sábado, março 09, 2013

Eu acuso: Cunha foi honesto! - JORGE BASTOS MORENO

O GLOBO - 09/03

Cabral entrou no cheque especial da credibilidade para apoiar o trio Renan-Henrique Alves-Eduardo Cunha, achando que, na votação dos royalties, teria o apoio do comando do Congresso.

- Cá pra nós, o Henriquinho é muito fraco. Comigo na liderança, não teria acontecido o que aconteceu - foi assim que o famigerado (Não me processe, é no sentido de célebre e notável!) apresentou-se candidato a líder a Cabral.

Ninguém do outro lado contou ao governador que o discurso de Cunha foi este:

- Não posso ficar contra o Rio, mas também não posso ficar contra a bancada. Serei imparcial.

Pela primeira vez na vida, Eduardo Cunha agiu com correção. Traiu Cabral, mas é líder de uma bancada e não de um estado. E, como deputado do Rio, retirou-se do plenário junto com seus colegas do estado.

(Nunca pensei que, um dia, tivesse que elogiar um gesto do famigerado. Eu deveria ser processado por isso.)

"Mui amigo"

Falar em Cunha, sabe esses voluntariosos que tentam fazer as pazes entre as pessoas, à revelia delas?

Pois um desses pacificadores chegou ao célebre deputado:

- O senhor precisa fazer as pazes com o "Nhenhenhém" e parar de mandá-lo sair do armário.

- Mas ele vive me chamado de ladrão! Quem tem razão?

- Os dois!

Deputado, com um amigo comum desses, a gente nem precisa mais ser inimigos.

Fato

Para Jandira Feghali servir de pacificadora, imaginem o tamanho da briga entre o secretário municipal Pedro Paulo e o senador Lindbergh Farias.

- Não tenho medo das máquinas municipal e estadual! - gritou o senador.

Pedro Paulo, de chofre:

- De máquina você entende. Ela te trouxe para cá.

Versão

Lindinho, que diz gostar muito do secretário, nega a segunda parte, a de que Pedro Paulo o tivesse acusado de ter usado a prefeitura de Nova Iguaçu:

- Se pensou, esqueceu de dizer.

Que medo!

Serra avisa que não vai deixar barato a candidatura de Aécio Neves à presidência do PSDB:

- Vou contestá-la!

Como se o partido estivesse podendo e esse tema fosse relevante para os destinos do país.

Eu só estou registrando essa ameaça porque estou sem assunto para fechar a coluna.

Cena

Com todo respeito, existe cena mais falsa do que a do "parabéns pra você", cantado para Tarso Genro no Palácio do Planalto?

Sincera mesmo foi a reação dele:

- Estou envaretado!

A arte da Dilma

Na inauguração do Museu de Arte do Rio (MAR), Dilma encantou-se com os quadros de propriedade do colecionador Sérgio Fadel, na casa de quem jantaria mais tarde.

- Que gentleman! Que fofo! Poucos fariam o que ele fez.

Alertada de que não eram doações, mas estavam ali apenas emprestados, a presidente mudou imediatamente o discurso:

- Que homem mais pão-duro! Ele não perde por esperar!

Durante o jantar, para a surpresa geral, Dilma falou:

- Fadel, estou encantada com a sua generosidade. Nem todos teriam esse gesto de doar aquelas raridades para o museu. Parabéns!

Com um sorriso pálido nos lábios, Fadel não teve outra alternativa, a não ser confirmar o discurso da presidente. E mal conseguiu gaguejar:

- Eu sabia que a senhora iria gostar!

Tudo azul

Eduardo Campos, anotou um assessor presidencial, foi o único a não bater palmas para Dilma quando a presidente anunciou mudanças na MP dos Portos.

E, na rápida conversa, Dilma dedicou-se a perguntar por " Dona Renata" (imitando o jeito de o marido referir-se à primeira-dama).

As duas fingem que são amigas. E o governador finge que acredita.

Pouco tempo

Na antessala da presidência do Senado, duas senhoras esperavam a vez de serem recebidas, quando viram entrar por outra porta Dom Orani Tempesta.

- Deve ter vindo ouvir confissão! - arriscou uma delas.

- Acho que não. Ele volta para o Rio ainda hoje - informou um senhor, com cara de assessor do bispo.

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