sexta-feira, agosto 03, 2012

CLAUDIO HUMBERTO

“Será um mês longo, de exaltação ou velório da democracia”
Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão e virou réu, pedindo “coragem” ao STF

CLARAMENTE, LEI IMPEDE TOFFOLI DE JULGAR MENSALÃO

O ministro Dias Toffoli tinha mesmo de alegar suspeição para não julgar o mensalão, de acordo com o Código de Processo Civil (CPC). O inciso I do artigo 135 veda a participação de juiz em julgamento de “amigo íntimo” ou “inimigo capital” de qualquer das partes. Além de ser amigo de réus como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, de quem foi subordinado, sua namorada advogou para três réus do processo.

OUTRO IMPEDIMENTO

O inciso IV do art. 135 do CPC também torna impedido o magistrado que “recebeu dádivas” ou “aconselhou” uma das partes sobre o caso.

PREJULGAMENTO

Além de ministro-chefe da AGU no governo Lula, como advogado do PT, Toffoli alegou no TSE que o mensalão não havia sido “provado”.

ENQUADRAMENTO

Procuradores federais avaliam processo contra Dias Toffoli com base no art. 39, inciso 2, da lei 1079/50, de Crimes de Responsabilidade.

JÁ O FEZ ANTES

José Antônio Toffoli se declarou impedido de julgar no STF o sistema de cotas raciais em universidades federais.

URUBU FORÇA POUSO NA TAM, QUE OMITE INCIDENTE

A habilidade do piloto evitou um grande acidente no domingo, 22 de julho. Um urubu foi sugado por uma turbina do voo 9374 da TAM, que decolava do Rio para Nova York, provocando barulho e pânico. Era tarde para abortar a decolagem, mas a turbina avariada obrigou o comandante a retornar em seguida. A cantora Fernanda Abreu e Ronaldo Cramer, procurador-geral da OAB-Rio, estavam a bordo.

QUEM? COMO?

A TAM se preocupou tanto em esconder o incidente que até o negou, ressalvando que toda empresa está sujeita a urubus no caminho.

JEITO TAM

Os problemas do voo Rio-NY começaram na véspera. Previsto para as 23h de sábado (21), o voo 9374 só partiu às 15h de domingo.

DINHEIRO A RODO

Somados, os honorários dos advogados dos réus do mensalão são superiores aos orçamentos de metade dos municípios brasileiros.

CUMPRIU-SE O FADO

A “questão de ordem” que Márcio Thomaz Bastos fez de improviso, para desmembrar o processo, não surpreendeu Ricardo Lewandowski, que já tinha voto redigido em sua defesa. E ainda fez rasgado elogio ao ex-ministro de Lula, que chancelou sua indicação para o STF.

FARPAS NO STF

O ministro Joaquim Barbosa deixou o Plenário do STF durante boa parte da fala do revisor, Ricardo Lewandowiski, a quem acusou de “deslealdade” por votar para desmembrar o julgamento do mensalão.

OUVIDO AMIGO

Irritado com a atitude do revisor, que poderia ter comunicado com antecedência o voto pelo desmembramento, Joaquim Barbosa desabafou no ouvido do presidente Ayres Brito durante a sessão.

LIMONADA

Advogados dos mensaleiros acham “positivo” para seus clientes a “atitude indelicada” de Joaquim Barbosa, chamando de “irresponsável” a questão de ordem de Márcio Thomaz Bastos e “desleal” o comportamento do ministro revisor Ricardo Lewandowski.

DEFESA NO MENSALÃO

A página do ministro Celso Amorim (Defesa) nas redes sociais sapecou: “Defender Zé Dirceu é defender fundamentalmente a consolidação democrática em nosso País. Chega de ditadura midiática”.

NERVOS DE AÇO

Ao revelar num “torpedo” ao advogado que tinha “carcinoma estágio 1” no pâncreas, o deputado cassado Roberto Jefferson, réu no mensalão, marcou o churrasco “da cura”, mas avisou que não vai pagar o vinho. 

FICOU FORA

O Tribunal Superior Eleitoral informou que o Consórcio ESF venceu a licitação de 
R$ 129 milhões, concluída em 17 de julho, para a manutenção de urnas eletrônicas. A CTIS, envolvida no esquema desvendado pela Operação Caixa de Pandora, foi desclassificada.

LIÇÃO AOS PARTIDOS

Presidente da Frente de Combate à Corrupção, Francisco Praciano (PT-AM) acompanhou do Supremo o julgamento do mensalão e comemorou a decisão de não desmembrar o processo: “Seria desqualificar a Corte. Sei que atinge meu partido, mas é uma lição”.

PENSANDO BEM...

...ainda bem que Lula não se compara mais com Getúlio: afinal, em 24 de agosto, o Velho se matou. 


PODER SEM PUDOR

A URNA TRANSPARENTE

Ulysses Guimarães era candidato do PMDB - partido de Miguel Arraes - na campanha presidencial de 1989. Numa reunião com lideranças do interior de Pernambuco, Arraes prega o voto em Lula. À saída do encontro, o assessor Francisco Simões pergunta ao ex-governador:

- E o dr. Ulysses?

- Que é que tem?

- O senhor não vai votar nele?

- Claro que vou votar no Ulysses!

- Não entendi, dr. Arraes...

- Você ainda não entende essas coisas. Já pensou se na "minha" urna não aparece nenhum voto pro Ulysses?

Nenhum comentário:

Postar um comentário