GAZETA DO POVO - PR - 29/05
Ao se aproximar do final de seu mandato, o governo da presidente Dilma depara-se com pífios resultados. O vergonhoso PIB de 2012 reflete deficiências conceituais e gerenciais. Não convence os investidores, mas agrada ao povo, de quem lhe interessam, sobretudo, os índices de popularidade.
A economia brasileira é marcada pela instabilidade nas decisões, incoerência nos atos fiscais e desrespeito às regras do jogo. O preconceito ideológico prevalece. Na bíblia petista, o lucro capitalista é dogma condenável e quando indispensável, como no caso das concessões de estradas, aeroportos etc., é limitado ao mínimo.
De todas as formas, a trilogia ineficiência, incapacidade e intervencionismo predomina. O governo responde à ineficiência funcional com novas estatais – em menos de ano, quatro foram criadas; a incapacidade em resolver os grandes desafios e gargalos provoca novos “pacotes” – foram 15 desde 2011, e muitos outros para breve; e o intervencionismo estatal prejudica mais que os juros altos e inflação, abalando e destruindo a confiança do investidor e o desestimulando com os baixos retornos oferecidos. Além disso, incha-se o Estado cada vez mais.
A constatação do que ocorre com frequência em obras públicas revela fracassos, incompetência gerencial e incapacidade funcional priorizando critérios políticos de gestão.
Condenam-se a globalização e a liberdade de comércio, fatores de inclusão e fonte inesgotável de aprendizado, bem como de intercâmbio de ideias, métodos, processos, culturas e tecnologias de produtividade e que baixam custos, melhoram qualidade e sistemas.
Inversamente, quanto mais barreiras comerciais, maior o isolamento, o atraso e a exclusão, reduzindo a capacidade competitiva. É como impedir o uso do computador e da internet, os grandes globalizadores de nossa era.
A condução da economia lembra os tempos dos pneus com câmara: a cada furo, um remendo, manchões, ou vulcanização dos buracos, até não aguentarem mais...
Enquanto isso, cresce o desequilíbrio nas finanças públicas, transformando-se numa bolha que em algum momento pode estourar. Estiola-se a indústria num ciclo de decadência, e o protecionismo contraproducente incapacita-a a enfrentar concorrentes, oprimida pelo algoz ineficiente do custo Brasil.
O país, ilhado, é segregado cada vez mais do mundo moderno, não podendo negociar acordos bilaterais, engessado e atrelado a um Mercosul inoperante e inútil. E o povo? Ingênuo, não está nem aí. Satisfeito em seu anseio consumista, beneficiado pelo pleno emprego e ganho real de salários vai às compras, incentivado por credito oficial abundante e distorcidas desonerações. Mas até quando?
Esquerdismo, centralização e improvisação agravam o flagrante insucesso nos investimentos em infraestrutura. Para conquistar grandes investidores, o governo federal até poderá mostrar algum liberalismo de ocasião, mas por absoluta falta de opção. Nesse cenário, milagre será se a propaganda governamental alterar as cores da realidade.
Ovídio Gasparetto diz tudo que tenho ouvido de empresários Brasil afora. Enquanto governantes praticam o mais baixo populismo, os beneficiários - cegos de consumismo artificial - retribuem com seus votos. E assim caminhamos aceleradamente de volta ao subdesenvolvimento. E o que os empresários vão fazer para mudar isso? Continuar se lamentando? Se houver alguma ideia boa, me avisem que eu ajudo.
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