FOLHA DE SP - 20/01/12
Ficará a cargo dos países em desenvolvimento a maior responsabilidade pelo crescimento mundial
O ano de 2011 acabou e certamente não será daqueles que deixará saudades em grande parte dos habitantes do nosso planeta, principalmente naqueles que vivem nos chamados países desenvolvidos.
O crescimento da economia mundial deve ter ficado em torno de 3,5%, inferior a 2010, quando, em fase de recuperação da crise de 2008/2009, foi de 5,0%.
Os efeitos da nova crise ou, se preferirem, os reflexos da crise anterior afetaram significativamente as economias da Europa. Os Estados Unidos também se viram obrigados a adotar medidas para enfrentar seus imensos e crescentes deficit e o mundo todo foi impactado. O Brasil, inclusive, mesmo estando hoje muito menos sensível aos efeitos externos, teve o seu crescimento reduzido.
Mas podemos nos esquecer desse passado recente e esperar dias melhores para 2012? Essa é sempre uma pergunta cuja resposta é muito difícil e arriscada. Quem poderia afirmar em meados de 2008 o que estaria para acontecer poucos meses depois? Mas, a julgar pelo que tem acontecido, este ano pode não ser muito diferente do que passou, já que o cenário mundial parece demonstrar fraquezas estruturais para uma grande mudança imediata.
E a contínua e crescente participação dos países em desenvolvimento na economia mundial deverá permanecer como pano de fundo.
Os Estados Unidos continuam buscando reaquecer a sua economia, que teve crescimento inferior a 2% em 2011 e, apesar de alguns bons indicadores divulgados no início deste ano, tende a apresentar números semelhantes em 2012. Para a Europa, que já se encontra em recessão branda, espera-se que haja a continuidade dos esforços para manter a zona do euro intacta, mas com nenhum crescimento ou até mesmo com redução do PIB.
Portanto, ficará a cargo dos países em desenvolvimento, com grande destaque para a China, mas aí também incluindo o Brasil, a maior responsabilidade pelo crescimento da economia mundial. Uma demonstração disso é o aumento do Consumo de energia, fator chave para o desenvolvimento de qualquer país.
Se pegarmos o consumo mundial de petróleo, verificaremos que a demanda total dos países desenvolvidos declinou em média em torno de 1 milhão de barris por dia (bbl/d) nos últimos sete anos, só apresentando ligeiro acréscimo em 2010, assim mesmo como recuperação de parte do declínio de cerca de 2 milhões de bbl/d ocorrido tanto em 2008 como em 2009. Essas reduções foram compensadas com sobras pela demanda dos demais países do mundo que, mesmo nos anos de crise, cresceram sua demanda em pelo menos 1 milhão de bbl/d.
Já o consumo de gás natural vem aumentando praticamente em todo o mundo, porém mais rapidamente na Ásia, continente que vem apresentando vários países com grande crescimento econômico.
E as expectativas são de que nos próximos cinco anos a demanda deverá se intensificar devido aos inúmeros projetos de geração de energia elétrica a gás naquela região.
Na realidade, vivemos hoje em um mundo que caminha inexoravelmente para um novo ordenamento. O advento da internet permitiu a todos o acesso imediato à informação e ao conhecimento e o seu uso para a educação certamente será ampliado, reduzindo os gaps hoje existentes entre as diferentes nações.
O acesso a capital, que outrora foi uma enorme barreira, deixou de ser um problema. Hoje o dinheiro flui velozmente de um lado para outro do mundo, reduzindo arbitragens e permitindo aos investidores a estruturação e o financiamento de seus projetos, desde que viáveis e localizados em países com estabilidade institucional, política e econômica.
Com tudo isso, as enormes diferenças de bem-estar dos povos tende a diminuir não só pelo cada vez mais insustentável financiamento dos programas sociais dos países ricos como pelo enriquecimento dos países pobres.
A dinâmica que temos visto recentemente no mundo deve ser encarada mais como uma tendência do que como um fato isolado. E o ano de 2012 tem tudo para acrescentar mais um capítulo nessa história. Agora, é esperar para ver...
O ano de 2011 acabou e certamente não será daqueles que deixará saudades em grande parte dos habitantes do nosso planeta, principalmente naqueles que vivem nos chamados países desenvolvidos.
O crescimento da economia mundial deve ter ficado em torno de 3,5%, inferior a 2010, quando, em fase de recuperação da crise de 2008/2009, foi de 5,0%.
Os efeitos da nova crise ou, se preferirem, os reflexos da crise anterior afetaram significativamente as economias da Europa. Os Estados Unidos também se viram obrigados a adotar medidas para enfrentar seus imensos e crescentes deficit e o mundo todo foi impactado. O Brasil, inclusive, mesmo estando hoje muito menos sensível aos efeitos externos, teve o seu crescimento reduzido.
Mas podemos nos esquecer desse passado recente e esperar dias melhores para 2012? Essa é sempre uma pergunta cuja resposta é muito difícil e arriscada. Quem poderia afirmar em meados de 2008 o que estaria para acontecer poucos meses depois? Mas, a julgar pelo que tem acontecido, este ano pode não ser muito diferente do que passou, já que o cenário mundial parece demonstrar fraquezas estruturais para uma grande mudança imediata.
E a contínua e crescente participação dos países em desenvolvimento na economia mundial deverá permanecer como pano de fundo.
Os Estados Unidos continuam buscando reaquecer a sua economia, que teve crescimento inferior a 2% em 2011 e, apesar de alguns bons indicadores divulgados no início deste ano, tende a apresentar números semelhantes em 2012. Para a Europa, que já se encontra em recessão branda, espera-se que haja a continuidade dos esforços para manter a zona do euro intacta, mas com nenhum crescimento ou até mesmo com redução do PIB.
Portanto, ficará a cargo dos países em desenvolvimento, com grande destaque para a China, mas aí também incluindo o Brasil, a maior responsabilidade pelo crescimento da economia mundial. Uma demonstração disso é o aumento do Consumo de energia, fator chave para o desenvolvimento de qualquer país.
Se pegarmos o consumo mundial de petróleo, verificaremos que a demanda total dos países desenvolvidos declinou em média em torno de 1 milhão de barris por dia (bbl/d) nos últimos sete anos, só apresentando ligeiro acréscimo em 2010, assim mesmo como recuperação de parte do declínio de cerca de 2 milhões de bbl/d ocorrido tanto em 2008 como em 2009. Essas reduções foram compensadas com sobras pela demanda dos demais países do mundo que, mesmo nos anos de crise, cresceram sua demanda em pelo menos 1 milhão de bbl/d.
Já o consumo de gás natural vem aumentando praticamente em todo o mundo, porém mais rapidamente na Ásia, continente que vem apresentando vários países com grande crescimento econômico.
E as expectativas são de que nos próximos cinco anos a demanda deverá se intensificar devido aos inúmeros projetos de geração de energia elétrica a gás naquela região.
Na realidade, vivemos hoje em um mundo que caminha inexoravelmente para um novo ordenamento. O advento da internet permitiu a todos o acesso imediato à informação e ao conhecimento e o seu uso para a educação certamente será ampliado, reduzindo os gaps hoje existentes entre as diferentes nações.
O acesso a capital, que outrora foi uma enorme barreira, deixou de ser um problema. Hoje o dinheiro flui velozmente de um lado para outro do mundo, reduzindo arbitragens e permitindo aos investidores a estruturação e o financiamento de seus projetos, desde que viáveis e localizados em países com estabilidade institucional, política e econômica.
Com tudo isso, as enormes diferenças de bem-estar dos povos tende a diminuir não só pelo cada vez mais insustentável financiamento dos programas sociais dos países ricos como pelo enriquecimento dos países pobres.
A dinâmica que temos visto recentemente no mundo deve ser encarada mais como uma tendência do que como um fato isolado. E o ano de 2012 tem tudo para acrescentar mais um capítulo nessa história. Agora, é esperar para ver...
um dos textos mais inúteis que já li ultimamente!!! "Uma nova ordem mundial" pode até ser mas o autor não faz a mínima idéia do porquê, nem números, nem notícias, nem argumentos; parece até uma matéria que algum estudante escreveu há 20 anos atrás!
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