segunda-feira, novembro 12, 2012

Chave para a prosperidade - RUBENS RICUPERO e JAMAL KHOKHAR

O GLOBO - 12/11

Precisamos assegurar estágios de alta qualidade para alunos brasileiros no Canadá e aumentar esforços para atrair alunos e pesquisadores canadenses ao Brasil



Temos muito a celebrar no âmbito das relações entre o Brasil e o Canadá. O Canadá se comprometeu a receber 12 mil estudantes brasileiros através do programa Ciência sem Fronteiras, o que o coloca como um dos principais parceiros do Brasil neste programa inovador.

O foco na educação, ciência, tecnologia e inovação é vital à melhoria da competitividade em nossos países, para garantir uma taxa de crescimento sustentável e criar empregos de qualidade em setores estratégicos em uma economia do conhecimento.

Em muitos setores-chaves, o Brasil e o Canadá já estão entre os países mais inovadores do mundo. Possuem, ainda, em abundância, as principais necessidades do sucesso no mundo de hoje — recursos naturais, água e terras produtivas. Contamos com uma base forte na área de ciência e tecnologia, e lideramos o mundo em vários setores, como comunicações e energia. Podemos, no entanto, fazer mais.

A chave para a prosperidade sustentável tem sido o desenvolvimento de estratégias que acelerem a transição para uma nova era criativa em todas as disciplinas. Isso porque a inovação não se resume apenas a cientistas em aventais brancos trabalhando em laboratórios isolados, mas também a pessoas da vida real criando aplicações práticas no dia a dia. Trata-se de estabelecer parcerias para a criação e aplicação de uma nova geração de conhecimento e fazer florescer uma interação ativa entre o setor privado e as universidades, faculdades e institutos politécnicos.

Por meio da colaboração internacional em pesquisas e intercâmbios acadêmicos, o conhecimento se transforma em uma ferramenta ainda mais valiosa, pois a troca expandida de ideias estimula a criatividade e permite ampliar os horizontes da imaginação.

Impulsionadas pela inovação colaborativa, nossas economias oferecem grandes oportunidades para a cooperação mútua, o que resulta em maior competitividade para ambos.

O Canadá já é o destino preferido dos brasileiros para aprender uma segunda língua e temos um número crescente de alunos buscando oportunidades para fazer faculdade, graduação e pós-graduação no país. Ademais, os mais de 200 acordos entre as nossas instituições, inclusive 75 novas parcerias firmadas recentemente, podem permitir melhores condições para facilitar o intercâmbio e o reconhecimento dos cursos e diplomas entre nossos países.

No âmbito do programa Ciências sem Fronteiras, o Fórum Empresarial Brasil-Canadá, lançado pela presidente Rousseff e pelo primeiro-ministro Harper no ano passado, é uma forma de assegurar estágios de alta qualidade para os alunos brasileiros, a fim de proporcionar a experiência necessária para esses alunos voltarem ao Brasil e contribuírem, concretamente, para o crescimento de uma economia do conhecimento e em uma colaboração mais abrangente entre os nossos países. Devemos aumentar, também, os esforços para atrair alunos e pesquisadores canadenses ao Brasil para que essa cooperação ocorra em ambas as direções.

Acima de tudo, precisamos unir forças para moldar as tendências — regionais e mundiais — no sentido de criar e comercializar novos conhecimentos em ciência e tecnologia e, por fim, impulsionar a prosperidade mútua.

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