domingo, abril 15, 2012

Comissão da verdade - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 15/04/12

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), por delegação da presidente Dilma, está fazendo consultas e convites para os sete integrantes da Comissão da Verdade. Já estão confirmados o ex-ministro Nilmário Miranda e o cardeal Dom Evaristo Arns. A comissão terá um tucano: José Gregori ou Paulo Sérgio Pinheiro. E um familiar de vítima da repressão pela ditadura militar: Clarisse Herzog, mulher de Vladimir Herzog, ou Vera Lucia Facciolla Paiva, filha do ex-deputado Rubens Paiva.

Nomeação sai até o final do mês
A presidente Dilma chegou a esses nomes depois de receber indicações dos ministros Maria do Rosário (Direitos Humanos) e José Eduardo Cardozo (Justiça), e 50 sugestões de familiares de vítimas. Ela também ouviu o seu ex-marido, Carlos Araújo, e o ex-presidente Lula. Estão ainda em aberto as vagas destinadas a um historiador e a um jurista. O advogado Márcio Thomaz Bastos jogou sua indicação pela janela ao assumir a defesa do contraventor Carlos Cachoeira. O sétimo nome será escolha pessoal da presidente Dilma. A Comissão irá funcionar no Centro Cultural Banco do Brasil e terá 14 técnicos: um DAS 5 e 13 DAS 4.

"Não esperem nada do Congresso, do Judiciário e do Executivo. Se não fosse o movimento da sociedade e das redes sociais, jamais o Ficha Limpa teria sido aprovado” 
— Pedro Simon, senador (PMDB-RS)

PRECEDENTE. O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), na foto, vai terça-feira ao ministro do STF, Ricardo Lewandowski, para pedir que libere o inquérito contra Demóstenes Torres. Lembrará que o Supremo compartilhou as informações do inquérito relacionado ao ex-senador Luiz Octávio. Maurício Corrêa era o relator do processo no STF e, na época, repassou as informações à comissão.

Na gangorra
O ministro Aloizio Mercadante (Educação) vinha em voo de cruzeiro no governo. Mas a desenvoltura de sua atuação, junto ao PT e aos aliados, a favor da criação da CPI do Carlos Cachoeira, não foi bem vista pela presidente Dilma.

Guerrilha
A cúpula do PMDB decidiu detonar a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). As razões: sua relação preferencial com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), e suas reuniões com a base do partido na Câmara.

Cavendish e os apetites do PMDB
O empresário Fernando Cavendish, da Delta, é um velho conhecido dos embates no PMDB. Nas eleições presidenciais de 1998, quando o ex-presidente Fernando Henrique (PSDB) foi reeleito, e o PMDB fez coligação com o tucano, ele era um dos sustentáculos da campanha do ex-governador Anthony Garotinho pela candidatura própria. O empresário alugou uma casa no Lago Sul, que serviu de bunker para Garotinho tentar aliciar os convencionais do partido para sua tese.

Nunca antes...
O ex-presidente Lula já definiu sua estratégia para responder a qualquer tentativa de relacioná-lo à empresa Delta, que cresceu em seu governo: “nunca antes na História desse pais" o governo federal contratou tantas empresas.

Silêncio
O senador Mário Couto (PSDB-PA) subiu à tribuna 12 vezes desde o início do escândalo Cachoeira. Em três delas, falou da CPI. Esbravejou contra o PT, parlamentares envolvidos, mas não fez crítica ao contraventor Carlos Cachoeira.

INTENSA a disputa de bastidores pela indicação do próximo desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. O PT nacional está bancando a candidatura do advogado Eduardo Löenhaupt da Cunha.

SEU MAIS FORTE concorrente é o advogado João Berchmans Serra, ex-sócio do escritório “Pinheiro Neto”, e apoiado pelo empresariado paulista.

EM TEMPOS DE CPI, os integrantes do governo estão sendo comunicados de que a presidente Dilma não tem compromisso com o erro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário