quarta-feira, julho 04, 2012

As fronteiras da ciência - MARIA CLÁUDIA BIDO

ZERO HORA -  04/07


Bastante divulgado (e com razão!), o Ministério da Educação possui o programa Ciência Sem Fronteiras, permitindo que 100 mil alunos estudem no Exterior, custeados parcial ou integralmente pelo governo nos próximos anos. As bolsas para Portugal e Espanha disparam na preferência dos estudantes brasileiros. Mas restam milhares de oportunidades, com destino a países em todos os continentes, sendo a língua inglesa o principal passaporte.

A intenção é elevar o nível de aprendizagem do alunado daqui, por meio da experiência internacional para que isso resulte num salto tecnológico, o que deve redundar em melhor qualidade de vida. Ao interagir com educadores das mais variadas instituições do mundo, nossos jovens levam a imagem deste país como emergente cultural, assim como buscam novos conceitos e formas de pesquisa, além de convivência com a diversidade. O que é tão importante quanto o estudo é a oportunidade de ver o Brasil sob outra perspectiva e até valorizá-lo com outros olhos, assim como fazer amigos e redes de contatos, viver situações inusitadas, deixar de agir com preconceitos e, ao mesmo tempo, ser visto sem preconceitos. É a chamada "vivência global", difícil de ser quantificada, mas imensamente rica.

Meu recado é para pais, educadores e alunos para que aproveitem porque, como diz o gaúcho, "a oportunidade passa encilhada". Mas, para termos a mala pronta na hora do embarque, é necessário que tenhamos todas as peças dessa engrenagem à disposição. As fronteiras existem, sim, e uma delas é a capacidade de comunicação no idioma requisitado.

O aprendizado sério e comprometido de uma língua adicional acontece pelo tempo de exposição aos conteúdos para que os insights surjam, assim como é fundamental o estímulo de um bom professor, para que os questionamentos e as ideias apareçam e aflore o desejo da pesquisa e da inovação.

No país antes conhecido essencialmente pelo Carnaval e futebol, a missão de hoje é provar que somos muito mais. Devemos pensar em nossa formação, assim como os gestores estabelecem metas para uma empresa, professores fazem seus planejamentos de aula e famílias fazem planos de viagem de férias.

Que os pais estimulem seus filhos, e professores façam o mesmo pelos seus educandos para que estudem línguas internacionais, como o inglês, e possam ingressar nessa onda de oportunidades. Conhecimento é algo que ninguém nos tira. Associado à atitude, só abre portas.

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