Diz o Fórum Econômico Mundial que o Brasil é o 48º país mais competitivo do globo. É bom ou ruim? Depende. Considerando que subiu cinco posições em relação ao ranking do ano passado, está bom. Entramos no "top 50" pela primeira vez, uma posição avançada em um grupo de 144 competidores. O Brasil está à frente de Rússia, Índia e México, por exemplo.
Considerando, porém, os que estão à frente, não está bom. Perdemos para China, o que é normal, mas também para Turquia, Polônia e Chile, entre outros emergentes importantes.
O quesito tamanho conta a favor do Brasil. Quanto maior a economia, maiores as possibilidades de negócios. Mas entre os grandões, aqueles países que produzem mais de US$ 2 trilhões ao ano, o Brasil vai para o fim da fila.
Resumindo, essa 48ª posição não dá direito à Libertadores, mas também está longe da zona de rebaixamento. Um tanto acima da média, disputando a Sul-Americana, posição que certamente não é suficiente para uma nação que pretende ser rica um dia.
Onde se pode melhorar? Em tudo que tem a ver com o governo. Isso mesmo. O ranking do Fórum Econômico Mundial, cujo parceiro local é o Movimento Brasil Competitivo, considera vários itens, da macroeconomia à micro e ao ambiente de negócios. Em tudo que o setor público é preponderante, a classificação fica abaixo da média. Ao contrário, o que depende da iniciativa privada vai acima.
Por exemplo: no quesito "comunidade de negócios sofisticada", a posição brasileira é 33ª.
Já no que se refere à regulação do governo, o Brasil vai para o último lugar; impostos e sistema tributário, também o pior do mundo; desperdício de gastos (públicos), 135ª; qualidade da educação (116ª); eficiência do governo (111ª).
Isso confirma a dominância da agenda atual: como derrubar o custo Brasil? A resposta, resumida, está na cara: reduzir o tamanho relativo do governo, aumentar a sua eficiência e desobstruir o ambiente de negócios de modo a abrir espaço para a iniciativa privada.
A boa notícia é que, pouco a pouco, se forma um consenso em torno desse caminho. Lideranças políticas e econômicas têm chegado a essa posição por razões diferentes. Ou por necessidade e por convicção.
No segundo grupo, estão todos aqueles que desde anos vêm sustentando essa doutrina. Já na vertente da necessidade, está o pessoal que gosta de uma economia controlada pelo Estado, mas verifica, no exercício do governo, como a administração é incompetente.
Estamos falando, claro, de parte do governo Dilma. Trata-se de uma ala que privatizou aeroportos não porque acredita na lógica do mercado, mas simplesmente porque percebeu que o governo não conseguiria entregar as obras a tempo.
Tudo bem, pode-se dizer. Se fizerem a coisa certa, de que importa a motivação? Hegel, se não estou me atrapalhando com as longínquas lições da faculdade de filosofia, dizia que a Humanidade só resolve os problemas quando eles se impõem, que os líderes surgem nos momentos necessários.
De certo modo, isso aconteceu com Fernando Henrique Cardoso. Ele vinha da social-democracia, do estado do bem-estar social, da esquerda à europeia, e acabou, por necessidade, avançando na agenda da reforma do Estado, das privatizações e das bases ortodoxas da macroeconomia. Como aliás fizeram muitos outros líderes de sua época (Bill Clinton, Tony Blair e Gerhard Schroeder).
E como Lula, certamente. Por necessidade, ele manteve a base econômica de FHC e até avançou, no primeiro mandato, na agenda de microrreformas que melhoraram o ambiente de negócios.
Assim, Dilma Rousseff. Quem imaginaria que ela poderia comandar um amplo programa de privatizações e de redução de impostos?
O problema é que essa turma que vai pela necessidade tende a abandonar o caminho ao menor sinal de dificuldades políticas na implementação ou, inversamente, de alívio na situação.
É diferente uma privatização tocada por uma Margaret Thatcher, digamos, e pela nossa turma aqui. Convicção faz diferença. Diz-se, por exemplo, que não haverá mais privatizações de aeroportos.
Veremos. A necessidade é forte, o momento exige, mas falta saber se as lideranças são também aquelas exigidas pela situação. Um mau sinal: na pesquisa da competitividade, há um item "confiança nos políticos". Brasil, 121º lugar.
Considerando, porém, os que estão à frente, não está bom. Perdemos para China, o que é normal, mas também para Turquia, Polônia e Chile, entre outros emergentes importantes.
O quesito tamanho conta a favor do Brasil. Quanto maior a economia, maiores as possibilidades de negócios. Mas entre os grandões, aqueles países que produzem mais de US$ 2 trilhões ao ano, o Brasil vai para o fim da fila.
Resumindo, essa 48ª posição não dá direito à Libertadores, mas também está longe da zona de rebaixamento. Um tanto acima da média, disputando a Sul-Americana, posição que certamente não é suficiente para uma nação que pretende ser rica um dia.
Onde se pode melhorar? Em tudo que tem a ver com o governo. Isso mesmo. O ranking do Fórum Econômico Mundial, cujo parceiro local é o Movimento Brasil Competitivo, considera vários itens, da macroeconomia à micro e ao ambiente de negócios. Em tudo que o setor público é preponderante, a classificação fica abaixo da média. Ao contrário, o que depende da iniciativa privada vai acima.
Por exemplo: no quesito "comunidade de negócios sofisticada", a posição brasileira é 33ª.
Já no que se refere à regulação do governo, o Brasil vai para o último lugar; impostos e sistema tributário, também o pior do mundo; desperdício de gastos (públicos), 135ª; qualidade da educação (116ª); eficiência do governo (111ª).
Isso confirma a dominância da agenda atual: como derrubar o custo Brasil? A resposta, resumida, está na cara: reduzir o tamanho relativo do governo, aumentar a sua eficiência e desobstruir o ambiente de negócios de modo a abrir espaço para a iniciativa privada.
A boa notícia é que, pouco a pouco, se forma um consenso em torno desse caminho. Lideranças políticas e econômicas têm chegado a essa posição por razões diferentes. Ou por necessidade e por convicção.
No segundo grupo, estão todos aqueles que desde anos vêm sustentando essa doutrina. Já na vertente da necessidade, está o pessoal que gosta de uma economia controlada pelo Estado, mas verifica, no exercício do governo, como a administração é incompetente.
Estamos falando, claro, de parte do governo Dilma. Trata-se de uma ala que privatizou aeroportos não porque acredita na lógica do mercado, mas simplesmente porque percebeu que o governo não conseguiria entregar as obras a tempo.
Tudo bem, pode-se dizer. Se fizerem a coisa certa, de que importa a motivação? Hegel, se não estou me atrapalhando com as longínquas lições da faculdade de filosofia, dizia que a Humanidade só resolve os problemas quando eles se impõem, que os líderes surgem nos momentos necessários.
De certo modo, isso aconteceu com Fernando Henrique Cardoso. Ele vinha da social-democracia, do estado do bem-estar social, da esquerda à europeia, e acabou, por necessidade, avançando na agenda da reforma do Estado, das privatizações e das bases ortodoxas da macroeconomia. Como aliás fizeram muitos outros líderes de sua época (Bill Clinton, Tony Blair e Gerhard Schroeder).
E como Lula, certamente. Por necessidade, ele manteve a base econômica de FHC e até avançou, no primeiro mandato, na agenda de microrreformas que melhoraram o ambiente de negócios.
Assim, Dilma Rousseff. Quem imaginaria que ela poderia comandar um amplo programa de privatizações e de redução de impostos?
O problema é que essa turma que vai pela necessidade tende a abandonar o caminho ao menor sinal de dificuldades políticas na implementação ou, inversamente, de alívio na situação.
É diferente uma privatização tocada por uma Margaret Thatcher, digamos, e pela nossa turma aqui. Convicção faz diferença. Diz-se, por exemplo, que não haverá mais privatizações de aeroportos.
Veremos. A necessidade é forte, o momento exige, mas falta saber se as lideranças são também aquelas exigidas pela situação. Um mau sinal: na pesquisa da competitividade, há um item "confiança nos políticos". Brasil, 121º lugar.