terça-feira, novembro 06, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 06/11

Mercado livre de energia terá menor benefício, diz setor
Em meio à forte queda das ações do setor elétrico, em reação à divulgação dos valores das indenizações para empresas que aceitem antecipar o encerramento das concessões, o mercado livre de energia (dos grandes consumidores) também se vê penalizado, dizem executivos.

Ambos os mercados cativo e livre vão se valer da redução de encargos, mas o benefício pela renovação das concessões foi apenas para os consumidores do cativo (residências e empresas que usam menos energia).

"Todos precisam, mas quem mais pedia a redução [de preços], por estar perdendo competitividade e com o custo Brasil muito alto, eram as grandes indústrias", diz Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc Energia.

As indenizações, em geral, ficaram muito abaixo do esperado, lembra.

"Que contas foram feitas para chegar a esses valores têm de ser explicadas. Não podem ser uma imposição. O governo poderia ter dividido de forma equilibrada."

Para Marcelo Mello, da Brix, o governo não poderia chegar ao mercado livre, onde as duas partes transacionam entre si, e definir o que vai para o mercado livre e a que preço.

"Mas o governo poderia não ter obrigado que toda a renovação fosse para o cativo", afirma Mello.

"Mais do que trazer capacidade de competição para a indústria, a presidente Dilma, está, aparentemente, preocupada com a inflação."

O mercado livre, porém, já se provou competitivo, defende. "Talvez não tanto quanto empresas de uso intensivo de energia precisariam."

SERVIÇO EXTRA A BORDO
As companhias aéreas terão faturamento de US$ 36,1 bilhões (R$ 73,5 bilhões) com serviços complementares neste ano, segundo pesquisa da IdeaWorksCompany, consultoria do setor, e da Amadeus, multinacional de TI para o mercado de turismo.

O pagamento por excesso de bagagem, a venda de alimentos e as comissões recebidas sobre reservas de hotéis estão entre os itens incluídos no cálculo.

O valor é 11,3% maior que o registrado em 2011. Apesar da alta, haverá queda na participação dos serviços extras no faturamento total das companhias -de 5,6% em 2011 para 5,4% neste ano.

Na América Latina, será registrada a maior expansão do segmento -alta de 30,2%.

"O mercado aéreo ainda não é maduro nessa região. Por isso cresce mais. Em outros locais, já é bastante segmentando e há mais pessoas que não se preocupam com o conforto", diz Gustavo Murad, da Amadeus.

Os serviços de viagens (aluguéis de carro e reservas de hotel) e de milhas são os que mais gerarão receita entre os extras de companhias tradicionais de fora dos EUA -cada um com 30% do total.

Mais famílias endividadas investem, diz levantamento
A quantidade de famílias endividadas que mantêm algum tipo de aplicação financeira aumentou, mostra pesquisa realizada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) que será divulgada amanhã.

Houve acréscimo de nove pontos percentuais -de 33,3% para 42,3%- em relação a junho, quando a entidade calculou o índice pela primeira vez. É a porcentagem mais alta desde então, na comparação mensal.

O número de famílias que planejam financiar algum bem nos próximos três meses também caiu, o que denota maior cuidado com o orçamento, segundo a pesquisa. Outro dado que corrobora para a hipótese é a taxa de inadimplência, que se manteve estável desde janeiro.

A maior parte ainda prefere a segurança da poupança, diz Flávio Pina, assessor econômico da entidade. "É a única carteira que reúne todas as características desejáveis em um país em que a renda média é baixa."

A queda dos juros bancários influenciou pouco nas decisões familiares, afirma. "A sensibilidade do brasileiro em relação à queda da taxa de juros é paquidérmica."

PARCERIA ENERGÉTICA
As consultorias LCA e Excelência Energética fecharam uma parceria para atender empresas do setor.

"A LCA trabalha a área de energia com um recorte econômico, sob o olhar da demanda. Analisamos os modelos de financiamento e vemos as estratégias para leilões", diz Fernando Camargo, sócio da empresa.

"Mas nós não temos o lado que estuda a oferta dos produtos energéticos nem a engenharia. A intenção é passar a oferecer o trabalho completo", acrescenta.

As duas consultorias já vinham trabalhando juntas anteriormente. A parceria, no entanto, ocorria quando clientes as contratavam separadamente. "Uma acabava complementando o trabalho da outra", afirma Erik Rego, diretor da Excelência.

A participação do setor de energia no faturamento da LCA varia entre 10% e 15% do total. "Essa parcela deve aumentar", diz Camargo.

A LCA já trabalha em conjunto com a Nielsen e pretende fechar contratos similares com outras empresas.

Comunicação... 
A Alert Brasil Contact Center, empresa especializada em terceirização de contact centers, investiu mais de R$ 10 milhões na construção e na implantação da nova central de atendimento em Porto Alegre (RS).

...expandida 
A unidade tem uma área de 3.600 metros quadrados. Atualmente, a planta tem 600 funcionários e deve contratar outros 180 até o início de 2013. O gerente-geral será Rogério Aquino, que atuou em empresas como a Pepsico.

No copo 
O grupo Vale Verde, do fundador da Kaiser, Luiz Otávio Pôssas, irá fornecer cana-de-açúcar para a produção de uma cerveja que será fabricada pela mineira Wäls em parceria a norte-americana The Brooklyn Brewery.

Estado grande 
A maioria das empresas chinesas que atuam no Brasil tem capital do governo daquele país, diz pesquisa do CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China) feita a pedido do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

CAPITAL DE RISCO
O número de companhias que criam fundos próprios de investimento (venture capital) para aplicar em empresas iniciantes voltou a crescer e está se diversificando, de acordo com uma pesquisa realizada pelo BCG (Boston Consulting Group).

Setores como os de maquinário e óleo e gás, que tradicionalmente não aportavam grande volume de recursos para negócios incipientes, também ampliaram esse tipo de investimento.

A maior parcela das empresas, entretanto, ainda está concentrada nos setores de tecnologia, farmacêuticas, telecomunicações e mídia.

O objetivo não é apenas o retorno financeiro, mas também aproveitar as possibilidades de pesquisa e desenvolvimento proporcionadas pelas novas empresas, segundo a consultoria.

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