quinta-feira, maio 02, 2013

Tensão pré-eleitoral - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 02/05

Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Paulinho da Força (PDT-SP) bateram boca ontem no showmício do Dia do Trabalho. Antes de subir ao palanque, o ministro questionou a proposta de reajuste salarial trimestral do pedetista: "Isso é inconsequente. Indexação é um erro". Paulinho atacou: "O responsável pela inflação é o governo, não sou eu". Fernando Haddad (PT), que estava próximo, tentou contemporizar: "Paulinho, você não pode ser intransigente".

Onde pega O que contrariou as centrais sindicais foi o fato de Carvalho ter chamado o presidente da CUT, Vagner Freitas, ao Planalto na véspera para apresentar a proposta de mesa de negociações permanente sobre a pauta trabalhista. "A CUT não fala pelas centrais", disse Paulinho.

Assim não Informadas de que o fim do fator previdenciário e a jornada de 40 horas não estarão em discussão na rodada de conversas proposta pelo governo, outras centrais ensaiam boicote à mesa, prevista para o dia 14.

Repeteco Aécio Neves acusa Dilma Rousseff de se aproximar dos sindicatos apenas em ano eleitoral. "Ela procurou as centrais na campanha, mas hoje está distante da agenda do trabalhador."

Fauna Após Gilberto Carvalho ter dito que a presidente age como uma "leoa" para deter a inflação, um tucano ironizou: "A briga é boa. O adversário é um dragão".

Recolhido Depois de cancelar a ida ao ato da Força, Eduardo Campos (PSB) também desistiu de comparecer hoje ao jantar de boas-vindas da Expozebu, em Uberaba (MG), promovido pelo deputado Marcos Montes (PSD).

Lotação No jantar, Campos iria se encontrar com Aécio. E Dilma confirmou presença na abertura oficial do evento, amanhã. De novo o governador de Pernambuco alegou agenda no sertão para sair da cena nacional.

Calhamaço Os advogados de José Genoino (PT-SP) apresentarão hoje no STF embargos de declaração com 290 páginas apontando omissões e contradições no julgamento do mensalão.

Tem mais No documento, a defesa do petista pede ainda a reabertura do prazo de contestação para que seja complementado o recurso.

Muita calma... A comissão criada por Henrique Alves (PMDB-RN) para rever a PEC que tira poder de investigação do Ministério Público revoltou deputados governistas e da oposição. Eles alegam que Alves acertou a estratégia com o Executivo, sem o aval de parlamentares.

... nessa hora Rodrigo Maia (DEM-RJ) acusa Alves de retirar poderes da Casa ao delegar a missão a grupo "externo". A comissão terá congressistas, promotores, policiais e um emissário do governo. "O texto é ruim, mas foi aprovado em comissão. Poderíamos mudá-lo", diz.

Petit comité Na conversa com Michel Temer, na segunda, Alves, Aloizio Mercadante (Educação) e Cândido Vaccarezza (PT-SP) discutiram, além de palanques para 2014, problemas na articulação política do governo.

Em todas Mercadante também despachou anteontem com Dilma, no Alvorada, sobre política e cenários estaduais. Participaram José Eduardo Cardozo (Justiça) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento e Indústria).

Digestivo Prestes a assumir o comando do PSDB-SP, Duarte Nogueira se reúne hoje com o secretário José Aníbal (Energia), um dos apoiadores do atual presidente, Pedro Tobias, que desistiu de disputar novo mandato após pressão de Geraldo Alckmin.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Como capitão do time dos mensaleiros, Dirceu confunde os papéis. A seleção do Supremo jamais será escalada por ele."
DO SENADOR ÁLVARO DIAS (PSDB-PR), sobre o pedido do ex-ministro da Casa Civil para afastamento de Joaquim Barbosa da relatoria do mensalão.

contraponto


Duro de engolir
Durante a festa do Dia do Trabalho, ontem, em São Paulo, a tônica dos discursos era crítica ao governo de Dilma Rousseff. Em dado momento, foi dada a palavra ao ministro Manoel Dias (Trabalho). O pedetista, então, começou a abordar os feitos da presidente.

--É preciso que reconheçamos os avanços-- disse, antes de engasgar, fazendo uma pausa forçada em sua fala.

Um assessor ofereceu copo d'água ao ministro, que continuou seu pronunciamento enaltecendo o governo.

--Deus castiga quando a fala não condiz com as ações-- gritou, rindo, um dos sindicalistas no palco.

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