domingo, março 25, 2012

O banco dos Brics - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 25/03/12


A presidente Dilma quer acelerar, em sua viagem à Índia, a criação de um banco de investimentos com os cinco países que integram os Brics — Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul. Sua avaliação é que o Banco Mundial e o Bird estão com sua capacidade de investimento comprometida. E, diante das resistências dos Estados Unidos e da Europa na ampliação do poder do Brasil nas decisões, o governo Dilma aposta na criação de um instrumento financeiro internacional alternativo.

Na ponta do lápis
Em conversa com o ministro Guido Mantega (Fazenda), na noite de quinta-feira, o governador Renato Casagrande (ES) propôs a suspensão imediata de incentivos para a importação de produtos das áreas têxtil, calçados e aço, em troca de uma transição para a unificação do ICMS sobre mercadorias importadas. A queda seria de 1% ao ano no incentivo concedido pelo estado até 2020, quando chegaria a 4%, como quer o governo federal. Em contrapartida, a União acena com antecipação de royalties do petróleo e com linha de financiamento para investimentos em infraestrutura. O governo quer acabar com esse instrumento de guerra fiscal por causa do risco de desindustrialização.

"A posição do PSD na eleição de São Paulo é residual; em outras capitais, eles estão apoiando candidatos do PT" 
— Rui Falcão, presidente do PT

COMPENSAÇÃO. Depois de perder os ministros Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Mário Negromonte (Cidades), além do presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, sem emplacar os sucessores, o governador Jaques Wagner (BA) cobra do governo federal, como compensação, investimentos na Ferrovia Oeste-Leste, na ponte Salvador-Itaparica, no Porto Sul (em Ilhéus), no novo estádio da Fonte Nova e no aeroporto de Vitória da Conquista.

A crise
Deputados brincavam semana passada com o ministro Aldo Rebelo (Esporte) dizendo que ele personifica o impasse na Câmara: além de ter interesse direto na aprovação da Lei Geral da Copa, ele foi relator na Casa do Código Florestal.

Bom humor
Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita (PMDB) criticava a administração Gilberto Kassab quando foi interrompido pelo líder do DEM, ACM Neto (BA): “Isso tudo aconteceu depois que ele foi para o PSD.”

Um piso factível
Lideranças da base discutem adotar o mesmo critério de reajuste do salário mínimo — inflação mais variação do PIB de dois anos antes — para o piso nacional do magistério. Isso daria 14% em 2012, enquanto o reajuste dos professores neste ano foi de 22%, baseado na variação do valor mínimo de investimento por aluno do Fundeb. Os governadores querem que o parâmetro seja o INPC, que daria um aumento de 6%.

Mais dinheiro
Prefeitos reunidos em Brasília nesta semana, para discutir transporte público, defenderão a redistribuição dos recursos da Cide, que arrecada R$10 bi por ano. A maior parte desse dinheiro é investida em rodovias federais e estaduais.

O racha do racha
A indicação do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para líder do governo rachou o grupo do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Os deputados Ricardo Berzoini (SP) e Henrique Fontana (RS) preferiam Paulo Teixeira (SP).

ALERTA na cúpula do PMDB. O líder Henrique Alves (RN) não está só na sucessão da presidência da Câmara. Além da vice da Casa, Rose de Freitas (ES), o ministro Mendes Ribeiro (Agricultura) está no páreo.

NUMA RODA de conversa na Câmara, perguntaram ao deputado Brizola Neto (PDT-RJ) sobre o Ministério do Trabalho. Ele comentou: “Como dizia o Chacrinha, o programa só acaba quando termina.”

NA AUSÊNCIA da presidente Dilma, o governo reunirá seus ministros, esta semana, para tentar chegar a um acordo sobre o Código Florestal. Se tudo der certo, a ideia é marcar a votação para logo depois da Páscoa. 

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