sexta-feira, maio 31, 2013

Um novo começo. Ou não - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 31/05

A cúpula do PMDB diagnosticou, em reunião na noite de quinta-feira com o vice, Michel Temer, que a crise entre Planalto e Congresso não é só por falta de articulação. Mas também porque Dilma não reconhece o problema, já que sai vitoriosa na maioria das votações. Temer se reunirá com a presidente segunda-feira para avisar que a situação é gravíssima e que há iminência de rebelião.

Na ponta do lápis
Alguns petistas estão pessimistas com o desempenho do PT nas eleições estaduais do ano que vem. Dizem que serão muito duras as campanhas pelas reeleições de Tarso Genro (RS), Agnelo Queiroz (DF) e Tião Viana (AC). Além disso, a sucessão de Jaques Wagner (BA) vem sendo avaliada como complicada. Lembram que o sucessor do governador de Sergipe, Marcelo Déda, será Jackson Barreto (PMDB). Os candidatos mais bem posicionados hoje são Lindbergh Farias (RJ), Delcídio Amaral (MS) e Wellington Dias (PI). A sobrevivência nos estados é um dos motivos da blindagem de Lindbergh e da manutenção de sua candidatura.



"Não gostei dos 8% de juros.
A inflação está com viés de baixa e já dá sinais de esgotamento do aumento do consumo"
Cândido Vaccarezza Deputado federal (PT-SP)

Quem diria
Considerado arrogante por senadores e deputados, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) virou a salvação da articulação política do governo. Congressistas preferem lidar com ele a lidar com Gleisi Hoffmann (Casa Civil).

Bê-á-bá
Em debate na Comissão Mista do Orçamento, esta semana, a ministra Miriam Belchior (Planejamento) foi solicitada por deputados a dar explicações sobre as concessões do governo. Disse que não estava ali para dar aula, mas foi didática: "alugamos o apartamento (concessão) e não vendemos o apartamento (privatização)", sintetizou.

A lebre e a tartaruga
O líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), tem desempenho criticado no governo. Tanto que sua atuação é explicada assim pelos corredores do Planalto: se ele tiver que cuidar de duas tartarugas, uma foge e a outra engravida.

Otimismo
O ex-presidente Lula adota uma postura blasé toda vez que o abordam sobre as dificuldades de negociação com PMDB e demais aliados nas disputas pelos governos estaduais. Ele pede calma e diz que o normal é que tudo se acomode no ano que vem. Lula avalia que as realizações do governo e a aprovação da presidente Dilma vão contribuir para o entendimento.

Próximo round
Projeto de lei que permite a criação de novos municípios é a bola da vez na crise entre Congresso e Planalto. A matéria deve ser votada na semana que vem. O governo diz que não tem a mínima condição de bancar novas cidades.

Bem na foto
A CBF cobra dos donos dos estádios, onde haverá jogos da Copa das Confederações, o cabeamento interno. Sem isso, a transmissão de dados e fotos não poderá ser feita. O cabeamento externo já chegou à central de distribuição das arenas.

Frase de um ministro sobre a trapalhada da Caixa no pagamento antecipado do Bolsa Família: "É a capacidade de dar um tiro no pé".

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