quinta-feira, janeiro 12, 2012

Margem de segurança - RENATA LO PRETE

FOLHA DE SP - 12/01/12


FÁBIO ZAMBELI (interino) 


A despeito das queixas de violação de direitos humanos e dos questionamentos do governo federal, Geraldo Alckmin se ampara em pesquisas que circulam no Bandeirantes para respaldar a intervenção policial na cracolândia. Um dos levantamentos submetidos ao governador mostra 87% de aprovação à ação da PM no centro de SP, agora investigada pelo Ministério Público.

Outro indicador encoraja o tucano sobretudo no embate com o Planalto: a maioria dos entrevistados considera correta a dispersão dos usuários de drogas antes da oferta de tratamento na rede de saúde -ponto da operação mais criticado pela equipe de Dilma Rousseff.

Protocolo Reservadamente, auxiliares de Dilma consideram "atrapalhada" a ofensiva paulista contra o crack, em particular quanto ao encaminhamento dos viciados expulsos da região central. Como havia um plano federal em curso, o governo esperava ao menos ser avisado da ocupação.

Vitrine A manifestação do secretário Antonio Ferreira Pinto (Segurança Pública), para quem os promotores que investigam abusos da PM na cracolândia buscam "visibilidade na mídia", contribuiu para azedar ainda mais a já tensa relação do Ministério Público com o Bandeirantes.

Bordão De um dirigente petista, sobre o ingresso da Rota na caça aos traficantes: "Alckmin começa a mostrar identidade com os métodos do neoaliado Paulo Maluf".

Meteorologia Ainda que trate como prioritário o QG que monitora os estragos das chuvas, o Planalto está apreensivo com a estiagem no Sul do país. A área econômica teme que os problemas na safra, em especial do trigo, colaborem para pressionar os índices de inflação.

Viés de alta Governistas avaliam que a única ameaça à permanência de Fernando Bezerra na Integração Nacional seria a descoberta de novas encrencas com parentes e amigos na pasta. Nem oposicionistas atribuem relevância ao depoimento do ministro hoje ao Congresso.

Vaivém O deputado gaúcho Vieira da Cunha (PDT) caiu na cotação para assumir o Ministério do Trabalho. Brizola Neto (PDT-RJ) é hoje o favorito de Dilma para o posto.

Direto ao ponto Em reunião anteontem, ministros discutiam a segurança das "Fan Fests", feiras públicas destinadas a quem não consegue ingresso para os jogos da Copa-2014. Dilma interrompeu, orientando sua equipe a descolar atrações mais populares: "E o People's Fest, onde será"?

Onde pega A imediata rejeição do PT paulistano ao flerte de Kassab com Fernando Haddad reflete o instinto de sobrevivência da bancada petista na Câmara. Vereadores do partido temem não se reeleger caso tenham de pegar leve com o prefeito.

Menos Em privado, Lula diz considerar que Kassab avançou o sinal dando publicidade ao início das tratativas do PSD com haddadistas.

Veja bem Os tucanos Alberto Goldman e Aloysio Nunes negam restrições à estratégia de aproximação de Alckmin com PP e PDT. Lembram que as siglas apoiavam o governo de José Serra.

Visita à Folha Emmanuel Publio Dias, vice-presidente corporativo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, visitou ontem a Folha. Estava com Walter Fontoura, diretor da SPGA Consultoria de Comunicação, Natalia Arbex, gerente de contas, e Simone Negrão, coordenadora de contas.

com LETÍCIA SANDER e FLÁVIO FERREIRA

tiroteio

"As tragédias neste período de chuvas se repetem a cada início de ano no país. A novidade é que, pela primeira vez, elas pegaram quase todo mundo de férias."

DO DEPUTADO JUTAHY JÚNIOR (PSDB-BA), criticando o que chama de "mobilização tardia" dos ministros de Dilma, que tiveram de suspender a folga para dar resposta governamental aos Estados atingidos por enchentes.

contraponto

Tônico capilar

Durante solenidade oficial em Campos do Jordão, na segunda-feira, Paulo Maluf lembrou que quando conheceu o hoje calvo Geraldo Alckmin, na década de 70, o então prefeito de Pindamonhangaba exibia vasta cabeleira:

-Você era até cabeludo!

Sem perder tempo, o tucano contou que recentemente seu barbeiro sugeriu, após vê-lo na TV, que cortasse o cabelo logo. Achou que estava comprido demais.

-Eu disse que não precisava. Essa fama de cabeludo é boa. Que a deixe correr!

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