GAZETA DO POVO - PR - 22/06
O 17 de junho foi um dos mais importantes dias para a cidadania no Brasil. Os brasileiros, desde as Diretas Já e o Fora Collor, estavam anestesiados e passivos, vendo tantas coisas erradas neste fantástico país, quase 100% delas vindo do setor público, que é a nossa desgraça. Apesar de uma minoria não ter se comportado civilizadamente, a grande massa foi ordeira, dando uma demonstração de cidadania que há muito tempo não víamos. É uma evidente demonstração de que nossa paciência está se esgotando. Os R$ 0,20 de aumento na passagem de ônibus em São Paulo foram apenas a gota d’água.
Nossos governantes, que fazem o que querem em termos de desmandos e de corrupção, vão começar a repensar daqui para a frente. A lista de motivos é enorme; é quase impossível citar aqui as 1.001 razões dessas fantásticas manifestações de repúdio a governos gastadores. Apenas algumas justificativas:
O governo torra mais de R$ 200 bilhões em pagamentos de juros (desnecessários), mais de R$ 200 bilhões em pessoal (montando esquemas para se perpetuarem no poder), mais de R$ 200 bilhões na máquina administrativa.
O governo torra milhões de reais em viagens internacionais (com gastos sem limites), muitas delas como as de Lula, em companhia de sua amiguinha Rosemary Noronha.
O BNDES concentra mais de R$ 250 bilhões em poucas empresas, muitas delas semifalidas, ou a caminho da falência, ou em grandes dificuldades – como as de Eike Batista, que tem as benesses de Lula em tudo o que quer.
Os investimentos em infraestrutura não chegam a 1% do PIB (embora o governo fique com mais de 36% do PIB em impostos).
As escolas públicas da educação básica estão em condições físicas sub-humanas; os hospitais públicos não passam de depósitos de gente à espera da morte; e a (in)segurança que temos hoje rende assaltos e roubos com mortes diariamente.
Os Dirceus do mensalão continuam soltos e fazendo falcatruas, e ainda tentando não serem presos.
O Lulinha recebeu R$ 5 milhões da Telemar e o paizinho ainda fez defesa do filhinho como se tudo fosse normal e ético. Os dinheiros correm pelas cuecas e pelas malas.
Apoia-se governos que não respeitam a democracia, como os de Cuba e do Irã.
Agora temos a PEC 37, que, se aprovada, vai instituir oficialmente a impunidade ao tirar o poder de investigação criminal do MP, inviabilizando investigações dos corruptos. Assim, o MP ficaria impedido de investigar ações como a compra, pela Petrobras, de uma refinaria no Texas por US$ 1,18 bilhão (ultrassuperfaturada, pois um ano antes tinha sido negociada por apenas US$ 42 milhões). É por essas e outras que a grande Petrobras está tão desacreditada e nem é mais a empresa mais valiosa do país, cujas ações só caem, pois a “turma” se apoderou dela de maneira voraz.
As ligações de Lula com Eike Batista (liberando bilhões da Petrobras ou do BNDES), com a amiguinha Rosemary Noronha (com influências inaceitáveis) e com gente como Collor, Sarney, Renan e até Maluf (com quem Lula saiu abraçado para ter o apoio para a eleição de Haddad à prefeitura de São Paulo) mostram que a regra é tudo pelo poder, a qualquer custo.
Obras são superfaturadas, como a transposição do Rio São Francisco (estimada inicialmente em R$ 4 bilhões, já consumiu mais de R$ 9 bilhões e nem metade foi concluída) ou os estádios da Copa (que, de R$ 2,3 bilhões, devem chegar a mais de R$ 8 bilhões).
A lista de desmandos de Lula e sua turma é enorme. Por isso, parabéns, brasileiros; finalmente estamos acordando para mudar este país. Não se trata de partido A ou B, mas sim do “Partido Brasil”.
Chega de tanto desgoverno. Vamos dar um basta, de maneira civilizada – aliás, quanto mais civilizada, maiores os resultados e mais a sociedade vai aderir. Aí, sim, essa turma que hoje desgoverna este país vai tremer nas bases. É a mudança que queremos para serviços públicos minimamente decentes.
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