sábado, janeiro 19, 2013

Uma pedra entre Dilma e Michel - JORGE BASTOS MORENO

O GLOBO - 19/01



Na conversa da Dilma com Michel sobre as eleições das Mesas e das lideranças do PMDB no Congresso, amplamente divulgada, poucos foram os que repararam nesta parte do diálogo:

- E o Eduardo Cunha? Quem controla?

- Eu controlo!

Michel só deu essa resposta porque já não conseguia mais enrolar a Dilma. A presidente havia feito a pergunta por três vezes. Na quarta, o vice percebeu que o destino da candidatura de Eduardo Cunha à liderança do PMDB dependia do seu aval. E deu-lhe um cheque em branco.

Com isso, Michel atrelou o seu futuro ao desempenho de Cunha como líder.

É dele que a Dilma vai cobrar. Cobrar é o que a presidente mais sabe e gosta de fazer.

Os interesses econômicos de Cunha sempre falaram mais alto do que o interesse público.

Logo, está nas mãos dele a renovação da candidatura de Michel na reeleição da Dilma.

Salve Glória!
Eu pensava que era só eu que me preocupava com as sortes da Nanda Costa e da Carolina Dieckmann em "Salve Jorge", nos respectivos papéis de Morena e Jéssica.

Mas a Dilma, como sempre fofa com as minhas amigas, encarregou os ministros da Justiça, Eduardo Cardozo, e dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, de atualizar a legislação brasileira sobre punição e combate ao crime de tráfico de humanos.

A presidente quer uma legislação mais eficaz, ainda neste semestre.

Só isso já te faz campeã, Glória Perez.

Agenda
Cabral sancionou a "lei da moral e dos bons costumes", da deputada Myrian Rios, e, depois, foi almoçar com os deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves.

Cabral é patrono da candidatura de Cunha à liderança do PMDB.

Competência
Eduardo Cunha é um jogador profissional. Aposta sempre na baixa. Livrou a cara de muitos implicados na CPI do Cachoeira. E agora cobra as faturas.

Fada
Pela lista dos futuros líderes dos partidos da base governista, desta vez, parece que a única confiável é a Manuela D'Ávilla, do PCdoB.

O totalmente inconfiável é Garotinho, do PR.

2014
Amigos de Eduardo Campos e Aécio Neves querem promover encontro entre os dois ainda antes do carnaval.

Seria o primeiro de 2013. No ano passado, eles se encontraram várias vezes.

Reuni-los é a coisa mais fácil do mundo.

Os dois estão separados apenas pelo canal que divide Leblon e Ipanema, no Jardim de Alah.

2013
O súbito desapego de Delfim Netto pela política econômica da Dilma está agitando o mercado das especulações.

Outro 2014
A Jornada dos Prefeitos com Dilma em Brasília tem ocupado o governo todo na preparação da agenda de trabalho.

Os participantes serão os principais cabos eleitorais da sucessão presidencial de um país onde o sistema partidário, por mais ultrapassado que esteja, é eminentemente municipalista.

Vizinhança
Não quero tripudiar, não, mas, em termos de vizinhos, eu dou de mil na Dilma e no Joca, que terão Renan e Alves no Congresso.

A minha parece ter fugido da Igreja da Conceição, em frente. Já os deles parecem que fugiram da... ah, como diz Ancelmo, deixa pra lá!

Cruz
Como biógrafo não autorizado de Ulysses Guimarães, vou sugerir à família que peça a sua desfiliação post-mortem do PMDB.

Apesar de ser chamado sarcasticamente de "Senhor Morto" por Tancredo Neves, dada a sua postura física, Ulysses nunca ficaria entre Dimas e Barrabás.

Elogio
Esquisita a defesa que Maluf fez da candidatura de Henrique Alves à presidência da Câmara.

Comparou Alves a um padre acusado de pedofilia.

Para quem já defendeu o "estupra, mas não mata!", a frase não deve soar esquisita.

Impunidade
A partir de fevereiro, teremos um Congresso Nacional de Segurança Máxima.


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