445.780 com a compra de 1.987 ingressos para compradores estrangeiros, investidores e empresas.

Local 1 A Prefeitura do Recife gastou R$ 250 mil por um camarote e 459 entradas. A assessoria não informou quem irá ao camarote e disse que os ingressos serão dados a estudantes municipais.

Mimos A maioria dos ingressos vendidos para esses órgãos faz parte de um pacote chamado "hospitality". Ele inclui serviços de bufê, aperitivos e bebidas antes e depois dos jogos, além de brindes.

Mimos 2 A Caixa adquiriu ingressos na categoria "Match Lounge", com mesas e balcão com aperitivos, bebidas e área de boas vindas com atendentes multilíngues.

Check-in A Infraero escalou diretores para darem plantão nos aeroportos de 5 das 6 sedes da Copa das Confederações (o de Brasília é privatizado) nas datas de jogos e dias subsequentes, para avaliar e resolver problemas.

Alarme Diante do aumento da repressão aos protestos de ontem contra o aumento nas tarifas de transporte público, aliados de Geraldo Alckmin se preocupavam com a demora do governador em condenar energicamente a violência policial.

Monitoramento A Presidência tem recebido relatórios da Prefeitura de São Paulo sobre os protestos. Os informes dizem que movimentos como o Passe Livre não têm controle sobre a situação ou sobre os manifestantes.

É a inflação O PSDB nacional deve usar os protestos em capitais para bater na tecla de que Dilma Rousseff começa a ser alvo de insatisfação da população por conta do aumento do custo de vida, e não apenas das passagens.

Impasse Às 19h, os manifestantes disseram a representantes da prefeitura que encerrariam a caminhada caso fossem recebidos por Fernando Haddad. Ele disse que não negociaria enquanto mantivessem o protesto.

Mudou? Historicamente críticos à repressão de protestos, vereadores do PT diziam ontem antes do auge do confronto que a polícia agiu corretamente ao deter militantes com pedras. "Foi uma ação preventiva para evitar depredação", disse Alfredinho.

Mãozinha Aécio Neves elogiará o Programa Recomeço, do governo Geraldo Alckmin, que financia o atendimento de dependentes de crack, na propaganda do PSDB de São Paulo, a ser exibirá na TV a partir do dia 21.

Visita à Folha Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Rui Dantas, assessor de imprensa.

com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

tiroteio
"Ao voltar de Paris, Alckmin e Haddad agem com violência e mostram que seus governos têm medo do descontentamento popular."
DO DEPUTADO FEDERAL IVAN VALENTE (PSOL-SP), sobre a ação do governo e da prefeitura diante de protestos contra a alta das tarifas de ônibus e metrô.

contraponto


Curto-circuito
Em reunião com dirigentes da Força Sindical, em abril, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), confessou que previa dificuldades caso decidisse levar adiante sua candidatura à Presidência, em 2014. Campos disse ao deputado Paulinho da Força (PDT) que o governo federal tentava sufocar sua movimentação.

--O governo tenta me deixar sozinho no escuro.

Segundos depois, um fotógrafo do governo pernambucano esbarrou em um interruptor e apagou as luzes da sala. Campos disparou, bem-humorado:

--Ah! Já identifiquei um governista no Estado!

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