domingo, junho 02, 2013

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Aqui virou um Morro do Alemão”
Ricardo Bacha, fazendeiro, sobre as trapalhadas da Funai e a invasão ilegal de índios


MS: PLANALTO SABIA DO RISCO DE TRAGÉDIA E NADA FEZ

Informado de que a reintegração de posse na fazenda Buriti, em Mato Grosso do Sul, poderia acabar em tragédia, o Planalto preferiu a omissão a adotar medidas para evitar o confronto que levou à morte um índio de 36 anos e feriu quatro policiais. O fazendeiro Ricardo Bacha participou de reunião com os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça), na terça (28), e fez um apelo dramático pela intervenção do governo. Fizeram-lhe ouvidos moucos.

SOCORRO

Advertindo que os índios seriam hostis, Ricardo Bacha pediu medidas para evitar o pior, como o envio da Força Nacional e cautela da PF.

MÃOS ATADAS

Cardozo alegou não poder sustar demarcações da Funai, causadora do problema, mas que as próximas serão monitoradas de perto.

A QUEM INTERESSA

O deputado Fábio Trad (PMDB-MS) alerta que as ONGs estrangeiras usam índios para expulsar os produtores das terras mais promissoras.

TIROU CORPO FORA

A bancada federal de Mato Grosso do Sul está revoltada com o ministro da Justiça, que agora põe a culpa da tragédia nos policiais.

STF: BARROSO É CRÍTICO DA LINGUAGEM REBUSCADA

A chegada de Luis Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal pode ajudar a acabar um dos males do Judiciário: a linguagem rebuscada. É um crítico desse tipo de linguagem. Segundo ele, ninguém é mais inteligente se chamar autorização do cônjuge de “outorga uxória” ou se chamar o STF de “Excelso Pretório”. “A linguagem jurídica já enfrenta problemas estéticos dramáticos, portanto, não é preciso piorá-la”, diz.

NINGUÉM MERECE

A linguagem jurídica incorpora, como se fossem normais, expressões do tipo “mútuo feneratício”, eleição de cabecel, anticrese, compáscuo.

FALAR SIMPLES

Luis Roberto Barroso estimula os alunos na faculdade a falar simples, com sujeito, verbo e predicado, “e sempre que possível, nesta ordem”.

PRIMO RICO

Gracinha, o vice-presidente Joe Biden (EUA), prometendo “agilizar os vistos de brasileiros”. Ele decide tanto no assunto quanto os brasileiros.

CORTES DO CRIOULO DOIDO

Como diria o sábio Stanislaw Ponte Preta, é o samba do crioulo viajante: enquanto o governo decide “blindar” os gastos de viagem da presidenta Dilma e do seu vice Michel Temer, o Itamaraty sofrerá um corte de despesas de pelo menos R$ 2 bilhões até o final do ano.

SEM DESCULPAS

Deputados alegam que Joaquim Barbosa falou como presidente do STF na palestra em que atacou o Congresso e os “partidos de mentirinha”. O evento constava na agenda pública do ministro.

CORTE A EUNÍCIO

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), faz política: ofereceu apoio do partido à candidatura do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) ao governo do Ceará, caso o PT de Dilma não corresponda à sua expectativa. Mas Eunício conta com o apoio petista.

COMPANHIA ILIMITADA

Em situação crítica, a Venezuela vai dar um “help” na balança comercial brasileira, importando alimento do Mercosul, a preços camaradas e a perder de vista. Mas tem problemas de armazenagem.

THAT’S LIFE

O vice dos EUA, Joe Biden, disse que adorou a “gigantesca” piscina do hotel no Rio. Em Paris, gastou quase US$ 560 mil, reservando cem quartos para a comitiva, há dois meses. Desta vez, foi mais modesto.

FALTA INTERESSE

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) admite “omissão e leniência” do governo petista no conflito que levou à morte de índio e deixou feridos: “As etnias indígenas e os produtores rurais são as maiores vítimas”.

AJUDA DO PLANALTO

Dirigentes petistas dizem que o senador Jorge Viana (PT-AC) conta com a interferência de Lula junto à presidente Dilma para que a Polícia Federal suspenda as investigações no governo do irmão Tião Viana.

COMBATE À CORRUPÇÃO

O ministro Gilmar Mendes, do STF, e o ex-ministro Ayres Britto farão palestra no Congresso de Procuradores de Brasília, que discutirá, entre

5 e 7 de junho, o controle da gestão pública e o combate à corrupção.

PENSANDO BEM...

...o ministro Guido Mantega (Fazenda) já pode desafiar Angela Merkel a mostrar o “pibinho” dela.


PODER SEM PUDOR

QUANTO VALE UM VOTO

Os irmãos Júlio e Jaime Campos, filhos de dona Amália, disputavam o Senado e o governo de Mato Grosso, em 1991, e visitavam Arenápolis. Alguém sugeriu que a caravana evitasse a zona do baixo meretrício.

Júlio ignorou a sugestão e entrou na rua de mulheres debruçadas nas janelas, seios à mostra. Saudou gentilmente as prostitutas, beijando-lhes as mãos:

- Como vai, minha princesa?

O irmão ficou transtornado:

- Você ficou louco?!

Júlio Campos colocou o braço sobre os ombros de Jaime e ensinou:

- Irmão, o voto de cada uma delas vale tanto quanto o de d. Amália...

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