segunda-feira, maio 27, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 27/05

Alta da Selic deve seguir no nível de abril, diz economista
A elevação da taxa Selic em 0,25 ponto percentual a cada reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) é uma política que "veio para ficar".

A análise é de Octavio de Barros, diretor do departamento de estudos econômicos do Bradesco.

Em maio, após seis meses sem alterações, a taxa subiu 0,25 ponto. Mais quatro ou seis aumentos desse porte poderiam ocorrer, afirma o economista.

"Chegaríamos a um máximo de 9% ao final do ciclo atual de normalização monetária. Cenário mais provável, 8,75% -nível mais baixo atingido na era Lula", diz.

"Se houvesse uma situação de emergência, uma mudança de ritmo possivelmente faria sentido, mas certamente não é o caso atual."

O economista acrescenta que o desânimo empresarial se agravaria -"em um momento de resignação"- caso houvesse mudanças mais bruscas na Selic.

Barros diz ainda que a inflação deve ficar em 0,37% em maio. Até agosto, deve oscilar ao redor dos 0,28%, segundo projeções do banco.

"As expectativas só vão se acalmar quando a inflação de curto prazo se mostrar efetivamente mais baixa, em um ritmo condizente com a meta central. Isso é o que esperamos de maio a agosto."

Sobre o mercado de trabalho, o economista afirma que a baixa taxa de desemprego é decorrente da desaceleração do crescimento populacional e da queda do número de jovens.

"[Os dois fatos] sustentam um já duradouro descompasso de oferta e demanda de mão de obra. Desde 2004, a oferta cresce a 1,5% ao ano, ao passo que a demanda se expande em 2,4%."

EXPANSÃO FARMACÊUTICA
A rede de farmácias Pague Menos vai inaugurar em outubro seu segundo centro de distribuição no país, próximo a Goiânia (GO), um investimento de R$ 50 milhões.

Atualmente, o centro de Fortaleza (CE) atende as 607 lojas da rede espalhadas por todos os Estados do país, além do Distrito Federal.

A obra, já com a construção em andamento, faz parte do plano de expansão da empresa, que pretende abrir mais de 70 lojas neste ano e chegar a mil em 2017, segundo o presidente da Pague Menos, Deusmar Queirós.

"Vamos investir R$ 150 milhões na criação de lojas e estoques só neste ano", diz Queirós. "Nosso foco é crescer principalmente no Centro-Oeste e no Sudeste."

A expectativa é que o novo centro de distribuição, assim que esteja concluído, atenda as duas regiões e ainda o Sul do país.

O complexo já existente, em Fortaleza, ficará responsável pelo fornecimento às farmácias localizadas da Bahia ao Acre.

O lucro líquido da empresa foi de R$ 107,4 milhões no ano passado.

Empreendedor tem dificuldade de acesso ao crédito, diz estudo
Não falta crédito no país, mas ele raramente chega aos pequenos empreendedores e às start-ups, aponta estudo da Fundação Dom Cabral.

Em escala de zero a cem -na qual cem significa maior acesso ao capital-, a avaliação de disponibilidade de crédito passou de 61,2 em 2007 para 70,9 em 2011 (último ano que tem dados disponíveis).

Em Hong Kong, região definida como referência nesse quesito, a pontuação foi de 85,6 em 2011.

Quando se trata de disponibilidade de capital de risco, porém, o resultado é diferente. Entre 2007 e 2012, a avaliação mal variou, ficando entre de 2,5 e 2,9 (a pontuação vai de um a sete).

"Existem fundos de investimentos no país, mas eles querem a certeza da viabilidade do projeto. Aí é quase um private equity, e não um venture capital (que investe em empresas iniciantes)", diz o coordenador do estudo, Carlos Arruda.

"Os investidores querem que a companhia esteja em um estágio mais avançado e não na fase inicial, na qual se encontram normalmente as start-ups", acrescenta.

O perfil do empreendedor é, de acordo com o professor, o critério principal utilizado pelos fundos na hora de decidir a empresa que receberá o aporte.

"Os investidores não se preocupam tanto com o plano de negócios. Eles buscam pessoas que consigam achar uma saída rápida caso o projeto não dê certo."

CARTEIRA ASSINADA
A parcela de empresas que contrataram novos funcionários no Brasil caiu dos 41% registrados no primeiro trimestre de 2012 para 29% no mesmo período deste ano, segundo levantamento realizado pela Grant Thornton.

O resultado ficou próximo da média global, de 24%, e o país passou do sétimo para o 17º lugar no ranking dos 44 países pesquisados.

Quando o assunto é reajuste salarial, os brasileiros ocupam a sétima posição entre os que mais pretendem dar aumento aos seus funcionários nos próximos 12 meses.

Dos 300 executivos que responderam a pesquisa, 21% disseram que devem elevar as remunerações em patamar acima da inflação -a média global foi de 15%.

Os dados refletem a preocupação do empresariado diante da baixa oferta de mão de obra qualificada.

"Boa parte dos trabalhadores mais especializados foi contratada em 2012. Agora as companhias fazem de tudo para não perder talentos", diz Leandro Scalquette, sócio da Grant Thornton.

Energia... A Finep, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, selecionou 117 empresas líderes para a primeira etapa do Inova Energia, para fomento na área energética.

...moderna O resultado final das três linhas, entre elas fontes alternativas e veículos híbridos, sairá em junho.

Parceria... O Instituto Abramundo fechará hoje nova parceria com a BG Brasil para projetos em escolas públicas de Angra dos Reis (RJ).

...matemática A iniciativa vai expandir a atuação de um programa de ciências e iniciar outro voltado ao ensino da matemática.

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