Para ler com o nariz tampado, esse rapazinho, não sabe o que é inflação alta na vida das PESSOAS COMUNS. O jumento é economista do BNDES.
Não serão alguns pontos adicionais de inflação que farão diferença na vida das pessoas; elevar o juro, sim
Visando a combater a inflação, o Banco Central, na reunião de abril do Copom, ocorrida na semana passada, elevou os juros anuais básicos (taxa Selic) de 7,25% para 7,50%.
Entre as principais causas que justificam o patamar um pouco mais alto de inflação, nenhuma se refere à pressão da demanda, que, com o crescimento fraco, está bem baixa. Desde 2012, a inflação tem sido impactada por três fatores.
O primeiro foram quebras de safras agrícolas no Brasil e no exterior, que de nenhuma forma justificam alta de juros, pois bens perecíveis e de produção sujeita às intempéries sofrem mudanças recorrentes de seus preços relativos, impactando a inflação só temporariamente. Para 2013, a previsão é que safras sem problemas façam a inflação cair.
Em segundo, houve aumentos dos fretes, relacionados com mudanças regulatórias em 2012 do padrão de emissão de poluentes dos caminhões e da limitação das jornadas de viagens dos caminhoneiros. Construir uma civilização tem custos, que, quando são incorporados, pressionam a inflação por um tempo.
O terceiro foi a desvalorização do câmbio, de início de cerca de 25%, provocada pela queda do juro a partir de setembro de 2011. Além de positiva para a competitividade, tal depreciação também tem efeitos limitados no tempo sobre a inflação.
A aceleração da queda dos juros internos rumo ao padrão global mostrou que estava errado quem dizia que os juros altos eram inevitáveis enquanto o Brasil não levasse a cabo as "reformas micro": flexibilização das leis trabalhistas, redução dos gastos públicos etc. Contudo, o fim de um padrão tão duradouro como o dos juros altos não ocorre sem dificuldades. Assim, a inflação temporariamente um pouco maior não deveria ser preocupante.
O problema é que a memória da hiperinflação, associada ao discurso econômico convencional, que prega que a inflação acima do centro da meta é perigosa, faz a elevação dos juros ser politicamente compreensível. Nas últimas semanas, insistiu-se maciçamente que o país estaria num surto inflacionário grave.
Porém o regime de metas tem sido rigorosamente respeitado. O limite de variação de dois pontos percentuais em torno da meta central existe para compensar o uso da inflação cheia, índice sujeito à alta volatilidade de preços de alguns itens, como alimentos. Essa banda existe para ser usada.
O alerta de que a inflação tem estado muito próxima do teto do regime é uma daquelas críticas principistas. Nela, o regime de metas de inflação é algo que vale por si mesmo. O governo deve sempre buscar a meta central, como se isso fosse um jogo de tiro ao alvo, e só se "errar a mão" usar a faixa de flutuação.
Não há problema se isso leva à estagnação, pois nessa visão o que importa é criar as condições que levarão "no futuro" ao crescimento supostamente sustentado. Manter a inflação no centro da meta é um desses requisitos.
É curioso que o formalismo é dispensado ao dizer que em março a inflação teria ultrapassado o seu teto. Pelo regime, o BC deve manter a inflação dentro de seus limites ao fim de cada ano civil. Portanto, não há que falar em estouro da meta.
Outro argumento foi o de que o índice de dispersão da inflação está alto --cerca de 70% dos bens e serviços que compõem o IPCA subiram de preço em março, o que seria uma evidência de que o problema inflacionário é mais grave do que o aumento de preços dos alimentos.
Entretanto, esse indicador é limitado. Binário, só registra se cada item subiu de preço ou não. Essa difusão não significa que houve transmissão, via demanda aquecida (que não há), de um choque de custos. Afinal, se o choque ocorre em itens transversais, como câmbio e frete, sua dispersão tende a ser grande. Nesse contexto, conter a demanda com elevação de juros é indesejável.
Com salários reais em alta, não serão alguns pontos adicionais de inflação que farão diferença na vida das pessoas. Elevar os juros, prejudicando a retomada econômica e retardando o fim do padrão de juros altos, sim.
Uma elevação da Selic de 0,25 ponto, em decisão não unânime do Copom, não chega a comprometer a obtenção desses objetivos. O fim do padrão de juros altos deve ser o grande legado econômico deste mandato presidencial. Tomara que o BC não ceda ao medo atávico promovendo novas elevações dos juros.
JUMENTO!!!!!
ResponderExcluirJumento!!!!!!
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