O GLOBO - 23/06
A decisão do Movimento Passe Livre de não convocar novas manifestações porque "grupos conservadores" infiltraram-se nos últimos atos serve para retirar a máscara desse movimento, que começou o protesto contra o aumento do preço das passagens de ônibus como se fosse apartidário, com foco específico na melhoria dos transportes públicos - com a utopia de alcançar o transporte gratuito como política de governo -, e acabou se revelando o que sempre foi: organização política ligada a movimentos de esquerda radical, que tem uma pauta muito além da melhoria dos transportes públicos.
Acontece que essa pauta esquerdista, que abrange desde a reforma agrária até a reforma do "latifúndio urbano" e o controle social da mídia, nada tem a ver com a da grande maioria das centenas de milhares de pessoas que saíram às ruas nas principais cidades e capitais brasileiras. O que o movimento chama de agenda "conservadora" nada mais é do que a reivindicação de melhorias no dia a dia da população, que seriam alcançadas com o combate à corrupção em seus vários níveis.
Variações sobre o mesmo tema, como a rejeição aos partidos políticos tradicionais e o protesto contra a PEC 37, que limita a ação investigativa do Ministério Público, acabaram prevalecendo nas manifestações, que pareciam espontâneas, e na verdade estavam sendo manipuladas por movimentos de cunho esquerdista como o Passe Livre.
Com o que eles não contavam é que o protesto contra o aumento das passagens de ônibus serviria para detonar uma manifestação mais ampla correspondente ao estado de indignação da população, mais especialmente da nova classe média das periferias das grandes cidades.
Entre os diversos temas que saíram para as ruas depois de aberta a Caixa de Pandora está justamente a insegurança pública, e a questão da redução da maioridade penal surgiu espontaneamente como uma das reivindicações. O que o Movimento do Passe Livre vê como uma agenda "retrógrada", boa parte da sociedade vê como medidas a serem tomadas para que a vida das pessoas melhore.
Na nota oficial do MPL, está revelado claramente o DNA de sua atuação: "Essa é uma defesa histórica das organizações de esquerda, e é dessa história que o MPL faz parte e é fruto." Não se ouviu até hoje uma crítica dos integrantes desse e de outros movimentos envolvidos nas manifestações contra os baderneiros que aproveitaram as manifestações para atos de vandalismo.
Mas o MPL repudiou em sua "nota oficial" "os atos de violência" contra os partidos de esquerda que tentaram participar das manifestações e também "a violência policial". A rejeição aos partidos políticos e ao vandalismo foi, portanto, uma ação espontânea de participantes das manifestações e revela um traço característico da classe média, a busca de um ambiente de ordem.
O que o Movimento Passe Livre disse de maneira indireta, a filósofa Marilena Chaui, uma das intelectuais orgânicas do petismo, disse com todas as letras na seguinte análise sobre a classe média, na presença do ex-presidente Lula, em evento comemorativo dos dez anos do PT no poder: "A classe média é o atraso de vida, (...) é estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista."
No desdobramento de sua palestra, Marilena Chaui foi adiante: "A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista, uma abominação ética, porque ela é violenta, e uma abominação cognitiva, porque é ignorante."
Essa leitura radicalizada dos movimentos sociais não tem guarida, pelo menos até o momento, na visão do Palácio do Planalto, que, ao contrário, se mostra sensível aos anseios da classe média e reage com os mesmo sentimentos de desejo de ordem nas manifestações. A presidente Dilma, no seu pronunciamento de sexta-feira, assumiu essa crítica aos arruaceiros, colocando-se ao lado da maioria da população, que quer mudanças em paz e ordem.
Acontece que essa pauta esquerdista, que abrange desde a reforma agrária até a reforma do "latifúndio urbano" e o controle social da mídia, nada tem a ver com a da grande maioria das centenas de milhares de pessoas que saíram às ruas nas principais cidades e capitais brasileiras. O que o movimento chama de agenda "conservadora" nada mais é do que a reivindicação de melhorias no dia a dia da população, que seriam alcançadas com o combate à corrupção em seus vários níveis.
Variações sobre o mesmo tema, como a rejeição aos partidos políticos tradicionais e o protesto contra a PEC 37, que limita a ação investigativa do Ministério Público, acabaram prevalecendo nas manifestações, que pareciam espontâneas, e na verdade estavam sendo manipuladas por movimentos de cunho esquerdista como o Passe Livre.
Com o que eles não contavam é que o protesto contra o aumento das passagens de ônibus serviria para detonar uma manifestação mais ampla correspondente ao estado de indignação da população, mais especialmente da nova classe média das periferias das grandes cidades.
Entre os diversos temas que saíram para as ruas depois de aberta a Caixa de Pandora está justamente a insegurança pública, e a questão da redução da maioridade penal surgiu espontaneamente como uma das reivindicações. O que o Movimento do Passe Livre vê como uma agenda "retrógrada", boa parte da sociedade vê como medidas a serem tomadas para que a vida das pessoas melhore.
Na nota oficial do MPL, está revelado claramente o DNA de sua atuação: "Essa é uma defesa histórica das organizações de esquerda, e é dessa história que o MPL faz parte e é fruto." Não se ouviu até hoje uma crítica dos integrantes desse e de outros movimentos envolvidos nas manifestações contra os baderneiros que aproveitaram as manifestações para atos de vandalismo.
Mas o MPL repudiou em sua "nota oficial" "os atos de violência" contra os partidos de esquerda que tentaram participar das manifestações e também "a violência policial". A rejeição aos partidos políticos e ao vandalismo foi, portanto, uma ação espontânea de participantes das manifestações e revela um traço característico da classe média, a busca de um ambiente de ordem.
O que o Movimento Passe Livre disse de maneira indireta, a filósofa Marilena Chaui, uma das intelectuais orgânicas do petismo, disse com todas as letras na seguinte análise sobre a classe média, na presença do ex-presidente Lula, em evento comemorativo dos dez anos do PT no poder: "A classe média é o atraso de vida, (...) é estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista."
No desdobramento de sua palestra, Marilena Chaui foi adiante: "A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista, uma abominação ética, porque ela é violenta, e uma abominação cognitiva, porque é ignorante."
Essa leitura radicalizada dos movimentos sociais não tem guarida, pelo menos até o momento, na visão do Palácio do Planalto, que, ao contrário, se mostra sensível aos anseios da classe média e reage com os mesmo sentimentos de desejo de ordem nas manifestações. A presidente Dilma, no seu pronunciamento de sexta-feira, assumiu essa crítica aos arruaceiros, colocando-se ao lado da maioria da população, que quer mudanças em paz e ordem.
Que o povo não se engane com esse MPL. Não aceitem mais nenhuma convocação vinda desse movimento, que busca apenas usar o povo em proveito de seus escusos propósitos. Vamos as ruas reivindicar o que for justo e correto para melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos, sem partidarismos, nem de esquerda ou direita.
ResponderExcluirEles já conseguiram o que queriam e agora pularam fóra.