terça-feira, fevereiro 12, 2013

MEGAN FOX, A INTOCÁVEL - MÔNICA BERGAMO


FOLHA DE SP - 12/02

"Eu nunca vi nenhum filme dessa Megan Fox", diz Susana Vieira ao chegar ao Sambódromo do Rio, anteontem. A atriz critica a colega americana, estrela do filme "Transformers" e contratada por estimado R$ 1,7 milhão para fazer presença VIP no camarote da Brahma no Carnaval.

"Esse camarote já recebeu os maiores atores do Brasil, os maiores cantores e jogadores do mundo, não precisa de Megan Fox. Mas deve interessar ao patrocinador." A única celebridade que ela tentou conhecer no camarote foi Madonna, em 2010. "E os seguranças me expulsaram. Então vai se f..."

Megan só aparece às 23h55. Grades e seguranças, estes na base de empurrões, bloqueiam todas as escadas. Só depois que a americana completa seu trajeto é que Susana Vieira consegue passar, nervosa. "Foi todo mundo barrado, porque a Megan não pode ser tocada. Vai se f...! Ronaldo Fenômeno está no camarote! Ele é muito mais importante!"

O ex-jogador, carregando a nova namorada, a DJ Paula Morais, e uma camisa da seleção para Megan, é autorizado a entrar no cercadinho VIP da atriz. Rodrigo Santoro e Luan Santana também. A americana passa a maior parte do tempo de costas para o desfile, conversando com o marido, Brian Austin Green. Bebe duas garrafinhas de água mineral. E é pontual: sai à 1h55, quando vencem as duas horas que precisa cumprir para receber o cachê.

Astros internacionais no camarote de outra cervejaria, a Devassa, se irritavam com a imprensa. O designer francês Christian Louboutin, de calça vermelha justa e sapato preto cravejado de metais, gingava a cada batuque.

Os sapatos de Louboutin viraram símbolo de um dos grandes escândalos brasileiros de 2012, quando Adriana Ancelmo, mulher do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), fez fotos levantando os pés para mostrar o solado vermelho dos calçados num passeio do casal com empreiteiros em Paris.

"Não e o único país em que isso acontece. Não quero estar envolvido nisso, não preciso", diz ele à coluna. Com um gesto de mão, indica que a entrevista "já deu".

O ator francês Vincent Cassel espera na longa fila para a comida, a alguns passos do ex-BBB Alemão. "Você é jornalista? Então não tenho nada a falar. Bom Carnaval." E dá uma piscadinha. "Foto tudo bem."

Adam Clayton, o baixista do U2, cochicha com uma amiga. Ele está no Brasil para uma exposição de Martin Creed na casa de Frances Reynolds, ex-mulher de José Roberto Marinho, da Globo.

MC Naldo sai escoltado por uma equipe, empurrando todos no caminho. O cantor não deveria estar ali: é contratado da Brahma. Segura na mão um saco com a camisa-abadá da cervejaria concorrente. "Ele só queria ver o Will", diz um dos guarda-costas, referindo-se ao ator americano Will Smith -que não estava lá. O encontro dos dois aconteceria no dia seguinte, em um hotel. Tudo registrado por Naldo no Instagram.

Na Brahma, Susana Vieira diz que, caso sua escola, a Grande Rio, vença o Carnaval, vai cancelar a apresentação de "A Partilha", peça que está estrelando em São Paulo, para participar do desfile das campeãs, no sábado. "Eu pago os R$ 8.000 mínimos de diária que devemos ao dono do teatro e venho."

Ela comenta a polêmica gerada por Zeca Pagodinho, que afirmou à Folha que "não tem mais" Carnaval nas ruas do Rio. "Marchinha, baile... é coisa de cem anos atrás. Já fui muito. Mas agora tem os blocos de rua." E anuncia: "Vou sair num bloco no ano que vem. Eu vi a Carolina Dieckmann no da Preta Gil e pensei: 'Minha filha tá lá e eu não tô?' A vovó vai também!".

Jorge Ben Jor endossa: "Não tem mais marchinha tocando em rádio, mas esta semana levei cinco horas para ir da Barra ao Santos Dumont. Tinha 400 blocos na rua."

Dunga também foi à Sapucaí, com a mulher e dois filhos. "Acho que o Ricardo Teixeira deve ter mais saudade de mim do que eu dele", diz, sorrindo, o ex-técnico da seleção, demitido em 2010 pelo então poderoso chefão da CBF. "Nos quatro anos em que eu fiquei lá, ele não teve problemas."

O treinador não teme vexame do Brasil na Copa de 2014. "Tô gostando", diz, sobre a seleção de Luiz Felipe Scolari. "Antes era um barco em alto-mar à deriva. Agora, tem direção. Goste-se ou não do Felipão, ele fala branco, é branco. Fala azul, é azul."

"Esquece estrutura, estádio, aeroporto, telefonia", diz ainda Dunga. "Quem vai fazer a diferença na Copa é o povo brasileiro. Se ele abraçar o evento, com essa animação toda [aponta para as arquibancadas do sambódromo], essa alegria, vai fazer toda a diferença. Senão, estamos perdidos."

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