quarta-feira, novembro 14, 2012

Cadeia já - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 14/11

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, faz avaliação positiva do julgamento do mensalão, mas vê risco de que se "morra na praia" caso a corte não determine a prisão imediata dos condenados a regime fechado. Ele vai se reiterar nos próximos dias, em memorial ou sustentação oral, a importância do imediato cumprimento das penas, antes da publicação do acórdão. Para Gurgel, o STF é a instância final, e eventuais embargos devem esclarecer apenas aspectos formais.

Troco O Ministério Público considera retaliação à atuação de Gurgel a retomada da discussão, pela Câmara, da Proposta de Emenda Constitucional sobre o poder de investigação da instituição.

Produção... A ordem no Palácio do Planalto é ignorar o vídeo em que o presidente nacional do PT, Rui Falcão, sugere que é possível recorrer a cortes internacionais contra a condenação dos petistas.

... independente O governo avalia que a reação ao julgamento é para o "público interno" e duvida que o partido leve adiante a iniciativa.

Recurso A defesa de José Dirceu apresenta hoje agravo regimental contra a decisão que mandou recolher os passaportes dos condenados.

Rodízio Peemedebistas que tinham se animado com o convite de Dilma Rousseff para jantar no Alvorada se queixam de a presidente ter recebido, depois, PSB, PSD e PP. "Mal sabíamos que era apenas a abertura do festival gastronômico", diz um deles.

De dieta Já a frugalidade de Gilberto Kassab foi elogiada no governo. "Ele já chegou declarando apoio em 2014 e dizendo que não quer tratar de cargos agora. É o convidado ideal", avalia um interlocutor da presidente.

Michelin O prefeito paulistano, por sua vez, relatou a parlamentares ontem que, numa escala de 0 a 10, o jantar com Dilma foi "nota 11".

Biodiversidade Antes de viajar para a África, Lula esteve com Fernando Haddad ontem. O ex-presidente pediu que o prefeito eleito contemple todas as correntes do PT no novo governo.

Repescagem Orlando Silva foi vetado para o primeiro escalão. O PC do B quer promovê-lo à Câmara. O ex-ministro será vereador caso Netinho de Paula vire secretário de Igualdade Racial.

Currículo Para justificar a escolha do engenheiro José de Filippi Jr. para a pasta da Saúde, petistas lembram que em seu segundo mandato em Diadema o então prefeito assumiu a secretaria para "colocar ordem" no setor.

Sem fundos Apesar das cifras anunciadas, o convênio do governo paulista com o Ministério da Justiça, publicado no "Diário Oficial", não prevê transferência de recursos da União para o Estado.

BBB... A USP instalou câmeras escondidas no restaurante universitário central. Estudantes acusam a instituição de tentar monitorar o grupo que ocupou a reitoria.

... no bandejão A direção diz que as câmeras servem para "acompanhar o fluxo e manter o abastecimento de refeições" e promete afixar cartazes no local.

Visitas à Folha Andrea Matarazzo (PSDB), vereador eleito em São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

Márcio Elias Rosa, procurador-geral de Justiça de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava com Arnaldo Hossepian Júnior, subprocurador-geral de Relações Externas, e José Francisco Pacóla, coordenador da assessoria de comunicação do Ministério Público de São Paulo.

com FÁBIO ZAMBELI e BRENO COSTA

tiroteio

"O mensalão provou que o PT afrouxou seus parâmetros éticos. Mas fugir da autocrítica é abandono total das tradições da esquerda."

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), condenando a reação da cúpula de seu antigo partido, que acusa o STF de promover julgamento político do caso.

contraponto

Ideia fixa

Em rápida conversa no fim da manhã de ontem, na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Marco Maia (PT), e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), falavam sobre o futuro político de cada um. Em crise de relacionamento com o Planalto, o petista perguntou:

-Já posso te chamar de ministro?

Kassab, que havia jantado com Dilma Rousseff na noite anterior e negocia ingresso de seu partido na base governista, não desperdiçou a deixa e retrucou:

-Eu não. Há outros nomes colocados pelo partido. E você? Já posso te chamar de ministro?

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