FOLHA DE SP - 03/01/12
Não é só o PSDB que se repete em São Paulo; o PT também o faz, mas sua repetição contém promessa
O PSDB paulista agita-se, ou melhor, mexe-se, acompanhado pelo jornalismo político como solução contra o marasmo (não o do PSDB, o do calendário político). Novidade à vista? Sem dúvida, em certo sentido.
Mais uma vez os peessedebistas discutem a conveniência partidária de esperar, ou não, que José Serra se defina com clareza entre o que parece que vai e não vai. E assuma a candidatura à prefeitura paulistana, dando início à atividade já atrasada, ou libere o partido para encaminhar alguma perspectiva.
A disposição do PSDB de ainda reviver tal situação, e com calma e cuidados, pode não ser surpreendente, mas é uma novidade na luta das pretensões eleitorais viáveis. Nelas, a procura é a de amarrar o máximo possível com a melhor antecedência.
Há uma particularidade a mais nesse PSDB. O traço marcante na atual atividade dos partidos, considerados como base da vida política, é a perda, por dispensa, de suas identidades. Já em estágio final, como no PMDB, ou em avanço acelerado, como no PSB e no PPS, entre outros. O DEM, que fugia à regra e mudara de nome sem mudar a face, teve facilitada pelo PSD de Kassab, com tantos raptos de demistas, a superação de sua perplexidade.
Em tudo isso, o PSDB manteve-se o PSDB, com suas eminências dizendo as mesmas coisas de ontem, de anteontem e de antes; alheio à grande maioria eleitoral; com as aparências resguardadas no Congresso pelo oposicionismo sem oposição, útil só para lembrar uma ou outra de suas conhecidas concepções. Mas daí não decorreram demonstrações seguras de que tenha reduzido a sua forte potencialidade eleitoral: continua como a oferta mais próxima e confiável para os conservadores em geral. Dilapida-a, porém.
O PSDB volta a discutir o que não pode mais discutir. Ficou evidente, na última eleição presidencial (para não ir mais longe), o seu prejuízo com o tempo perdido enquanto José Serra bloqueava Aécio Neves e não se decidia. E Lula aproveitava para apresentar Dilma a cada recanto do país. Depois, nem bolinha de papel salvaria mais.
Não é só o PSDB, no entanto, que se repete em São Paulo. O PT também o faz -mas, em vez de risco, sua repetição contém promessa. Em boa parte, proporcionada pelo PSDB.
INCORREÇÃO
Em parágrafo sobre a "produção" do livro "Privataria Tucana", do repórter Amaury Ribeiro Jr., atribuída ao Palácio do Planalto por Marco Antonio Villa, dei nome incorreto ao professor de história da Universidade Federal de São Carlos. Mas, por sorte, mantive-o entre seus pares do Império Romano: chamei-o Marco Aurélio Villa. Se bem que o imperador Marco Aurélio, antes de falar e de escrever, tinha o hábito da reflexão -e com isso legou à literatura e ao pensamento suas veneradas "Meditações".
DOIS TIROS
Técnicas da Guerra Fria: no Ocidente foi publicada foto, fornecida por agência, de um foguete provocadoramente disparado por "navio do Irã" no mar de Omã, em frente ao estreito de Hormuz. E mais tarde o comando iraniano informava não haver ainda iniciado o exercício com disparos.
Acho que Marco Aurélio Villa, professor de história da Universidade Federal de São Carlos e colaborador de jornais, escreveu que o best-seller "A privataria tucana", do repórter Amaury Ribeiro Jr., "foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto" porque a alegada "privataria tucana" tem sido leitmotiv das campanhas eleitorais petistas, no confronto com o PSDB, e o autor do livro, Amaury Jr., fazia parte do bando de escroques que uma força-tarefa do PT recrutou para forjar dossiês contra os seus adversários na última campanha presidencial. Ou seja, o professor de história fez uma leitura óbvia - sem que seja, necessariamente, verdadeira - dessa história toda. E o Jânio de Freitas, pelo visto, não gostou. Ele deve ter gostado mais do livro.
ResponderExcluirAmaury Ribeiro Jr. produziu em livro com "denúnicas" velhas, que já foram afastadas por todos os órgãos e instituições competentes para investigá-las: TCU, CGU, Polícia Federal, etc. De tudo o investigado, não saiu nada. E o PT está no poder há nove anos! Também não descobriu nada! Amaury é como um pato: tem pena de pato, tem bico de pato, caminha como pato. Logo, é um pato. melhor dizendo, Amaury tem cara de salafrário, falar como salafrário, escreve como salafrário e andava metido com os salafrários do PT. Logo, não passa de um salafrário a serviço dele!
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