quarta-feira, junho 27, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 27/06


Varejista faz estudo contra desindustrialização

A Abvtex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) começou a entregar a diversas autoridades do governo federal um estudo que questiona a existência de desindustrialização no setor.

A entidade é contra a elevação de impostos de importação às peças de roupas que vêm do exterior para serem vendidas nas grandes redes de varejo de moda.

Entre os argumentos levantados pelo estudo, a Abvtex afirma que, entre 2006 e 2010, a produção da indústria de confecções passou de US$ 29,3 milhões para US$ 56,7 milhões. Para a entidade, a maior parte da importação não é representada por peças confeccionadas, mas por tecidos, fios e fibras importados pela indústria têxtil e não pelo varejo.

"O grande volume da pauta de importação é insumo. O número de empresas de confeccionados cresce muito", diz Cleide Longo, da entidade.

O presidente da associação que reúne a indústria têxtil, a Abit, Aguinaldo Diniz Filho, discorda. O volume de empresas de confecções só é crescente no Brasil porque os empresários abrem novos CNPJs para manter suas operações no regime de tributação simplificada.

"As peças da China são muito mais baratas. Não dá para competir com o preço de mão de obra e impostos do que se produz lá. Eu gostaria de um dia poder ver uma empresa chinesa atuando aqui, ao nosso lado, sob as mesmas condições", afirma.

Bancos ainda enviam cartão sem pedido dos clientes

Apesar de menos frequente do que na década de 1990, bancos ainda enviam cartões de crédito sem o consentimento dos clientes.

"É uma ação abusiva. Os bancos foram muito agressivos para ganhar mercado. Com as multas, esse tipo de caso diminuiu, mas ainda acontece" diz Selma do Amaral, diretora do Procon-SP.

As multas podem variar de R$ 400 a R$ 6 milhões e o valor estabelecido é destinado à Fundação Procon.

"Se um gerente envia cartão sem pedido, ele é demitido. Os bancos pararam de fazer isso pelas multas e a imagem ruim que causava", diz Fernando Malta, diretor de operações do Itaú Unibanco.

Em 2011, o Procon-SP recebeu 13,7 mil reclamações de cobrança indevida em cartão de crédito, que inclui, além do recebimento de plásticos não solicitados, transações não identificadas pelos clientes.

O Itaú Unibanco foi responsável por 2.378 casos. A liderança está relacionada com o maior número de clientes, afirma o banco.

Em seguida aparece o Bradesco, que tem 93,8 milhões de cartões de crédito e recebeu 1.648 queixas. Em nota, o banco se disse "atento" para "corrigir eventuais falhas".

A Folha recebeu reclamação de ex-cliente do HSBC que diz ter sido vítima dessa prática por duas vezes. O banco afirma seguir as normas, mas que "fará uma completa verificação em seus processos de emissão de cartões, de modo a avaliar possíveis falhas".

OTIMISMO LATINO

Diretores do Bank of America Merrill Lynch e do Citi em Londres e em Miami afirmaram ontem no Rio que estão otimistas com a América Latina apesar da crise.

Para Juan Pablo Cuevas, responsável pela tesouraria de América Latina e Caribe no Bank of America Merrill Lynch, é surpreendente a "virada" de emergentes.

"Nos tornamos um mercado mais sofisticado e maduro [comparativamente]. A oportunidade está aqui. Temos de lembrar que investidores estão sempre procurando crescimento, e na América Latina ele vai continuar", afirmou Cuevas.

"A maior preocupação, porém, é quão rápido pode ser a desaceleração na China", acrescenta.

A capacidade para absorver choques está na região, disse Fernando Iraola, que exerce função correspondente à de Cuevas no Citi.

"Há um equilíbrio fiscal maior. Mesmo países com deficits são administráveis. Emergentes latinos estão agindo como os desenvolvidos anos atrás. Não é só

portfólio, a região tem tido investimento direto há anos."

A conferência foi realizada pela Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), que reúne 10 mil instituições financeiras e empresas.

DERIVATIVO

A terceira turma do Superior Tribunal de Justiça rejeitou ontem, por unanimidade, o recurso da Sadia na ação movida pela companhia para responsabilizar seu ex-diretor financeiro Adriano Ferreira como responsável pelos prejuízos que teve em operações com derivativos durante a crise financeira internacional de 2008.

A empresa recorria de uma decisão anterior do Tribunal de Justiça de São Paulo favorável a Ferreira.

SÓCIO DO CÉU

Dez empreendedores apresentam hoje seus projetos a 22 "investidores anjos", representantes do BNP Paribas, Bovespa, Fundo Soberano de Cingapura, Gávea Angels, Coteminas, entre outros.

As três melhores iniciativas receberão aportes de até R$ 1 milhão. Os avaliadores são chamados de "investidores anjos" por estarem dispostos a serem sócios das empresas e não pedirem juros sobre o valor investido.

Os critérios de escolha são inovação, impacto econômico e plano de negócios realista, de acordo com a Fiesp, organizadora do evento.

Transição Mesmo após deixar, na última sexta, sua posição no conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, Ana Maria Diniz, filha de Abílio, esteve presente a reuniões de comitê da empresa ontem em São Paulo.

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