ZERO HORA - 11/12
É difícil de acreditar, mas a Grande Porto Alegre tem mais homicídios do que a Grande São Paulo. 
Para que o leitor entenda. Há 40 dias, a Grande Porto Alegre alcançou 950 homicídios. 
Na mesma data, a Grande São Paulo atingiu 1.246 homicídios. 
Como a Grande São Paulo tem 11,2 milhões de habitantes e a Grande Porto Alegre possui somente 3,5 milhões de habitantes, pasmem, leitores, Porto Alegre está matando duas vezes e meia mais do que São Paulo, proporcionalmente. 
Isso que São Paulo tem o Primeiro Comando da Capital, que dirige as mortes e os atentados de dentro das prisões. 
É inacreditável a taxa de homicídios da Grande Porto Alegre. Não tem nada a ver com a atuação da polícia, nós matamos mais, e pronto. 
São Paulo era mais violenta do que Porto Alegre até 2005. Dali em diante, passamos a batê-la em homicídios. 
Para cada 100 mil habitantes, Porto Alegre tem 27 homicídios por ano, São Paulo somente 11. 
É inacreditável. Os números foram colhidos por elogiável levantamento da equipe de repórteres e editores do Diário Gaúcho. 
Agora uma praga brasileira em que Porto Alegre se inclui: na Grande Porto Alegre, temos 81% dos homicídios não esclarecidos. 
Na Grande São Paulo, temos 71% dos homicídios não esclarecidos. Portanto, há mais impunidade aqui do que lá. 
Mas a campeã em homicídios não esclarecidos é o Rio de Janeiro, com 96% dos homicídios não esclarecidos. 
É de arrepiar! 
E tem gente que vive dizendo que bandido tem de ser preso. Mas como se vai prendê-los, se não sabemos quem eles são? A triste verdade é que nós não sabemos quem mata. Morre gente assassinada como formiga em nossas capitais e não se descobrem os autores das mortes. 
Ora, se no Rio de Janeiro apenas 4% dos matadores são responsabilizados pelos assassinatos, vê-se que o campo da impunidade que existe lá é imenso. 
Sabendo que não pagarão por seus assassinatos, os assassinos sentem-se mais estimulados a continuar a praticar os homicídios. 
É uma barbada matar no Rio, matar em Porto Alegre e matar em São Paulo. 
É só matar e permanecer em liberdade: para continuar matando. 
Esta estatística é terrível para nós, brasileiros. Porque significa que nossas grandes cidades são barris de pólvora onde ninguém está seguro. 
Muitos desses homicídios são de bandos contra quadrilhas, mas são bandos e quadrilhas que vivem entre nós, passam por nós, cruzam nossas ruas e rondam nossas casas. 
Chegou a um ponto, no Brasil, em que a segurança pública passou a ser problema mais grave do que o do abandono dos doentes e dos hospitais e emergências superlotadas. 
Uma catástrofe! 
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