GAZETA DO POVO - PR - 02/05
O uso de caixas eletrônicos no Uruguai para sacar dólares mostra a que ponto chegou o desequilíbrio econômico sob Cristina Kirchner
Cansados dos absurdos controles cambiais na Argentina, onde o governo controla quantos dólares cada cidadão pode comprar no mercado oficial – isso quando permite a operação, já que é preciso informar o Estado inclusive sobre os motivos pelos quais se pretende comprar a moeda americana –, argentinos descobriram o paraíso nos caixas eletrônicos uruguaios. Segundo reportagem da BBC Brasil, mesmo com os custos de viagem, compensa para os argentinos ir ao país vizinho e sacar dólares com seus cartões de débito e crédito, seja para criar reservas em dólar, ou para trocar a moeda no câmbio paralelo, muito mais rentável que a cotação oficial, ao retornar à Argentina.
A situação mostra a que ponto chegou o desequilíbrio econômico argentino. Desde 2011 as restrições à compra de dólares são cada vez maiores, tanto para pessoas físicas – que precisam fornecer todo tipo de informação, como motivos de viagens ao exterior, se quiserem adquirir a moeda americana – quanto para empresas, que encontram dificuldades para importações. O crescente protecionismo e a obsessão por “não importar nem um parafuso”, nas palavras da presidente Cristina Kirchner, levaram a regras surreais como a exigência de envio de um e-mail ao secretário de Comércio Exterior sempre que algum empresário quiser importar algo, ou a regra do “um por um”, que obriga empresas a exportar o mesmo valor que importam. Para cumprir a cota, montadoras que não têm fábrica na Argentina chegaram a exportar cereais e vinho para poder trazer carros.
Tal esforço para colocar a balança comercial sob controle – ainda que ilusório, pois o equilíbrio se baseia em um comportamento de mercado muito distante do normal – e conter a fuga de dólares, que efetivamente sofreu uma forte queda de 2011 para 2012, é feito por meio da interferência cada vez maior do Estado sobre as liberdades individuais e a livre iniciativa dos empresários. O controle e a manipulação também se estendem à inflação, cujo índice oficial para 2012 ficou em 10,8%, embora economistas independentes falem em até 25% (e são perseguidos pelo governo ao divulgar suas estatísticas). A situação chegou ao ponto de o Fundo Monetário Internacional ter censurado a Argentina em fevereiro, levando o país a esboçar um novo método de medição dos aumentos de preços. Em relação ao câmbio, como a diferença entre a cotação oficial e a do mercado negro é de até 80%, empresários têm dificuldades em programar seus gastos e investimentos sem saber o real valor da moeda estrangeira.
Lamentavelmente para a Argentina, a economia é apenas uma das áreas em que o país está em um buraco sem fundo. No aspecto institucional, os argentinos veem os esforços de seu governo para colocar de joelhos a imprensa independente, e para obter mais controle sobre o Poder Judiciário, com uma reforma que tramita no Congresso e compromete a independência dos tribunais. Muitos cidadãos, no entanto, vêm tomando as ruas em protestos marcados pelas mídias sociais para manifestar seu descontentamento com os rumos que Cristina Kirchner vem impondo à Argentina. Eles não querem uma ruptura institucional; o seu desejo é que o atual governo mude sua orientação e volte a se pautar pelo respeito à democracia, sem o qual será impossível colocar em ordem os demais aspectos da vida do país, como o econômico.
Uma profissão para todo comunista, que cairia muito bem, seria trabalhar ou montar uma empresa de demolições.
ResponderExcluirMas como elles não gostam de trabalhar sugiro, talvez até com o amparo de psicólogos, que deem vazão a essa sanha demolidora através do Lego.
Estarão sempre destruindo alguma coisa.
Uma profissão para todo comunista, que cairia muito bem, seria trabalhar ou montar uma empresa de demolições.
ResponderExcluirMas como elles não gostam de trabalhar sugiro, talvez até com o amparo de psicólogos, que deem vazão a essa sanha demolidora através do Lego.
Estarão sempre destruindo alguma coisa.