quarta-feira, julho 11, 2012

O nome da crise - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 11/07

Os governadores Eduardo Campos (PE) e Cid Gomes (CE) dedicaram o jantar com Dilma Rousseff a acusar o ex-ministro José Dirceu pela discórdia entre PT e PSB. A presidente ouviu que Dirceu arquitetou as candidaturas dos senadores Humberto Costa, em Recife, e Wellington Dias, em Teresina, em vez de defender alianças. Dilma disse que Dirceu não tem força em seu governo e ficou de intermediar conversa entre Campos e Lula, que está descansando no interior de São Paulo.

Reloaded A aliados, Eduardo Campos tem comparado o cenário político ao de 2004. Diz que a última vez que "uma ala do PT nacionalizou uma disputa municipal o resultado foi o mensalão".

Antes e hoje Na época do escândalo, Campos, então ministro de Ciência e Tecnologia, foi testemunha de defesa de Dirceu no processo de cassação contra o petista no Conselho de Ética a Câmara.

Carbonários Com a proximidade do julgamento, cresce no grupo político de Dirceu a tentativa de convencê-lo a fazer a própria sustentação oral no plenário do Supremo Tribunal Federal.

Bombeiros Os advogados do ex-ministro descartam a possibilidade e avaliam que essa decisão -que consideram fora de discussão- seria interpretada como provocação pelos ministros do STF.

Gênese O primeiro a levantar a possibilidade de Dirceu assumir a própria defesa foi o jornalista Elio Gaspari, que, em artigo, comparou o caso do petista ao julgamento de Fidel Castro no Tribunal de Moncada, em 1953.

Somos teu De passagem pelo Congresso, o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), alvo da CPI do Cachoeira, conversou com senadores em um gesto pelo senador Demóstenes Torres (GO), cuja cassação será votada hoje.

Pomar Técnicos da CPI descobriram que uma mesma conta da Delta repassou R$ 22 milhões à MB Serviços, laranja da empreiteira no Rio, e fez pagamentos de R$ 13 milhões para a Adécio e Rafael, empresa de fachada usada por Carlinhos Cachoeira no Centro-Oeste. É a primeira evidência de que a Delta transferiu diretamente dinheiro a firmas que só existem no papel.

Caminho... Testemunha do polêmico encontro de Fernando Haddad com Alexandre Schneider, em fevereiro, a ex-secretária de Educação Básica do MEC Pilar Lacerda acusa o vice de José Serra de ter boicotado as reuniões do Grupo de Trabalho das grandes cidades brasileiras.

... suave Schneider não compareceu às reuniões do colegiado, criado em 2007. Ele diz que as plenárias não tinham caráter deliberativo e exigiam presença em Brasília durante três dias úteis consecutivos, durante os quais participaria de palestras e debates sobre programas federais.

O que eu digo Desafiando Serra a se aproximar do eleitor nas ruas e criticando o início da campanha do rival "em recinto fechado", o petista Haddad citou ontem como exemplo a ser seguido a campanha da presidente em 2010: "Dilma avisou que o calor do contato com a população nos estimula a seguir".

O que eu faço Na corrida presidencial, a petista evitava o corpo a corpo, recorrendo a cordões de isolamento com a imprensa. A então candidata chegou a usar o "Dilmamóvel" para se deslocar em grandes aglomerações.

Dobradinha Em meio à desconfiança quanto ao seu empenho na campanha paulistana, Geraldo Alckmin anuncia hoje ampliação do programa Creche-Escola na capital. A falta de vagas no setor é alvo de ataques do PT à gestão de Gilberto Kassab, defendida por Serra.

Visita à Folha Ophir Cavalcante Junior, presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Bartolomeu Rodrigues, assessor de imprensa.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

Tiroteio

"É uma infâmia citar Martin Luther King na defesa de um processo que evidenciou o elo entre a classe política e o crime organizado."
DO DEPUTADO FERNANDO FRANCISCHINI (PSDB-PR), sobre Demóstenes Torres ter evocado até a memória do ativista americano para tentar evitar a cassação.

Contraponto

Uma babá quase perfeita

O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) despachava com Dilma Rousseff quando, num raro papo fora da agenda, a presidente perguntou:
-Você tem chegado cedo em casa? Não pode deixar as crianças sozinhas!
Paulo Bernardo é casado com a titular da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que raramente sai do Planalto antes das 22h. Ele apenas sorriu amarelo e confirmou à chefe que estava zelando pelos filhos do casal ministerial.

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