sábado, abril 06, 2013

Dilma cuida da imagem em SP - JORGE BASTOS MORENO - Nhenhenhém


O GLOBO - 06/04

O mistério do sumiço da Dilma em São Paulo está sendo mais divulgado do que se a agenda da presidente em São Paulo tivesse sido pública.

Os agentes públicos não aprendem: fazer coisas escondidas só favorece os inimigos, a criatividade dos fofoqueiros e os interesses dos oportunistas. Isso quer dizer que tudo o que a Dilma não fez em São Paulo pode aparecer como fato acontecido.

Fora a megarreunião secreta com 15 pessoas num hotel em São Paulo, espalha-se que a presidente tenha ido fazer uma revisão física e estética, numa espécie de check-up pré-campanha. Sua maior reunião teria sido com o dermatologista Guilherme Almeida, que é o mesmo de todos os políticos pacientes do cardiologista Roberto Kalil, inclusive do Serra. O que mostra que ela é muito corajosa: vai que Almeida troca as receitas e dá a ela os remédios do Serra?!

Isso pode já estar acontecendo. As queixas de Campos contra Dilma são as mesmas de Aécio contra Serra.

Loucura
Este é o país da fantasia. Estamos em plena campanha eleitoral, com os candidatos cruzando os céus de norte a sul e com a mídia cobrindo tudo atentamente. E os políticos falam, repórteres escrevem, e colunistas analisam a indefinição do quadro sucessório.

Chimarrão

Semana passada, Campos fez campanha no Nordeste. Esta semana foi a vez da Dilma. Na próxima semana, precisamente na segunda-feira, Campos desembarca no Rio Grande do Sul para um grande evento em Porto Alegre. São esperadas mais de duas mil pessoas para a festa, disfarçada de comemoração de aniversário do deputado Beto Albuquerque.
Depois, Campos se reúne com o empresariado gaúcho, no “Fórum da Liberdade”.

Presente

Três dias depois, quem é que desembarca em Porto Alegre? Ela mesma, mas apenas por coincidência. Dilma tinha prometido dar umas retroescavadeiras para o Tarso Genro há muito tempo. E, para que o governador não pense que ela está de má vontade com ele, resolveu ir ao estado.

Felipe Bronze

Na terça-feira, Dilma e Campos se estranharam na reunião da Sudene. Enquanto o governador discursava, a presidente tricotava o tempo todo com Cid Gomes. Campos achou isso uma deselegância sem limite. Mal falou com a Dilma, depois do evento. Ficou de cara amarrada. Cobrei da Dilma, via amigos comuns. A resposta:
— Deselegância seria se ela interrompesse o Cid, justo no momento em que ele ensinava uma receita de lagostim gratinado.
Na moral Por ter se referido à ditadura militar de 64 como “revolução”, o candidato Aécio Neves ganhou ontem destaques nos principais jornais do país. Em defesa dos fatos, não do Aécio Neves, é bom lembrar que o senador vem de um berço onde quase ninguém se referia ao golpe de 64 como “ditadura”. No Congresso ou nos jornais, os democratas usavam mesmo o termo “revolução”. No máximo, “regime”.
A favor de Aécio, agora sim, há o fato de que seu avô, Tancredo Neves, foi um dos poucos democratas da época que votaram contra a posse do primeiro presidente da Ditadura, o então general Castello Branco, de quem era amigo pessoal.
Não o fez por questões éticas: era líder do governo deposto.
Mas aí, como diz o colunista Ancelmo Gois, é outra história.

Provocação
Desembarcam em Brasília na próxima semana, para uma conferência da Assembleia de Deus, 24 mil pastores, 350 ônibus e 30 Boeings.
Até aí, tudo bem. Parabéns aos organizadores. E que rezem para que a Renata Vasconcelos amoleça esse seu duro coração.
O problema é que tudo isso será pretexto para um grande evento de solidariedade ao Feliciano.
Gente, não faça piquenique na cratera do vulcão!

Tomara!
A verdade é que Feliciano, mais para o mal do que para o bem, está mudando costumes. Muita gente se assumindo.
Não estranhem se, daqui a pouco, até o Eduardo Cunha resolva sair também de dentro do... cofre.

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