segunda-feira, abril 15, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 15/04

Brasileiro diversifica investimentos no exterior
A captação em fundos de investimentos que investem em ativos estrangeiros cresceu em alguns casos mais de 130% neste ano.

"Dá uma ideia de como esse movimento está animado", diz Joaquim Levy, diretor-superintendente da Bradesco Asset Management.

Em apenas um de seus fundos, entraram cerca de R$ 80 milhões em quatro meses.

O ingresso mais intenso nessas aplicações ocorreu entre o final do ano passado e o início de 2012, de acordo com dados de gestores.

Perdas em aplicações de renda fixa e de renda variável, mudanças no câmbio e queda de juros explicam a atratividade desses produtos com sotaque estrangeiro. Quando os juros estavam muito altos no Brasil e o Ibovespa (o principal índice da Bolsa paulista) tinha um desempenho satisfatório, as pessoas se perguntavam, para que diversificar, lembra Artur Wichmann, responsável pela área de fundos internacionais do Credit Suisse Hedging-Griffo.

"Havia uma percepção de que o câmbio era unidirecional, só apreciava ou ficava parado. Havia pouca razão para o investidor aplicar fora."

Quando o padrão mudou, e os investidores se viram diante de um CDI muito menor e o câmbio foi de R$ 1,60 para mais de R$ 2, uma parte deles tomou um susto. "Viram que o câmbio podia subir ou cair", acrescenta.

"A reação de muitos foi: tenho de ter algum investimento em dólar ou em outra moeda, alguma diversificação", afirma Wichmann.

O S&P (índice americano) subiu 11,9% (neste ano, até o dia 11), contra queda de 9,11% do Ibovespa.

As perspectivas para a Bolsa nos EUA é positiva, diz Levy. "Apesar de a economia estar meio devagar, não há, por ora, nenhum grande risco."

"Mesmo estando positivo em relação ao Brasil, ter 100% dos investimentos no país em real não é a alocação ótima. A Bolsa é Vale, Bradesco, Itaú, Lojas Renner, Localiza, mas é também Walmart, Google, Volkswagen. É muito mais do que esse universo relativamente pequeno brasileiro."

"Ativos nacionais ficaram um pouco limitados. A curva longa de juros anda desfavorável e as ações sofrem até pela desaceleração do consumo. Grandes empresas não se recuperaram. Petrobras, Vale, elétricas, cada setor tem uma historinha. Temos procurado alternativas fora do Brasil"

CULTURA E GESTÃO
O escritório Demarest comemora nesta semana 65 anos e os resultados de uma nova governança corporativa, com um sistema de rendimento dos sócios baseado na mensuração das atividades dos advogados.

"Quando entrei no escritório, em 1965, éramos quatro advogados, tamanho na época considerado grande. Hoje são 250", diz Altamiro Boscoli, um dos mais antigos do Demarest, já aposentado, mas ainda atuante. Boscoli considera positiva a aposentadoria compulsória de sócios aos 65 anos. Eles podem ser convidados a permanecer pelos mais jovens.

"Permite renovar e atrair novos talentos", afirma. "Essa cultura mantém o escritório unido e crescendo."

Uma diretoria com dois sócios e um CEO profissional se ocupa do dia a dia.

"A cogestão permite que os sócios não se afastem da advocacia", diz o sócio Paulo Rocha.

Atualmente na gestão, Rocha destaca a nova forma de remuneração. O sistema implantado ajudou no crescimento de 15% da banca em 2012 ante o ano anterior.

Ferro-velho
As exportações de sucata ferrosa atingiram 140 mil toneladas no primeiro trimestre de 2013 e a previsão é que cheguem a 560 mil toneladas no final deste ano, número 26% maior que o de 2012.

Apesar do crescimento, só 3% do material ferroso brasileiro é destinado ao exterior, segundo dados do Inesfa, instituto que reúne as empresas de sucata.

Hoje, não há tributação para exportar, mas existe uma proposta do Instituto Aço Brasil, representante das siderúrgicas nacionais, para taxar as vendas destinadas a outros países.

"As indústrias de aço no exterior se mostram mais competitivas que as nacionais. As brasileiras só pedem incentivos", diz André de Almeida, diretor do Inesfa.

O Instituto Aço Brasil declarou, em nota, que "no Brasil, 11 empresas produtoras de aço e mais de 1.000 empresas de fundição demandam toda a sucata disponível no mercado do país."

Menos... Na semana de 8 a 12 de abril, a Junta Comercial de São Paulo (Jucesp) expediu 32,5% dos CNPJs de todo o país. O tempo médio para a emissão caiu de quase 20 dias para uma semana.

...burocracia Minas Gerais executou 13,5% das emissões e o Rio Grande do Sul, 9,4%, de acordo com balanço da Receita Federal.

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