O GLOBO - 28/12
No governo, a batata da diretoria da incompetente Infraero está assando a temperaturas maiores que o calor qu tem feito no Santos Dumont com ar-condicionado quebrado.
Calma, gente...
Aliás, no apagão do Galeão-Tom Jobim, quarta, um passageiro do voo 974 (Rio-Nova York), da American Airlines, gritou enfurecido:
— Se alguém aqui votar no Lula ou na Dilma é um filho da puta! Foi aplaudido.
Ai, que calor I
Dois pacientes atendidos, quarta, na emergência do Hospital municipal Pedro II, em Santa Cruz, tinham queimaduras de 2º grau por causa da exposição ao sol.
Caetano 2013
O prefeito Eduardo Paes vai convidar Caetano Veloso para fazer o show do Natal do ano que vem, na Praia de Copacabana.
Rubem Braga em Paris
Está no prelo da Editora José Olympio o livro “Retratos parisiense — 31 crônicas de Rubem Braga”.
A obra reúne artigos e crônicas publicadas na imprensa entre 1949 e 1952, quando Braga foi correspondente na França, primeiro pelo jornal O GLOBO e, depois, pelo “Correio da Manhã”.
Plantão do governo
Quem fica em Brasília neste fim do ano, para cuidar da liberação das últimas emendas de 2012, é a ministra Miriam Belchior.
Ai, que calor II
Ontem, às 13h17m, já tinha acabado o estoque de ventiladores das Lojas Americanas, em Niterói.
Reinvenção do Fenômeno
Ronaldo Fenômeno, 36 anos, aposentado do futebol, faz jus àquela frase símbolo da propaganda oficial que ele estrelou, no início do governo Lula, em 2007, e que dizia: “Sou brasileiro e não desisto nunca”.
Ele já faturou com a imagem mais do que com o futebol.
Segue...
Membro do Comitê Local da Copa, Ronaldo é, com nove contratos, o terceiro mais requisitado garoto propaganda do país, perdendo apenas para Neymar e Ivete Sangalo, segundo acaba de concluir o Instituto Controle da Concorrência.
Neste ranking, o quarto lugar ficou com Reinaldo Gianecchini, que recebeu, depois da doença, oito convites para fazer anúncios.
Aliás...
FH, que esteve com o amigo Ronaldo, quarta, no Rio, contou que já recebeu em sua casa na Rua Maranhão, do bairro Higienópolis, em São Paulo, muita gente famosa:
— Mas ninguém foi mais paparicado na vizinhança do que Ronaldo. Merece!
Dilma em alta
A revista francesa “Challenges” traz na capa da edição deste mês, veja só, a presidente Dilma.
A chamada diz “Brasil: o país onde devemos estar” e a matéria principal é sobre as oportunidades de investimentos na terra de Dilma.
BAÍA DE M...
Não adianta tapar o sol com a vela. O calcanhar de Aquiles dos Jogos Olímpicos de 2016 é, sim, a sujeira da Baía da Guanabara, que deve receber as competições de vela. Repare nesta foto da velejadora Isabel Swan, bronze nos Jogos de Pequim, em 2008: uma montanha de lixo flutua nas águas da Baía. Muitos velejadores defendem a transferência das competições para Búzios, o balneário fluminense, temorosos que o mundo inteiro ligado nos Jogos veja atletas desviando da sujeira. Pode dar merda, literalmente. Com todo o respeito
Pega ladrão
O músico André Valle teve sua guitarra Fender Statocaster 93 — avaliada em R$ 4 mil — furtada, na madrugada de ontem, em Ipanema.
Aconteceu quando ele saía de um show, na Rua Vinicius de Moraes, em frente ao bar onde havia tocado.
Ai, que calor III
Parceiro da coluna é testemunha. Os sprinklers (aqueles chuveirinhos contra fogo) do teto do primeiro andar do Shopping Leblon, no Rio, foram acionados pelo calor ambiente, quarta passada, na hora do almoço.
Retratos da vida
Morreu ontem, aos 90 anos, Zuleika Alambert, ex-deputada comunista. Ao lado de Heloísa Ramos, mulher de Graciliano Ramos, participou no Porto de Santos do boicote aos navios de bandeira espanhola na época da ditadura de Franco.
Ai, que calor IV
Na sauna do Santos Dumont, quinta, um amigo da coluna, que embarcaria para São Paulo, perguntou a um segurança, diante de uma porta de emergência aberta para amenizar o calorão, o porquê de o enorme ventilador atrás dele estar desligado.
Resposta:
— Não tenho autorização pra ligar, nem estou aqui pra isso.
Ponto Final
Que tal fechar o aeroporto do Galeão e transformar o local no Museu Nacional da Incúria Gustavo do Vale, presidente da Infraero? Com todo o respeito.
sexta-feira, dezembro 28, 2012
Sem limite - RUY CASTRO
FOLHA DE SP - 28/12
RIO DE JANEIRO - Milhares de pessoas foram multadas por alcoolismo e centenas presas pelo mesmo motivo, apenas no RJ e em SP, nesses feriados. Multiplique isto por dois ou três, e você terá uma ideia do número de vidas poupadas, por acidentes de carros que deixaram de acontecer graças à nova versão da lei seca -que não mais se limita ao bafômetro para aferir a quantidade de álcool no sangue de quem dirige nessas condições.
Os estudiosos estimam que 15% da população da maioria dos países têm propensão genética para o alcoolismo, e que, destes, pelo menos 10% desenvolvem a doença. Dito assim parece um número confortável. Não quando você o transfere para populações como a dos EUA, da Rússia e do Brasil -não por acaso, países com índices de alcoolismo acima da média.
Quinze por cento dos 195 milhões de brasileiros que o IBGE anunciou em 2012 significam 29 milhões com propensão para o alcoolismo. Dez por cento desses seriam 2, 9 milhões que já desenvolveram a doença. Mas um estudo da Universidade de Washington, publicado na revista "The Lancet", acusou a existência de 5, 6 milhões de alcoólatras ativos no Brasil -quase o dobro do "normal". Donde não surpreendem nossos índices de violência doméstica, mortes por intoxicação aguda e acidentes fatais de trânsito.
E por que não? Este é um país em que a empresa de maior valor de mercado é uma fábrica de cerveja, superando as de petróleo e gás, de mineração e os bancos. Deve nos valer também o título de país onde mais se urina e se dá descargas em mictórios, além de nos garantir também a supremacia mundial em barrigas.
Com tal exposição ao álcool, ao alcance de qualquer bolsa, sem limite de horário e, sabemos nós, de idade, só espanta que os índices de alcoolismo não sejam ainda mais altos no Brasil. Mas vamos esperar.
RIO DE JANEIRO - Milhares de pessoas foram multadas por alcoolismo e centenas presas pelo mesmo motivo, apenas no RJ e em SP, nesses feriados. Multiplique isto por dois ou três, e você terá uma ideia do número de vidas poupadas, por acidentes de carros que deixaram de acontecer graças à nova versão da lei seca -que não mais se limita ao bafômetro para aferir a quantidade de álcool no sangue de quem dirige nessas condições.
Os estudiosos estimam que 15% da população da maioria dos países têm propensão genética para o alcoolismo, e que, destes, pelo menos 10% desenvolvem a doença. Dito assim parece um número confortável. Não quando você o transfere para populações como a dos EUA, da Rússia e do Brasil -não por acaso, países com índices de alcoolismo acima da média.
Quinze por cento dos 195 milhões de brasileiros que o IBGE anunciou em 2012 significam 29 milhões com propensão para o alcoolismo. Dez por cento desses seriam 2, 9 milhões que já desenvolveram a doença. Mas um estudo da Universidade de Washington, publicado na revista "The Lancet", acusou a existência de 5, 6 milhões de alcoólatras ativos no Brasil -quase o dobro do "normal". Donde não surpreendem nossos índices de violência doméstica, mortes por intoxicação aguda e acidentes fatais de trânsito.
E por que não? Este é um país em que a empresa de maior valor de mercado é uma fábrica de cerveja, superando as de petróleo e gás, de mineração e os bancos. Deve nos valer também o título de país onde mais se urina e se dá descargas em mictórios, além de nos garantir também a supremacia mundial em barrigas.
Com tal exposição ao álcool, ao alcance de qualquer bolsa, sem limite de horário e, sabemos nós, de idade, só espanta que os índices de alcoolismo não sejam ainda mais altos no Brasil. Mas vamos esperar.
O apagão apagou a ceia de Natal - IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
O Estado de S. Paulo - 28/12
Sobre as toalhas brancas, manchas de vinho e pingos de cera sólidos. Há velas que arderam inteiramente, outras apenas metade. A chuva e que chuva, que raios - já havia terminado, os primeiros convidados tinham chegado quando a escuridão se fez em toda a região. O computador da empresa de energia informava laconicamente momento crítico em São Paulo. Isso estávamos vendo dentro de casa.
Estávamos montando a ceia de Natal, ultimando detalhes, quando as luzes se apagaram. Sorrisos: vai voltar logo. Olhando para fora, só víamos janelas escuras, bocas negras. O vinho foi aberto. Meia hora mais tarde, veio a preocupação. E se a energia não voltar? Tinha sido uma ceia longamente preparada para Marize, nossa matriarca. A primeira dela em São Paulo. Após uma vida inteira, deixou a cidade natal e veio para a capital morar perto das filhas. Um apartamento abaixo do nosso vagou, alugamos para ela, amenizando a adaptação.
Os convidados eram familiares, parentes próximos, amigos que ela não encontrava havia muito. O clima era bom, de expectativa, cordial. Cada família levou uma coisa, durante a tarde. Assados, tenders, bolos, vinhos, refrigerantes, frutas secas. Todos, com uma exceção, a de um ex-genro, o Jorge, que chegaria à noite com o peru. Então, puf, nosso pedaço mergulhou ria obscuridade. Buzinaço, congestionamentos, apitos estridentes da CET, o caos se esparramou pelo bairro de Pinheiros.
Um telefonema pelo celular, o primeiro problema. Um dos casais, que já pâssara a marca dos 8o, ficou, em dúvida. Gomo subir 13 andares? Ambos tinham boa vontade, não tinham pernas; Outra mulher, a Rose, viera de Porto Alegre para passar junto ao filho e perto de Marize. Rose também não poderia subir. Então, a própria Marize igualmente que não subiria os 11 andares entre o apartamento dela e o nosso, era demais. Desde que ela também ultrapassou os 80; tem 81, ainda que garantaque está com 89 caiu e quebrou o fêmur, aridáré um sacrifício. Baixas se sucederam.
Assim, de repente, aquele apagão que não tem culpados (Não é Dilma? Não é Alckmin?), são os raios, as chuvas, os ventos, o destino, a incompetência ou os equipamentos apodrecendo -estilhaçou uma festa de Natal. Dividiu o grupo. Na hora foi lembrado o Muro de Berlim. Um lado, o nosso, tinha tudo, as bebidas, as comidas, os aperitivos. Era o lado ocidental. O outro, tinha apenas um peru, nada mais. A ser dividido por dez. Era o lado "comunista". Como vivi essa situação nos anos 80, quando morei naquela cidade. Esplendor de um lado, pobreza do outro. Pensamos em alguém apanhar o carro e levar umas garrafas. Mas e os semáforos apagados? A rua parada? Marize, do segundo andar, pediu: podem trazer a minha ceiá? Desceram pelas escadas, pratos e bandejas nas mãos. Os que ficaram, comiam aperitivos. A luz acendeu, ouviu-se um aaaaaahhhh em toda a parte (igúal àquele antológico "Chupa Carminha!") e um minuto depois apagou.
A árvore de Natal ficou sem iluminação, com inúteis e desconsolados cordões de luzes que os netos tinham escolhido. Comidas emfim de preparação. O que dependia de um toque final de micro-ondas ficou frio. O forno foi aceso com fósforos. Outra odisséia: quem acha fósforos numa casa, no escuro, a uma hora dessas? O tender estava pronto, assim como a maionese, restava a decoração. Para olhar o lombo sendo assado, levavam a vela à boca do forno porém a luz bruxuleante era insuficiente.
Comemos à luz de velas, tentando consolo no romantismo, trocando informações pelos celulares, cujas baterias logo pifaram. "E aí no lado comunista?", perguntávamos. Eles riam: "É, mas o lado comunista temluz. Dividimos irmãmen-. te o peru. Só que ficamos sem presentes." Como todos os anos, para evitar aquele excesso de presentes há quem dê muitos, levado pela generosidade, ocasionando um desequilíbrio combinou-se usar o velho amigo secreto. Eagora? Os que não tinham podido vir?
Uma fórmula chinesa, lembrada pela prima Liz, foi aplicada. Cada um recebe um número. O primeiro olha a pilha de pacotes, apanha o que mais lhe convém, agradecia. E assim por diante. Porém, se um dos convidados decide que prefere "roubar" de alguém que já escolheu, pode; Vai lá e seqüestra. Dessa maneira, escolhas e "roubos" se sucederam até o último. Então, pacotes foram abertos, muito homem recebeu creme de beleza (mulher adora dar), mulher recebeu cueca ou barbeadores de última geração, terminei com um ralador de queijo elétrico, providencial. Dali em diante, começaram as negociações, entre risos. Risos na escuridão. ,
As velas ameaçavam extinção, iam diminuindo. Somos uma civilização que depende da energia elétrica. De repente, a luz se fez, à meia-noite. Gritos ecoaram de todas as janelas. Marize subiu para receber abraços e presentes. Estava feliz, conversava. "Cadê o resto?", perguntou. Afinal, queria ver a amiga Rose que veio do Sul. "E a Margô, o Jorginho, o doutor Gerard, a Bia, a Beti-na, as meninas da Bia?" Estas tinham vindo dos Estados Unidos, onde moram. Pequenas decepções. Ainda teve uma hora de doces, frutas. Uma nova garrafa de vinho foi enxugada. Muitos " tinham idade para lembrar a velha comédia com Doris Day, Onde Estavas Quando as Luzes se Apagaram?.
Já que não existe política energética, nem ministro, nem responsável, ganhamos blackout no Natal e fica ; por isso. Anotamos em nossos deveres para 2013: muitas velas. Fósforos.
Lanternas e pilhas suficientes. Lampiões. Coolers cheios de gelo. Se possível, um gerador. Lembrei-me que à tarde, fazendo as derradeiras com; pras, percebi que muitos comerciantes têm um gerador ao lado do estabelecimento. Ou, no próximo ano, combinar tudo com quem tem casa térrea. Viva Lula, viva Dilma, viva Lobão, viva Alckmin, que têm helicópteros e provavelmente geradores pagos por nós. E disseram que não há apagões. Esperem até a chuva cair.
O ano em que a Justiça venceu - ROBERTO FREIRE
BRASIL ECONÔMICO - 28/12
Neste período em que tradicionalmente são feitos balanços e retrospectivas do ano que chega ao fim, o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aparece como o episódio de maior relevância.
A mais alta Corte do país condenou políticos flagrados em atos de corrupção e estabeleceu o que pode ser um novo parâmetro de conduta para os agentes públicos. Figurões do PT como José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha foram condenados à prisão.
Ficou provado que o governo comprou partidos e parlamentares em troca de apoio político e usou dinheiro público para financiar o esquema.
Dirceu, tido como braço direito do ex-presidente, foi considerado chefe de quadrilha e terá de cumprir pena em regime fechado. Como o samba de uma nota só dos governos petistas tem a marca da corrupção em moto-contínuo, antes mesmo do término do julgamento do mensalão eclodiu um novo escândalo.
O Brasil descobriu a existência de uma organização criminosa que fraudava pareceres técnicos e atuava em favor de empresas junto ao governo. A ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, nomeada por Lula e integrante de seu círculo mais íntimo, usava sua proximidade com o ex-presidente para atender aos interesses da quadrilha.
E não parou por aí. Logo depois do ‘Rosegate', eis que o operador financeiro do mensalão, Marcos Valério, volta a ocupar as manchetes com denúncias feitas em depoimento à Procuradoria Geral da República.
Segundo ele, que revelou ter sido ameaçado de morte por pessoas ligadas a Lula, o ex-presidente teria autorizado empréstimos e até recebido dinheiro do esquema para o pagamento de gastos pessoais. O empresário ainda acusou dirigentes do Banco do Brasil de terem estipulado a agências de publicidade um "pedágio" de 2% do valor dos contratos, que deveria ser repassado ao PT.
Na economia, o Brasil termina o ano com índices pífios de crescimento. No terceiro trimestre, o PIB avançou 0,6% em relação aos três meses anteriores, e o país deve fechar 2012 com expansão de menos de 1,5%, bem atrás dos outros membros do grupo dos Brics.
A herança deixada por Lula é pesada: sofremos com graves deficiências de infraestrutura, vide o setor elétrico, o sucateamento de estradas, rodovias e portos, além de um contínuo processo de desindustrialização. Para piorar, o risco de inflação já começa a se tornar preocupante.
Nas eleições, apesar do uso desenfreado da máquina em favor das candidaturas petistas, as forças de oposição ao governo saíram fortalecidas das urnas.
O PT teve uma vitória importante em São Paulo, mas nem mesmo a participação ostensiva de Dilma e Lula no palanque evitou derrotas fragorosas em outras capitais, como Salvador, Manaus, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Vitória, Teresina e Porto Alegre. Em 2013, cabe à oposição continuar exigindo os resultados que não foram entregues à população nesta metade inicial de governo.
Também é preciso cobrar dos órgãos competentes a investigação dos escândalos de corrupção que se sucedem com velocidade espantosa. Nossa missão é construir uma alternativa consistente que se contraponha ao desgastado modelo petista. O Brasil clama por um novo projeto.
Neste período em que tradicionalmente são feitos balanços e retrospectivas do ano que chega ao fim, o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aparece como o episódio de maior relevância.
A mais alta Corte do país condenou políticos flagrados em atos de corrupção e estabeleceu o que pode ser um novo parâmetro de conduta para os agentes públicos. Figurões do PT como José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha foram condenados à prisão.
Ficou provado que o governo comprou partidos e parlamentares em troca de apoio político e usou dinheiro público para financiar o esquema.
Dirceu, tido como braço direito do ex-presidente, foi considerado chefe de quadrilha e terá de cumprir pena em regime fechado. Como o samba de uma nota só dos governos petistas tem a marca da corrupção em moto-contínuo, antes mesmo do término do julgamento do mensalão eclodiu um novo escândalo.
O Brasil descobriu a existência de uma organização criminosa que fraudava pareceres técnicos e atuava em favor de empresas junto ao governo. A ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, nomeada por Lula e integrante de seu círculo mais íntimo, usava sua proximidade com o ex-presidente para atender aos interesses da quadrilha.
E não parou por aí. Logo depois do ‘Rosegate', eis que o operador financeiro do mensalão, Marcos Valério, volta a ocupar as manchetes com denúncias feitas em depoimento à Procuradoria Geral da República.
Segundo ele, que revelou ter sido ameaçado de morte por pessoas ligadas a Lula, o ex-presidente teria autorizado empréstimos e até recebido dinheiro do esquema para o pagamento de gastos pessoais. O empresário ainda acusou dirigentes do Banco do Brasil de terem estipulado a agências de publicidade um "pedágio" de 2% do valor dos contratos, que deveria ser repassado ao PT.
Na economia, o Brasil termina o ano com índices pífios de crescimento. No terceiro trimestre, o PIB avançou 0,6% em relação aos três meses anteriores, e o país deve fechar 2012 com expansão de menos de 1,5%, bem atrás dos outros membros do grupo dos Brics.
A herança deixada por Lula é pesada: sofremos com graves deficiências de infraestrutura, vide o setor elétrico, o sucateamento de estradas, rodovias e portos, além de um contínuo processo de desindustrialização. Para piorar, o risco de inflação já começa a se tornar preocupante.
Nas eleições, apesar do uso desenfreado da máquina em favor das candidaturas petistas, as forças de oposição ao governo saíram fortalecidas das urnas.
O PT teve uma vitória importante em São Paulo, mas nem mesmo a participação ostensiva de Dilma e Lula no palanque evitou derrotas fragorosas em outras capitais, como Salvador, Manaus, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Vitória, Teresina e Porto Alegre. Em 2013, cabe à oposição continuar exigindo os resultados que não foram entregues à população nesta metade inicial de governo.
Também é preciso cobrar dos órgãos competentes a investigação dos escândalos de corrupção que se sucedem com velocidade espantosa. Nossa missão é construir uma alternativa consistente que se contraponha ao desgastado modelo petista. O Brasil clama por um novo projeto.
"Ben-Hur" - FERNANDA TORRES
FOLHA DE SP - 28/12
A posição do dominante e do dominado independe de credo ou etnia. É uma questão de ocasião histórica
EU SEI que não é de bom tom gostar de Charlston Heston. Mas como controlar as impressões da infância? Amo Charlston Heston à loucura, especialmente a fase bíblica e a sua filmografia niilista, pós-Guerra Fria, comendo Soylent Green e apanhando no "Planeta dos Macacos".
Revi "Ben-Hur" com meu filho pequeno. Os olhos nórdicos de Heston contrastaram com a morenice do Crescente Fértil, seu corpo musculoso arqueou, colapsando a cabeça sobre o peito, enquanto elevava a corcova para sustentar o peso do sofrimento humano. Heston se contorce quando ama e quando odeia e se desloca em câmera lenta, como se o ar fosse feito de gelatina.
São cenas de uma dificuldade ímpar para o intérprete. Falar em pausas solenes, reagir em "big close" à notícia de que a mãe e a irmã contraíram lepra na masmorra, exibir-se em tanga acorrentado ao remo e conduzir a biga. A biga! Quem da Royal Shakespeare Company comandaria os cavalos com a dramaticidade de Heston?
A representação mais poética que o cinema já produziu do mito da caverna de Platão está em "Ben-Hur". Do fundo escuro da gruta dos leprosos, uma gigantesca boca negra exibe uma paisagem ao sol, estática, como nuvem, em contraste com o breu da cova. A mãe leprosa balbucia um "tenho medo", enquanto a futura nora a leva em direção ao luminoso Paraíso. "O mundo é muito mais do que se vê", assegura Esther.
Chorei e emendei com "Os Dez Mandamentos", onde o saiote egípcio e a peruca em tufo lateral não ajudam o ianque. Yul Bryner leva vantagem em trajes típicos. Mas o anacronismo vai além das vestes.
As convicções pessoais do astro contradizem o discurso misericordioso de seus personagens. A águia romana fez ninho na América e Heston, bélico e republicano, encarna seu poderio. Ele é mais alto, mais forte e atlético do que todos os figurantes a quem chama de sua gente.
Após o fim da Segunda Guerra, os americanos foram elevados à condição de escolhidos de Deus.
Heston encarna Judá, o príncipe hebreu, com a convicção de que representa o bem e a justiça. Mas a mesma potência que ajudou a derrotar Hitler arrasou Hiroshima com a determinação das Legiões e, depois, exportou o "american way of life" à maneira de Roma.
Em "A Vida de Brian", obra prima dos Monty Python, radicais palestinos debatem sobre a vilania do Império de César. O que Roma nos deu? Indaga um revolucionário.
Estradas, responde alguém. E aquedutos! Mais outro. A arquitetura! Saneamento básico, educação e progresso! A arte e os banhos! A lista não tem fim.
O movimento sionista, fundado para dar um ponto final às perseguições milenares às juderias, recebeu o apoio de homens como o barão de Rothschild, cujas doações à causa arremataram 125 mil acres de terra prometida.
Israel trouxe desenvolvimento e riqueza para a região, mas também segregação, injustiça, insatisfação e revolta. É o enredo de "Ben-Hur" só que ligeiramente fora de ordem, com os judeus no papel de romanos e os árabes no papel de judeus. É estranhíssimo.
A maior afronta do mundo árabe, segundo Hany Abu Assad, meu amigo palestino de Nazaré, é resistir ao consumismo imposto pelo Ocidente. Sua postura é similar à de Ben-Hur perante Messala, que recusa a exigência do tribuno de se transformar em romano. Hany diz que a burca é uma bênção para as mulheres feias e provoca afirmando que a escravidão da eterna juventude, pregada pela Max Factor, é um mal igualmente deplorável.
E ainda lança uma profecia digna das Sete Pragas do Egito: as catástrofes naturais obrigarão o homem a retornar à sua origem primitiva, na qual pastores, agricultores e artesãos resistirão às vacas magras enquanto os que sucumbiram à luxúria da modernidade, não.
Dá o que pensar. Eu, por preconceito gerado pelo fato de os muçulmanos não se parecerem comigo, acreditei que o terno bem cortado de Bashar-al-Assad e o Louboutin de sua esposa seriam garantias de civilidade, mas sua elegância inglesa foi proporcional à ferocidade.
A posição do senhor e do escravo, do dominante e do dominado, independe de credo ou etnia. É tudo uma questão de ocasião histórica. Basta ver "Ben-Hur" com a perspectiva dos últimos 50 anos.
A posição do dominante e do dominado independe de credo ou etnia. É uma questão de ocasião histórica
EU SEI que não é de bom tom gostar de Charlston Heston. Mas como controlar as impressões da infância? Amo Charlston Heston à loucura, especialmente a fase bíblica e a sua filmografia niilista, pós-Guerra Fria, comendo Soylent Green e apanhando no "Planeta dos Macacos".
Revi "Ben-Hur" com meu filho pequeno. Os olhos nórdicos de Heston contrastaram com a morenice do Crescente Fértil, seu corpo musculoso arqueou, colapsando a cabeça sobre o peito, enquanto elevava a corcova para sustentar o peso do sofrimento humano. Heston se contorce quando ama e quando odeia e se desloca em câmera lenta, como se o ar fosse feito de gelatina.
São cenas de uma dificuldade ímpar para o intérprete. Falar em pausas solenes, reagir em "big close" à notícia de que a mãe e a irmã contraíram lepra na masmorra, exibir-se em tanga acorrentado ao remo e conduzir a biga. A biga! Quem da Royal Shakespeare Company comandaria os cavalos com a dramaticidade de Heston?
A representação mais poética que o cinema já produziu do mito da caverna de Platão está em "Ben-Hur". Do fundo escuro da gruta dos leprosos, uma gigantesca boca negra exibe uma paisagem ao sol, estática, como nuvem, em contraste com o breu da cova. A mãe leprosa balbucia um "tenho medo", enquanto a futura nora a leva em direção ao luminoso Paraíso. "O mundo é muito mais do que se vê", assegura Esther.
Chorei e emendei com "Os Dez Mandamentos", onde o saiote egípcio e a peruca em tufo lateral não ajudam o ianque. Yul Bryner leva vantagem em trajes típicos. Mas o anacronismo vai além das vestes.
As convicções pessoais do astro contradizem o discurso misericordioso de seus personagens. A águia romana fez ninho na América e Heston, bélico e republicano, encarna seu poderio. Ele é mais alto, mais forte e atlético do que todos os figurantes a quem chama de sua gente.
Após o fim da Segunda Guerra, os americanos foram elevados à condição de escolhidos de Deus.
Heston encarna Judá, o príncipe hebreu, com a convicção de que representa o bem e a justiça. Mas a mesma potência que ajudou a derrotar Hitler arrasou Hiroshima com a determinação das Legiões e, depois, exportou o "american way of life" à maneira de Roma.
Em "A Vida de Brian", obra prima dos Monty Python, radicais palestinos debatem sobre a vilania do Império de César. O que Roma nos deu? Indaga um revolucionário.
Estradas, responde alguém. E aquedutos! Mais outro. A arquitetura! Saneamento básico, educação e progresso! A arte e os banhos! A lista não tem fim.
O movimento sionista, fundado para dar um ponto final às perseguições milenares às juderias, recebeu o apoio de homens como o barão de Rothschild, cujas doações à causa arremataram 125 mil acres de terra prometida.
Israel trouxe desenvolvimento e riqueza para a região, mas também segregação, injustiça, insatisfação e revolta. É o enredo de "Ben-Hur" só que ligeiramente fora de ordem, com os judeus no papel de romanos e os árabes no papel de judeus. É estranhíssimo.
A maior afronta do mundo árabe, segundo Hany Abu Assad, meu amigo palestino de Nazaré, é resistir ao consumismo imposto pelo Ocidente. Sua postura é similar à de Ben-Hur perante Messala, que recusa a exigência do tribuno de se transformar em romano. Hany diz que a burca é uma bênção para as mulheres feias e provoca afirmando que a escravidão da eterna juventude, pregada pela Max Factor, é um mal igualmente deplorável.
E ainda lança uma profecia digna das Sete Pragas do Egito: as catástrofes naturais obrigarão o homem a retornar à sua origem primitiva, na qual pastores, agricultores e artesãos resistirão às vacas magras enquanto os que sucumbiram à luxúria da modernidade, não.
Dá o que pensar. Eu, por preconceito gerado pelo fato de os muçulmanos não se parecerem comigo, acreditei que o terno bem cortado de Bashar-al-Assad e o Louboutin de sua esposa seriam garantias de civilidade, mas sua elegância inglesa foi proporcional à ferocidade.
A posição do senhor e do escravo, do dominante e do dominado, independe de credo ou etnia. É tudo uma questão de ocasião histórica. Basta ver "Ben-Hur" com a perspectiva dos últimos 50 anos.
Saques na Argentina - EDITORIAL O ESTADÃO
O Estado de S. Paulo - 28/12
O Natal não foi nada festivo na Argentina. Uma onda de 300 saques varreu 40 cidades do país, deixando quatro mortos pelo caminho e reavivando a lembrança de um outro dezembro, o de 2001, quando cenas semelhantes precipitaram a queda do presidente Fernando de la Rúa. Na época, os argentinos viviam uma crise econômica que marcaria profundamente sua história recente. O cenário atual não é o mesmo, ainda que o governo de Cristina Kirchner usualmente torture os índices para que eles digam o que lhe interessa, mas o fato é que a situação, de desconfortável, passou a ser perigosa para a presidente argentina. Tanto é assim que Cristina passou vários dias sem se pronunciar sobre os trágicos eventos - logo ela, que gosta tanto de falar. Antes de enfrentar ela mesma o problema, preferiu deixar a seus auxiliares a tarefa de, como sempre, apontar o dedo para líderes sindicais, acusando-os, sem provas, de "quebrar o momento de alegria e descanso do povo argentino".
Cristina jamais admitirá que os saques podem ter sido resultado da pobreza persistente em várias partes da Argentina, pois seria admitir que a decantada redistribuição de riqueza na última década não tem a dimensão que o governo alardeia, senão como fruto de estatísticas distorcidas. As imagens dos saques deixam claro: não eram militantes sindicais os que partiram para a violência, mas os indigentes e os marginalizados, que mal aparecem nas planilhas fabricadas pelo governo. Não se pode ignorar que os dirigentes sindicais Hugo Moyano e Pablo Micheli, que até pouco tempo atrás eram aliados do kirchnerismo e que foram marginalizados por Cristina, certamente têm muito interesse na desmoralização do governo, mas é sintomático que a Casa Rosada aponte suas baterias contra esses adversários, acusando-os de incitar os saques, poucos dias depois que esses sindicalistas, demonstrando rara unidade política, promoveram grandes mobilizações populares e greves.
O padrão do governo de Cristina, que agora se repete, é jamais assumir qualquer responsabilidade pelos problemas do país, atribuindo-os sempre a terceiros, como se houvesse uma conspiração permanente. Além dos sindicalistas, a culpa geralmente recai sobre a imprensa e o Judiciário. Para os governistas, a oposição não é capaz de discutir "democraticamente" e apela para a violência. No entanto, quando Moyano estava do lado do governo e mandou que seu sindicato de caminhoneiros bloqueasse a distribuição dos jornais Clarín e La Nadón, que são críticos do governo de Cristina, ninguém na Casa Rosada se queixou; afinal, Moyano era então um brucutu oficialista.
O fato é que, passados mais de dez anos de kirchnerismo, os pobres argentinos parecem ter se cansado de alimentar-se de discursos e de estatísticas fajutas. A oportunidade política apareceu a seus adversários porque Cristina foi incapaz de enfrentar os crescentes problemas. Menos de 30% dos argentinos agora declaram apoio à presidente, um porcentual muito distante dos 54% de votos que ela obteve quando se reelegeu, em outubro de 2011. A corrosão de sua popularidade é diretamente proporcional aos indicadores da crise. O desemprego, de quase 89%, é o mais alto dos 7 últimos dois anos, e a perspectiva de abertura de vagas é pouco animadora, uma vez que a economia está estagnada. Além disso, os argentinos vêm sentindo no bolso aquilo que o governo tenta esconder, isto é, uma inflação de até 30% ao ano.
Mesmo nas cordas, porém, Cristina mantém o estilo truculento. O último ato foi a ordem para que a Sociedade Rural Argentina (SRA) desocupasse o edifício que utiliza como centro de convenções desde 1875. A justificativa é uma suposta dívida que a SRA tem em relação ao terreno, que a entidade nega. Segundo a SRA, o governo não poderia ordenar a desocupação sem que a Justiça aprecie o caso. Como resposta, os ruralistas promoveram um locaute de 24 horas, deixando de comercializar gado, e acusaram Cristina de "confisco". Mais uma vez, e agora sem qualquer recurso à Justiça, a presidente argentina recorre a instrumentos de força como meio de vingança política.
O Natal não foi nada festivo na Argentina. Uma onda de 300 saques varreu 40 cidades do país, deixando quatro mortos pelo caminho e reavivando a lembrança de um outro dezembro, o de 2001, quando cenas semelhantes precipitaram a queda do presidente Fernando de la Rúa. Na época, os argentinos viviam uma crise econômica que marcaria profundamente sua história recente. O cenário atual não é o mesmo, ainda que o governo de Cristina Kirchner usualmente torture os índices para que eles digam o que lhe interessa, mas o fato é que a situação, de desconfortável, passou a ser perigosa para a presidente argentina. Tanto é assim que Cristina passou vários dias sem se pronunciar sobre os trágicos eventos - logo ela, que gosta tanto de falar. Antes de enfrentar ela mesma o problema, preferiu deixar a seus auxiliares a tarefa de, como sempre, apontar o dedo para líderes sindicais, acusando-os, sem provas, de "quebrar o momento de alegria e descanso do povo argentino".
Cristina jamais admitirá que os saques podem ter sido resultado da pobreza persistente em várias partes da Argentina, pois seria admitir que a decantada redistribuição de riqueza na última década não tem a dimensão que o governo alardeia, senão como fruto de estatísticas distorcidas. As imagens dos saques deixam claro: não eram militantes sindicais os que partiram para a violência, mas os indigentes e os marginalizados, que mal aparecem nas planilhas fabricadas pelo governo. Não se pode ignorar que os dirigentes sindicais Hugo Moyano e Pablo Micheli, que até pouco tempo atrás eram aliados do kirchnerismo e que foram marginalizados por Cristina, certamente têm muito interesse na desmoralização do governo, mas é sintomático que a Casa Rosada aponte suas baterias contra esses adversários, acusando-os de incitar os saques, poucos dias depois que esses sindicalistas, demonstrando rara unidade política, promoveram grandes mobilizações populares e greves.
O padrão do governo de Cristina, que agora se repete, é jamais assumir qualquer responsabilidade pelos problemas do país, atribuindo-os sempre a terceiros, como se houvesse uma conspiração permanente. Além dos sindicalistas, a culpa geralmente recai sobre a imprensa e o Judiciário. Para os governistas, a oposição não é capaz de discutir "democraticamente" e apela para a violência. No entanto, quando Moyano estava do lado do governo e mandou que seu sindicato de caminhoneiros bloqueasse a distribuição dos jornais Clarín e La Nadón, que são críticos do governo de Cristina, ninguém na Casa Rosada se queixou; afinal, Moyano era então um brucutu oficialista.
O fato é que, passados mais de dez anos de kirchnerismo, os pobres argentinos parecem ter se cansado de alimentar-se de discursos e de estatísticas fajutas. A oportunidade política apareceu a seus adversários porque Cristina foi incapaz de enfrentar os crescentes problemas. Menos de 30% dos argentinos agora declaram apoio à presidente, um porcentual muito distante dos 54% de votos que ela obteve quando se reelegeu, em outubro de 2011. A corrosão de sua popularidade é diretamente proporcional aos indicadores da crise. O desemprego, de quase 89%, é o mais alto dos 7 últimos dois anos, e a perspectiva de abertura de vagas é pouco animadora, uma vez que a economia está estagnada. Além disso, os argentinos vêm sentindo no bolso aquilo que o governo tenta esconder, isto é, uma inflação de até 30% ao ano.
Mesmo nas cordas, porém, Cristina mantém o estilo truculento. O último ato foi a ordem para que a Sociedade Rural Argentina (SRA) desocupasse o edifício que utiliza como centro de convenções desde 1875. A justificativa é uma suposta dívida que a SRA tem em relação ao terreno, que a entidade nega. Segundo a SRA, o governo não poderia ordenar a desocupação sem que a Justiça aprecie o caso. Como resposta, os ruralistas promoveram um locaute de 24 horas, deixando de comercializar gado, e acusaram Cristina de "confisco". Mais uma vez, e agora sem qualquer recurso à Justiça, a presidente argentina recorre a instrumentos de força como meio de vingança política.
Do fundo do baú - LUIZ PAULO HORTA
O GLOBO - 28/12
Além lado afetivo, há outro: a carta como documento histórico, literário, ou sociológico. As pessoas vão guardar e-mails? É uma coisa mais precária, e a pressa da vida moderna conspira contra isso
Eu tenho uma amiga que, todos os anos, me enviava um belo cartão de Natal, às vezes desenhado por ela. Este ano, em vez de cartão, chegou uma gentil mensagem eletrônica. Eu entendo, ficou mais fácil. E dessa maneira, você manda para quantas pessoas quiser. Mas não há comparação entre um cartão (que você custa a jogar fora) e uma mensagem eletrônica.
Isso ainda é mais verdade para essa maravilhosa forma de comunicação que é a carta. É difícil imaginar o que a carta representa na história da humanidade. Primeiro, como laço afetivo. Certo, pode-se pôr sentimento numa mensagem eletrônica. Mas ela tem um caráter menos pessoal que uma carta. Recebendo a carta, você sabia que era só para você. Que uma determinada pessoa, num cantinho do universo, sentou-se numa mesa, escolheu papel, uma caneta, e começou a escrever para você. A emoção podia começar na caixa do correio — pelo formato do envelope, pela letra que você conhecia.
Isso pelo lado afetivo. Havia outro, enorme: a carta como documento histórico, ou literário, ou sociológico. Aqui no Brasil, começou com a carta de Pero Vaz, o primeiro documento da nacionalidade. Pouquíssimo tempo depois, as cartas do padre Manoel da Nóbrega prestam informações preciosas sobre um país recém-nascido.
Não há nenhuma certeza de que as pessoas vão guardar e-mails. É uma coisa mais precária, e a própria pressa da vida moderna conspira contra isso. Assim, talvez deixem de se repetir coisas como:
1) As cartas de São Paulo, básicas para a história do cristianismo.
2) Dois conjuntos de cartas romanas: as de Cícero e as de Sêneca, que, sozinhas, garantiriam um conhecimento quase íntimo de uma época grandiosa. As de Cícero, mais pictóricas, tecidas com as histórias do dia a dia. As de Sêneca, o retrato de um filósofo que foi o Montaigne dos romanos.
3) As cartas de Fénelon. Esse grande bispo francês foi um incomparável diretor de consciências na França de Luís XIV. Sua correspondência é uma combinação única de beleza literária e finura espiritual.
4) As cartas de Flaubert, talvez a sua obra-prima (tenho uma preciosa edição francesa em sete volumes). O caso de Flaubert é um bom exemplo. Como ele vivia isolado, totalmente dedicado aos seus (poucos) romances, a carta era o seu meio de comunicação com o mundo. Sendo ele o escritor que era, surgiram maravilhas literárias. Mas o tom é absolutamente íntimo. Não vai muito bem com a eletrônica.
5) A correspondência entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco. Este é um tesouro bem nosso. Nabuco era dez anos mais moço que Machado, e foi seu parceiro na formação e consolidação da Academia Brasileira de Letras. Para além do puramente literário, o que essas cartas revelam é o encontro, o diálogo, entre dois espíritos supriores. Tem o sabor de um velho vinho do Porto.
A lista poderia ir longe. Na literatura romântica, por exemplo, as cartas de amor entre Elizabeth Barrett Browning e seu futuro marido Robert Browning, todos dois grandes poetas. No século XX, as cartas que tanto enriquecem a estante kafkiana. Sem serem famosas, as cartas de Thomas Mann são um dos melhores meios de aprofundar o conhecimento desse grande romancista alemão.
Isto não é para ser um exercício de saudosismo. Cada época tem suas coisas boas — ou más. Normalmente, nesses casos, ganha-se por um lado e perde-se pelo outro. O ideal é quando se pode conservar tudo — ou quase tudo.
Foi o que aconteceu com a música. Houve um momento (começo do século XIX) em que o piano pareceu desbancar definitivamente o cravo. Antes que chegasse o piano moderno, houve o pianoforte, de som mais suave, que até Mozart preferiu usar, em seus concertos com piano. E o cravo sumiu, ou quase. Até que, já em pleno século XX, uma polonesa chamada Wanda Landowska conseguiu mostrar que, para um certo repertório, o cravo era definitivamente mais recomendável que o piano. E assim tivemos versões modernas (e fascinantes) das sonatas de Scarlatti, e do “Cravo bem Temperado”, de Bach.
Hoje, você tem todos os meios possíveis e imagináveis de transmissão do som. Você adapta um plug ao ouvido e se desliga do mundo. Mas os nossos antepassados também tinham prazeres bem sofisticados. Minha avô paterna, quando jovem, morava numa fazenda de café perto de São João del Rey. Ela e uma irmã mais velha tocavam piano — um belo piano de cauda; e uma vez por mês, recebiam a visita de um professor alemão, que chegava em lombo de burro e trazia um violoncelo na garupa. Havia a aula tradicional; e, depois, professor e alunas aplicavam-se a algum trecho de música de câmara. Tenho certeza que Beethoven — sempre no repertório — devia soar de um modo muito raro nesse serões da fazenda, cercados de imensos silêncios.
Além lado afetivo, há outro: a carta como documento histórico, literário, ou sociológico. As pessoas vão guardar e-mails? É uma coisa mais precária, e a pressa da vida moderna conspira contra isso
Eu tenho uma amiga que, todos os anos, me enviava um belo cartão de Natal, às vezes desenhado por ela. Este ano, em vez de cartão, chegou uma gentil mensagem eletrônica. Eu entendo, ficou mais fácil. E dessa maneira, você manda para quantas pessoas quiser. Mas não há comparação entre um cartão (que você custa a jogar fora) e uma mensagem eletrônica.
Isso ainda é mais verdade para essa maravilhosa forma de comunicação que é a carta. É difícil imaginar o que a carta representa na história da humanidade. Primeiro, como laço afetivo. Certo, pode-se pôr sentimento numa mensagem eletrônica. Mas ela tem um caráter menos pessoal que uma carta. Recebendo a carta, você sabia que era só para você. Que uma determinada pessoa, num cantinho do universo, sentou-se numa mesa, escolheu papel, uma caneta, e começou a escrever para você. A emoção podia começar na caixa do correio — pelo formato do envelope, pela letra que você conhecia.
Isso pelo lado afetivo. Havia outro, enorme: a carta como documento histórico, ou literário, ou sociológico. Aqui no Brasil, começou com a carta de Pero Vaz, o primeiro documento da nacionalidade. Pouquíssimo tempo depois, as cartas do padre Manoel da Nóbrega prestam informações preciosas sobre um país recém-nascido.
Não há nenhuma certeza de que as pessoas vão guardar e-mails. É uma coisa mais precária, e a própria pressa da vida moderna conspira contra isso. Assim, talvez deixem de se repetir coisas como:
1) As cartas de São Paulo, básicas para a história do cristianismo.
2) Dois conjuntos de cartas romanas: as de Cícero e as de Sêneca, que, sozinhas, garantiriam um conhecimento quase íntimo de uma época grandiosa. As de Cícero, mais pictóricas, tecidas com as histórias do dia a dia. As de Sêneca, o retrato de um filósofo que foi o Montaigne dos romanos.
3) As cartas de Fénelon. Esse grande bispo francês foi um incomparável diretor de consciências na França de Luís XIV. Sua correspondência é uma combinação única de beleza literária e finura espiritual.
4) As cartas de Flaubert, talvez a sua obra-prima (tenho uma preciosa edição francesa em sete volumes). O caso de Flaubert é um bom exemplo. Como ele vivia isolado, totalmente dedicado aos seus (poucos) romances, a carta era o seu meio de comunicação com o mundo. Sendo ele o escritor que era, surgiram maravilhas literárias. Mas o tom é absolutamente íntimo. Não vai muito bem com a eletrônica.
5) A correspondência entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco. Este é um tesouro bem nosso. Nabuco era dez anos mais moço que Machado, e foi seu parceiro na formação e consolidação da Academia Brasileira de Letras. Para além do puramente literário, o que essas cartas revelam é o encontro, o diálogo, entre dois espíritos supriores. Tem o sabor de um velho vinho do Porto.
A lista poderia ir longe. Na literatura romântica, por exemplo, as cartas de amor entre Elizabeth Barrett Browning e seu futuro marido Robert Browning, todos dois grandes poetas. No século XX, as cartas que tanto enriquecem a estante kafkiana. Sem serem famosas, as cartas de Thomas Mann são um dos melhores meios de aprofundar o conhecimento desse grande romancista alemão.
Isto não é para ser um exercício de saudosismo. Cada época tem suas coisas boas — ou más. Normalmente, nesses casos, ganha-se por um lado e perde-se pelo outro. O ideal é quando se pode conservar tudo — ou quase tudo.
Foi o que aconteceu com a música. Houve um momento (começo do século XIX) em que o piano pareceu desbancar definitivamente o cravo. Antes que chegasse o piano moderno, houve o pianoforte, de som mais suave, que até Mozart preferiu usar, em seus concertos com piano. E o cravo sumiu, ou quase. Até que, já em pleno século XX, uma polonesa chamada Wanda Landowska conseguiu mostrar que, para um certo repertório, o cravo era definitivamente mais recomendável que o piano. E assim tivemos versões modernas (e fascinantes) das sonatas de Scarlatti, e do “Cravo bem Temperado”, de Bach.
Hoje, você tem todos os meios possíveis e imagináveis de transmissão do som. Você adapta um plug ao ouvido e se desliga do mundo. Mas os nossos antepassados também tinham prazeres bem sofisticados. Minha avô paterna, quando jovem, morava numa fazenda de café perto de São João del Rey. Ela e uma irmã mais velha tocavam piano — um belo piano de cauda; e uma vez por mês, recebiam a visita de um professor alemão, que chegava em lombo de burro e trazia um violoncelo na garupa. Havia a aula tradicional; e, depois, professor e alunas aplicavam-se a algum trecho de música de câmara. Tenho certeza que Beethoven — sempre no repertório — devia soar de um modo muito raro nesse serões da fazenda, cercados de imensos silêncios.
Falta uma política de comércio exterior no Brasil - EDITORIAL O ESTADÃO
O Estado de S. Paulo - 28/12
Com um comércio internacional reduzido, em parte por falta de uma política para essa área, o Brasil tem um superávit na balança comercial muito concentrado e que vem se reduzindo nos últimos anos.
De fato, o superávit da balança comercial, que chegou a US$ 25,99 bilhões nos 11 primeiros meses de 2011, caiu neste ano para US$ 17,1 bilhões, uma redução de 33,9%, com as exportações acusando queda de 4,7% e as importações, de apenas 1,1%.
O que importa são o número reduzido de países com os quais temos superávit e, mais ainda, a tendência que se verifica de redução do superávit. No ano passado, o maior superávit foi com a América Latina e o Caribe, de US$ 17,2 bilhões, que caiu neste ano para US$ 11,3 bilhões, um recuo de 35,4%. No Mercosul, que deveria ser a área de maior vigor do nosso comércio, houve queda de 55,9% do superávit, e a maior responsável é a Argentina, onde a queda do superávit brasileiro foi de 66,6%.
É bem conhecida a política protecionista argentina, que nosso governo aceita pacificamente, desconsiderando a redução de 21,2% de nossas exportações para este país. Enquanto a Argentina conta com mais de 50% das nossas exportações para os países do Mercosul, o México tem uma participação insignificante nas exportações do Brasil, embora o crescimento do seu PIB seja muito superior ao do nosso.
A participação dos países asiáticos no nosso comércio externo é importante, apesar do nosso superávit com eles ter caído 17,2%, por causa da queda do superávit com a China, em grande parte em razão do preço do minério que se reduziu em 36,6%.
Infelizmente, exportamos para este país apenas commodities, enquanto importamos da China produtos manufaturados.
Não há dúvida de que, atualmente, nossos mais dinâmicos parceiros são países subdesenvolvidos e emergentes. O que nos falta é poder oferecer- lhes produtos manufaturados mais sofisticados e de maior densidade tecnológica. Naturalmente, não podemos condenar o protecionismo quando estamos exportando e praticá-lo quando importamos. Uma maior abertura de nossa economia seguramente permitiria um aumento de nossa exportações.
Enquanto nosso superávit comercial com a União Europeia caiu, neste ano, 20,3%, em razão da retração econômica, com os Estados Unidos continuamos a ter déficit, embora se reduzindo de 57,1%. É de esperar que voltaremos a ter um superávit com este país.
Atacado e varejo
Esse número é importante por ser muito usado para corrigir aluguéis (residenciais e comerciais) e operações do sistema financeiro. O maior problema do IGP-M é carregar alta
dose (60%) de preços no atacado. Por isso, nem sempre é o mais adequado para corrigir valores atrelados à cesta do custo de vida. Em todo o caso, em pouco tempo os preços praticados no atacado tendem a se transferir também ao varejo.
Com um comércio internacional reduzido, em parte por falta de uma política para essa área, o Brasil tem um superávit na balança comercial muito concentrado e que vem se reduzindo nos últimos anos.
De fato, o superávit da balança comercial, que chegou a US$ 25,99 bilhões nos 11 primeiros meses de 2011, caiu neste ano para US$ 17,1 bilhões, uma redução de 33,9%, com as exportações acusando queda de 4,7% e as importações, de apenas 1,1%.
O que importa são o número reduzido de países com os quais temos superávit e, mais ainda, a tendência que se verifica de redução do superávit. No ano passado, o maior superávit foi com a América Latina e o Caribe, de US$ 17,2 bilhões, que caiu neste ano para US$ 11,3 bilhões, um recuo de 35,4%. No Mercosul, que deveria ser a área de maior vigor do nosso comércio, houve queda de 55,9% do superávit, e a maior responsável é a Argentina, onde a queda do superávit brasileiro foi de 66,6%.
É bem conhecida a política protecionista argentina, que nosso governo aceita pacificamente, desconsiderando a redução de 21,2% de nossas exportações para este país. Enquanto a Argentina conta com mais de 50% das nossas exportações para os países do Mercosul, o México tem uma participação insignificante nas exportações do Brasil, embora o crescimento do seu PIB seja muito superior ao do nosso.
A participação dos países asiáticos no nosso comércio externo é importante, apesar do nosso superávit com eles ter caído 17,2%, por causa da queda do superávit com a China, em grande parte em razão do preço do minério que se reduziu em 36,6%.
Infelizmente, exportamos para este país apenas commodities, enquanto importamos da China produtos manufaturados.
Não há dúvida de que, atualmente, nossos mais dinâmicos parceiros são países subdesenvolvidos e emergentes. O que nos falta é poder oferecer- lhes produtos manufaturados mais sofisticados e de maior densidade tecnológica. Naturalmente, não podemos condenar o protecionismo quando estamos exportando e praticá-lo quando importamos. Uma maior abertura de nossa economia seguramente permitiria um aumento de nossa exportações.
Enquanto nosso superávit comercial com a União Europeia caiu, neste ano, 20,3%, em razão da retração econômica, com os Estados Unidos continuamos a ter déficit, embora se reduzindo de 57,1%. É de esperar que voltaremos a ter um superávit com este país.
Atacado e varejo
Esse número é importante por ser muito usado para corrigir aluguéis (residenciais e comerciais) e operações do sistema financeiro. O maior problema do IGP-M é carregar alta
dose (60%) de preços no atacado. Por isso, nem sempre é o mais adequado para corrigir valores atrelados à cesta do custo de vida. Em todo o caso, em pouco tempo os preços praticados no atacado tendem a se transferir também ao varejo.
Um golpe de mestre - OTÁVIO BRAVO
O GLOBO - 28/12
Até sair o acórdão do STF sobre o mensalão, Congresso terá condenados atuando em plenário e nas comissões
O ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, pode ter vários defeitos, mas de bobo ele não tem nada. Com a decisão de negar-se a decretar a prisão imediata dos condenados no julgamento do mensalão, ele consegue, de uma tacada só, atingir seis objetivos:
1. Esvazia (ainda que em aparência) o discurso de parcialidade do julgamento, exaustivamente repetido pelos críticos da condenação;
2. Reafirma a credibilidade do STF junto à opinião pública, pois se ele deixasse a decisão para qualquer outro ministro (ou mesmo para o plenário) choveriam críticas em caso da ausência de decretação imediata da prisão (como "herói nacional’,’ Barbosa é o único ministro do Supremo acima do bem ou do mal; isso é fato, ainda que não seja salutar para as instituições);
3. Impede uma crise institucional mais séria, que já se desenhava nos últimos dias, com ameaças de cassação de ministro do STF, por parte do presidente da Câmara, e de processo por prevaricação de deputado, por parte de ministros do Supremo;
4. Não se arrisca à utilização da prisão imediata como jogada de mídia por parte dos acusados (publicou-se, há alguns dias, que alguns dos acusados, se presos, exigiriam ser algemados e fotografados, em óbvia vitimização);
5. Impede o desgaste de — uma vez mais — ser obrigado a justificar eventual mudança jurisprudencial do STF;
6. Deixa o problema da questão dos mandatos dos parlamentares nas mãos do Congresso. Negar a prisão, nesse momento, significa rejeitar a execução imediata da decisão condenatória do STF. Assim, a cassação efetiva dos mandatos também só se dará após o trânsito em julgado do acórdão (ou seja, depois de interpostos os recursos — embargos declaratórios — por parte dos condenados). Ou seja, até lá o desgaste de ter membros condenados por corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha é do Congresso. E o STF ainda pode tripudiar: "Se vocês acham que a competência para cassar é de vocês, por que não promovem (ou tentam promover, já que a votação é secreta) a cassação dos parlamentares condenados, nos termos regimentais? Ou preferem assistir passivamente à atuação, em plenário e em comissões (como a de Constituição e Justiça), de congressistas condenados criminalmente por corrupção, peculato etc...?’
Qualquer pessoa pode expressar restrições pontuais à atuação do ministro Barbosa (inclusive sobre sua conduta no caso do mensalão, embora tais restrições não correspondam, por evidente, a acreditar na inocência dos acusados). Sua postura, em julgamentos passados, mostrou-se, por diversas vezes, excessivamente draconiana e parece óbvio que a convivência com ele, em plenário e fora dele, deve ser dificílima.
Mas essa decisão, independentemente do mérito da condenação (até porque, nesse aspecto, Inês já é morta, velada e enterrada, ou seja, o caso está encerrado), foi, antes de tudo, uma prova de inteligência. Verdadeiro golpe de mestre.
Até sair o acórdão do STF sobre o mensalão, Congresso terá condenados atuando em plenário e nas comissões
O ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, pode ter vários defeitos, mas de bobo ele não tem nada. Com a decisão de negar-se a decretar a prisão imediata dos condenados no julgamento do mensalão, ele consegue, de uma tacada só, atingir seis objetivos:
1. Esvazia (ainda que em aparência) o discurso de parcialidade do julgamento, exaustivamente repetido pelos críticos da condenação;
2. Reafirma a credibilidade do STF junto à opinião pública, pois se ele deixasse a decisão para qualquer outro ministro (ou mesmo para o plenário) choveriam críticas em caso da ausência de decretação imediata da prisão (como "herói nacional’,’ Barbosa é o único ministro do Supremo acima do bem ou do mal; isso é fato, ainda que não seja salutar para as instituições);
3. Impede uma crise institucional mais séria, que já se desenhava nos últimos dias, com ameaças de cassação de ministro do STF, por parte do presidente da Câmara, e de processo por prevaricação de deputado, por parte de ministros do Supremo;
4. Não se arrisca à utilização da prisão imediata como jogada de mídia por parte dos acusados (publicou-se, há alguns dias, que alguns dos acusados, se presos, exigiriam ser algemados e fotografados, em óbvia vitimização);
5. Impede o desgaste de — uma vez mais — ser obrigado a justificar eventual mudança jurisprudencial do STF;
6. Deixa o problema da questão dos mandatos dos parlamentares nas mãos do Congresso. Negar a prisão, nesse momento, significa rejeitar a execução imediata da decisão condenatória do STF. Assim, a cassação efetiva dos mandatos também só se dará após o trânsito em julgado do acórdão (ou seja, depois de interpostos os recursos — embargos declaratórios — por parte dos condenados). Ou seja, até lá o desgaste de ter membros condenados por corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha é do Congresso. E o STF ainda pode tripudiar: "Se vocês acham que a competência para cassar é de vocês, por que não promovem (ou tentam promover, já que a votação é secreta) a cassação dos parlamentares condenados, nos termos regimentais? Ou preferem assistir passivamente à atuação, em plenário e em comissões (como a de Constituição e Justiça), de congressistas condenados criminalmente por corrupção, peculato etc...?’
Qualquer pessoa pode expressar restrições pontuais à atuação do ministro Barbosa (inclusive sobre sua conduta no caso do mensalão, embora tais restrições não correspondam, por evidente, a acreditar na inocência dos acusados). Sua postura, em julgamentos passados, mostrou-se, por diversas vezes, excessivamente draconiana e parece óbvio que a convivência com ele, em plenário e fora dele, deve ser dificílima.
Mas essa decisão, independentemente do mérito da condenação (até porque, nesse aspecto, Inês já é morta, velada e enterrada, ou seja, o caso está encerrado), foi, antes de tudo, uma prova de inteligência. Verdadeiro golpe de mestre.
Estupidez por inteiro - HÉLIO SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP - 28/12
SÃO PAULO - O Brasil, como se sabe, coleciona muitas normas estúpidas, mas nenhuma, a meu ver, supera o instituto da meia-entrada para estudantes. O caso é emblemático porque transborda de erros desde a concepção até a execução.
Para começar, a meia-entrada suprime os mecanismos do livre mercado numa das áreas, o lazer, onde funcionam bem, sem necessitar de nenhuma ingerência estatal, além das inspeções do Corpo de Bombeiros. Empresários do setor têm todo interesse em manter as casas cheias, para o que o fator preço é determinante.
No nível pedagógico, a meia irradia ilusões nefastas. Ela dá a impressão de que basta aprovar uma lei para criar direitos. É claro que não é assim. Para fechar as contas, os empresários aumentam o valor da entrada inteira -e, por tabela, o da meia. O saldo líquido é que fica mais difícil calcular custos (nunca se sabe qual porcentagem de meias será vendida) e o cidadão que não é estudante nem idoso (a meia foi estendida para esse grupo) paga um preço extorsivo.
Ainda que fosse desejável distribuir subsídios na área de lazer, a meia estudantil é um jeito burro de fazê-lo. O grupo proporcionalmente mais beneficiado é dos filhos da classe média alta, que vai com mais frequência a espetáculos, e que poderia perfeitamente prescindir do mimo.
Para completar o festival de bizarrices, as meias foram implementadas de forma tal que compraram a docilidade do movimento estudantil para o governo. Como em muitas praças cabe à UNE, às UEEs e assemelhados emitir as carteirinhas (que embutem uma boa mais-valia), elas se tornaram o ganha-pão dessas entidades.
E é claro que as coisas podem piorar. Parlamentares gostaram tanto de fazer caridade com bolsos alheios que, depois dos estudantes e dos idosos, ameaçam agora conceder meia-entrada para todos os jovens até 29 anos. Só pagariam inteira os pobres mortais na faixa dos 30 aos 59, uma fatia de apenas 18,5% da população.
SÃO PAULO - O Brasil, como se sabe, coleciona muitas normas estúpidas, mas nenhuma, a meu ver, supera o instituto da meia-entrada para estudantes. O caso é emblemático porque transborda de erros desde a concepção até a execução.
Para começar, a meia-entrada suprime os mecanismos do livre mercado numa das áreas, o lazer, onde funcionam bem, sem necessitar de nenhuma ingerência estatal, além das inspeções do Corpo de Bombeiros. Empresários do setor têm todo interesse em manter as casas cheias, para o que o fator preço é determinante.
No nível pedagógico, a meia irradia ilusões nefastas. Ela dá a impressão de que basta aprovar uma lei para criar direitos. É claro que não é assim. Para fechar as contas, os empresários aumentam o valor da entrada inteira -e, por tabela, o da meia. O saldo líquido é que fica mais difícil calcular custos (nunca se sabe qual porcentagem de meias será vendida) e o cidadão que não é estudante nem idoso (a meia foi estendida para esse grupo) paga um preço extorsivo.
Ainda que fosse desejável distribuir subsídios na área de lazer, a meia estudantil é um jeito burro de fazê-lo. O grupo proporcionalmente mais beneficiado é dos filhos da classe média alta, que vai com mais frequência a espetáculos, e que poderia perfeitamente prescindir do mimo.
Para completar o festival de bizarrices, as meias foram implementadas de forma tal que compraram a docilidade do movimento estudantil para o governo. Como em muitas praças cabe à UNE, às UEEs e assemelhados emitir as carteirinhas (que embutem uma boa mais-valia), elas se tornaram o ganha-pão dessas entidades.
E é claro que as coisas podem piorar. Parlamentares gostaram tanto de fazer caridade com bolsos alheios que, depois dos estudantes e dos idosos, ameaçam agora conceder meia-entrada para todos os jovens até 29 anos. Só pagariam inteira os pobres mortais na faixa dos 30 aos 59, uma fatia de apenas 18,5% da população.
Mais um apelo federal - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 28/12
A presidente Dilma Rousseff fez ontem mais um apelo aos bancos privados. Desta vez, para que se dediquem a canalizar recursos para o financiamento de projetos de investimento. "Todo o peso do financiamento de longo prazo recai no BNDES. Precisamos de uma presença maior do setor privado para dar musculatura ao sistema", disse.
É ótimo que o governo esteja diretamente interessado em criar condições para o desenvolvimento do mercado de capitais para propiciar recursos fartos e baratos para o investimento. Mostra o entendimento de que uma política econômica voltada ao consumo não garante por si só o avanço econômico.
O problema é que a mobilização dos bancos para a concessão de recursos para o investimento não se faz com lindos apelos. É necessário criar condições que ativem essas energias.
Até recentemente, a maior dificuldade para obter capitais de longo prazo (funding para o investimento) vinha diretamente da má condução das finanças públicas. Um Estado muito gastador exigia que praticamente toda a poupança nacional fosse canalizada para o financiamento das despesas correntes do setor público. O grande tomador de recursos era o Tesouro, que pagava juros altíssimos para garantir o monopsônio (único tomador). Não havia recursos para o investimento.
A observância da Lei de Responsabilidade Fiscal e a formação de um superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) começam a criar essas condições. A queda dos juros básicos (Selic) é a primeira indicação disso.
Mas é preciso mais. A presidente Dilma avisa que o BNDES não pode ficar sozinho na tarefa de financiar o investimento. Falta reconhecer que, por política do governo, o BNDES é dos maiores obstáculos para que o setor privado assuma a tarefa.
O BNDES recebe enormes injeções do Tesouro a custo quase zero e faz financiamentos a juros subsidiados. Como é que, assim, os bancos podem competir com o BNDES no crédito de longo prazo, se não dispõem das mesmas vantagens?
Não dá para dizer que os bancos privados não se interessam por operações de financiamento de longo prazo. Os R$ 210 bilhões em saldos de crédito para compra de habitação proporcionados por todo o sistema bancário (inclusive pelos bancos públicos), com até 30 anos de prazo para retorno dos ativos, provam que o longo prazo não assusta. O que afasta os bancos é o descasamento entre ativo e passivo. Sem recursos de longo prazos, é difícil garantir financiamentos de longo prazo. Uma das razões para não haver recursos de longo prazo é o Imposto de Renda não fazer distinção relevante entre aplicações de curto e de longo prazo. Se tem de pagar a mesma coisa, o aplicador vai, obviamente, preferir aplicações de curto prazo.
Mas isso não é tudo. O crédito bancário não é a única fonte de recursos de longo prazo. Boa parte desses recursos implica o funcionamento de um mercado saudável de capitais. Um dos principais motivos para o mercado de ações deixar de ser grande fonte de recursos de longo prazo é a atuação desastrada das autoridades. O governo Dilma é apontado como o maior destruidor de patrimônio público. Em seu governo, duas das maiores empresas públicas brasileiras, a Petrobrás e a Eletrobrás, perderam mais de R$ 80 bilhões em valor de mercado, em consequência de decisões tomadas por seu governo.
Ou seja, se o governo Dilma quer o florescimento do mercado de capitais, tem de mudar o modo como o vem tratando.
Consumo impróprio? - LUIZ GARCIA
O GLOBO - 28/12
Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil.
A proposta mais recente, que deve ser votada pelo Congresso em fevereiro, tem defensores e críticos. Se transformada em lei, criará a internação compulsória em comunidades terapêuticas para quem for apanhado com drogas. Alguns adversários acham que é castigo excessivo; os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a sociedade deseja, mas não há provas disso. O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes.
Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma: apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada mais simples.
Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de cem gramas de maconha. Ou seja, a repressão está concentrada na arraia-miúda.
O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados, poderá ganhar impulso se o Congresso aprovar, em fevereiro, um projeto que cria comunidades terapêuticas e estabelece internação obrigatória para desintoxicação.
Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a distinção entre o vício e o crime - e certamente o grande risco é tratar o viciado como traficante - o que pode acabar por levá-lo mesmo para o tráfico. O projeto que está no Congresso talvez corra o risco de transformar usuários em bandidos.
E há outras propostas curiosas. Um anteprojeto produzido por uma comissão de juristas, por exemplo, sugere a descriminalização do plantio de maconha para uso próprio.
Se vingar, vai criar um trabalhão para a policia: como garantir que o uso próprio, na calada da noite, não se transforma em consumo impróprio?
Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil.
A proposta mais recente, que deve ser votada pelo Congresso em fevereiro, tem defensores e críticos. Se transformada em lei, criará a internação compulsória em comunidades terapêuticas para quem for apanhado com drogas. Alguns adversários acham que é castigo excessivo; os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a sociedade deseja, mas não há provas disso. O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes.
Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma: apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada mais simples.
Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de cem gramas de maconha. Ou seja, a repressão está concentrada na arraia-miúda.
O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados, poderá ganhar impulso se o Congresso aprovar, em fevereiro, um projeto que cria comunidades terapêuticas e estabelece internação obrigatória para desintoxicação.
Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a distinção entre o vício e o crime - e certamente o grande risco é tratar o viciado como traficante - o que pode acabar por levá-lo mesmo para o tráfico. O projeto que está no Congresso talvez corra o risco de transformar usuários em bandidos.
E há outras propostas curiosas. Um anteprojeto produzido por uma comissão de juristas, por exemplo, sugere a descriminalização do plantio de maconha para uso próprio.
Se vingar, vai criar um trabalhão para a policia: como garantir que o uso próprio, na calada da noite, não se transforma em consumo impróprio?
Abrindo as portas para o mundo - MARIO GARNERO
O Estado de S.Paulo - 28/12
Há alguns anos o Brasil começou a receber uma nova onda de imigração. É claro que a imigração não é novidade para o Brasil, nosso país foi construído por imigrantes. Todos nós temos no sangue alguma história que começou em outro continente - a história recente da minha família no Brasil, por exemplo, começou como a de tantas outras famílias de São Paulo: meu pai, italiano, casou-se com minha mãe, brasileira. O Brasil é formado por gente de todas as partes do mundo. Entretanto, a grande diferença da imigração que ocorre hoje é que o Brasil anda recebendo cada vez mais imigrantes qualificados.
Não são agricultores sonhando com um pedaço de terra num continente novo, não são refugiados de guerra, não são exploradores ou aventureiros: são profissionais com excelente formação, procurados por empresas que precisam dessa mão de obra - 29.081 profissionais com nível superior receberam autorização para trabalhar no Brasil, de janeiro a julho de 2012, o que corresponde a 52% das autorizações nesse período. Desses profissionais, quase 2.500 têm cursos de pós-graduação, mestrado ou doutorado; 35% das mesmas autorizações foram fornecidas a profissionais com curso técnico especializado (procurados, principalmente, pelas indústrias automobilísticas e de extração de petróleo). Então, de todos os estrangeiros autorizados a trabalhar no nosso país no primeiro semestre de 2012, somente 13% têm uma formação educacional considerada baixa e, provavelmente, devem ter requerido asilo por serem oriundos de países em situações de risco.
Mas por que essa nova onda de imigração está ocorrendo? Porque ainda formamos muito poucos profissionais para a demanda de que o Brasil atual precisa. Um exemplo: as universidades nacionais formam 40 mil engenheiros por ano e a demanda atual é de 70 mil novos engenheiros/ano. Em consequência, essa falta de oferta de profissionais no País faz as empresas recorrerem, portanto, a profissionais estrangeiros.
Algumas pessoas enxergam esse fato como uma concorrência injusta. Para mim, não é nada mais do que saudável, pois se trata de uma forma de impulsionar a qualificação dos nossos próprios profissionais. O Brasil acaba ganhando novos parâmetros de qualidade, novas visões, um novo horizonte. Esses profissionais acabam se tornando professores e essa troca de experiências é sempre bem-vinda.
Mas se a imigração qualificada é positiva para um país, por que ela é tão difícil no Brasil? Sinceramente, não sei. Acompanho vários amigos e profissionais descrevendo o processo de liberação de um visto temporário e testemunho uma via-crúcis burocrática inexplicável. Atualmente, existem até empresas especializadas em desenrolar esse entrave. Utilizando essas empresas, o custo de um visto temporário de trabalho pode variar entre R$ 2 mil e R$ 6 mil e o tempo mínimo de liberação de um visto é de dois meses. A lista de documentos exigidos é impressionante, chega a desanimar. E como se já não bastasse toda a papelada, o estrangeiro ainda tem de passar pela aprovação do conselho regional da profissão em que atua.
Ou seja, a empresa que pretende trazer um profissional estrangeiro precisa querer muito, porque o custo é altíssimo. O estrangeiro não é empregado como um concorrente do profissional brasileiro, ele é empregado porque nenhum profissional brasileiro foi encontrado com o mesmo perfil. Essa é a regra.
Como se também não bastasse a dificuldade de receber estrangeiros que só têm a nos ajudar, ainda temos a outra via, que é a educação do brasileiro. Já citei a carência de profissionais que se formam anualmente no Brasil - só para continuar utilizando o exemplo de engenharia, a Índia forma 350 mil engenheiros por ano e a China, 600 mil. Temos, no entanto, um problema mais grave, no meu ponto de vista: o estudante brasileiro não sai do Brasil, ainda tem uma visão muito limitada da graduação, o que nos faz perder competitividade.
Os números, em comparação com nossos maiores concorrentes, são ingratos. Somente 7.500 estudantes brasileiros estão hoje em universidades fora do País. A Índia tem mais de 200 mil estudantes em universidades estrangeiras. A China supera os 300 mil. E isso não se verifica porque a Índia ou a China têm mais facilidades. Esses são países e estudantes que simplesmente aproveitam oportunidades.
Tanto universidades europeias quanto norte-americanas estão atrás de brasileiros. Mesmo quem não tem condições financeiras de sair do País pode aproveitar inúmeros programas de bolsas de estudos, incluindo o Ciência Sem Fronteiras, recém-criado pelo governo federal e amplamente divulgado pela nossa presidenta, Dilma Rousseff. Basta procurar. Basta querer estudar.
E quem pensa que o estudante estrangeiro pode eventualmente ser marginalizado e que corre o risco não ter as mesmas oportunidades lá fora que o estudante local pode repensar: 76% das patentes registradas em universidades norte-americanas em 2011 são de estudantes estrangeiros. E o futuro pode ser ainda mais promissor: 40% das 500 maiores empresas dos Estados Unidos são presididas por família de imigrantes. Portanto, se você andava pensando em estudar fora do País ou em enviar seu filho para o exterior, a hora é agora. Já. Porque o curso de inglês não garante mais emprego nem aqui nem em nenhum lugar do mundo. Vivência é a palavra.
O fato é que a economia brasileira já está inserida no mundo globalizado, não há como reverter esse processo - muita gente de fora deve vir para cá e a contrapartida também tem de ser verdade: os brasileiros precisam arriscar-se no mundo, investir, estudar, conviver. Porque esse é o brasileiro que vai vencer globalmente. Porque esse é o Brasil que vai continuar ganhando posições na economia mundial.
Puxadinhos - ELIANE CANTANHÊDE
FOLHA DE SP - 28/12
BRASÍLIA - O mais surpreendente no café da manhã de ontem da presidente Dilma Rousseff com jornalistas, conforme relatos na internet, foi a superficialidade nas falas sobre o "pibinho" de 1% neste ano e nas respostas à avalanche de críticas à incapacidade do governo de impulsionar a economia.
O máximo que Dilma disse foi que o "ambiente" será melhor em 2013 e que está fazendo "o possível e o impossível" para um maior crescimento. Soou como palavras ao vento, talvez como torcida,não como compromisso e, menos ainda, como prestação de contas sobre o que foi e o que poderia ter sido feito.
Segundo Dilma, em 2012 a prioridade foi "buscar competitividade".Citou queda dos juros, taxa de câmbio mais realista e investimentos pesados em infraestrutura.
Especialistas como o economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega veem com outros olhos. No artigo "2013, o ano da volta ao passado", ele criticou duramente o intervencionismo: "A taxa de juros baixou na marra, o regime cambial deixou de ser flutuante, o cumprimento da meta de superavit primário passou a depender de malabarismos financeiros e artifícios contábeis".
A sensação, neste final de ano, é que Dilma e o ministro Guido Mantega tentaram consertar a casa com puxadinhos. Ora a redução do IPI para carros, ora a desoneração da folha de pagamento, ora o aumento de crédito de bancos públicos.
Tudo bem, tudo bom, mas o resultado é que os EUA estão saindo da crise, a China se mantém forte, os emergentes emergem de fato e o Brasil empacou em 1% (ou menos).
Para Maílson da Nóbrega, o erro é de estratégia: o foco da política econômica é a demanda/consumo, quando o problema está na produção/oferta. O investimento só cai.
Aliás, não pega bem para uma especialista em energia atribuir tão variados apagões só a "falhas humanas". Se as há, começam de cima...
BRASÍLIA - O mais surpreendente no café da manhã de ontem da presidente Dilma Rousseff com jornalistas, conforme relatos na internet, foi a superficialidade nas falas sobre o "pibinho" de 1% neste ano e nas respostas à avalanche de críticas à incapacidade do governo de impulsionar a economia.
O máximo que Dilma disse foi que o "ambiente" será melhor em 2013 e que está fazendo "o possível e o impossível" para um maior crescimento. Soou como palavras ao vento, talvez como torcida,não como compromisso e, menos ainda, como prestação de contas sobre o que foi e o que poderia ter sido feito.
Segundo Dilma, em 2012 a prioridade foi "buscar competitividade".Citou queda dos juros, taxa de câmbio mais realista e investimentos pesados em infraestrutura.
Especialistas como o economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega veem com outros olhos. No artigo "2013, o ano da volta ao passado", ele criticou duramente o intervencionismo: "A taxa de juros baixou na marra, o regime cambial deixou de ser flutuante, o cumprimento da meta de superavit primário passou a depender de malabarismos financeiros e artifícios contábeis".
A sensação, neste final de ano, é que Dilma e o ministro Guido Mantega tentaram consertar a casa com puxadinhos. Ora a redução do IPI para carros, ora a desoneração da folha de pagamento, ora o aumento de crédito de bancos públicos.
Tudo bem, tudo bom, mas o resultado é que os EUA estão saindo da crise, a China se mantém forte, os emergentes emergem de fato e o Brasil empacou em 1% (ou menos).
Para Maílson da Nóbrega, o erro é de estratégia: o foco da política econômica é a demanda/consumo, quando o problema está na produção/oferta. O investimento só cai.
Aliás, não pega bem para uma especialista em energia atribuir tão variados apagões só a "falhas humanas". Se as há, começam de cima...
A vingança dos zumbis - NELSON MOTTA
O GLOBO - 28/12
Por que a mídia só tem credibilidade quando contribui para a popularidade de Lula e Dilma, e não quando denuncia escândalos do governo e o mensalão?
Mesmo sem ser simpática nem carismática, sem ter o dom da palavra e da comunicação, e com o país crescendo apenas 1% ao ano, a presidente Dilma Rousseff obteve índices espetaculares de confiança e aprovação pessoal na pesquisa do Ibope. Mas como os pesquisados de todo o Brasil se informaram sobre o dia a dia de Dilma e do país, sobre suas ideias, ações e resultados? Ora, pela “mídia golpista”, que divulgou nacionalmente os fatos, versões e opiniões que a população avaliou para julgar Dilma.
Os mesmos veículos informaram os 83% que tiveram opinião favorável a Lula no fim do seu governo, já que a influência da mídia estatizada e dos “blogs progressistas” no universo pesquisado é mínima. Claro, a maciça propaganda do governo também ajuda muito, mas só se potencializa quando é veiculada nas maiores redes de televisão e rádio, nos jornais, revistas e sites de maior audiência e credibilidade no país — que no seu conjunto formam o que eles chamam de “mídia golpista”.
Mas que golpismo de araque é esse, que tanto contribui para divulgar os feitos, as qualidades e a força popular do objeto de seu suposto golpe?
Por que a mesma mídia só tem credibilidade quando contribui para a popularidade de Lula e Dilma, e não quando denuncia os escândalos do governo e o julgamento do mensalão? A conta não fecha, mas eles insistem. Zé Dirceu e Rui Falcão já avisaram que a vingança dos zumbis do mensalão e do “Rosegate” vai ser a regulamentação da mídia, como na Argentina e na Venezuela, culpando o mensageiro pela mensagem.
No Brasil democrático todo mundo tem voz, fala o que quer, ouve quem quiser. Mas eles querem “pluralizar” a mídia, denunciando monopólios e ignorando a concorrência acirrada em todos os segmentos do mercado multibilionário da comunicação de massa, em que ganham mais os que têm mais credibilidade e popularidade.
Mas o Brasil não é Argentina, e Dilma não é Cristina. Além da cobertura nacional que tanto contribui para sua boa exposição e avaliação pública, ela deveria agradecer à mídia por revelar os malfeitos que lhe permitiram fazer uma faxina no seu quintal.
Por que a mídia só tem credibilidade quando contribui para a popularidade de Lula e Dilma, e não quando denuncia escândalos do governo e o mensalão?
Mesmo sem ser simpática nem carismática, sem ter o dom da palavra e da comunicação, e com o país crescendo apenas 1% ao ano, a presidente Dilma Rousseff obteve índices espetaculares de confiança e aprovação pessoal na pesquisa do Ibope. Mas como os pesquisados de todo o Brasil se informaram sobre o dia a dia de Dilma e do país, sobre suas ideias, ações e resultados? Ora, pela “mídia golpista”, que divulgou nacionalmente os fatos, versões e opiniões que a população avaliou para julgar Dilma.
Os mesmos veículos informaram os 83% que tiveram opinião favorável a Lula no fim do seu governo, já que a influência da mídia estatizada e dos “blogs progressistas” no universo pesquisado é mínima. Claro, a maciça propaganda do governo também ajuda muito, mas só se potencializa quando é veiculada nas maiores redes de televisão e rádio, nos jornais, revistas e sites de maior audiência e credibilidade no país — que no seu conjunto formam o que eles chamam de “mídia golpista”.
Mas que golpismo de araque é esse, que tanto contribui para divulgar os feitos, as qualidades e a força popular do objeto de seu suposto golpe?
Por que a mesma mídia só tem credibilidade quando contribui para a popularidade de Lula e Dilma, e não quando denuncia os escândalos do governo e o julgamento do mensalão? A conta não fecha, mas eles insistem. Zé Dirceu e Rui Falcão já avisaram que a vingança dos zumbis do mensalão e do “Rosegate” vai ser a regulamentação da mídia, como na Argentina e na Venezuela, culpando o mensageiro pela mensagem.
No Brasil democrático todo mundo tem voz, fala o que quer, ouve quem quiser. Mas eles querem “pluralizar” a mídia, denunciando monopólios e ignorando a concorrência acirrada em todos os segmentos do mercado multibilionário da comunicação de massa, em que ganham mais os que têm mais credibilidade e popularidade.
Mas o Brasil não é Argentina, e Dilma não é Cristina. Além da cobertura nacional que tanto contribui para sua boa exposição e avaliação pública, ela deveria agradecer à mídia por revelar os malfeitos que lhe permitiram fazer uma faxina no seu quintal.
Faltou combinar - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 28/12
Em campanha pela presidência da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) contrariou seu próprio partido ao prometer ao PSD o comando da Comissão de Finanças e Tributação, em troca do apoio dos 51 deputados da sigla. A comissão, uma das mais importantes da Casa, hoje é da cota do PMDB. O acordo com o PSD não teve aval da bancada. "Desse jeito, vai sobrar para nós a Comissão de Participação Legislativa'', ironiza um peemedebista, citando a menos cobiçada das vagas.
Pacote Além do PSD, Alves combinou com o DEM participação mais robusta na Mesa da Câmara. Hoje, o partido ocupa uma suplência, mas deve ficar com a procuradoria parlamentar da Casa. O atual titular, Nelson Marquezelli (PTB-SP), terá de se contentar com a Ouvidoria.
Mais um O ex-subprocurador-geral da Antaq Daniel Barral deve ser incluído no rol de servidores alvo de sindicâncias para investigar envolvimento com o grupo flagrado na Operação Porto Seguro da Polícia Federal.
Elo A comissão que fez a correição na agência encontrou indícios de irregularidades em pareceres assinados por Barral, a pedido do ex-procurador-geral Glauco Alves, afastado do cargo desde que o escândalo veio à tona.
Ainda é cedo Em conversa recente com seu suplente no Senado, Sérgio Souza (PMDB-PR), a ministra Gleisi Hoffmann assegurou que pretende ficar na Casa Civil mais um ano. A petista quer se preparar em 2014 para disputar o governo do Paraná com Beto Richa (PSDB).
Tira-teima A disputa paranaense caminha para polarização PT-PSDB. Isso porque o senador Roberto Requião perdeu o controle do PMDB no Estado para o grupo ligado ao governador tucano.
Na fila O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), encerra o sexto ano de mandato afirmando que não quer ser candidato a nada em 2014. Sobre a chance de assumir um ministério, diz que, se Dilma Rousseff se reeleger e convidá-lo, aceitará.
Torcida Wagner diz não crer que a candidatura de Aécio Neves (PSDB-MG) ganhe corpo e que não vê o que Eduardo Campos (PSB-PE) ganharia disputando a Presidência em 2014. "O cenário é favorável a Dilma", afirmou, em almoço com jornalistas.
Vaivém 1 Em fim de mandato, o prefeito de São Caetano do Sul, José Aurichio Jr. (PTB) é o favorito para assumir a Secretaria Estadual de Esportes e Lazer. O atual titular, José Benedito Fernandes, também petebista, deixará a pasta para comandar a Secretaria de Negócios Jurídicos na Prefeitura de Barueri.
Vaivém 2 O nome de Aurichio ganhou força porque Geraldo Alckmin deseja instalar no primeiro escalão um representante do ABC. De predominância petista, a região é palco de divisão no PSDB, fragilizado nos resultados eleitorais desde 2008.
Minha casa Empenhado em encerrar o ano com agenda positiva, Alckmin adiou a folga de Réveillon da área de Habitação. Entre hoje e amanhã, o governo paulista entregará 671 moradias em quatro cidades e assinará convênio para 1.128 unidades.
Timing Fernando Haddad recusou a oferta de Gilberto Kassab, que franquearia o acesso ao edifício Matarazzo ao sucessor a partir de amanhã. A nova equipe só assumirá salas na prefeitura no dia 2, após a posse.
Alô... Pedro Serafim (PDT), prefeito de Campinas, adotou estratégia de campanha eleitoral para o epílogo do mandato: disparou por telefone mensagens gravadas nas quais elenca as benfeitorias de seu breve governo.
... 2014 Até o ano passado, o pedetista dizia que encerraria sua carreira política em 2012, mas, com os 95 mil que obteve, agora admite postular vaga de deputado.
com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI
tiroteio
"Na capital, que deveria dar o exemplo, a obra de mobilidade foi barrada e o estádio custa R$ 1 bilhão. Essa não seria a Copa do legado?"
DO DEPUTADO FEDERAL ROMÁRIO FARIA (PSB-RJ), sobre a nova matriz de responsabilidades do Mundial de 2014, publicada anteontem pelo governo.
contraponto
Reunião de pauta
Ao final do café da manhã, ontem, no Planalto, Dilma Rousseff se posicionava para gravar com os jornalistas junto ao púlpito montado no salão. Depois de tudo organizado, a presidente autorizou o início da entrevista. Um repórter quis saber sobre o aumento do teto do FGTS.
-Essa? Ah, não! Vamos tentar outro assunto...
Diante da negativa da presidente, outro jornalista pediu que Dilma comentasse o aumento da gasolina. Mas a pergunta também desagradou. Sem consenso, Dilma decidiu iniciar sua fala escolhendo o assunto: a economia.
-Já que vocês não se acertam, eu mesma começo. Queria falar neste final de ano...
Servidores na mira - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 28/12
Disputa no PSOL
O PSOL, que teve candidatos a presidente nas duas últimas eleições (Plínio de Arruda Sampaio, em 2010; e Heloísa Helena, em 2006), já discute internamente quem concorrerá em 2014. A ex-deputada Luciana Genro (RS) foi lançada por um grupo de filiados. O senador Randolfe Rodrigues (AP) também cogita a ideia porque tem apoio de quase metade da Executiva Nacional. Luciana é filha do governador Tarso Genro (PT-RS), portanto, legalmente, só pode concorrer a presidente ou vice. Ela contabiliza o apoio de Heloísa Helena, que vai tentar voltar ao Senado em 2014. O deputado Marcelo Freixo (RJ) foi sondado para entrar na disputa, mas não quer.
“Sábia a decisão de votar o Orçamento em fevereiro de 2013. Nada como uma MP para não frear os gastos!”
Delcídio Amaral Senador (PT-MS)
Este pode, aquele não pode
Com as centenas de presentes, vinhos e cestas de Natal enviadas a ministros e assessores do Planalto, um grupo pesquisou os preços para ver se poderia ficar com os agrados. O Código de Conduta da Presidência limita em R$ 100.
Blitzkrieg
O ex-marido da presidente Dilma, Carlos Araújo, enfrenta focos crescentes de resistência para voltar ao PDT, partido que ajudou a fundar com Leonel Brizola no fim dos anos 70. De uma hora para a outra, filiação no PDT passou a ter critérios. Trabalhistas do Rio Grande do Sul e a direção nacional começaram a cobrar explicações sobre o retorno.
Deferência recusada
A China convidou o Brasil a enviar a Pequim um adido civil de inteligência, deferência feita a poucos países. Itamaraty concordou, mas a ideia parou no Gabinete de Segurança Institucional. A presidente Dilma não foi informada.
Ação dos royalties rodou o mundo
O mandado de segurança que o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) encaminhou ao STF para impedir a derrubada do veto dos royalties foi produzido por grupo voluntário de advogados do Rio, liderado por Luís Roberto Barroso, que mandou o texto de Boston para Brasília. Um advogado de seu escritório, que estava em Berlim, mandou de lá subsídios para a ação.
Distância da confusão
O governo não quer se envolver na distribuição do Fundo de Participação dos Estados, que o Senado deixou de votar e o STF terá de arbitrar. A avaliação no Planalto é que já tem poderes demais metidos no assunto.
Imagina na Copa
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está criticando a presidente Dilma por deixar para 2013 a concessão e a licitação do Galeão. Com isso, as obras ocorrerão em 2014 e afetarão a operação do aeroporto durante a Copa do Mundo.
E QUEM SEMPRE TEVE MEDO DE RAIOS pode ficar sossegado, porque a presidente Dilma desfez o mito de que são os culpados pela falta de luz.
SÓ DÁ ELA - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 28/12
CAIXA FECHADO
O Piritubão, centro de exposições quatro vezes maior do que o Anhembi, pode ficar no papel por um bom tempo. Os R$ 680 milhões necessários para desapropriar a área estão presos no Ministério do Planejamento, por impedimento legal: recursos federais não podem ser liberados para esse fim.
É PARA JÁ
A situação é emergencial: o decreto de utilidade pública assinado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD-SP), que autoriza a desapropriação da área, vence em janeiro. Se ele expirar, o processo recomeça do zero. Equipes do governo e do prefeito eleito Fernando Haddad (PT-SP) correm para negociar alternativas, ainda sem resultado.
MILHÕES EM JOGO
O atraso nas obras do Piritubão pode comprometer a candidatura de SP para sediar a Expo 2020. A feira universal é um dos maiores eventos internacionais da atualidade. Perde só para Copa e Olimpíada, e atrai 30 milhões de turistas. A cidade disputa com Esmira (Turquia), Iekaterinburgo (Rússia), Dubai (Emirados Árabes) e Ayutthaya (Tailândia).
TUDO CERTO
No mês passado, Kassab e Haddad viajaram a Paris para defender a escolha de São Paulo como sede. Anteontem o atual prefeito elencou a preparação "da candidatura de SP como sede da Expo 2020" nas metas 100% cumpridas em sua gestão.
BANCO VENDE TUDO
O banco Cruzeiro do Sul está promovendo leilão on-line de celulares, aparelhos de fax, móveis e computadores. O evento faz parte da estratégia de liquidação para cobrir rombo contábil de R$ 3,1 bilhões. Anúncio da venda, que será realizada no site www.sold.com.br, informa que ela é "extrajudicial".
VITRINE
Só de móveis são 231 lotes em liquidação. Outros 369 lotes disponibilizam eletroeletrônicos como laptops, impressoras e DVDs. E outros 186 lotes oferecem telefones celulares e fixos.
Os lances podem ser feitos até meados de janeiro.
GUARDA-SOL
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, passou o Natal em sua casa em Imbassaí, no litoral norte da Bahia.
Na praia, passou boa parte do tempo lendo uma das obras do filósofo esloveno Slavoj Zizek sobre o psicanalista Jacques Lacan.
ZÉLIA & ITAMAR
Zélia Duncan escolheu São Paulo para começar sua próxima turnê.
No dia 3, ela apresenta o show "Tudo Esclarecido", em que canta Itamar Assumpção, no Sesc Pinheiros.
IMAGINA
De um espectador do show de Stevie Wonder e Gilberto Gil na praia de Copacabana, na noite de Natal, ao avistar o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ), dançando e cantando abraçado com a mulher, Cristine, no cercadinho VIP, com uma lata de cerveja na mão: "Imagina na Copa...".
QUER TECLAR?
O pianista Nelson Freire lançou álbum em que toca obras de Villa-Lobos. Foram ao lançamento, na Livraria Cultura da avenida Paulista, a violoncelista Irai de Paula Souza e Gérald Perret, da Sociedade Cultura Artística. Também passaram por lá Freire a professora Rosana Tavares, o engenheiro Francisco Robbe e o arquiteto Gil Cara.
CURTO-CIRCUITO
A mostra "Pós-Fim do Mundo" é aberta amanhã, na Galeria Fulô, no Quadrado de Trancoso (Bahia).
O DJ Mitch Lj se apresenta na Posh, em Jurerê Internacional (Florianópolis).
O Lab Club faz hoje na Augusta a festa Babel. 18.
Carlinhos Brown recebe Ellen Oléria, vencedora de "The Voice Brasil", no Sarau du Brown de 13 de janeiro. Em Salvador.
FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA
O GLOBO - 28/12
Colher de chá
Argentinos que saem do país para as festas de fim de ano têm sido autorizados pelo governo a comprar uma quantidade maior de moeda estrangeira. Até novembro, vigorava um limite informal de 5.760 pesos em todas as viagens ao exterior.
Em viagem 1
A contratação de seguros viagem quase dobrou (+95,8%) de setembro para outubro, diz a FenaPrevi. Foram R$ 10,063 milhões em planos coletivos e R$ 1,837 milhão em individuais. Tudo a ver com o salto das viagens de brasileiros ao exterior.
Em viagem 2
O Itaú lançou ferramenta para vender seguro viagem via smartphone. Hoje, uma em cada cinco apólices são contratadas pela internet.
É seguro
O mercado de seguros deve crescer 55,8% até 2015, projeta a CNseg. Deve bater R$ 398,4 bi em arrecadação. A entidade estima que o seguro rural saltará 84%; e o segmento patrimonial, 60%. Na área de engenharia, a alta prevista é de 300%. Efeito da Copa 2014 e dos Jogos 2016.
Regulação
A Susep montou conjunto de normas para o mercado de títulos de capitalização. As empresas terão de fornecer, por exemplo, a lista de distribuidoras do produto. As regras mexem até na propaganda. Entram em vigor em meados de 2013.
BELO MONTE ALCANÇARÁ PONTO MÁXIMO DAS OBRAS EM 2013
Hidrelétrica do Rio Xingu terá 28 mil trabalhadores nos canteiros no segundo semestre. Semana que vem, sai o primeiro desembolso do BNDES
A hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), chega ao fim de 2012 com um quinto das obras concluídas. Levantamento do próprio consórcio construtor mostra que houve interrupção (total ou parcial) em 148 dos 540 dias de trabalho. Só este ano, foram 54 dias parados. Ainda assim, a usina não saiu do cronograma, disse Duílio Diniz de Figueiredo, presidente da Norte Energia, por telefone à coluna: “Vamos entrar na rede básica em fevereiro de 2015”. Desde o início das obras, em 2011, Belo Monte é alvo de embate que põe, de um lado, investidores e governo; de outro, Ministério Público, entidades do movimento social e comunidades indígenas. Hoje, há 18 mil trabalhadores nos canteiros de Pimentel e Belo Monte, que compõem o projeto. No segundo semestre de 2013, a força de trabalho chegará a 28 mil pessoas, o pico de construção da usina. Quase metade dos operários (45%) vive em Altamira, município a 60 quilômetros de distância. No biênio 2013-14 será concluído o reassentamento das oito mil famílias afetadas pelo empreendimento. “Ano que vem, será contratada a construção de 4.100 casas. Algumas famílias preferiram indenização em dinheiro”, informou o presidente. Figueiredo, nas próprias palavras, torce para que não haja novas paralisações ou invasões nos canteiros: “Mas não posso desconsiderar a hipótese. Em 2013, teremos uma grande arrancada no projeto”. O executivo assumiu a companhia em agosto passado. De imediato, encomendou um Plano Básico Ambiental, para compensar aldeias indígenas da área de influência da hidrelétrica: “Temos trabalhado para manter o diálogo com as comunidades. Para o reassentamento, fizemos mais de 50 reuniões. Não posso considerar normais as reações a Belo Monte. Mas entendemos que se trata de uma obra emblemática na região, pela dimensão que tem”, admitiu. Em fins de novembro, o BNDES aprovou empréstimo de R$ 22,5 bilhões à Norte Energia. Foi o maior aporte já autorizado pelo banco a um único projeto. Os recursos cobrem 80% do investimento total. O primeiro desembolso, de pouco menos de R$ 5 bilhões, deve sair até o fim da semana que vem. O dinheiro, segundo Figueiredo, vai cobrir empréstimos ponte. Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo. Terá 11.233 MW de capacidade instalada.
DESENVOLVIMENTO LOCAL
Ficaram no Estado do Rio 70% do investimento de R$176 milhões da Transpetro no navio Rômulo de Almeida. A estatal fez as contas: foram R$103 milhões em serviços e mão de obra; e R$ 20 milhões na compra de material. Mil pessoas trabalharam na embarcação, que passou por teste de mar no início do mês e, agora, está recebendo suprimentos para entrar em operação.
ESTALEIRO A CAMINHO
O braço de construção naval da OSX iniciou esta semana a concretagem da viga do Cais do Norte. É pela área que começarão as operações do estaleiro do grupo empresarial de Eike Batista, no Complexo do Açu (RJ). O projeto inaugural é a construção de um navio lançador de dutos para a Sapura, a partir do primeiro trimestre de 2013.O cais terá 2.400 metros.
FIM DE ANO MUSICAL
A Petrobras estreia campanha de fim de ano na segunda. Gravado em BH, o filme teve participação de 120 músicos da Orquestra Jovem de Contagem. Entra no ar em rádio, TV e internet. Haverá promoções nos réveillons de Copacabana e da Avenida Paulista. A Heads assina.
Água mineral
O mercado de água mineral em embalagens de até dez litros cresceu 9,3% de janeiro a novembro, diz a Nielsen. Passou de 1,07 bilhão de litros. Dona de seis marcas, a Coca-Cola Brasil lidera o setor, com 20,6%. O Nordeste representa 22% das vendas, seguido da Grande SP (18%).
Tamanho G
É crescente no país a busca de produtos em embalagens maiores, diz estudo da Kantar Worldpanel sobre consumo local. O hábito já é comum nos EUA. A compra de cremes e loções cresceu 3% em unidades, mas 10% em volume (toneladas). Com creme dental, ketchup e bolo a tendência é a mesma.
Sem calote
As cooperativas de crédito do Brasil recuperam 80% das dívidas atrasadas em até 180 dias. O dado está em estudo que o Serasa Experian divulga hoje. Sul e Sudeste se destacam no setor. No país, há 1.300 cooperativas e cinco milhões de cooperados.
Livre Mercado
A Dominós Pizza está abrindo cinco lojas esta semana, investimento de R$ 2,4 milhões. São três no Estado do Rio e duas no interior paulista. A rede fecha o ano com 60 unidades. Planeja mais 30 em 2013.
Porcão Gourmet, Garcia&Rodrigues, Gula Gula e Pizza Hutjá fecharam com o Américas Shopping, em construção no Recreio (Rio).
O ComerNaWeb.com.br investiu R$ 300 mil em novo layout e na versão Android. O portal já tem 358 restaurantes cadastrados no país; no Rio, já são mais de 200.
Mais de 30 mil pessoas passam por dia no Natal da Galinha Pintadinha, instalação no Via Parque. A média de público supera em 20% a ação de 2011. Criação da ZP Bastidores.
O Bradesco Saúde Concierge, serviço VIP de planos corporativos, fecha o ano com 90 mil clientes.
O nível de satisfação é de 93%.
As vendas da Victorinox Travel Gear cresceram 30% em 2012. A suíça, de acessórios para viagens, abriu 33 pontos de venda e criou coleções só para o Brasil. Em 2013, a meta é dobrar o faturamento.
Colher de chá
Argentinos que saem do país para as festas de fim de ano têm sido autorizados pelo governo a comprar uma quantidade maior de moeda estrangeira. Até novembro, vigorava um limite informal de 5.760 pesos em todas as viagens ao exterior.
Em viagem 1
A contratação de seguros viagem quase dobrou (+95,8%) de setembro para outubro, diz a FenaPrevi. Foram R$ 10,063 milhões em planos coletivos e R$ 1,837 milhão em individuais. Tudo a ver com o salto das viagens de brasileiros ao exterior.
Em viagem 2
O Itaú lançou ferramenta para vender seguro viagem via smartphone. Hoje, uma em cada cinco apólices são contratadas pela internet.
É seguro
O mercado de seguros deve crescer 55,8% até 2015, projeta a CNseg. Deve bater R$ 398,4 bi em arrecadação. A entidade estima que o seguro rural saltará 84%; e o segmento patrimonial, 60%. Na área de engenharia, a alta prevista é de 300%. Efeito da Copa 2014 e dos Jogos 2016.
Regulação
A Susep montou conjunto de normas para o mercado de títulos de capitalização. As empresas terão de fornecer, por exemplo, a lista de distribuidoras do produto. As regras mexem até na propaganda. Entram em vigor em meados de 2013.
BELO MONTE ALCANÇARÁ PONTO MÁXIMO DAS OBRAS EM 2013
Hidrelétrica do Rio Xingu terá 28 mil trabalhadores nos canteiros no segundo semestre. Semana que vem, sai o primeiro desembolso do BNDES
A hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), chega ao fim de 2012 com um quinto das obras concluídas. Levantamento do próprio consórcio construtor mostra que houve interrupção (total ou parcial) em 148 dos 540 dias de trabalho. Só este ano, foram 54 dias parados. Ainda assim, a usina não saiu do cronograma, disse Duílio Diniz de Figueiredo, presidente da Norte Energia, por telefone à coluna: “Vamos entrar na rede básica em fevereiro de 2015”. Desde o início das obras, em 2011, Belo Monte é alvo de embate que põe, de um lado, investidores e governo; de outro, Ministério Público, entidades do movimento social e comunidades indígenas. Hoje, há 18 mil trabalhadores nos canteiros de Pimentel e Belo Monte, que compõem o projeto. No segundo semestre de 2013, a força de trabalho chegará a 28 mil pessoas, o pico de construção da usina. Quase metade dos operários (45%) vive em Altamira, município a 60 quilômetros de distância. No biênio 2013-14 será concluído o reassentamento das oito mil famílias afetadas pelo empreendimento. “Ano que vem, será contratada a construção de 4.100 casas. Algumas famílias preferiram indenização em dinheiro”, informou o presidente. Figueiredo, nas próprias palavras, torce para que não haja novas paralisações ou invasões nos canteiros: “Mas não posso desconsiderar a hipótese. Em 2013, teremos uma grande arrancada no projeto”. O executivo assumiu a companhia em agosto passado. De imediato, encomendou um Plano Básico Ambiental, para compensar aldeias indígenas da área de influência da hidrelétrica: “Temos trabalhado para manter o diálogo com as comunidades. Para o reassentamento, fizemos mais de 50 reuniões. Não posso considerar normais as reações a Belo Monte. Mas entendemos que se trata de uma obra emblemática na região, pela dimensão que tem”, admitiu. Em fins de novembro, o BNDES aprovou empréstimo de R$ 22,5 bilhões à Norte Energia. Foi o maior aporte já autorizado pelo banco a um único projeto. Os recursos cobrem 80% do investimento total. O primeiro desembolso, de pouco menos de R$ 5 bilhões, deve sair até o fim da semana que vem. O dinheiro, segundo Figueiredo, vai cobrir empréstimos ponte. Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo. Terá 11.233 MW de capacidade instalada.
DESENVOLVIMENTO LOCAL
Ficaram no Estado do Rio 70% do investimento de R$176 milhões da Transpetro no navio Rômulo de Almeida. A estatal fez as contas: foram R$103 milhões em serviços e mão de obra; e R$ 20 milhões na compra de material. Mil pessoas trabalharam na embarcação, que passou por teste de mar no início do mês e, agora, está recebendo suprimentos para entrar em operação.
ESTALEIRO A CAMINHO
O braço de construção naval da OSX iniciou esta semana a concretagem da viga do Cais do Norte. É pela área que começarão as operações do estaleiro do grupo empresarial de Eike Batista, no Complexo do Açu (RJ). O projeto inaugural é a construção de um navio lançador de dutos para a Sapura, a partir do primeiro trimestre de 2013.O cais terá 2.400 metros.
FIM DE ANO MUSICAL
A Petrobras estreia campanha de fim de ano na segunda. Gravado em BH, o filme teve participação de 120 músicos da Orquestra Jovem de Contagem. Entra no ar em rádio, TV e internet. Haverá promoções nos réveillons de Copacabana e da Avenida Paulista. A Heads assina.
Água mineral
O mercado de água mineral em embalagens de até dez litros cresceu 9,3% de janeiro a novembro, diz a Nielsen. Passou de 1,07 bilhão de litros. Dona de seis marcas, a Coca-Cola Brasil lidera o setor, com 20,6%. O Nordeste representa 22% das vendas, seguido da Grande SP (18%).
Tamanho G
É crescente no país a busca de produtos em embalagens maiores, diz estudo da Kantar Worldpanel sobre consumo local. O hábito já é comum nos EUA. A compra de cremes e loções cresceu 3% em unidades, mas 10% em volume (toneladas). Com creme dental, ketchup e bolo a tendência é a mesma.
Sem calote
As cooperativas de crédito do Brasil recuperam 80% das dívidas atrasadas em até 180 dias. O dado está em estudo que o Serasa Experian divulga hoje. Sul e Sudeste se destacam no setor. No país, há 1.300 cooperativas e cinco milhões de cooperados.
Livre Mercado
A Dominós Pizza está abrindo cinco lojas esta semana, investimento de R$ 2,4 milhões. São três no Estado do Rio e duas no interior paulista. A rede fecha o ano com 60 unidades. Planeja mais 30 em 2013.
Porcão Gourmet, Garcia&Rodrigues, Gula Gula e Pizza Hutjá fecharam com o Américas Shopping, em construção no Recreio (Rio).
O ComerNaWeb.com.br investiu R$ 300 mil em novo layout e na versão Android. O portal já tem 358 restaurantes cadastrados no país; no Rio, já são mais de 200.
Mais de 30 mil pessoas passam por dia no Natal da Galinha Pintadinha, instalação no Via Parque. A média de público supera em 20% a ação de 2011. Criação da ZP Bastidores.
O Bradesco Saúde Concierge, serviço VIP de planos corporativos, fecha o ano com 90 mil clientes.
O nível de satisfação é de 93%.
As vendas da Victorinox Travel Gear cresceram 30% em 2012. A suíça, de acessórios para viagens, abriu 33 pontos de venda e criou coleções só para o Brasil. Em 2013, a meta é dobrar o faturamento.
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 28/12
Seguro de transporte cresce menos neste ano
O mercado de seguro de transportes de cargas no país deve fechar 2012 com arrecadação de R$ 2,7 bilhões, segundo um levantamento da CNseg (confederação nacional das seguradoras).
A alta será de apenas 10% na comparação com o ano passado. Em 2011, o avanço havia sido de 22% em relação ao ano anterior.
"O crescimento foi menor devido a problemas climáticos que geraram perdas na agricultura, reduzindo o transporte de carga", diz Neival Freitas, diretor-executivo da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).
Para o próximo ano, são estimados crescimentos mais significativos.
"Esperamos algo na ordem de 20% em 2013 e que os prêmios cheguem a R$ 4,3 bilhões em 2015", afirma.
Para isso, entretanto, serão necessários investimentos do governo em rodovias e estímulos para a renovação das frotas de caminhões do país, que hoje têm em média 20 anos, segundo Freitas.
"O melhor estado de conservação das rodovias e das frotas reduziria a quantidade de acidentes e faria com que o custo de seguro de transporte ficasse mais barato", afirma o executivo.
"Alterações na lei seca e na legislação do caminhoneiro também serão benéficas."
O seguro de transporte internacional, cujos principais destinos são Argentina e Chile, deve crescer 12% neste ano.
MODA ELÁSTICA
A marca de moda íntima Scala, que tem hoje 120 lojas no Brasil, vai abrir outras 13 unidades no ano que vem.
A empresa, que faz parte do grupo Scalina, pretende alcançar 250 unidades nos próximos quatro anos.
"O crescimento é de cerca de 10% sobre a rede atual. Nós vamos praticamente atingir a cobertura nacional", afirma Luís Delfim, presidente do grupo.
"Teremos inauguração no Amapá, onde ainda não estamos, e complementaremos onde faz sentido."
Está prevista a ampliação da participação da marca em Pernambuco, além de planos para Alagoas.
Outro projeto para o próximo ano, segundo Delfim, é o avanço sobre novos canais, como as vendas on-line, que abrangem outra marca do grupo, a Trifil.
13 é o número de unidades da rede Scala que serão abertas no próximo ano
120 unidades é o volume de lojas que a marca possui hoje no país
250 é o número aproximado que a empresa pretende alcançar nos próximos quatro anos
10% será o crescimento neste ano
INTERIOR REVESTIDO
A Portobello Shop, rede de franquias do grupo de revestimento cerâmico Portobello S.A., pretende abrir 20 unidades em 2013.
O objetivo da empresa com a expansão é alcançar 130 lojas no Brasil.
O foco será o interior dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Janeiro, além de algumas cidades do Nordeste.
Entre dezembro do ano passado e novembro de 2012, a rede registrou receita líquida de R$ 231 milhões. O total representa 20% a mais que nos 12 meses anteriores.
Cumbica...
No dia 21, foram registrados 112 mil passageiros em 813 pousos e decolagens pela Concessionária GRU Airport, que assumiu o aeroporto de Guarulhos. Foi um pico para a empresa, após 43 dias de operação plena.
...lotado
Outro ponto alto na movimentação de passageiros foi no dia 15 de novembro, quando 104 mil embarcaram e desembarcaram, em 918 pousos e decolagens.
Sócio
O Barbosa, Müssnich & Aragão terá José Carlos Berardo, no escritório desde 2001, como um dos sócios da área de direito concorrencial.
Identidade
A Arsesp (agência reguladora de saneamento e energia de São Paulo) terá nova logomarca em janeiro. O órgão irá também ampliar o uso de softwares específicos para fiscalização e indicadores de qualidade.
Ano...
O Brasil e a Argentina são os países onde mais pessoas passarão a virada acordadas, segundo levantamento da consultoria Ipsos com 12 mil entrevistados. Neles, 98% não irão dormir.
...Novo
A média mundial é de pouco mais de 90%. Apenas 6%, porém, irão a um restaurante nesta noite.