quarta-feira, fevereiro 29, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 29/02/12
Marca de moda feminina assina contrato de venda

O mercado de moda brasileiro começa a dar sinais de que a consolidação seguirá forte no setor neste ano.

A grife feminina Flor assinou ontem contrato de venda de seu controle total para a gestora de recursos DX3 Investimentos. O valor da transação não foi revelado.

O futuro da marca será expansão por multimarcas e franquias, segundo Juliana Fregonesi, que comprou a Flor há cerca de sete anos de outro empresário e seguirá como diretora de criação.

A meta é criar musculatura para vender ou abrir capital. "A loja do shopping Cidade Jardim, em SP, vai permanecer própria e servirá de modelo para franqueados interessados", diz Crezo Suerdieck, sócio da DX3, que, com a operação fechada ontem, ingressa no ramo de moda.

"Temos operações na indústria de plástico, automotiva, de construção. Vamos entrar em moda", diz Suerdieck, que negocia a compra de outras duas empresas do setor.

Os negócios já começaram. "Temos 32 mandatos no varejo hoje, sendo 18 de vestuário. Gestoras que não estavam no mercado começarão a entrar", diz Douglas Carvalho Júnior, da Target Advisor, que assessorou a transação.

"No meu escritório, temos seis marcas com mandato", diz Edson D'Aguano, da Consultive, especializada na área.

"O processo de consolidação de brasileiras seguiu o modelo que ocorreu na Europa com grupos como o LVMH e o então PPR na compra de empresas familiares, para implementar gestão profissionalizada", diz Marco Antônio Fidélis, da Prestige Consultoria.

Liminar suspende PPP da Saúde em São Paulo

A licitação do projeto da PPP (parceria público privada) da Sáude, da Prefeitura de São Paulo, foi suspensa anteontem por decisão da 6ª Vara de Justiça de SP.

A B2Br, do grupo de tecnologia TBA, impetrou mandado de segurança sob a alegação de que o edital de concessão foi republicado com alterações, sem respeitar o prazo de 45 dias para análise.

A PPP prevê a construção de 982 leitos, que se somarão aos 3 mil existentes na rede.

Para o advogado da empresa, Ricardo Azevedo Sette, sócio do Azevedo Sette Advogados, "mudaram a essência do edital. A prefeitura já havia estendido o prazo no sábado, mas sem atingir o total estipulado em lei."

A licitação fica suspensa até que a Prefeitura atenda o requisito legal de 45 dias.

O secretário municipal da Saúde, Januário Montone, reconhece que houve alteração significativa no edital.

"Reforçamos as garantias. Isso permitiu que o BNDES desse carta de conformidade à operação", afirmou.

"Não há problema, aumentamos o prazo. Queremos que seja razoável para ter propostas e resolver o problema de leitos no município."

COMPRA DE INFORMAÇÃO

Sócia desde o ano passado do grupo francês Osiatis, a brasileira de tecnologia da informação Interadapt pretende crescer no país através de aquisições.

Neste ano, a empresa destinará R$ 30 milhões para a compra de até três companhias. No ano seguinte, o valor deve crescer 40%.

"Esse processo de aquisição iniciou quando assinamos o contrato com o grupo Osiatis, que cresceu na França através do mesmo modelo. Como o mercado europeu está maduro, o foco agora é aqui", diz o presidente da Interadapt, Renato Ferreira.

Do total aportado, 70% virão dos franceses, que se tornarão sócios majoritários da companhia em até dois anos.

Empresas que trabalham com "missão crítica" (tecnologias que evitam a interrupção de serviços computacionais de bancos, por exemplo) são o objetivo da Interadapt.

27,5% da Interadapt foi adquirida pelo grupo Osiatis em 2011

R$ 1,2 bilhão foi o faturamento do grupo francês no ano passado

BÉLGICA, ESPANHA E LUXEMBURGO - são os países onde a Osiatis atua, além da França e do Brasil

REGISTRO EM RISCO

Mais de 29 mil registros de empresas e executivos poderão ser cancelados em abril em Minas Gerais.

O motivo é a ausência de movimentação de documentos na Junta Comercial do Estado nos últimos dez anos.

Para especialistas no assunto, a decisão é punitiva e visa aumentar o controle sobre as companhias.

"A medida é drástica. O ideal seria uma comunicação direta com as empresas por telefone ou telegrama, como previsto na lei. Apesar do custo, é melhor que um edital", diz Fábio Appendino, presidente da Comissão de Direito Societário da OAB-MG.

Os responsáveis pelos registros têm até 13 de abril para evitar o cancelamento.

Para a Fecomércio MG, a decisão foi acertada. "Dez anos é período suficiente para identificar a inatividade", afirma o consultor jurídico da entidade, Conrado Oliveira.

Laboratório... Cerca de 65% das grandes empresas que atuam no Brasil usam recursos de fundos setoriais para financiar processos de inovação, segundo pesquisa da consultoria francesa Global Approach Consulting com 30 companhias, entre elas Vale, JBS, Braskem e Ambev.

...empresarial Das companhias que utilizam os fundos, 29% possuem um setor próprio para obter recursos e 71% também contam com consultorias para atingir a meta. A pesquisa ainda mostra que 52% das empresas utilizam a Lei do Bem, que garante incentivos fiscais para realização de pesquisas.

eólica enérgica

O Brasil foi o responsável por 50% das instalações de energia eólica efetuadas em 2011 na América Latina, segundo dados do Comitê Latino-Americano do Conselho Global de Energia Eólica.

"O desaquecimento econômico da Europa e o câmbio favorável para as importações colaboraram para que o Brasil ganhasse competitividade no setor", diz o presidente da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Ricardo Simões.

Para que o país continue a expansão no segmento, é necessário o domínio das tecnologias e a atração de novas fábricas, afirma Simões.

A expectativa da associação é que o Brasil atinja o potencial de 20 mil MW até 2020. Durante o ano passado, 587 MW foram instalados.

Cerca de R$ 80 bilhões serão necessários para que essa meta seja alcançada. "Contamos com o financiamento do BNDES", afirma o presidente da associação.

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