terça-feira, abril 30, 2013

A movimentação de Eduardo Campos - MURILLO DE ARAGÃO

BRASIL ECONÔMICO - 30/04

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), dá continuidade à sua intensa movimentação política para decidir, no momento adequado, se será ou não candidato ao Palácio do Planalto em 2014.

Dias atrás participou, em Brasília, de um almoço na casa do senador Gim Argello (PTB-DF) articulado pelo também senador Armando Monteiro (PTB-PE), cotado para disputar o governo de Pernambuco com o apoio do PSB. Mais tarde, esteve presente num jantar no apartamento do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

É importante lembrar que, embora não tenha participado do jantar, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) é mencionado nos bastidores como potencial candidato a vice-presidente da chapa encabeçada pelo PSB.

A movimentação política de Eduardo Campos por Brasília ocorre logo após manobras realizadas pelo Planalto para tentar esvaziar sua pré-candidatura.

Ainda na semana passada, o governo negociou a indicação do líder do PTB no Senado, Gim Argello (DF), para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Mesmo assim, Argello mantém entendimentos com Campos.

Em outra frente, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), conseguiu tirar do PSB e filiar ao PMDB o empresário João Batista Júnior, do Frigorífico Friboi, cotado como potencial candidato ao governo de Goiás.

O que se comenta é que Batista Júnior disputaria a eleição com o apoio do PT, deixando Eduardo Campos, por enquanto, sem palanque em Goiás. Campos também começa a trabalhar para contar com um palanque competitivo em São Paulo, maior colégio eleitoral do país.

A estratégia passa por atrair legendas como o PPS (agora Mobilização Democrática - MD, após a fusão com o PMN) e DEM, além de lideranças do PMDB e PDT.

Embora não se manifeste publicamente, Campos vê com bons olhos a eventual saída de José Serra do PSDB para filiar-se ao MD. Caso Serra troque mesmo de partido, o governador pernambucano contaria com um importante cabo eleitoral em São Paulo.

Até uma nova candidatura de Serra ao governo paulista, em caso de migração para o MD, é mencionada como alternativa para fortalecer a candidatura própria do PSB ao Planalto.

O foco do discurso de Eduardo Campos são as questões econômicas. Na avaliação do governador pernambucano, as medidas tomadas pelo atual governo para a retomada do crescimento deram resultados pífios. A forma como Dilma governa também foi criticada por Campos.

Ele disse que a gestão centralizadora da presidente está emperrando o país. O possível candidato do PSB defendeu que o aumento dos investimentos públicos, a regulamentação de setores estratégicos e o controle inflacionário devem ser prioridades.

Em relação ao aumento da taxa de juros, afirmou que "não pode ser visto como um desastre". No programa partidário do PSB, Eduardo mordeu e assoprou. Louvou os avanços da era Lula e a presença de uma mulher na presidência da República.

Porém tratou de estabelecer um zona de desconforto para Dilma ao criticar a falta de avanços. Suas críticas ao governo foram consideradas duras e demonstram que a corrida eleitoral prossegue com folego.

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