O GLOBO - 25/04/12
Nosso Banco Central, pelo menos de sexta até segunda, esteve incluído pelo site da locadora de carrões de luxo Europe Luxury Car Hire entre seus principais clientes na Europa, ao lado de gigantes como American Express, Google, Disney e outros.
Troca no concreto
Depois do Maracanã, é bem provável que a construtora Delta também deixe o consórcio da Transcarioca. A Andrade Gutierrez deve tocar sozinha a obra, orçada em R$ 800 milhões.
Aliás...
Neste caso, a Andrade Gutierrez pode deixar o Maracanã todinho para a Odebrecht. A conferir.
Pé no jato
Lula viaja hoje a Brasília num jatinho fretado pelo instituto que leva seu nome.
Chávez na rede
Hugo Chávez de Cadeia ultrapassou a marca de 2,8 milhões de seguidores no Twitter.
Sois rei
A monarquia brasileira deseja que o julgamento do mensalão no STF ocorra já. Um abaixo-assinado neste sentido será entregue hoje ao ministro Ricardo Lewandowski, em Brasília. São quase 20 mil assinaturas — entre as quais, a do... príncipe dom João de Orleans e Bragança.
‘Private’ no Brasil
O selo Arqueiro (Sextante) lança em maio o primeiro livro da série de suspense “Private”, de James Patterson, que já vendeu 800 mil exemplares nos EUA. Aliás, o autor é recordista de presença na lista dos dez mais vendidos do “New York Times”.
IVETE SANGALO, 39 anos, será Maria Machadão, a dona do Bataclan, o prostíbulo da Ilhéus de “Gabriela”, obra magistral do mestre Jorge Amado (1912-2001) que ganha nova versão na TV Globo, com estreia prevista para junho. Veja a musa da música baiana já caracterizada como a veterana, digamos, “operária da saliência”, vivida por Eloísa Mafalda na novela de 1975. A imagem é da gravação da primeira cena com Ivete, no Projac, ontem.
Papo esquisito
Thalita Rebouças, 37 anos, tietou Ziraldo, 80, na 14ª Feira Nacional do Livro Infantil e Juvenil, no Rio, e comprou um exemplar de “Maluquinho assombrado”. Na dedicatória, o mestre do traço escreveu: “Para a velha Thalita, um beijo do Ziraldo”. E ela: “Velha, Ziraldo?”
Segue...
No que o nosso escritor respondeu: — Ué, para mim, é como se você fosse uma velha amiga... Ah, bom!
Malas prontas
José Carlos Araújo está deixando a Rádio Globo. O Garotinho fica só até 13 de maio, quando narra a final do Campeonato Carioca.
Agora é oficial
Eduardo Paes assinou o decreto do feriado da Rio+20, dias 20, 21 e 22 de junho. Será ponto facultativo nas repartições federais, estaduais e municipais, e feriado escolar. Mas o resto funciona normalmente: “A cidade vai sentir nos três dias um certo transtorno”, alerta o prefeito.
Afogar as mágoas
Ronaldinho saiu do Engenhão, depois da derrota do Flamengo para o Vasco, domingo, direto para a boate 021, na Barra, onde rolava uma roda de samba. Encontrou Adriano e Romário.
Esquerda volver
Emir Sader e Ivana Jinkings organizam o livro “As armas da crítica”, que vai sair em maio, pela Boitempo. Serão três volumes. O primeiro trará textos da “sagrada família” da esquerda — Marx, Engels, Gramsci, Lenin, Trotski e Rosa Luxemburgo.
Tela grande
O surfista carioca Rico de Souza, que faz 60 anos em 2012, vai ganhar um documentári dirigido por Guga Sander.
Barça e Bonsuça
Maldade do nosso escritor e coleguinha Ruy Castro, ontem, depois da eliminação do Barcelona pelo Chelsea, na Champions League: — Pelos últimos resultados, o Barcelona entrou na sua fase... Bonsucesso. As cores da camisa, pelo menos, são iguais.
quarta-feira, abril 25, 2012
Cacareco francês - HÉLIO SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP - 25/04/12
SÃO PAULO - Ver alguém de sobrenome Le Pen conquistar a preferência de quase 20% do eleitorado francês é sempre um pouco assustador, mas seria precipitado classificar esse resultado como uma vitória das ideias da extrema direita.
Assim como nem todos os brasileiros que votaram em Marina Silva no último pleito são verdes, nem todos os que sufragaram Marine Le Pen são ultraconservadores xenófobos.
Um crescente corpo de pesquisas sobre como pensa e age o eleitor sugere que as opiniões e propostas de um candidato importam menos do que se imagina na decisão do voto.
Drew Westen, da Universidade Emory, mostrou que, com base em questionários rápidos sobre como uma pessoa se sente em relação a certos temas (quase um teste de personalidade), pode-se prever com 80% de precisão não só como ela votará mas também como responderá a perguntas bem específicas, como "a medida X é inconstitucional?".
Enriquecer esse modelo com conteúdos mais racionais, como informações sobre a medida a ser tomada, tem impacto negligenciável nas previsões, que ganham apenas entre 0,5 e 3 pontos percentuais de precisão. Ou seja, a realidade é só um detalhe para o eleitor, que raramente muda de opinião em virtude de fatos que lhe sejam apresentados.
A crer nesses achados da neurociência, o voto é, na maioria dos casos, decidido com base nas emoções positivas ou negativas que cada um dos postulantes, seus partidos e, às vezes, também suas ideias despertam em nós. É só a posteriori que arranjamos uma argumentação vagamente racional para justificar a escolha.
De volta à França, fustigada pelo fantasma da recessão e pelo medo do futuro, a candidatura de Marine Le Pen tem algo de Cacareco. Mais do que uma adesão ao ideário neofascista, ela reflete a indignação de milhares de franceses com os partidos do establishment, que veem como responsáveis pela crise.
CPIs, Titanics e canoas - DENISE ROTHENBURG
Correio Braziliense - 25/04/12
Espera-se que a CPI descubra onde a política está falhando ao ponto de precisar se envolver com o crime %u2014 afinal, todos sabem que Cachoeira flerta há tempos com a ilegalidade. Nesse sentido, vamos torcer para que não seja um Titanic, que zarpou com tanta pompa para naufragar num poderoso iceberg
Os congressistas bem que tentaram, mas não conseguiram escapar da CPI. Você leitor mais atento, já tem ouvido por aí que Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) não servem para nada, que só atrapalham o governo e por aí vai. Mas não é sempre assim. Há exemplos de CPIs para todos os gostos. Elas são como barcos. Uns zarpam de forma esplendorosa, caso do Titanic, mas naufragam diante dos obstáculos. Em outros casos, alguém olha e pensa: "Xiiii, essa balsa não chega". E a embarcação atravessa muita maré contrária.
As CPIs das ONGs e a das empreiteiras são exemplos de Titanics. Começaram cheias de pompa e foram sumindo ao longo do processo. O oposto ocorreu com a CPI dos Bancos. Todos achavam que era uma canoa furada. Foi uma das poucas que gerou a prisão de um banqueiro, Salvatore Cacciola, dono do banco Marka, acusado de gestão fraudulenta na época da maxidesvalorização do Real, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.
Por falar em prisão...
As Comissões Parlamentares de Inquérito não existem para colocar A, B ou C na cadeia. Para isso, há os tribunais e a investigação policial. A CPI "pega" justamente onde o sistema judiciário falha. Na CPI do Orçamento, por exemplo, a ordem dos fatores foi invertida. Primeiro, prendeu-se o economista José Carlos Alves do Santos, acusado de portar dólares falsos e, à época, suspeito do assassinato da própria mulher. Encarcerado, ele decidiu trazer à luz os desmandos que muitos já tinham ouvido falar e, assim, surgiu a CPI.
Geralmente, os escândalos que deságuam em CPI são velhos conhecidos, antes mesmo de instalada uma investigação. A do Orçamento, por exemplo, que surgiu em 1993, poderia ter sido instalada em 1992. Antes da CPI que derrubou o então presidente, Fernando Collor, houve uma série de reportagens a respeito de desvios nas contas da União. Uma pequena cidade no interior da Bahia, Serra Dourada, foi campeã na recepção de recursos para a construção de casas populares. À época, a prefeitura declarou ao governo a utilização de materiais e acabamentos dos quais os casebres entregues à população não sentiram nem o cheiro. E os valores foram pagos. Coincidentemente, a maioria dos vereadores haviam recebido um din-din para fazer campanha ao então deputado João Alves.
Por falar em conhecidos...
O caso Cachoeira não é diferente. Há muito se conheciam suas peripécias com o mundo da política, mais precisamente desde o início do primeiro mandato de Lula, quando surgiu o vídeo de Cachoeira e o então subsecretário de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, Waldomiro Diniz. O que não se sabia era da extensão de suas ligações políticas.
É por aí que a CPI vai. Na política. Espera-se que ela descubra onde a seara está falhando ao ponto de precisar se envolver com o crime — afinal, todos sabem que Cachoeira flerta há tempos com a ilegalidade. Nesse sentido, vamos torcer para que não seja um Titanic, que zarpou com tanta pompa para naufragar num poderoso iceberg. Afinal, se todos os personagens suspeitos a serem investigados nessa comissão se juntarem, é bem capaz de eles conseguirem mesmo transformar a CPI num Titanic. Por isso, prefiro ficar com aqueles que a veem como uma canoinha meio chinfrim. Quando eles acham que as CPIs não apuram nada, é que elas vão longe. O neoinvestigador Fernando Collor que o diga. Ninguém acreditava na CPI do Paulo César Farias e ela deu no que deu.
Bolas, chutões e canelada na banca - VINICIUS TORRES FREIRE
FOLHA DE SP - 25/04/12
OS MAIORES BANCOS privados querem um "canal de conversação direta" com o governo a fim de tratar de taxas de juros e outros estresses que fermentaram neste mês de abril.
Difícil imaginar que Bradesco ou Itaú não disponham de algo como um telefone vermelho ou ao menos rosadinho para falar com Brasília.
Que os bancos, porém, queiram "discutir a relação" cara a cara com o Planalto dá uma medida da tensão no ambiente formado depois do início da campanha oficial contra as taxas dos bancos.
Os bancos pretendem retomar a "discussão racional" com o governo. Querem em primeiro lugar baixar a bola, pois faz duas semanas que o jogo entre banca e Brasília tem sido dominado por chutões.
Segundo, pretendem mesmo mostrar ao governo que certas medidas de baixíssimo custo político (ou qualquer outro) podem ajudar a reduzir os juros. Os bancos querem garantias melhores e mais variadas (para receber de volta o dinheiro) e menos riscos para usar o cadastro positivo de crédito dos clientes.
Um dirigente de grande banco privado brasileiro reconhece que "pisamos na bola". Isto é, o clima político ficou ruim para os bancos depois do início da campanha do governo e da reação da Febraban.
O diretor diz que, "desde sempre", os bancos (ou ao menos o banco dele) têm um bom diálogo com a equipe econômica, mas que houve um "erro de comunicação" e mal-entendidos que acabaram sendo "explorados politicamente em demasia".
Recorde-se que o caldo entornou na sequência da missão nada diplomática da Febraban, a associação dos bancos, que foi a Brasília dar sua versão sobre o motivo dos juros altos e reivindicar providências regulatórias do governo que criariam as condições para reduzi-los.
O presidente da Febraban, Murilo Portugal, entregou os pleitos da federação para o ministério da Fazenda e, em seguida e na prática, lavou as mãos dos bancos ao dizer então (no dia 10) "não se trata de quem vai ceder primeiro, mas sim de todos trabalharmos na mesma direção. Agora, a bola está com a Fazenda". Não pegou nada bem.
A Fazenda a princípio e a contragosto engoliu a bola chutada pela Febraban. Depois de um reunião com Dilma Rousseff, que ficou enfurecida com a história da bola, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu com chutões seguidos, de resto apoiado por discursos quase diários da presidente.
O ministro disse na ocasião que queriam "jogar a conta [da redução dos juros] nas costas do governo", mas que os bancos tinham gordura nos lucros para queimar.
Lembre-se que Portugal já não contava com a simpatia de Mantega, para usar um eufemismo diplomático. Além do histórico tucano, o presidente da Febraban era praticamente o vice de Antonio Palocci na Fazenda, demitindo-se logo que Mantega foi nomeado para o posto. Não pegou nada bem.
O governo está feliz com a querela, com a popularidade da presidente e com a "retomada iminente do crescimento". Diz-se por lá que Dilma tirou os bancos da sua "zona de conforto" (para os mais animados, que "dobrou a banca"), embora gente mais ponderada reconheça que ainda pouquíssimo se sabe sobre o resultado da campanha contra os juros em termos efetivos: em aumento do crédito a taxas mais baixas.
Zen e a arte de manipulação de dados ALEXANDRE SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP - 25/04/12
Ao longo dos anos (e não são poucos!) como economista fui aprendendo a reconhecer alguns truques retóricos. Um dos mais comuns consiste em apresentar grandezas sem escalas que permitam uma comparação efetiva dos valores envolvidos.
Pensando bem, talvez esta não tenha sido a minha frase mais feliz como articulista, mas o que quero dizer é bem mais simples.
Concretamente, quando alguém menciona um determinado valor (tipicamente “bilhões de reais”), sem dizer, contudo, como isto se compara à evolução de outras variáveis, como o produto, as receitas do governo, ou qualquer outra grandeza que possa ser relevante para o assunto em questão, não tenham dúvida: o argumento não está sendo feito de forma equilibrada (ia dizer “honesta”, porém poderia soar algo injusto), mas sim com o objetivo de reforçar um dos lados da história.
Exemplos abundam. “O Bolsa-Família custa ‘X’ bilhões por ano”, sem mencionar que, seja relativamente ao PIB, seja na comparação com as despesas do governo, trata-se grandeza irrisória. Ou “a dívida pública no Brasil atingiu ‘Y’ trilhões”, sugerindo um processo descontrolado, quando, na verdade, mesmo a dívida bruta tem se mantido entre estável e decrescente na comparação com o PIB, mostrando precisamente o inverso.
Nesta linha de argumentação li recentemente, a respeito da proposta de nova renegociação das dívidas estaduais, mesmo tema da minha última coluna (ah, estas obsessões!), que certos governos já tinham feito pagamentos equivalentes a uma vez e meia o valor original da dívida, mas, apesar disto, o montante a pagar ainda era cinco vezes maior que o inicial. É impossível ler uma afirmação como esta e não concluir que a dívida seria impagável nas atuais condições, necessitando de uma repactuação urgente.
Quase impossível, aliás, pois o treinamento a que me referi no primeiro parágrafo praticamente exige o exame dos números antes de concordar com a afirmação, dados estes disponíveis no sítio do Banco Central.
De fato, segundo tais números, a dívida dos estados junto à União por conta da renegociação ocorrida na segunda metade dos anos 90 atingira R$ 137 bilhões em dezembro de 2000, mas, a despeito de amortizações desde então, chegou a R$ 369 bilhões no final do ano passado, 2,7 vezes maior do que o valor registrado 11 anos antes.
Seria assim insustentável, exceto, é claro, por dois outros desenvolvimentos relacionados: o PIB, que em 2000 era R$ 1,2 trilhão, atingiu R$ 4,1 trilhões em 2011; em linha com isto, a arrecadação estadual, R$ 93 bilhões em 2000, chegou a nada menos do que R$ 365 bilhões no ano passado. Assim, se é verdade que a dívida cresceu 2,7 vezes, também é verdade que o PIB aumentou 3,5 vezes e a arrecadação nada menos do que 3,9 vezes no mesmo período.
Posto de outra forma, a dívida, que representava 11,6% do PIB em 2000 (equivalente a um ano e meio de arrecadação), caiu para 8,9% do PIB (equivalente a um ano de arrecadação) em 2011. Vista por esta ótica já não parece insustentável. Pelo contrário, as condições hoje vigentes são mais favoráveis do que as observadas no início da década passada, quando a dívida chegou a quase 13% do PIB (ou 1,6 ano de arrecadação).
Há duas morais nesta história.
Se a renda familiar cresce bem mais que sua dívida, não há como evitar a conclusão que capacidade de pagamento da família aumentou. O mesmo vale para qualquer governo, estadual, federal, ou municipal, assim como qualquer empresa. Neste sentido, pedir mais uma renegociação porque a dívida seria “impagável” equivale a nova rodada de subsídios, cujo custo recai sobre a população dos estados que não foram originalmente favorecidos, ou seja, os mais pobres.
A outra retorna ao tema do meu primeiro parágrafo. Sempre que forem mencionados números absolutos, desvinculados de qualquer referência, desconfie. Alguém está tentando, de forma nada sutil, obter benefícios às nossas custas.
Jasmim - SONIA RACY
O ESTADÃO - 25/04/12
Jasmim 2
A obra ainda não tem título, editora nem data de publicação. Mas prefácio, sim – escrito por Carlos Ayres Britto, presidente do STF. “Está tão elogioso que tenho vontade de guardar os poemas e publicar só a prólogo”, brincou Temer, recitando um de seus versos, escrito quando “inebriado pelo perfume de dama-da-noite”.
Vamos lá: “Ainda sinto com dor aquele odor/ Jaz, em mim, o perfume do jasmim”.
Da vida
Aprofundam-se pelo mercado rumores de que o Santander Brasil estaria sendo vendido a um banco brasileiro. Ao se tentar descobrir para quem, fontes dos grandes bancos sussurram hoje que o interessado na compra é… “aquele meu concorrente ”.
Será suspeito o primeiro que for visto na cidade de Santander, na Espanha, à procura de Emilio Botín.
Tecla
A primeira visita institucional de Márcio Elias Rosa, novo procurador-geral de Justiça, foi a Michel Temer e Marco Maia– terça da semana passada.
Assunto? Pedir ajuda para barrar a PEC 37, que prevê tirar o poder de investigação do MP.
Caça e caçador
A executiva municipal do PSDB, em reunião anteontem, resolveu protelar a decisão de suspender o pedido de cassação de mandato dos seis vereadores que deixaram o partido.
Serra, que não quer cassar ninguém, poderia ser derrotado.
Cabo de guerra
Parte dos conselheiros palmeirenses alinhados a Arnaldo Tirone até acha que Felipão “tira leite de pedra do elenco”. Mas, segundo se apurou, alguns já desconversam quanto à permanência do técnico – independentemente do que aconteça na Copa do Brasil.
O custo-benefício teria passado dos limites…
Quebrando regras
Ideias para aprofundar o trabalho de judeus e católicos a favor da paz. É o que levará ao papa Bento 16 uma visionária delegação liderada por Jack Terpins, do Congresso Judaico Latino-Americano.
Serão recebidos por Sua Santidade dia 10 de maio, no Vaticano.
Merecido
Fonte que frequenta Mônaco viu Isay Weinfeld jantando no Hotel de Paris, com a princesa Caroline Casiraghi e seus dois filhos. Consta que o arquiteto brasileiro acaba de vencer concorrência para conceber empreendimento imobiliário em terreno de propriedade da família real. Onde? No melhor local de Monte Carlo, em frente ao cassino.
Da concorrência participaram dez arquitetos. Entre eles, nomes do peso de Jean Nouvel, Shigeru Ban, Kengo Kuma e David Adjaidoo.
Quórum
Fábio Assunção justificou, anteontem, no Palácio dos Bandeirantes, sua presença na lotada posse de Marcelo Araújo. “Quis prestigiar, é ótimo nome para a Secretaria”. Expectativa para a nova gestão da Cultura? “Como produtor de teatro, gostaria de ver desemperrar o ProAC (mecanismo de financiamento via isenção fiscal)”.
O ator, discreto, se posicionou no fundo do auditório, sendo resgatado por Odilon Wagner.
Eu pago, sim
É de fazer qualquer banco morrer de inveja. Juvenal Juvêncio, do São Paulo, jura que a inadimplência dos sócios do clube é de insignificantes 0,23%.
Na frente
Atenção: há quem acredite que estão tentando transformar o caso Cachoeira em um “castelo de areia”.
Serena Sutcliffe, do departamento de vinhos da Sotheby’s, fala sobre um histórico leilão, a ser realizado em NY. Sábado, em Sampa.
Acontece hoje o seminário 20 Anos de Massacre do Carandiru. Na Direito GV.
Emar Batalha, Claudia Saad e Patrícia Rollo fazem hoje venda em prol da ONG Artesanato Solidário, fundada por Ruth Cardoso.
A Barca se apresenta hoje, na Casa de Francisca.
Felipe Hegg e Paulo Kassab Jr. inauguram sua galeria, Lume Photos. Hoje.
Felipe Oliveira Baptista, diretor criativo da Lacoste, ganha coquetel na Micasa. Hoje.
Vogue Brasil recebe a atriz Sharon Stone, para comemoração dos 37 anos da revista. Hoje, na Casa Petra.
Começa amanhã a mostra de Amilcar de Castro. Em comemoração aos 20 anos da Galeria Marilia Razuk.
Ela só usa rosa. Dos pés à cabeça. Paula Creamer, a Penélope Charmosa do golfe americano, desembarca por aqui… unicolor. Vem jogar o LPGA Brasil Cup, em maio.
Cachê de escritor - MARTHA MEDEIROS
ZERO HORA - 25/04/12
Ninguém questiona quanto Maria Gadú receberá pelo show que realizará amanhã aqui na cidade: seja quanto for, é o valor do trabalho dela. Tampouco alguém vai se escandalizar com o que Madonna vai embolsar no fim do ano com sua excursão pelo país. Está sacramentado que, no mundo da música, o artista reina.
Mas vá associar dinheiro com literatura. Nada pode ser mais profano.
Se Gabriel o Pensador (a quem admiro) viesse para a Feira do Livro de Bento Gonçalves apenas para fazer um show e, com sua equipe, recebesse R$ 170 mil, o cachê seria astronomicamente alto, mas não viraria manchete de jornal. Alguém tem ideia de quanto Nando Reis cobrou para cantar semana passada na Bienal do Livro de Brasília? Bem menos que isso, provavelmente, mas não é relevante. Como se trata de um show, ninguém questiona.
Mas Gabriel não é apenas músico, é também escritor, e isso muda tudo. Um escritor receber essa baba para, além de fazer show, dar palestra? Incentivar os jovens a ler? Peraí: escritor tem que fazer isso de graça!
É o que está embutido no inconsciente coletivo. Escritor não precisa comer (a poesia alimenta a sua alma), não precisa se vestir (ele é o São Francisco de Assis das artes), não precisa comprar passagem de avião (ele viaja nas ideias), não precisa ter casa própria (ele mora na filosofia), não precisa fazer as unhas e pintar o cabelo (escritoras, quanto mais esculhambadas, mais profundas).
Ou seja, o dinheiro macula a “sacralidade” dos que vivem de escrever – e se viverem mal, ótimo, maior será o seu crédito.
O pior é que, a despeito da ironia acima, ainda me sinto tolamente constrangida de ser paga para participar de eventos literários, reflexo desse pensamento beato de que escritor e dinheiro não foram feitos um para o outro.
No entanto, assim como meus colegas, sou paga, vivo disso também, e procuro manter uma atitude profissional, a exemplo de qualquer outro trabalhador que está doando suas horas produtivas para se colocar a serviço de um contratante. Escritor não tem que estar sempre em promoção.
Se há algo de errado em investir
R$ 170 mil em um único autor – e é mesmo dinheiro pra burro, a polêmica se justifica –, também há algo de errado em a gente ficar tão embaraçado em ser bem pago para falar. Se acreditam que podemos contribuir para a sociedade não só escrevendo, se há quem queira também nos escutar, vamos lá, não é pecado, desde que se pratique um preço justo – resta saber como se quantifica o justo.
Outro dia, um amigo, palestrante profissional, me confidenciou que os escritores estão deflacionando o mercado em que ele atua. “As empresas nos consideram caros porque vocês, escritores, aceitam falar por qualquer merreca.” Pois é. Ou a gente deixa o constrangimento de lado, ou vamos ter que aprender a cantar.
Ninguém questiona quanto Maria Gadú receberá pelo show que realizará amanhã aqui na cidade: seja quanto for, é o valor do trabalho dela. Tampouco alguém vai se escandalizar com o que Madonna vai embolsar no fim do ano com sua excursão pelo país. Está sacramentado que, no mundo da música, o artista reina.
Mas vá associar dinheiro com literatura. Nada pode ser mais profano.
Se Gabriel o Pensador (a quem admiro) viesse para a Feira do Livro de Bento Gonçalves apenas para fazer um show e, com sua equipe, recebesse R$ 170 mil, o cachê seria astronomicamente alto, mas não viraria manchete de jornal. Alguém tem ideia de quanto Nando Reis cobrou para cantar semana passada na Bienal do Livro de Brasília? Bem menos que isso, provavelmente, mas não é relevante. Como se trata de um show, ninguém questiona.
Mas Gabriel não é apenas músico, é também escritor, e isso muda tudo. Um escritor receber essa baba para, além de fazer show, dar palestra? Incentivar os jovens a ler? Peraí: escritor tem que fazer isso de graça!
É o que está embutido no inconsciente coletivo. Escritor não precisa comer (a poesia alimenta a sua alma), não precisa se vestir (ele é o São Francisco de Assis das artes), não precisa comprar passagem de avião (ele viaja nas ideias), não precisa ter casa própria (ele mora na filosofia), não precisa fazer as unhas e pintar o cabelo (escritoras, quanto mais esculhambadas, mais profundas).
Ou seja, o dinheiro macula a “sacralidade” dos que vivem de escrever – e se viverem mal, ótimo, maior será o seu crédito.
O pior é que, a despeito da ironia acima, ainda me sinto tolamente constrangida de ser paga para participar de eventos literários, reflexo desse pensamento beato de que escritor e dinheiro não foram feitos um para o outro.
No entanto, assim como meus colegas, sou paga, vivo disso também, e procuro manter uma atitude profissional, a exemplo de qualquer outro trabalhador que está doando suas horas produtivas para se colocar a serviço de um contratante. Escritor não tem que estar sempre em promoção.
Se há algo de errado em investir
R$ 170 mil em um único autor – e é mesmo dinheiro pra burro, a polêmica se justifica –, também há algo de errado em a gente ficar tão embaraçado em ser bem pago para falar. Se acreditam que podemos contribuir para a sociedade não só escrevendo, se há quem queira também nos escutar, vamos lá, não é pecado, desde que se pratique um preço justo – resta saber como se quantifica o justo.
Outro dia, um amigo, palestrante profissional, me confidenciou que os escritores estão deflacionando o mercado em que ele atua. “As empresas nos consideram caros porque vocês, escritores, aceitam falar por qualquer merreca.” Pois é. Ou a gente deixa o constrangimento de lado, ou vamos ter que aprender a cantar.
Manifesto da baixaria - ROBERTO DaMATTA
O GLOBO - 25/04/12
Um fantasma ronda o Brasil: o fantasma da falta de educação e da baixaria. Juízes do Supremo, parlamentares, ministros, altos empresários e governadores — perderam o senso luso-brasileiro e ameaçam um bate-boca generalizado. Alguns tentam conjurar essas brigas anti-aristocráticas que pegam mal porque revelam muito do que não pode ser mostrado.
Aqui se faz um apelo aos leitores. Sejam sinceros e tirem a honestidade da zona cinzenta dos pecados e dos malfeitos. Façam o contrário dos diplomatas e dos populistas: proclamem o que pensam e sentem. Seremos todos acusados de intrigantes e boquirrotos pela direita (a dona da bola e, por isso mesmo, corrompida), pela esquerda (revolucionária, é claro, mas no poder e com vastos limites) e pelo centro que sempre foi o berço do nosso moralismo que diz que vai mas não vai antes de saber pra onde a coisa está indo e, por isso mesmo emudece porque a sinceridade que iguala é o maior pecado de um sistema desigual.
Critique abertamente e não se esconda no anonimato. Seja grosso com os pulhas que roubam o nosso dinheiro e discorde. Não escolha a pusilanimidade dominante.
— II —
Contrariando frontalmente a visão geral do escândalo que cobre o nosso país de egrégios gregos gregários — de Deltas aDemóstenes — envolvendo governantes e governados, eu afirmo que quando o bate-boca ocorre nas altas esferas temos um sinal delucidez, de democracia e de progresso. No contexto da hipocrisia nacional uma discussão entre ministros do Supremo, é algorevolucionário.
Todo tribunal é feito de conflitos, denuncias e busca da verdade. Exceto no Brasil onde ainda se tem o direito de mentir e se é obrigado a engolir choro. São os conflitos verbais que deixam surgir a Verdade com sua nudez transparente e escandalosa.
Chega de botar a poeira debaixo do tapete em nome de uma ética aristocrática. Vivemos um momento no qual o igualitarismorompe nossas portas e, como um hóspede imprevisto e não convidado, demanda — acima de tudo — um mínimo de sinceridade. E a sinceridade só surge quando nos entregamos a forças maiores do que nós. Como foi o caso do ministro do Supremo que, criticado pelo colega, reagiu numa veemente e histórica entrevista.
Esse manifesto discorda da opinião segundo qual o Supremo fica menor quando seus membros discordam. Pois o seu autor estáabsolutamente seguro ao dizer que quanto mais os agentes públicos ficarem putos uns com os outros, mais democracia igualitária cairá, como chuva de verão, sobre todos nós.
O imprevisto é o centro da vida democrática. E o imprevisto maior do Brasil no qual vivemos é a descoberta do papel do estadonão como fulcro de igualdade de oportunidades, mas como uma fonte de aristocracia e de enriquecimento ilícito. Só a baixaria podeliquidar a perversão de combinar até mesmo as discórdias. Temos que reformar a nossa boa educação de senhores de engenho que leva à mentira e ao agrado do governante para pegar o contrato sem discutir mérito ou eficiência. Mesmo — pasmem — quando isso pode existir.O bate-boca no Supremo, não diminui a Corte magistral. Muito pelo contrário, ele torna essa corte mais honrada e democrática. O Brasil precisa ser desmascarado e posto a nu para si mesmo. É hora de ver o fantasma.
— III —
Democracia é partejada por igualdade (todos podem falar, mesmo errado) e individualismo (todos tem o direito de querer) — esses valores que produzem conflito. O conflito revela o lado vivo do Supremo Tribunal Federal. Ele mostra que os nossos super-magistrados são humanos e suscetíveis de raiva, ressentimento e vingança. Por isso a discussão não é só mais do que bem-vinda: elaé fundamental.
— IV —
Sem opinião não há sinceridade. A medida da honestidade jaz no que realmente pensamos de algum assunto ou pessoa. É, pois, imperioso acabar com as luvas de pelica. Discutir não é ser mal-educado, é afirmar que — finalmente! — podemos concordar em discordar. O Brasil precisa ver as suas meias furadas.
— V —
Acabemos com a frescura dos lenços de seda — sejamos igualitários. Olhemos os fatos que estão nas manchetes e enxerguemos o que dizem. O bom-mocismo nacional é uma simpatia e uma gracinha como dizem os grã-finos, mas é também o modo de obter altos faturamentos não só em obras, mas em projetos do governo. Essa coisa personalizada e com dono mas sempre isenta, sempre ausente, sempre vendo o debate como uma baixaria e, por isso, sempre inocente porque não se mete ou é responsável por coisa alguma!
Irrompamos respeitosamente com dona mamãe. Ela diz: seja paciente com o tio Fulano ou com o Dr. Sicrano. Eu vos digo: sejammal-educados e profiram o que pensam. O Brasil precisa de bate-boca — esse cerne da oposição! Mande o professor às favas, denuncie o prefeito, o senador, o empresário, o chefe e o presidente — caso eles sejam mentirosos, incompetentes e desonestos.
— VI —
Desvende o Brasil. Seja um mal-educado dizendo o que pensa. Só assim realizaremos a nossa tão atrasada revolução igualitária obrigando que esta CPI promova um desmascaramento geral. Rezemos para que todos botem a boca no mundo e sejam sinceros. Se isso ocorrer, faremos o inusitado: não vamos certamente acabar com a corrupção mas iremos ferir de morte esta republica que aristocratiza seus altos funcionários e torna milionários os seus sócios. Mal-educados do mundo, uni-vos!
De olho no eleitor - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 25/04/12
O xadrez da escolha
O PMDB do Senado escolheu a dedo seus representantes na CPI do Cachoeira. Sérgio Souza (PMDB-PR) é suplente da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Ricardo Ferraço (PMDB-ES) é o principal aliado na bancada do líder do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM). Paulo Davim (PV-RN) é suplente do ministro Garibaldi Alves (Previdência). Ciro Nogueira (PP-PI) será monitorado pelo presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ). O PP e o PV entraram na cota do PMDB para impedir que integrantes da ala independente, como o senador Pedro Simon (RS), entrassem na CPI, o que desagradaria ao Planalto.
“Nunca tivemos atentados. Mas vamos sediar grandes eventos. Não houve momento mais propício para atos terroristas no país”
Luiz Alberto Sallaberry, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, sobre a segurança na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016
PENTE-FINO
O presidente do PT, Rui Falcão (na foto), vai se reunir hoje no Palácio do Buriti com o governador Agnelo Queiroz (DF), alvo de inquérito da PGR. Rui vai conhecer a defesa prévia do governador diante das suspeitas de envolvimento com o contraventor Carlos Cachoeira e de contratos irregulares com a Construtora Delta. O governador também pretende falar hoje com o ex-presidente Lula que insuflou a CPI que jogou Agnelo na fogueira. Os dois não se falam desde o começo das denúncias.
Estrela tucana
A Força Sindical resolveu cutucar o governo Dilma e também o PSDB paulista. A Central convidou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para ser a principal estrela do comício do 1o. de Maio em São Paulo, que deve reunir um milhão de pessoas.
Afinando a viola
O ex-presidente Lula almoça com a presidente Dilma, hoje, no Alvorada. Ele chega no começo da tarde e vai direto para sua ex-residência oficial. Na mesa, a CPI, eventuais respingos no Planalto, e a adoção de uma estratégia conjunta.
DEM quer a renuncia de Demóstenes
A Juventude do DEM, que chegou a lançar o senador Demóstenes Torres (GO) candidato ao Planalto, desencadeou campanha pela sua renúncia. Ela postou no YouTube o vídeo "Pede para sair corrupto", que reproduz discurso do senador dizendo: "Bandido tem que ir para a cadeia!". Ele exibe ainda cena, do filme "Tropa de Elite", na qual o personagem capitão Nascimento grita com um policial do Bope ligado ao jogo do bicho: "Pede para sair! Pede para sair!".
A última palavra
O líder do PMDB, Henrique Alves (RN), diz que o eventual veto da Presidência não é a palavra definitiva na votação do Código Florestal. A Câmara poderá derrubar o veto, como o Senado também pode no caso dos royalties do petróleo.
Conformado
O senador Pedro Taques (PDT-MT) não perde a serenidade a propósito das brincadeiras, de seus colegas, sobre sua semelhança física com o bicheiro Carlinhos Cachoeira: "Até minha mãe me acha parecido com o Cachoeira", disse ele.
O LÍDER do PT, Jilmar Tatto (SP), fez o convite para Odair Cunha (PT-MG) assumir a relatoria da CPI do Cachoeira na noite de segunda-feira. Depois, eles foram jantar no restaurante Piantela, em Brasília.
SONDADO, o ex- líder Paulo Teixeira (PT-SP) disse que não teria disponibilidade para ser relator da CPI, pois já era o relator da comissão que vai fazer a reforma do Código de Processo Civil.
O MINISTRO Antonio Patriota (Relações Exteriores) está em Addis Abeba (Etiópia) participando de reunião da União Africana que debate saídas para as crises políticas e militares em Guiné Bissau, Mali e Sudão.
Muito antes de Keynes - JOSÉ LUÍS FIORI
Valor Econômico - 25/04/12
O "milagre econômico inglês", que deu origem ao capitalismo moderno, começou no século XVII, muito antes da chamada "revolução industrial". De forma aproximada, se pode dizer que seu início ocorreu entre a "República de Cromwell" (1649-1659) e o reinado de Guilherme III, o "rei holandês", que governou a Inglaterra entre 1689 e 1702. Cromwell aumentou o poder naval da Inglaterra, fez guerra e venceu a Holanda (1652-1654) e a Espanha (1654-1660), as duas grandes potências marítimas do século XVII, e conquistou a ilha da Jamaica, em 1655, criando a primeira colônia do futuro Império Britânico. Além disso, Cromwell editou, em 1651, o 1º Ato da Navegação, que fechou os portos ingleses aos navios estrangeiros e se transformou no primeiro ato mercantilista agressivo da Inglaterra, fechando as fronteiras de sua economia nacional.
Três décadas depois, Guilherme III enfrentou e venceu a França na Guerra dos 9 Anos (1688-1697), iniciou a Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1712) e conquistou e submeteu Irlanda e Escócia. Ao mesmo tempo, no campo econômico, promoveu uma "fusão revolucionária" das instituições financeiras holandesas - que eram mais avançadas - com as finanças inglesas, criando o Banco da Inglaterra e um novo sistema de financiamento da dívida pública inglesa, atrelado à bolsa de valores e ao sistema de crédito da banca privada. Uma "revolução financeira" que deu à Inglaterra um poder de fogo econômico e militar - em qualquer lugar do mundo - muito superior ao das demais potências europeias.
Foi nesse período que William Petty (1623-1687) - o pai da economia política clássica - escreveu dois ensaios que revolucionaram o pensamento econômico do século XVII: o "Tratado sobre Impostos e Contribuições", publicado em 1662, e a "Aritmética Política", publicado depois da sua morte, em 1690. No momento em que Petty publicou sua obra, a Inglaterra ainda era uma potência de segunda ordem e se sentia cercada pela Holanda, Espanha e França. Essa era sua preocupação fundamental, quando formulou o conceito de "excedente econômico", e estabeleceu uma relação direta entre o tamanho desse "excedente" e o poder internacional de cada país.
O que Petty não propôs nem previu, foi que a Inglaterra virasse uma potência agressiva, e que seu expansionismo se transformasse num motor fundamental para o próprio crescimento do "excedente interno" da economia inglesa, consagrando uma estratégia desenvolvimentista pioneira na história do capitalismo.
Basta dizer que a Inglaterra participou de 110 guerras - entre 1650 e 1950 - dentro e fora da Europa, e financiou esse seu expansionismo bélico, depois da "revolução financeira" de 1690, com a sua "dívida pública" que cresceu de 17 milhões de libras em 1690, para 700 milhões em 1800, sem perder, em nenhum momento, a sua "credibilidade" nacional e internacional.
Resumindo e apressando a história, já é possível identificar alguns traços fundamentais e específicos desse "desenvolvimentismo inglês":
1) O desenvolvimento inglês foi ligado umbilicalmente à expansão do poder internacional da Inglaterra, e essa expansão foi muito importante para o aumento da "produtividade" e do "excedente" da economia inglesa.
2) Nesse contexto, pode se entender porque as guerras e a "preparação para a guerra" ocuparam um lugar tão importante no desenho estratégico do desenvolvimentismo do estado e dos capitais ingleses.
3) O expansionismo inglês nunca foi liderado pela indústria ou pela burguesia industrial, e sim pelas suas elites ligadas à terra, às armas e às finanças.
4) A estratégia de desenvolvimento da Inglaterra seguiu sendo basicamente a mesma, antes e depois da crítica ao mercantilismo, da economia política clássica, e também, antes e depois da "revolução industrial".
5) O próprio protecionismo de Cromwell se manteve até o século XIX, e só foi abandonado depois que a Inglaterra já era a maior potência militar e econômica mundial.
6) A finança, a dívida pública e a imposição progressiva da libra como moeda do "território econômico supranacional" da Inglaterra, foram os principais instrumentos de poder responsáveis pelo sucesso internacional do capitalismo inglês.
7) Por fim, o desenvolvimentismo inglês não teria sido o mesmo sem a complementaridade dos EUA, que foi sua principal fronteira de expansão financeira, e depois se transformou no herdeiro direto desse mesmo modelo inglês de desenvolvimento e expansionismo contínuo.
Agora bem: esse "desenvolvimentismo inglês" é o único caminho possível de sucesso? Não. Ele pode ser seguido por qualquer país? Também não. De qualquer forma, o importante é entender que este foi o caminho seguido pelas duas maiores potências liberais da economia capitalista internacional.
(Vide: P.J. Cain and A.G. Hopkins, "British Imperialism, 1688-2000", Longman, London, 2001)
O 'santo' servil ao diabo e o grampeador no grampo - JOSÉ NÊUMANNE
O Estado de S.Paulo - 25/04/12
Há uma diferença crucial entre o bandido, armado ou desarmado, que o assalta e o sujeito finório que entra em sua casa como amigo ou por ser parente e, depois, é flagrado furtando um talher de prata à mesa ou assediando alguma mocinha incauta no sofá da sala. Cada vez que o cidadão brasileiro toma conhecimento de mais uma falcatrua realizada pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares em Goiás, Minas ou no Espírito Santo, já encara o fato com normalidade, assim como normal é a notícia de mais um descalabro protagonizado por Marcos Valério Fernandes. Esses personagens do escândalo do "mensalão" já constam da crônica policial. Deles não se espera outra coisa. Alguém imaginaria um deles patrocinando uma causa benemérita? Seria como testemunhar Chico Picadinho pedindo doações para a Santa Casa de Misericórdia. Coisa muito diferente, contudo, é saber que Protógenes Queiroz teve sua voz reconhecida num grampo de seus colegas federais na investigação do bando criminoso do contraventor Carlinhos Cachoeira. E, mais ainda, se deparar com Demóstenes Torres funcionando como despachante do bicheiro e usando para tal sua condição de parlamentar.
Acontece que Protógenes Queiroz foi agente federal da lei. E Demóstenes Torres é um representante do povo. Uma coisa é se assustar com uma pistola imaginária de um assaltante na testa ao acordar no meio da noite e abrir-lhe o cofre para ter surrupiadas as joias da família. Outra, muito pior, é ficar sabendo, de repente, que o amigo íntimo tido como o mais correto, o mais moralista de todos, o que mais parecia ser a favor da lei, da moral e dos bons costumes não passa de um vulgar serviçal do crime organizado que assalta a República em proveito pessoal.
A bem da verdade, não é bem esse o caso de Protógenes. Como delegado da Polícia Federal (PF), ficou famoso depois de assumir as investigações da Operação Satiagraha. Seus métodos, no mínimo, heterodoxos de investigar as hostilidades entre os sócios italianos da Italia Telecom e o administrador de fundos brasileiro Daniel Dantas, cuja prisão lhe rendeu enorme exposição na mídia, motivaram processo da própria PF, movido antes de ele se candidatar à Câmara dos Deputados. Eleito pelas sobras dos votos do palhaço Tiririca, agora tem imunidade.
Ao declarar a investigação ilegal, a Justiça deu razão ao juiz federal Ali Mazloum, que a questionou por achar que o policial exacerbou da função em busca de notoriedade para se candidatar a um cargo político. É, de fato, questionável, para não usar termo mais duro, vender a imagem de Eliot Ness do Sapopemba para se tornar estrela do noticiário e, com isso, ganhar notoriedade suficiente para almejar uma cadeira no Legislativo federal. No entanto, o policial processado pela instituição a que serve conseguiu legenda no Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e licença da Justiça Eleitoral para disputar votos. E, não os obtendo em número suficiente para se tornar representante do povo, teve a preciosa ajuda do palhaço puxador de votos para atingir seu objetivo político.
Não é de estranhar que, com esse currículo, ele tenha sido flagrado em conversa telefônica com o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, conhecido como Dadá ou Chico, do estreito círculo íntimo de Cachoeira. Menos ainda que tenha apelado, como está habituado a fazer, para a tergiversação ao reagir à denúncia apresentada contra ele pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), que pediu sua cassação ao Conselho de Ética da Câmara. Sua Excelência apresentou como prova de quebra de decoro parlamentar imagem do tucano indicando ao correligionário Rogério Marinho (PSDB-RN) cartaz, que este rasgou, à porta de seu gabinete conclamando pela convocação de uma CPI sobre a "privataria tucana", tema de best-seller de Amaury Ribeiro Jr., protagonista do nebuloso caso de falsificação do pedido de quebra de sigilo fiscal de Verônica, filha do tucano José Serra, candidato a prefeito de São Paulo. Em vez de explicar ao público, que paga seus proventos de policial e seus vencimentos de parlamentar, que relações mantém com Dadá ou Chico, o deputado comunista preferiu acusar o presidente nacional do PSDB de estar a serviço de Daniel Dantas, cujos métodos, segundo ele, se assemelham aos do bicheiro. Mas o caso do grampeador apanhado no grampo, como está descrito acima, é muito diferente do de Demóstenes Torres, embora suas biografias tenham, na origem, pontos comuns. Como Protógenes, o senador hoje sem partido entrou na política pela porta do combate ao crime, na Secretaria de Segurança de Goiás.
Aí, contudo, acabam as semelhanças. Até ter sua intimidade com o bicheiro devassada pelos grampos telefônicos da PF, o oposicionista não tinha em sua biografia profissional ou política nenhuma mancha evidente. Ao contrário, ele vendeu à Nação a imagem de cidadão acima de qualquer suspeita, um Catão moralista implacável que perseguia de forma exemplar e corajosa os malfeitores (para usar termo da preferência da presidente Dilma Rousseff) que dilapidam os recursos públicos aproveitando-se de cargos no governo ou poder político. A revelação de sua dupla face - perseguidor de criminosos a serviço de um fora da lei - surpreendeu a Nação inteira, dando-lhe a desconfortável sensação de que ninguém é confiável. Parafraseando Ivan Karamazov, o personagem de Dostoievski, é como se subitamente descobríssemos que, não sendo Demóstenes honesto, ninguém jamais o seria.
Para pôr fim à maligna promiscuidade entre homens da lei e sequazes do crime os parlamentares de bem devem exigir punição para o grampeador pilhado no grampo dos colegas e providenciar a exemplar cassação do falso moralista que fingiu ser santo para servir ao demônio. O ectoplasma de Demóstenes que desfila no Congresso Nacional é um tumor que apodrece a política e infecciona a democracia.
Um populista no inferno - ELIANA CARDOSO
O Estado de S.Paulo - 25/04/12
Muitos poetas, papas e políticos moram no inferno de Dante. Entre eles está um populista famoso do qual falaremos daqui a pouco. Já sei que você vai reclamar: Dante desconhecia o populismo, pois a América Latina não existia naquela época. Mas o criador da Divina Comédia, embora desconhecesse o termo, entendia o caráter do populista em detalhe. Apenas não usou o vocábulo. Preferiu o cognome de falso guia para descrever a personalidade desse tipo manjado da política universal.
Hoje em dia atribuímos a pecha de populista a políticos dos mais diferentes matizes, incluindo aquele a quem falta fulgor, mas que se aferra a ganhos eleitoreiros de curto prazo, defendendo o protecionismo, desacreditando dos perigos da inflação e demonstrando otimismo exagerado em relação ao crescimento obtido com estímulos ao consumo. Entretanto, o populista autêntico - como o Domingo Perón que Cristina Kirchner procura reencarnar - segue um modelo clássico: o do demagogo nacionalista, mentiroso e autoritário.
Dante nos diz que o pecado do carismático, que arregimenta seguidores com charme e ideias ruins, consiste na fraude. Por isso o coloca na oitava vala do oitavo círculo do inferno - o mesmo círculo onde estão outros fraudadores: bruxos, corruptos, simoníacos, ladrões, hipócritas e falsos guias. Enquanto os hipócritas carregam pesadas capas de chumbo, os populistas ardem dentro de línguas de fogo bifurcadas. Numa delas está Ulisses.
Todo mundo que leu a Odisseia sabe que Ulisses era um mentiroso. Dante adiciona-lhe ainda outros defeitos. Nem o amor de Penélope (nem a saudade do filho) venceu nele o desejo da aventura desvinculada de qualquer obrigação, segundo a confissão que o herói faz a Virgílio no canto XXVI do Inferno. Dante - que não lia grego nem dispunha no final do século 13 de traduções latinas de Homero e conhecia Ulisses apenas pela Eneida - pode tomar a liberdade de inventar as circunstâncias da morte do aventureiro.
Entregue às tentações de seu talento, Ulisses, na companhia de um punhado de seguidores, fez-se de velas sobre o mar aberto. Chegando ao fim do mundo, Ulisses discursou, conclamando os marinheiros: "Somos feitos para perseguir a glória e não para, medrosos, mofarmos na praia". Suas palavras animaram os homens, que dos remos fizeram asas. Logo uma montanha apareceu envolta em brumas e delas um furacão investiu contra o barco. A alegria desmanchou-se em pranto e o mar os sepultou.
Ainda não sabemos que fim terão a sra. Kirchner e seus seguidores. Por enquanto conhecemos apenas seus discursos entusiasmados e a imagem de Evita como pano de fundo por ocasião do anúncio da reestatização da YPF. Muito apropriada a evocação da mulher daquele presidente que, depois de estatizar as ferrovias, os portos e os serviços telefônicos da Argentina no final da década de 1940, sofreria o golpe militar de 1955, em meio ao aumento da violência no país.
A Argentina passou boa parte de sua vida econômica alternando endividamento exagerado com moratórias. Suspendeu o pagamento de suas dívidas em 1828, 1890, 1982, 1989 e 2001. Depois de 2003, os termos de intercâmbio viraram a seu favor. Entretanto, erros de política econômica elevaram a inflação acima dos 20% ao ano. O governo buscou apoio popular, impondo tetos aos preços dos combustíveis. As consequências fatais? Queda de investimento e falta de produtos. A fuga de capitais forçou o controle de câmbio em 2011, continuando políticas econômicas que tentam camuflar a inflação, a redução das exportações e a queda da popularidade da presidente.
O FMI ameaça o país com censura pública pela falta de transparência das estatísticas. Cristina Kirchner vai em frente. Renovando a disputa pelas Malvinas, evoca sentimentos nacionalistas. Aprofundando intervenções, desvia o foco da infraestrutura precária. E cria um círculo vicioso, no qual o governo adota medidas cada vez mais extremas na busca de solução de problemas que suas próprias políticas motivaram.
O aumento dos riscos argentinos pode se refletir no Brasil. Não apenas pela ameaça a interesses de empresários que lá investiram, mas também porque o contágio regional parece inevitável quando os investidores internacionais identificam países vizinhos e aliados e falam de uma onda de nacionalizações que, começando na Venezuela, se espalhou para a Bolívia e o Equador. Por isso na semana passada o presidente do México, Felipe Calderón, fez questão de se distanciar das políticas de Kirchner.
A opinião internacional acredita que o Brasil e a Argentina estão de tal forma entrelaçados que os erros da política econômica de um acabam se refletindo na economia do outro. Há mais de 120 anos, em 10 de janeiro de 1891, a revista The Economist escrevia a respeito de nossas políticas inflacionárias do final do século 19: "Os resultados dessas políticas ficaram claros no caso da Argentina. Chegou a hora de quem tem um interesse no Brasil tomar nota da direção em que o país vai escorregando".
Hoje os analistas financeiros continuam a achar irresistível a comparação das duas economias e relembram que, no passado, governos autocráticos e democráticos presidiram sobre taxas de inflação absurdas. Administrações populistas e neoliberais se regalaram na indisciplina fiscal e no crescimento do Estado. Aqui e lá, ciclos de sobrevalorização cambial sucederam-se, dando lugar ao capital em fuga e às crises externas. Aqui e lá, ciclos da dívida externa atrelaram-se à precariedade de contratos imprescindíveis ao funcionamento da economia de mercado.
Todavia lá, mais do que aqui, a voz pouco clara do governo cria o temor de estatização, protecionismo e arbitrariedades. O Brasil, ao contrário da Argentina, promete respeitar contratos.
Socuerro! Saiu a CPI do Trem! - - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 25/04/12
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Direto do país da piada pronta: "Ônibus do Vasco é campeão em multas". Rarará! Finalmente o Vasco é campeão! Acumula 50 multas por excesso de velocidade e uma por avançar o sinal! É piada pronta e enlatada!
E a quem interessar possa: hoje é Dia do Corno!
E a guerra musical das torcidas? Primeiro foi esta: "Boi, boi, boi/ boi da cara preta/ o Corinthians era líder/ mas perdeu pra Ponte Preta". Aí um corintiano retrucou: "Boi, boi, boi/ boi do Piauí, torceu contra o Corinthians e perdeu pro Guarani".
E já tão zicando o Timão: "Boi, boi, boi/ boi da cara black, perdeu pra Ponte Preta/ e vai perder pro Emelec". Rarará. Aliás, já saiu o GPS de corintiano: evite ponte!
E a CPI do Cachoeira? Vai ter que mudar de nome para CPI do Trem. Olha as gravações: "Fala, professor, você conseguiu liberar aquele trem?"; "Tudo tranquilo, doutor, aquele trem foi resolvido"; "Aquele trem tá dando o maior problema aí, viu."; "É um Cessna, pagou R$ 4 milhões, um trem assim."; "Tô te falando, esse trem aí..." A CPI do Trem.
O Cachoeira é a locomotiva da sociedade? Rarará! A CPI do Trem vai descarrilar! A CPI viu uma luz no fim do túnel, mas o trem passou por cima! Rarará!
É o trem das 11! Rarará!
E aquele presídio em Mossoró? Um leitor de Mossoró tá indignado: "Querem mudar o clima de Mossoró. Primeiro mandaram o Beira-Mar, e depois o Cachoeira!". Rarará!
E o pessoal tá indignado porque o Collor e o Calheiros vão presidir o Conselho de Ética. Normal: é o que temos.
Como diz aquele vendedor de loja: "É o que temos para o momento!". Melhor ainda, eles são especialistas no assunto.
O Conselho de "Étitica". Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
PREDESTINADOS! Mais um para a minha série "Os Predestinados". Especialista em ferramentas com metal duro: Mário ESPADAS!
Já imaginou a mãe: "Meu filho, você vai se chamar Espadas e vai trabalhar com metal duro". Rarará!
E a quem interessar possa: ontem foi aniversário do Sarney! O "quinquencentenário" do Sarney! O Cabral gritou: "Sarney à vista!"
Nóis sofre, mas nóis goza
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Corporativismo perturbador - ROSÂNGELA BITTAR
Valor Econômico - 25/04/12
O método Dilma de fazer nomeações dos integrantes de colegiados ou de atuar em questões que exijam escolha é lento e pouco compreendido até pelos próximos que melhor a conhecem. A presidente dá tempo ao tempo e, com isso, margem às disputas, contestações, lobbies, multiplicação de candidaturas àquela função. Quando do colegiado exige-se a condição de equilibrio e isenção entre forças conflitantes, a demora nas indicações dificulta e até pode anular a possibilidade de atingir seu objetivo.
A vítima do temperamento, nesse momento, é a Comissão da Verdade. Diz-se que os seus integrantes serão designados até o fim deste mês, mas já ficou tarde. A protelação sem fim fez o terreno desnecessariamente pantanoso. Com a demora, os que dela querem participar aumentaram as pressões sobre a decisão presidencial. Como não há um critério pré-estabelecido conhecido de todos, o lobby é livre e a presidente pode, com a aceitação das candidaturas propostas na pressão, anular a condição de isenção que se exige do grupo e transferir para o seu interior as disputas que existem fora do colegiado e foram a razão de sua criação.
Querem participar da Comissão da Verdade e pressionam a presidente representantes de organizações não governamentais de áreas afins aos direitos humanos, representantes das famílias dos que sofreram a ação da repressão, representantes dos militares que reprimiram os grupos políticos e das suas famílias, do Ministério Público, além de militantes de causas diversas.
À Comissão da Verdade juntam-se mensalão e eleição
Se nomear um de cada um dos lado em litígio, a presidente coloca na Comissão da Verdade o conflito que a motivou. Pode se transformar o colegiado na arena de lutas entre as forças que disputam a prerrogativa da razão desde que o Brasil transpôs a ditadura.
Quem poderia, estando fora dos grupos com interesse nas decisões, atuar com isenção em um colegiado desse tipo, é o exercício de procura que se faz entre aliados da presidente. Um colaborador do governo comenta que, antes de se chegar ao estágio atual, Dilma teve as condições ideais para escolher pessoas capazes de levar adiante a empreitada de forma mais independente.
Poderia recusar, por exemplo, quem vê na Comissão da Verdade uma oportunidade para construir biografia. A comissão precisa ser integrada por quem já tem biografia, define um aliado de Dilma.
Muitos dos candidatos ou dos nomes que têm sido indicados pelas corporações ao Planalto têm essa característica. Tivesse a presidente tomado as decisões tempestivamente, teria dado menos tempo à construção desses caminhos sem volta.
A presidente sempre poderá alegar que ainda não escolheu os integrantes da Comissão da Verdade e que, ao fazê-lo, e o último prazo citado é o fim deste mês, vai fugir das pressões. Que seus critérios serão exatamente os do equilíbrio, da isenção, poderá ter uma lista de historiadores, acadêmicos e profissionais já prontos e donos do seu perfil sobre cujos nomes não haverá possibilidade de questionamentos. Mas a demora a fez perder as condições ideais para esse tipo de nomeação. Ainda poderá fazê-lo, mas num enfrentamento.
Mesmo se optar por quem já tem biografia ou não pertence às corporações envolvidas, a presidente dificilmente conseguirá fugir de um outro complicador resultante da lentidão na tomada de decisões: a coincidência com outros eventos políticos de grande complexidade, inclusive para o governo. É o caso da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar ligações de parlamentares, governadores de Estado e funcionários do governo, de diferentes partidos, com o contraventor Carlos Cachoeira. Um segundo elemento complicador é o julgamento do mensalão, que atingirá diretamente o partido do governo e boa parte do próprio governo. E as eleições municipais.
Deputados e senadores precisam eleger prefeitos para conseguirem renovar seus próprios mandatos em 2014. As campanhas serão afetadas pelas apurações da CPI do Congresso que terá seu trabalho misturado, como previu o presidente do PT, ao mensalão. Este afetará o partido majoritário do governo e até pessoas cuja história pode estar considerada na agenda da Comissão da Verdade. Uma ciranda explosiva.
Pelo visto até aqui, a CPI que vai investigar as ligações de parlamentares, governadores, empresários e funcionários do governo, ligados a diferentes partidos, com o contraventor Carlos Cachoeira, está pendendo mais para o lado da CPI da vingança, destinada a desmascarar o que o presidente do PT chamou de a farsa do mensalão. Todos os experientes líderes governistas ficaram de fora dos trabalhos e com a missão de agitar os assuntos de interesse do governo no Senado e na Câmara. A CPI, onde têm assento governistas como o ex-presidente Fernando Collor, que em 20 anos passou de réu a respeitado juiz; um presidente e um relator afinados com a cúpula do PMDB e a cúpula do PT, em especial o PT que pretendia misturar os trabalhos aos destinos do mensalão, pode realmente dar seus trabalhos por concluídos logo que pegar os oposicionistas flagrados nesse latifúndio de irregularidades. No momento o perfil é de uma CPI circunscrita.
Não demorou para se confirmarem as previsões feitas à época da discussão sobre o terceiro mandato consecutivo para o ex-presidente Lula. Ele gostaria, mas não forçaria mudança constitucional para atingir seu objetivo. A próxima sucessão estaria bem perto, em 2014. Colocaria em seu lugar, para os quatro anos de interregno, alguém que pudesse ser-lhe fiel ao ponto de não buscar a reeleição. O resto ficaria por conta do eleitor e o fenômeno do apelo à volta. A pesquisa Datafolha publicada domingo, em que 57% querem a volta de Lula em 2014 contra apenas 32% que escolhem Dilma é o início da voz rouca do queremismo.
DE MÃOS DADAS - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 25/04/12
DINHEIRO OU PASSE
O custo do congresso está estimado em R$ 800 mil. O PSDB nacional liberou
R$ 550 mil para o evento e o de SP, R$ 50 mil. Outros diretórios, como o de Minas e o do Paraná, bancarão as viagens de ônibus de seus militantes à capital paulista.
DESEMBARQUE
O cineasta americano Spike Lee pousou ontem em SP para conversar com Heitor Dhalia e Tatiana Quintella, da Paranoid Filmes, escolhidos para produzir o documentário que ele faz sobre o país, "Go Brazil Go!".
FIGURINHAS
O americano ampliou a lista de pessoas que pretende entrevistar. Incluiu nela Fernando Henrique Cardoso, Neymar, Ronaldo, o músico Tom Zé e o ator Lázaro Ramos. Hoje, Lee tenta encontro com Dilma Rousseff em Brasília para uma conversa.
BARREIRA
A comissão técnica de monitoramento dos estádios da Copa de 2014 deve se reunir ainda nesta semana com o governo do Rio. Assunto: as confusões em torno do Maracanã. A empreiteira Delta acaba de deixar a obra. Odebrecht e Andrade Gutierrez, que integram o consórcio, não se entendem sobre a reforma no estádio.
BARREIRA 2
No meio das disputas, uma suspeita: a reforma do Maracanã não estará 100% acabada para a partida final da Copa das Confederações, em junho de 2013.
O estádio, mesmo assim, deve abrigar o jogo, ainda que de forma precária.
RODADA
A comissão deve visitar também outras obras, como o estádio de Recife.
GRAMPO MEU
Os advogados de Carlos Cachoeira devem fazer nova tentativa para ter acesso ao processo da Operação Monte Carlo. Até agora, o STF (Supremo Tribunal Federal) só permitiu que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) tivesse pleno conhecimento dos grampos e das acusações que os atingem.
NOTA MUSICAL
A TV Globo abre no próximo dia 6 as inscrições para o programa "The Voice", que será dirigido por Boninho. Nele, jurados estrelados escolhem os candidatos a participar do programa ouvindo apenas a sua voz. Depois de conhecê-los pessoalmente, cada um treina o seu "eleito" para a disputa.
BAÚ DE MEMÓRIAS
A diretora Ana Maria Magalhães entrevistou Fernando Henrique Cardoso, em SP, para o documentário que faz sobre o antropólogo Darcy Ribeiro, que será veiculado pela TV Brasil no segundo semestre
SEM FRONTEIRAS
O indiano Amartya Sen, Nobel de Economia, inaugurou anteontem o ciclo 2012 de conferências Fronteiras do Pensamento. Sua mulher, Emma Rothschild, o acompanhou. Marcelo Lyra, da Braskem, e Fernando Schüler, curador do evento, estavam na Sala São Paulo.
BRINDE DE ORDEM
O vice-presidente da República, Michel Temer, foi ao coquetel de aniversário do presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso. Marcos da Costa, pré-candidato à presidência da seccional paulista da ordem, estava no Jockey Club.
LENTE EMBAÇADA
Os óculos ficaram em segundo lugar na lista de produtos mais apreendidos pela Receita em 2011, atrás apenas de CDs e DVDs. O número de itens confiscados subiu 120%: de 8,6 milhões em 2010 para 19 milhões. O Ministério da Justiça envia hoje à feira Expo Abióptica, em SP, representante para discutir o problema com o setor.
VADA A BORDO
O escultor inglês Antony Gormley utilizará seis contêineres de navio para transportar 60 toneladas de obras da exposição "Corpos Presentes - Still Being", que será inaugurada no dia 12 de maio no CCBB de SP. A instalação "Critical Mass III" terá 60 homens de ferro fundido, em tamanho real, na rotunda do espaço cultural.
DE OLHO NA COPA
A iniciativa de dar tablets a taxistas de Manaus com aplicativo que permite o pagamento da corrida com cartão será apresentada em fórum das cidades-sede da Copa 2014 em maio. Parceria entre o governo do Amazonas e a Cielo, subsidiará aparelhos para 2.500 carros.
CURTO-CIRCUITO
O curta-metragem "De Outros Carnavais", de Paulo Miranda, será exibido no sábado, às 21h, na Cinemateca. Livre.
Carola Matarazzo assumiu a presidência da Liga Solidária, após seis anos de mandato de Maria Luiza d'Orey Espírito Santo.
A dupla britânica The Ting Tings se apresenta na próxima terça, às 22h, no Cine Joia. Classificação etária: 18 anos.
com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY
Supremo abafa - FERNANDO RODRIGUES
FOLHA DE SP - 25/04/12
BRASÍLIA - Ficará por isso mesmo a recente troca de ofensas entre ministros do Supremo Tribunal Federal. Cezar Peluso chamou Joaquim Barbosa de inseguro. Barbosa revidou com vários adjetivos derrogatórios e foi além -acusou o colega de manipular ou tentar manipular julgamentos e de agir de maneira inconstitucional e ilegal.
Diante de palavras tão pesadas, o presidente recém-empossado do STF, Ayres Britto, deu uma breve entrevista na sexta-feira. Sua concisa explicação: "Os julgamentos do STF têm uma dinâmica, uma dialética e uma lógica próprias. Proferido o resultado, não é possível manipulá-lo, pois manipular o resultado é alterar o conteúdo da decisão".
Liberal e interessado em modernizar o STF, Ayres Britto dessa vez agiu para jogar água na fervura.
Optou pela saída brasileira de sempre nessas ocasiões: se o problema é de difícil solução, atue como se a encrenca fosse menor do que parece.
Como alegoria, vale imaginar o episódio Peluso-Barbosa sendo protagonizado na Esplanada dos Ministérios. Um dos personagens acabaria punido: o acusado ou o outro por atacar sem provas. No Congresso, deputados ou senadores poderiam até se salvar, mas certamente seriam submetidos ao calor de algum procedimento de esclarecimento -com a devida cobertura da mídia- no Conselho de Ética.
Já no STF "corporativo", para ficar com a descrição de Joaquim Barbosa, nada ocorre. O presidente da corte dá uma entrevista, afirma que nada de errado aconteceu. Segue-se em frente. Uma pena.
Sem uma resposta convincente, o STF depaupera sua imagem. Abre um flanco perigoso. Réus condenados pela corte estão agora legitimados a perguntar no ato da leitura das sentenças: o julgamento foi manipulado, inconstitucional e ilegal?
É compreensível a opção pelo abafamento do caso. Só é triste que tal caminho seja o escolhido.
Estica e puxa - DORA KRAMER
O ESTADÃO - 25/04/12
No momento, o que se diz no governo e no PT é que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva recuou do entusiasmo inicial com a CPI, em princípio vista como uma maneira de expor adversários nos Poderes Legislativo e Judiciário, compartilhar os malefícios do julgamento do processo do mensalão e abrir espaço para revanches de políticos agastados como trabalho investigativo da imprensa, em particular da revista Veja.
O marco do recuo seria o vídeo gravado pelo presidente do PT, Rui Falcão, fazendo uma convocação geral em defesa da apuração do “escândalo dos autores da farsa do mensalão”. Na avaliação petista, Lula “foi inteligente”na arquitetura do plano, mas Falcão não foi, digamos, astucioso, ao revelar a estratégia antes do início da guerra e arrastar o governo para dentro dela.
Na emergência, o jeito foi investir na redução de danos: dizer que o Planalto quer distância da CPI e que haveria até certo arrependimento da parte de Lula por não ter avaliado corretamente a dimensão da encrenca.
A versão é conveniente, mas não necessariamente corresponde aos fatos. A depender do rumo da CPI, o ex-presidente pode vir a alcançar seus objetivos. Ou não.
A escolha do presidente e do relator da comissão indica aspiração ao controle dos trabalhos. Vital do Rego, o senador escolhido para a presidência, é tido como integrante da ala independente do PMDB, mas de uma independência muito relativa em relação à direção do partido.
Foi presidente da Comissão de Orçamento e jamais o seria se não privasse da confiança de José Sarney e Renan Calheiros que acabam de avalizar a indicação de Romero Jucá para o mesmo lugar.
O relator, Odair Cunha, é ligado ao ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia e era a segunda opção do Palácio do Planalto. Paulo Teixeira, o preferido, recusou e Cândido Vaccarezza, retirado recentemente da liderança do governo pela presidente Dilma Rousseff, não é considerado suficientemente confiável.
Note-se: o primeiro ato de Cunha foi dizer que a CPI vai se concentrar nas relações do esquema Cachoeira com os políticos.
Há duas leituras: pode ter-se referido ao poder da comissão parlamentar de investigar quem tem foro privilegiado sem pedir autorização do Supremo Tribunal Federal e assim possibilitar avanços em relação ao já apurado pela Polícia Federal, ou pode ter revelado a intenção de tirar o foco dos negócios governamentais com a construtora Delta, agora alvo de uma auditoria da ControladoriaGeral da União.
Quando os trabalhos começarem virá à tona uma disputa de interesses hoje ainda latente: de um lado os dispostos a direcionar as investigações para afinalidade inicialmente imaginada por Lula e de outro os empenhados em dar aos fatos o papel principal.
Não é nada que seja desvendado de imediato. Segundo cálculos experientes, será preciso mais ou menos um mês para se enxergar com clareza quem sairá no lucro e quem ficará no prejuízo com a CPI.
Adaptação. Não obstante o receio do PSD de vir a ser derrotado no Tribunal Superior Eleitoral em seu pedido de tempo de televisão e acesso ao fundo partidário proporcional à atual bancada do partido na Câmara, há possibilidade de vitória para o partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
A legislação é clara ao dizer que aqueles benefícios são calculados pelo tamanho das bancadas eleitas, mas cresce o entendimento de que quando o Supremo Tribunal Federal deixou os novos partidos de fora da regra da fidelidade partidária abriu a possibilidade de a exceção ser estendida a outras situações.
O ministro Marco Aurélio Mello já se declarou favorável a uma interpretação mais flexível da lei e o presidente do STF, Carlos Ayres Brito, que recentemente negou ao PSD direito de integrar comissões na Câmara, acha pertinentes as reivindicações do partido sobre tempo de TV e fundo partidário porque dizem respeito à igualdade de condições para concorrer a eleições.
Dilma 1 x 0 Lula - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 25/04/12
Se a CPI do Cachoeira é o primeiro momento em um ano e três meses de governo Dilma Rousseff em que há divergência de propósitos entre a presidente e seus antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, a escolha do mineiro Odair Cunha como relator mostra que os trabalhos começam sob prevalência do comando do Planalto.
Lula e José Dirceu trabalharam muito para que o ex-líder Cândido Vaccarezza (SP) assumisse o posto mais nevrálgico da CPI. O veto a ele mostra que, a exemplo do que ocorreu com a troca de lideranças do Congresso, Dilma instala seu time em postos-chaves e se distancia do "velho PT", notadamente da seção paulista.
Esquadrão O PT do Senado resolveu entrar em campo na CPI com um time mais "light". "Deixamos os capas pretas na suplência, para emergência", argumenta o líder da bancada, Walter Pinheiro (BA), um dos reservas, ao lado de Delcídio Amaral (MS) e Humberto Costa (PE).
SOS Um peemedebista também explica por que nomes como Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL) não são titulares: "Vamos esperar o Planalto pedir pelo amor de Deus para tirarmos os amadores e colocarmos os profissionais em campo".
DNA Além do líder Arlindo Chinaglia (PT-SP), da ministra Ideli Salvatti e do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), Odair Cunha contou com apoio do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) para se cacifar para relatoria da comissão.
Infiltrados 1 PMDB e a oposição já encontraram um jeito de tentar reduzir o poder do PT na CPI: vão propor a criação de sub-relatorias, braços que tiveram força na CPI dos Correios, em 2005.
Infiltrados 2 O PMDB quer comandar a apuração dos negócios da Delta, empresa com ligações com o governador Sérgio Cabral (RJ). A oposição vê na tática a chance de ter algum papel na CPI.
Contágio Documento enviado pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo ao governo federal lista 14 cidades capixabas, além de Presidente Kennedy, coração da Operação Lee Oswald da Polícia Federal, que terão contratos investigados sob suspeita de fraudes em licitações.
Reforço Também foi solicitado pela Justiça do Estado apoio de mais agentes da PF para auxiliar nas apurações.
Torneira... No dia marcado para a votação do Código Florestal, o secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Claudinei do Nascimento, teve reunião com os deputados do PSD para prometer liberação de emendas.
... aberta À bancada do partido de Gilberto Kassab, que concentra grande número de ruralistas, Nascimento disse que o governo deve liberar R$ 2,5 milhões já na primeira semana de maio.
Deu... A reunião da Executiva municipal do PSDB que deveria decidir, a pedido de José Serra, a anulação da ação que pleiteia na Justiça os mandatos dos vereadores que deixaram o partido teve de ser adiada por falta de consenso para aprovação.
... zebra O governador Geraldo Alckmin entrou em campo para remarcar para hoje a discussão da "anistia'', essencial para a aliança com o PSD de Kassab e com o PV.
Trombone O encontro ainda terminou com protestos da ala ligada a José Aníbal e Ricardo Trípoli. O vereador Tião Farias reclamou que Serra não procurou os ex-adversários após as prévias.
com SILVIO NAVARRO e ANDRÉIA SADI
tiroteio
"Para atender aos interesses de brancos de olhos azuis, o governo da presidente Dilma opta por expulsar 4,6 milhões de pequenos agricultores do campo."
DO DEPUTADO RONALDO CAIADO (DEM-GO), resgatando expressão usada pelo ex-presidente Lula, ao criticar o governo por ceder a supostas pressões de ONGs e governos estrangeiros para não negociar mudanças no Código Florestal.
Contraponto
Beijo, não me liga
Antes de subir ao palco para participar de cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff foi mais uma vez chamada pelos jornalistas ontem para dar uma entrevista rápida. Um deles apelou:
-Governo aberto fala com a imprensa, presidente!, em referência a protocolo assinado por Brasil e Estados Unidos por maior transparência no poder público.
Diante da reclamação, Dilma respondeu rapidamente:
-O meu governo é abertíssimo! Eu falo com vocês... Oi, tudo bem? Um beijo.