sexta-feira, maio 04, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 04/05/12


Para elevar ocupação, hospital amplia gestão de leitos

Após iniciar a construção de novas unidades para ampliar a quantidade de leitos, os hospitais investem no gerenciamento das vagas já existentes, segundo a Anahp (que reúne hospitais privados).

Medidas como o uso de medicamentos menos agressivos, tecnologias cirúrgicas que reduzem o tempo de internação e agilidade nas altas elevaram a ocupação das instituições.

"Com o aumento da faixa etária dos doentes, espera-se que suba o tempo de internação, mas temos conseguido manter isso em uma média de quatro dias", diz Denise Schout, executiva da Anahp.

No Santa Isabel, o gerenciamento de leitos, que antes era mais focado no departamento de internação passou a agregar o trabalho de profissionais de enfermagem.

"Reduzimos de 41 transferências para apenas uma transferência externa de pacientes por falta de vagas entre janeiro e março. A renda do hospital subiu considerando a mesma quantidade de leitos há um ano", diz Kely Gonçalves, enfermeira.

A taxa de ocupação subiu de 76% em janeiro para 84% em março, segundo ela.

O Hospital São José, após passar por investimentos em oncologia, registrou um aumento da demanda.

"O avanço da saúde suplementar também eleva a demanda. Temos obras, mas levam mais tempo", diz o superintendente Julio Neto.

Medidas como a antecipação do atendimento aos pacientes que receberão alta foram tomadas, o que reduziu o intervalo em que o leito permanece livre.

Com o uso de robótica e convergência tecnológica os procedimentos ficaram mais eficientes, segundo Claudio Lottenberg, do Albert Einstein. "Uma internação que necessitava de dez dias, pode hoje levar apenas dois."

NÚMERO

4 dias é a média de tempo de internação, segundo a Anahp

TUBO PARA O PRÉ-SAL

A empresa alemã Butting, que produz tubos para exploração do pré-sal, vai construir sua primeira fábrica no Brasil.

A planta demandará € 30 milhões (cerca de R$ 75 milhões) em investimentos e será instalada em Barra Velha (SC).

"[A companhia] decidiu fabricar no Brasil por questões logísticas e de conteúdo nacional", afirma o diretor da Butting no país, Rolf Hartmann.

Hoje a empresa tem escritório em Blumenau e importa as mercadorias.

Há planos para exportar os tubos para a África e para a América Latina. A fábrica começa a operar em 2015.

OLHAR DO ORIENTE MÉDIO

A Qatar Mining (de mineração) quer investir no Brasil e já sabe com que parceiro: o grupo EBX, de Eike Batista, segundo informação de um alto executivo da estatal do Oriente Médio que participa das conversas.

O interesse tem precedente no Golfo Pérsico.

No dia 26 de março, o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos, país vizinho ao Qatar, fez seu primeiro investimento no Brasil.

O fundo comprou 5,63% de participação na holding de Eike por US$ 2 bilhões.

O empresário brasileiro, por sua vez, esteve no mês passado no Qatar.

No começo de abril, o fundo soberano daquele país registrou participação de 6,5% na mineradora Xstrata, que tem sede na Suíça, tornando-se um dos maiores acionistas da companhia.

A Qatar Holding, que é um braço do fundo soberano do país do Golfo, dono da loja de departamentos londrina Harrods, vem manifestando interesse em investir não apenas em minérios, como também em metais, com destaque para o ouro.

Coração... As vendas do comércio atacadista de tecidos no Estado de São Paulo registraram alta de 2,2% em abril, na comparação com março, segundo o sindicato do setor.

...de mãe O sindicato prevê movimento mais expressivo em maio, em razão da comemoração do Dia das Mães, uma das datas que mais alavancam as vendas do setor.

SAÚDE EM ALTA

A Bradesco Saúde e a Mediservice, sua controlada, atingiram juntas faturamento de R$ 2,2 bilhões no primeiro trimestre de 2012. O aumento foi de 15,7% ante o mesmo período do ano passado.

O segmento SPG (Seguro para Pequenos Grupos) foi destaque, com alta de 33% em relação aos primeiros três meses de 2011.

Na SulAmérica, a carteira de seguro saúde teve prêmios de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre, 20% a mais que no mesmo período de 2011, com destaque para a linha para pequenas e médias empresas.

DINHEIRO ESCONDIDO

Há dois anos no comando da filial brasileira da Porsche Consulting, o executivo alemão Jürgen Lochner acredita que os empresários brasileiros ainda "pensam pequeno" quando se trata de busca por produtividade.

A empresa, braço de consultoria da montadora alemã, presta serviços para 30 companhias de diferentes setores no país.

Segundo Lochner, ao iniciar um projeto, os empresários visam reduzir de 10% a 20% os custos -mas, na maioria dos casos, as chances são de até 50%.

"Em uma indústria de autopeças, conseguimos cortar pela metade o tempo de estoque das peças", diz o diretor. "Isso é dinheiro escondido."

Lochner afirma que problemas como o câmbio valorizado e a alta carga tributária não deveriam ser a primeira preocupação dos empresários.

"É preciso olhar pra dentro antes de esperar que os problemas externos sejam resolvidos."

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